Capítulo 13

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P.O.V Kay

O resto da semana passou bem rápido, e hoje, domingo, tenho o dia planeado. Séries, batatas fritas, uma cerveja, uns cigarros, um sofá, e um cobertor. Nada melhor do que um dia de descanso certo?

A Mary bateu à porta do quarto, e eu dei autorização para que entrasse. Com a pressa, acabou por deixar a porta aberta, o que me irrita demais, bateu com o pé na cómoda, e quase caiu por tropeçar no tapete.

Kay:Fecha a porta antes que eu me levante e te obrigue a fecha-la.-ela deu um sorriso e fechou a porta.-Agora, Mary linda, diz-me o que desejas.

Mary:Vamos sair hoje. Vamos dar uma volta pela cidade, poderíamos ir a um... deixa-me pensar. Porque não vamos procurar um ginásio aqui?-eu olhei-a confusa.

Kay:Um ginásio? Para quê? Ok eu gosto de treinar, mas posso muito bem fazê-lo em casa.

Mary:Alguma ideia melhor?

Kay:Bastantes.

Mary:Ótimo, então levanta-te e anda ter comigo lá fora.-avisou sem dar importância à minha resposta.

Já no caminho para a procura de um ginásio, algo dentro de mim me dizia que aquela ida ao ginásio não seria apenas para passar tempo.

Kay:Mary Edwards, diz-me a verdadeira razão desta caça ao ginásio.-ela olhou-me e deu um sorriso que a denunciou.

Mary:Ok ok, eu quero ir ao ginásio porque eu quero fazer as audições para as cheerleaders.

Kay:QUÊ?Eu já sabia que isto iria acontecer.-ela sorriu inocente.

Mary:Eu sei que treinas, mas és orgulhosa demais para ir para um ginásio. Ao ter uma razão para vires, tudo fica mais fácil. Por favor.-pediu enquanto fazia beiço.

Pela minha falta de vontade para discutir, e com a pequena vontade que eu tinha de treinar no ginásio, até porque tem outro tipo de ferramentas e tecnologias para os treinos, acabei por ceder.

Kay:Ok, fine.-ela deu um pequeno pulo de alegria e continuamos a buscar por um ginásio que nos parecesse indicado.

Depois de mais ou menos 1 hora a percorrer o centro da cidade, com os pés doridos, as costas e cansadas de andar, paramos em frente a um ginásio.

Entramos, e enquanto a Mary se dirigiu para pedir mais informações ao rapaz do balcão, eu fui percorrendo o ginásio, analisando cada detalhe, até que o meu olhar parou numa silhueta, que quando se mexeu, percebi ser o Jake.

Ele estava sem t-shirt, o suor escorria-lhe, mas desta vez, ele não estava com os seus amigos, mas sim com uma rapariga. Alta, morena, com uns olhos que me pareciam ser verdes. Parecia ter o estilo oposto do meu pelas roupas claras que trazia, e a maquilhagem leve.

De onde eu estava, conseguia ouvir perfeitamente a conversa, e mesmo que o correto fosse sair dali e não ouvir a conversa dele, eu não sou uma pessoa correta, e descobrir mais sobre ele era mais um passo para o vencer.

A Mary apareceu bem atrás de mim, a chamar pelo meu nome. Agarrei-lhe o braço e puxei-a para mim. Ela deu um pequeno grito mas eu fiz questão de a calar, para não sermos descobertas.

Bem ao nosso lado tínhamos uns colchões, então, com o carapuço, e virada de costas para eles, encostei-me aos colchões. A Mary encostou-se também mantendo-se à minha frente. Caso algum deles olhasse para aquele lugar, era óbvio que me iriam ver, podiam não reconhecer, mas aposto que o Jake o faria. Mas, visto que eles estavam demasiado concentrados na conversa deles, e com o Jake virado de costas para mim, iria conseguir ouvir um pouco da conversa.

Jake:Lily, eu não quero saber de nada que tu me tenhas para dizer.

Lily. Então é esse o nome daquela miúda.

Lily:Jake, peço-te para que me ouças. Eu amo-te.

O meu estômago começou a dar voltas, e sensação de vómito começou a aparecer, mas tudo voltou ao normal quando ouvi o Jake rir-se.

Jake:Tu nem sabes o que essa palavra significa. Não prestas e nunca prestaste. Iludido fui eu naquela altura, por acreditar que uma pessoa como tu era capaz de amar.

Lily:Tu falas como se fosses melhor que eu.

Jake:Não,Lily. Sou muito pior que tu, mas eu admito-o. E tu vens aqui, tentar voltar comigo, mesmo depois de teres feito o que fizeste?

Lily:Já foi à 2 anos, Jake. É verdade que te traí, e muitas vezes, e que por essa mesma razão tu te tornaste no que és hoje, mas eu prometo...-ele interrompeu-a.

Jake:Cala-te! Apenas cala-te. Se eu hoje vejo a vida como um jogo, a culpa é tua. Se eu hoje não amo, a culpa é tua. Se eu hoje não confio, a culpa é tua. Tudo o que eu sou hoje, é culpa tua.

Lily:Eu sinto muito por te ter tornado assim.

Jake:Eu não. Estou num jogo com uma miúda, uma miúda que eu nunca vi igual. Eu fiz com ela o que fiz com todas, e acreditas que no fim quem saiu mal fui eu?-eu arregalei os olhos admirada por ele estar a falar de mim com a ex.-Eu andei com ela 1 semana, como fiz com todas, pensei que a estava a iludir, e que iria ser mais um coração a partir, e no fim, ela mostrou-me que é 1000x pior que eu.

Lily:E agora estás num jogo com ela.

Jake:Estou.

Lily:Posso saber o nome dela?

Jake:Kay Evans.

Lily:Kay? Nome incomum.-fez uma pausa.-Eu acho que já ouvi falar desse nome.

Nesse momento uma pausa fez-se ouvir, e o meu meu nome foi mais uma vez proferido, mas desta vez, era o Jake que me chamava.

Jake:Kay Evans? A ouvir a conversa dos outros.-eu virei-me para ele.

Kay:Na verdade eu vim ver o ginásio. Vou começar a treinar aqui.-disse enquanto me aproximava dele.

Jake:Então parece que nos vamos ver mais vezes.-eu dei um sorriso fingido.

Lily:Tu não me conheces, mas eu conheço-te.-disse dirigindo-se para mim.-Tu és perigosa.

Kay:Bem, acertaste. Mais alguma coisa?

Lily:3 anos atrás, quando eu ainda namorava o Jake, fui de férias para uma pequena cidade, onde vivia uma Kay Evans. Na altura eu tinha 14 anos, era bem nova, tal como tu. Mas ainda assim, tu já eras conhecida. Eu não sei porquê, mas todos que se aproximavam de ti, acabavam no hospital.-a Mary olhou-me com um olhar preocupado, mas preocupada era tudo o que ela não precisava de estar.

Kay:Verdade, e sabes que mais? Isso ainda se mantém, e pior do que antes. Então se eu fosse a ti, afastava-me.-dei um sorriso desafiante e virei costas.-Vemo-nos por aí,Jake.

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