O fim da ilha central

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                                                                                           * Chloe*

-Eu acho que eu não contaria com isso-Falei decididamente, cruzando os braços. Um momento sério como esse e eu ainda tinha que lidar com aquele gato escaldado?

-Como assim? É burra o suficiente para não admitir a derrota?-Ele deu um sorriso zombeteiro. Nightmare sempre era assim, ignorando alguns pequenos detalhes. Como a matilha de lobos guardiões que rosnava atrás deles.

-Narciso, poderia fazer a gentileza?-Eu falei com o alfa que olhava curiosamente para o líder. Ele arreganhou os dentes para chamar o resto deles. Ótimo. Uma distração básica. Corri até o portal e tateei o portal feito de raízes até achar o ponto em que deveria colocar os cristais.

-Bom, então é isso. Divirtam-se com seus amigos, salvem o mundo e por favor não se esqueçam de mim.-Falei, quase chorando. Por que eu tenho que ser tão ruim com despedidas?

-Vamos sentir saudade-Sonic diz, me prendendo em um abraço de urso, Tails e Amy se juntaram e ficamos no abraço em grupo até eu senti que ia sufocar e que minhas lágrimas tinham se acabado. Só o Shadow, como sempre, ficou de fora.

-Também vou sentir sua falta, emburradinho-Eu estendi a mão para bagunçar os espinhos dele. A última piada com ele...Já senti meu coração se apertar.

-E acho que até posso te considerar uma amiga-Ele falou com a voz grave e tediosa dele.

Acho que essa não vai ser a última.

-Poxa, meus ouvidos estão horríveis hoje, você pode repetir?-Ouvi Sonic abafar um riso

-Que posso te considerar uma amiga

-Não consigo ouvir nadinha, pode repetir mais uma vez?-Outra risada abafada, dessa vez do Tails

-Te considero uma amiga

- O que tem com meus ouvidos hoje? Ainda não te ouço, repete mais uma vez...

-Cala a boca-Ele resmungou, se encostando nas paredes do portal com os braços cruzados.

-Tá bom, amigo-Falei a última palavra sutilmente para sentir seu sabor. Voltaria a minha vida de solidão, queria sentir essa palavra pela última vez. Tirei os cristais da bolsa para encaixá-los nos sulcos, mas senti o chão tremer. Fiquei me lembrando do instável vulcão, o monte Flaria, que havia aqui perto, mas decidi me concentrar.

-Bom, a gente se vê-Tails falou, me abraçando pelo pescoço-Vamos nos encontrar novamente, prometo.

-Vou sentir saudades!-Gritei para ser escutada acima do som de um trovão. Fiquei pensando mais uma vez nos possíveis incêndios. Ah, cala a boca, pensamentos negativos. Prisma de fogo, da água, do ar, da terra. Algo me deu dor quando me separei do último, como se eu estivesse me separando de minha essência. Quando ia encaixar os dois últimos, eu senti o calor dele: Fogo

As chamas lambiam as paredes de argila, fazendo a alcateia de lobos-plantas debandarem para um lugar seguro. Lá se foi a distração. Pisquei os olhos ardidos e tentei voltar ao trabalho, mas senti alguém tocando no meu ombro.

-Nós temos que sair daqui-A voz ofegava e tossia, mas consegui reconhecer o tom azul-cobalto dos espinhos.

-Não podemos desistir agora!-Lutei para encaixar o cristal da luz e escuridão no lugar certo, suando por causa do calor.- Vai ficar tudo bem, confie em mim- Lancei um olhar suave, esperando que ele fosse me ignorar, mas ele simplesmente guiou minha mão, agora com o cristal da magia, para o lugar certo.

-Confio em você-Ele sussurrou antes do portal se iluminar, superando o elemento inflamável. O brilho leitoso engoliu a todos, exceto eu. Vi os vilões se agruparem novamente. No meio de toda a confusão, lembrei-me de algo que meu pai diria: "Não se ganha a guerra quando se tem tudo para vencer, e sim quando você não tem nada a perder". Nada a perder... Joguei meus bichinhos de pelúcia e o Paçoca na iluminação perolada e deixei a raiva tomar conta de mim como os braços apodrecidos dos milhões de mortos.

Todos desejam a vingança.

                                                                          * 3 dias atrás, Autora *

O sol estava novamente sendo engolido pelo mar, como na tarde fatídica em que os heróis sumiram. Dois pequenos coelhos contemplavam a imagem sentados em uma toalha xadrez. Cream, uma conhecida de longa data da equipe, e Cacau, um recém-chegado de 11 anos que trabalhava para G.U.N como hacker.

-Uau, Cream, meus parabéns para sua mãe! Esses pãezinhos de coco estão ótimos!-Ele falou, cobrindo a boca para esconder o fato de que ela estava cheia, o pelo malhado de marrom e branco sujo ao redor da boca.

-Estão mesmo. Pena que mamãe não pode vir, a padaria está cheia- Cream falou educadamente, limpando migalhas de pão dos dedos depois de oferecer um para seu chao. Depois de se casar com Vector, Vanilla abriu uma pequena padaria/confeitaria de dois andares. 

-E então, o que acha da situação do pessoal?-Cacau perguntou, lavando os pés na água do mar.

-O senhor Sonic tem andado muito esquisito ultimamente- Cream concordou, recolhendo a toalha.

 Sim, o Sonic tinha "voltado" há apenas 3 semanas. Sem os amigos. Tinha seguido em frente e os deixado para trás. Até aí, só mais um fato meio esquisito.

Mas eles começaram a desaparecer.

Charmy Bee e Espio, Knuckles e Big, até mesmo algumas pessoas da cidade. Todos estavam com muito medo.

-Mas, e se for ele? Ou alguém fingindo ser o senhor Sonic-Cream fez a hipótese enquanto enfiava a toalha na cestinha.

-Cream, é melhor tomar cuidado. Estamos com certas incertezas aqui. Acho que se você estivesse certa, estaria desprotegida-Ele pegou os sapatos e correu para casa, acenando para a menor.

Cream ficou observando as estrelas. O Cheese, seu chao, já estava adormecido em cima da cesta. Se a pequena coelha soubesse do talento de sua espécie, ela veria um par de olhos verdes a observando de longe, por trás dela. Ela so sentiu o assobio do vento antes de ser nocauteada em direção ao chão. Nem mesmo o animalzinho de estimação escapou.

                                                                          * Tempos atuais *

Ela nunca tinha tido tanto controle e descontrole ao mesmo tempo. As garras prateadas e o pelo branco do tigre estavam cintilando a luz do fogo. A batalha era uma dança, a dança mais profunda e cruel que nenhum bailarino, por mais talentoso que seja, poderia copiar.

Mas como tudo um dia se esvai, a raiva se foi. Pelo menos por enquanto, deixando uma coelha marrom exaurida em torno de sangue e pessoas inconscientes. Agora ela se sentia ameaçada pelas chamas que se cercavam ao seu redor. Sua mão tocou um aglomerado de raízes e pode sentir a árvore-mestra sussurrar com sua voz etérea

" Faça isso valer a pena "

Ela se concentrou, lançando uma dose de poder, guiando a árvore no uso dos prismas. O vento assobiou, empurrando as nuvens de chuva para iniciar a tempestade. Exausta, a menor fechou os olhos e mal teve tempo de gritar quando foi empurrada para o portal brilhante

" Boa sorte "


uma nova aventura ... estilo shadamyWhere stories live. Discover now