[13] Primícias duma aquarela: policromo

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Hoje em dia, aos poucos tento manter um equilíbrio e gosto de dizer que estou no meio-termo, e sinceramente? Acho que é o ideal.

O pensamento racional foge do coletivo e passa para o que vale realmente a pena, e normalmente a resposta é ligada a individualidade. Pessoas lógicas normalmente são chamadas de frias, quando na verdade estão somente pensando no seu próprio bem-estar, o que não é errado. O lado lógico da vida pode ser lido de duas maneiras: essencial ou cruel.

Já partindo para o outro lado do polo, o do sentimentalismo, é bom dizer que ele também tem suas falhas. Divergente à razão, o lado dramático das coisas é integralmente isso: um drama.

Pô Jimin, jurou né?

Jurei.

Bobajadas à parte, ser sentimentalista para uns é o significado imutável de empatia e amor, por outros é lido como frescura ou dramalhão. Entretanto, para mim é um pouco dos dois. Digamos que ser sentimental te faz mais solidário e amoroso, a parte ruim é que pessoas assim tendem a ser trouxas e manipuláveis, já que constantemente enxergam o lado bom dos outros.

Saindo dessa enrolação, partimos para onde quero chegar falando sobre isso, que é: Pessoas apaixonadas em seu grande peso são irracionais.

"Que isso Jimin, tá dizendo que eu perco a cabeça estando apaixonado?"

Exatamente.

O fato é que quando estamos apaixonados, damos um pé na bunda no pensamento racional e só vemos na nossa frente coraçõezinhos, borboletinhas e afins.

E não, não estou exagerando, você sabe que não.

Estar apaixonado é o pior Ecstasy já criado. As coisas são lindas ao vislumbre de estar preso naquele efeito entorpecente, é tudo muito encantador e aconchegante. Mas quando passa... Ah, quando passa você deseja nunca ter usado ou se apaixonado, porquê dói, dói o corpo, a cabeça e você sente vontade de vomitar, decretando que nunca mais irá se apaixonar novamente. Mas droga! Não dá mais, você já se viciou.

Certo, foi uma péssima analogia, porém você entendeu o que quis dizer.

Em modéstia parte, sou naturalmente uma pessoa centrada, sem tempo para perder com idiotices, e bom quando eu finalmente decidi abrir esse espaço na minha agenda a merda aconteceu. Eu queria bater em Jungkook, mas também queria bater em mim por ter me deixado levar tão fácil assim.

Começando a teorizar que alguma mimosa lá do paraíso me odeia, porra não é possível alguém ser tão azarado nessa vida que nem eu! Parece até que é de propósito, como se fosse para massacrar o meu orgulho, o universo mais uma vez foi lá foder com tudo, comendo o meu cu com farofa sem piedade. Enfim, a homofobia. 

É vergonhoso assumir isso, mas eu dormi uma noite com ele e já estava planejando o que iríamos fazer no dia dos namorados. Agora lembra o que eu disse antes sobre darmos um pé na bunda da razão quando apaixonados? Pois é, percebe como faz sentido?

Não conseguia e nem queria olhar para a sua cara dentro do carro, até a figurinha velha colada no vidro era mais interessante. Sentia seu olhar em mim durante todo o percurso, talvez quisesse dizer algo mas estivesse relutando ou em dúvida se deveria realmente dizer.

Antes que Jungkook abrisse a boca para proferir algo o motorista engatou numa conversa banal que eu não entendi nada, pois falavam em francês. O cara no volante parecia animado conversando e gesticulando vez ou outra, sendo respondido amigavelmente pelo meu chefe.

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