Cap 35

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Alana Pov's

O céu já estava negro como o carvão, porém repleto de estrelas e constelações, fazendo a noite não ser tão sombria assim, me fazendo ficar facinada, sem prestar atenção mais em nada, a não ser num certo garoto que estava na frente do portão de ferro, chamando minha atenção.

Me levantei da grama, e fui até o portão, onde abri, logo ele passou por mim sorrindo de lado, provavelmente por ter conseguido se aproximar de mim novamente, mas a essa altura, não importa se ele está perto ou não, e isso é tão frustrante.

_Então, vamos?_(Ele se curva fazendo um gesto com a mão, para que eu prossiga até a adega de bebidas).

Passei por ele sem falar nada, e seguimos em passos calmos até chegarmos lá, empurrei a porta pois já estava aberta, onde entramos, e ele começou a procurar uma garrafa específica, escorei a porta de madeira, e fui até a parede, descansando minhas costas nela, fechando os olhos esperando os segundos passarem.

_Achei._(Diz ele balançando a garrafa em sua mão, enquanto sorria vitorioso por motivo nenhum, sinceramente, pensei que pessoas como ele, fossem mais, sombrias)._Eu sabia que tinha visto uma aqui.

_Quando você lembra de ter visto?_(Pergunto levantando a sobrancelha pois não lembro, dele ter entrado aqui ontem, em momento algum).

_A um ano atrás, na festa de aniversário da sua prima._(Ele sorri largamente, e vem em minha direção, colocando a sua mochila no chão, e logo ele abre a mesma, pegando um abridor de vinhos).

_Você se lembra disso?_(Susurro pensando que ele havia esquecido de tudo, não pude evitar o pequeno vazio no meu peito, que me incomodou por uns segundos).

Ele se levantando com a cara de confuso, ele chega mais perto, inclinando seu corpo na minha direção, me fazendo ter um pequeno déjàvu, não conseguindo evitar o calafrio que percorria meu corpo, ele parece perceber, e volta a sorrir.

_Claro que eu lembro._(Sua mão foi até a minha bochecha, acariciando minha pele com o polegar, sua pele continuava fria, parece que isso nunca vai mudar)._Afinal, foi aqui nessa adega, que rolou o nosso primeiro beijo._(Ele deposita um beijo rápido, no canto da minha boca e volta a se agachar, e a mexer na mochila).

_Isso é algo tão banal, não deveria ter lembranças disso._(Digo cruzando os braços, tentando não ter lembranças daquele dia, que foi o primeiro dia, que me fez abrir os olhos para as coisas).

_Claro que eu vou querer lembrar desse dia._(Ele se levanta, só que dessa vez, com uma caixa de cigarros nas mãos)._Esse dia eu tava cuidando de você, eu prometi cuidar de você, lembrar?_(Ele sorri antes de colocar o cigarro entre os lábios, e acender o mesmo, com o isqueiro).

_Não, não lembro não._(Tomo a carteira de cigarro de suas mãos, pegando um cigarro também, apenas não dando a atenção a sua expressão pensativa, tentando vê se esse tal dia, realmente existiu).

[ ... ]

Uma, três ou cinco? Não sei exatamente quantas garrafas de vinho eu tomei, mais eu tenho certeza que vou ficar com uma puta ressaca, parece que eu estou naquele brinquedo do parque de diversão, o samba e o kamikaze, pois tá tudo rodando .

Só fico impressionada, como Azrael consegue se manter tão bem, mesmo ingerindo tanto álcool, chega ser revoltante essa capacidade dele, mais isso não me intriga tanto quanto, eu ainda consegui ficar de pé, ou quase.

_Quer ajuda Alana?_(Sua voz perto do meu ouvido, tava me dando arrepios, que eu não sei se vou conseguir manter o controle, não desse jeito).

_Nã-o, eu tô be-m._(Digo com pausa entre alguns soluços, que não tinha como evitar, principalmente uma sensação estranha de autodestruição).

_Certeza? Você tá parada na frente da parede a dez minutos._(Ele diz com sarcástico, se divertindo com a situação, que raiva cara).

_Eu achava que era..._(Sinto uma vontade imensa de vomitar, tento correr pra algum lugar, tudo gira, fazendo minha cabeça doer, e logo acabo caindo na grama)._Droga!_(Digo enfiando minhas mãos na grama, e arrancando os pequenos matos).

_Ouu._(Ele vem até mim segurando a risada, o mesmo segura na minha cintura, me fazendo se levantar, mesmo sem equilíbrio, tento me manter em pé)._Você vai acabar se machucando feio assim, pega leve.

Me viro na sua direção com dificuldade, e tento focar minha visão no seu rosto, o seu sorriso causava o mesmo efeito de um ano atrás, porém causava ao mesmo tempo, uma dor bastante corrosiva, que acabou comigo aos poucos.

Não consegui aguentar a falta de ar, e o maldito vazio que me preenchia a cada dia, e acabei caindo de joelhos no chão, com o rosto molhada pelas lágrimas, eu odeio quando isso acontece, eu me odeio por tudo ter que ser assim.

_Alana por favor, não faz isso comigo._(Ele se abaixa, ficando de joelhos também, suas mãos foram até o meu rosto, tentando secar as minhas lágrimas, porém não adiantava muita coisa).

_Eu te odeio Azrael, te odeio muito._(Sinto minha garganta queimar como brasa, meu corpo tremia de nervosismo e raiva acumulada, nunca entendi isso)._Mas...eu também, não sei explicar, sou apaixonada por você, talvez?_(Ponho as mãos na minha cabeça, tentando não acreditar, nas coisas que rodeavam minha mente, é tão assustador).

_Me perdoa._(Ele não co seguia olhar no meu rosto, tocar nesse assunto é ruim pra ele, talvez o incomode mais do que deveria, machucar ele, não é isso que eu quero).

Seco meu rosto e cambaleando, consigo me levantar, fico feliz por ter conseguido.

_Tá tudo bem Azrael, tá tudo bem._(Digo tentando arrumar meu cabelo, e logo saio andando novamente pra lugar nenhum, sentindo meu corpo dormente).

_ALANA!_(Escuto ele me gritar, enquanto ando olho para trás, vendo ele correndo na minha direção, apenas sorrio sem entender nada).

Porém acabo tropeçando, e só pude sentir meu corpo caindo, em uma bela câmera lenta, mas meu corpo não se choca com o chão, e sim com a água, que estava muito gelada, eu tava mal demais pra entrar em desespero, então apenas vou afundando devagar na piscina.

Continua...

Mano...
Esse cap viu, aí ai,
Não sei se sinto
Receio ou acho fofo,
Sla, esse "casal"
Tão bipolar.
Mas quem tem pena
É galinha.
Votem, Comentem o que
vocês acharam.
E bjsss e até a próxima.


Demônio não, sociopata. - {REVISANDO}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora