- Pode parar de falar essas coisas em público ??

- Ok ok, só queria brincar um pouco com você. — ele faz um beicinho que, instantaneamente, me faz erguer os cantos da boca.

Primeiro vamos à bilheteria para andarmos nos brinquedos. Alex insiste em pagar os doze tickets sozinhos, mas acabamos dividindo os custos mesmo assim.

Fomos no Carrinho Bate-bate (na nossa vez éramos os únicos adolescentes na pista), depois comemos queijo grelhado, e depois fomos à Casa Assombrada (que não dá susto nem em crianças) e num brinquedo que tem a ver com piratas e um barco maluco. Paramos para fazer um lanche e, logo após, fomos na montanha-russa.

- Engraçado não termos encontrado ninguém na escola aqui. — comento ainda na fila.

- Eu acho até bom. — Alex resmunga. E, quase como mágica, Paul e sua irmã aparecem saindo do brinquedo.

Eles nos cumprimentam animados, mas não dá tempo de conversarmos mais, pois nossa vez havia chegado.

Admito que tenho um pouco de medo de altura, mas sei lá, esse frio na barriga é legal, mesmo que eu esteja desesperado. A vista é bonita, mas estou há muitos metros do chão. Fecho e abro os olhos várias vezes. De repente sinto a mão de alex apertar a minha e ficar ali. Olho para ele e ele está rindo, o que me faz rir também. A corrente de prata que eu dei a ele anos atrás está dançando em seu pescoço. Aperto sua mão mais forte. O frio na minha barriga fica mais intenso.

Tá bom, nunca mais como nada antes de ir na Montanha russa, e isso é uma promessa. Dessa vez foi só uma ânsia momentânea, porém não quero que na próxima tenha um Daniel vomitando na grama com dezenas de pessoas como púbico. Porque já aconteceu, e não foi nada legal.

Depois fomos em mais um brinquedo e passamos por pelo menos cinco barraquinhas, tanto de comida quanto de artesanato, mas não compramos nenhuma arte. Infelizmente ou felizmente, encontramos algumas pessoas conhecidas durante o passeio, mas ninguém tão próximo além de Paul.

Agora estamos comendo churros e conversando sobre algo aleatório e levemente engraçado na enorme fila para a roda-gigante.

Sim, fui contra de usarmos o ticket para irmos nesse brinquedo. Mas cacete, todo mundo sabe que a roda-gigante foi feita para casais ou garotinhas. E, para o bem de nós dois, o melhor seria não fazer os outros pensarem que somos mais que amigos.

- Não tem nem um grande coração rosa nisso e nem nada dizendo que é somente para casais, Dan. — Alex argumentou antes que tivéssemos decidido.

- Mas só tem espaço para duas pessoas, é implícito. — eu repliquei.

- Meu Deus, mano! Sei lá, é só dizer que fomos para tirar foto da cidade ou qualquer outra coisa. Já apontam pra gente por não sermos brancos, uma desconfiança sem embasamento seria nada. — eu percebi que o Alex estava ficando chateado, então acabei cedendo. Não ia doer mesmo.

Duas meninas chegam na fila logo atrás da gente. Elas olham para nós dois, cochicham e depois soltam risadinhas contidas. Achei que estivessem nos zoando, mas poucos momentos depois elas puxam conversa.

- Oii, meu nome é Kylie! — a loira de cabelos curtos fala.

- E o meu é Annabeth. — a de cabelo laranja diz sorrindo e depois olha diretamente para Alex. — Ei!! Eu lembro de você, a sua escola jogou contra a nossa num amistoso.

- Ah, foi? — Alex responde confuso.

- Sim, sim! Você é ainda mais bonito de perto. — Annabeth começa a flertar descaradamente, enquanto eu tento entender o que tá acontecendo. — Qual seu nome?

Alex & Daniel [Em andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora