Capítulo 30

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P.O.V Mary

Estou no campo a fazer aquecimentos, e olho para a Kay, sentada na bancada, com o carapuço colocado, e o olhar fixo no chão. Não consigo imaginar o quanto ela deve estar a sofrer agora, e custa-me não poder fazer nada.

Antes da professora chegar, eu sentei-me ao lado dela, e encostei-me a ela, na esperança de que ela falasse comigo, e talvez me dissesse o que sente, mesmo sabendo que ela não sente nada.

Mary:Kay... eu não posso imaginar a dor que estás a sentir agora, mas eu quero que saibas que...-interrompeu-me.

Kay:Que o quê,Mary? Que tenho a tua pena? Não precisas de o dizer, eu consigo ver no teu olhar, nos teus gestos, até nas tuas palavras.

Mary:Eu sinto muito,Kay. Não tens os teus pais aqui para te apoiarem, estás a ver-te sozinha. Eu entendo.-ela voltou a encarar o chão.

A professora chamou-nos e eu levantei-me caminhando até ela. Marcou os exercícios que eram para executar, e comecei por dar 2 voltas ao campo.
O Jake começou a correr ao meu lado enquanto que o resto da gangue corria atrás de mim.

Jake:Porquê que ela não hoje não fez aula?-perguntou curioso.

Mary:Ela não pode.-limitei-me a dizer e ele assentiu.

No fim da corrida, fizemos um pequeno descanso e o Jake aproveitou para se sentar ao lado da Kay, provavelmente para lhe perguntar qual a razão daquela falta.

Acabamos a aula, e o Jake voltou a aproximar-se da Kay mantendo uma conversa. Por momentos eu tentei ver se aquilo realmente estava a acontecer, e dei por mim a ver que aquela cena era real.

Eu caminhei para a portaria, onde o Alex me esperava, mesmo eu não sabendo a razão daquela espera. Parei à sua frente e olhei-o, na espetativa de que fosse ele a quebrar o silêncio imposto.

Alex:Mary nós temos de admitir aqui uma coisa. Ambos temos um interesse um pelo outro.-eu desviei o olhar tentando não ficar "envergonhada".

Mary:Bem, sim, acho que podemos chamar assim.-ele sorriu satisfeito.

Alex:E o que achas de deixarmos esse interesse fluir?-eu fiquei um pouco confusa.

Mary:Hmm ok, e que nome dás ao que temos feito até agora?-eu pensou, mas demorou muito para obter uma resposta.

Alex:Podes chamar do que quiseres, menos de deixar fluir. Eu até estou a curtir de ti, curtir à séria. Tenho pensado nisto nestas últimas 2 semanas.

Dentro da minha cabeça, um milhão de perguntas pressionavam, mas uma estava no topo. O que eu deveria fazer? O Alex consegue tirar o melhor de mim, mas também o pior, e talvez seja por isso que nos atraímos tanto. Como polos opostos de um íman.

Sentir que o meu interesse era correspondido trazia em mim uma certa paz, mas também um turbilhão de problemas que poderiam surgir daqui, deste preciso momento. Se eu perguntasse à Kay, ela iria me dizer para eu fazer o que quiser, até porque a vida é minha, e talvez, hoje, ela tivesse razão.

Mary:Tens razão, eu não posso negar, então claro, porque não?-ele sorriu, e deu de costas, deixando-me a sorrir sozinha.

Bem, pensei para comigo mesma, fosse um erro ou não, já estava feito. Confiar nele? Não. Ele confiar em mim? Não. Deixaremos rolar, e talvez, se a confiança começar a aparecer, ambos possamos confiar um no outro.

The dealWhere stories live. Discover now