Capítulo 7

9 5 0
                                    

P.O.V Jake

Em apenas 1 dia perdi 2 vezes para aquele gaja de nome incomum, aquela Kay Evans. Nunca senti tanto ódio por alguém como sinto agora por ela. Ela vence sempre. Na luta, até em partir corações me vence. Em que mais ela conseguiria me igualar?

Deitado na minha cama, a encarar o teto, senti uma raiva percorrer o meu sangue. E a cada simples pensamento em que a Kay estivesse presente, essa raiva crescia de novo, com ainda mais força.

Amanhã teríamos o primeiro treino para o campeonato de futebol americano, e como sempre, várias raparigas vão ver. Amanhã começam também os treinos das cheerleaders, e pessoas novas têm a oportunidade de tentar entrar.

Ao pensar nisso, já não sentia aquele entusiasmo de antes. Ao pensar que as raparigas iriam ver, ou que eu iria ver raparigas de saia curta. Não iria deixar a minha vida normal, mas não iria desperdiçar nem 1 segundo, porque esse segundo, poderia me fazer perder a batalha.

A porta do meu quarto foi aberta, revelando o meu pai. Informou-me de que o jantar está pronto, e de que devo descer para não acabar a jantar sozinho. Mas o inevitável aconteceu, e acabei por jantar sozinho.

Os meus pais são o tipo de pessoa que dão mais importância ao emprego, dinheiro, fama, do que ao filho. Nunca me pressionou para ser o melhor no futebol, ou para ter um curso, até porque não me dá atenção para o conseguir fazer.

Eu próprio coloco essa pressão em mim mesmo, para que assim não me desleixe, e assim tape um buraco que os meus pais deixaram em mim. Quando era mais novo, encontrei nos K5 a parte masculina que me faltava. Aquela parte que fala comigo sobre raparigas, ou o desporto que eu pratico, que me dá conselhos.

Hoje em dia não preciso mais dessa atenção, pois também eles encontraram em mim, algo que lhes faltava.

08:00

Entrei na escola rodeado pelos meus amigos. Mais uma vez, todos nos encararam, e lançaram olhares junto com sussurros. Nada disso nos incomoda.

Hoje, cruzei-me apenas com a Mary, e nada de Kay. Vi-me por um momento a pensar se ela estaria a fugir, mas descartei logo essa ideia. O Alex aproximou-se da Mary.

Alex:Ei, Mary.-ela olhou-o.-Onde está a Kay?-ela cruzou os braços.

Mary:E por que razão eu te iria dizer?-todos reviramos os olhos em uníssono.

Alex:Apenas diz e deixa de te fazer de difícil.

Mary:A Kay está na enfermaria. Não comeu nada desde ontem ao almoço, e desmaiou quando chegamos à escola. Não me deixaram entrar, então estou aqui à espera.-um pequeno sorriso surgiu nos meus lábios.

Jake:Então a Kay Evans fraquejou.-a Mary levantou a mão.

Mary:Não te enganes,Jake. Ela hoje acordou de muito mau humor. Se não queres morrer, tenta controlar esse teu orgulho e não te metas com ela.-eu dei de ombros e entrei para a sala.

Quando o sinal tocou, a Mary entrou juntamente com a Kay que parecia estar um pouco pálida. Mais pálida do que o seu comum. Sentou-se ao lado do Chris, cruzou os olhos, e com o carapuço colocado encarou o quadro.

Hoje ela estava mesmo mal disposta, e cá para mim, não seria apenas o desmaio e a fraqueza por não ter comido. Mas não sou bruxo, ou adivinho, e talvez aquilo fosse apenas a minha vontade, o que eu queria, e não a verdade.

The dealOnde as histórias ganham vida. Descobre agora