Cap 32

102 9 0
                                    

Alana Pov's

Não vou poder nem passar a noite em paz agora, sem ter que acabar esbarrando nele pelo visto, é tão engraçado o como ele sorri pra mim, como se tivesse sentido minha falta, mesmo eu sabendo que não é verdade.

_Alana?!_(Ele me olha surpreso e da alguns passos para trás, mas logo se recompoem, e sorri pra mim).

Não o respondo, apenas o encaro com despreso, e vou até o sofá pegar o minha mochila pra sair daqui, mas ele vem até mim, e segura no meu braço, e me olha confuso, lhe encaro com tédio, só desejando sair logo dali, mais nada.

_Por favor, fala comigo._(Ele ta bêbado com certeza, o sua respiração quente fede a álcool, se ele tinha alguma conciencia, provavelmente perdeu).

_Olha que irônia._(Encaro ele com raiva, e puxo meu braço, fazendo o mesmo me soltar)._Você não falou comigo, mesmo eu implorando.

_Eu sinto muito._(Ele se senta no sofá, e desça os braços no joelho, e me encara logo em seguida)._Eu voltei, por você._(Ele sorri sincero, mas eu apenas dou os ombros, e dou um passo pra sair dali, mas ele me segura de novo)._Alana, eu vi sua mensagem.

Olho para a direção dele e começo a rir, então foi por isso que ele voltou, por achar que depois de um ano, sofrendo rejeição e abusos, eu ainda estaria apaixonada por ele, isso é muito idiota da parte dele.

_Não se preocupe._(Digo cruzando os meus braços, e sorrindo de lado, pois quero muito ver a reação dele)._Aquela mensagem, foi minha prima Gabrielly que te mandou, e eu nem sei como ela arrumou seu número._(Digo dando os ombros, sem me importar com a sua reação).

Ele fica perplexo, para, e olha pro chão, como se sua alma tivesse saído do seu corpo, porém, seus músculos ficam rígidos novamente, me fazendo perceber seu mal estado, ele iria protestar mais alguma coisa, mas eu o interrompo.

_Sinceramente, eu não entendo o porque de você está aqui._(Olho para seu rosto, mas seu olhar sobre mim, me causa sensações ruins, ainda mais sabendo o que ele realmente é)._Eu não sou a Alice Azrael._(Fecho o punho e serro os dentes, ao lembrar daquela mensagem, que me causou ódio)._Muito menos a Sofia, que é a pessoa que você ama de verdade._(Seu olha de triste, ficou surpreso, pois eu tinha descoberto, o que ele tanto evitava)._Então me deixa sozinha de novo, é a melhor coisa a se fazer._(Me viro para ir em bora, mas ele se levanta do sofá e diz).

_Mas eu...te amo._(Sua voz soou tão melancólica, eu nunca ouvi seu tom de voz daquele jeito, ele realmente está triste e arrependido?).

Paro e olho pra trás, e vejo algumas lágrimas escorrendo do seu rosto, ele não me encarava mais, apenas estava viajando em seus próprios devaneios.

_Não, você não ama._(Suspiro frustrada por ter que escutar isso dele, só agora, que já é tarde demais)._Parece que é você, que está acreditando em um teatro falso, que você mesmo criou._(Passo a mão no meu cabelo, e jogo ele para trás, pós os fios grudavam em meu rosto).

_Não diz isso! Eu não queria fuder tanto com a sua vida._(Ele tapa seu rosto com as mãos, enquanto balançava sua cabeça, fazendo seus fios ficarem bagunçados)._Me desculpe!_(Sua voz estava rouca, não aparentava estar mentindo, mas isso nessa altura, não importava mais).

Ando em sua direção e paro na sua frente, e retiro as mãos do seu rosto, e respiro fundo, vendo seus olhos vermelhos e inchados.

_Me responde uma coisa?_(Sua cabeça balançou em positivo sem existar, provavelmente estava disposto a qualquer coisa agora)._Você só se aproximou pra fazer isso pois acabou se apaixonando, ou você só queria me matar, e mudou de ideia?_(Meu olho ficaram serrados, encarando sua expressão, pois a muito tempo queria ouvir sua resposta).

_Pra...fazer isso._(Ele me olha tentando sorrir, podia sentir um pingo de esperança vindo dele, mas não era assim tão simples)._Eu acabei realmente se apaixonando por você, mas eu tinha..._(O interrompo, não querendo ouvir mais nada dele, só queria ir embora).

_Prefiria que você só quisesse me matar, teria sido melhor._(Minhas palavras foram como lâminas quentes, atravessando sua pele, seu rosto ficou sem vestígios de qualquer alegria, mesmo eu não querendo ser tão rude)._Tchau Azrael.

Sai dali, pois essa noite já deu pra mim, não quero ouvir, nem ver ninguém, isso tudo já me "destruío" o suficiente, só quero apagar em paz, e se der sorte, morrer.

_Alana você não sabe o que..._(A voz da minha colega soou tão distante, que eu só consegui passar por ela, e falar um 'tchau', pois não estava com ânimo pra nada).

Ela ficou confusa, mas não ligou muito, pois já estava acostumada com meu jeito, o que era bom, eu acho, o que me incomodou mesmo, foi o som alto da ambulância, e as pessoas falando algo que não me importava, provavelmente tinha rolado um acidente, mas pouco me importa, pessoas morrem o tempo todo.

Então apenas passei por ali, como um ser invisível, enquanto eu cobri meu rosto com o capuz, desejando sumir o mais rápido, o efeito da maconha já tinha passado, e eu ainda quero relaxar, apenas acelero meus passos, sentido minha garganta arder, como se eu tivesse comido pimenta, e a falta de ar ficar pior, me obrigando a parar.

_Merda._(Digo escorando minhas costas na parede, olho pro chão e respiro fundo, vendo a pequena fumaça sair, por conta do frio que fazia).

Me recomponho e volto a caminhar, passando na frente de um beco, sinto alguém puxar meu braço, e me jogar no chão com força, logo minha cabeça começa a lateja, e minha visão girar, apenas sinto grandes mãos pegarem no meu pescoço, respiro fundo e tento manter o foco.

Seguro nos pulsos do garoto, que estava por cima de mim, e finjo desespero, logo "desmaio", e sinto ele afrouxar as mãos, é a deixa perfeita, retiro minha perna debaixo dele num movimento rápido, e chuto seu queixo, fazendo o mesmo cambalear para trás, não perco tempo e vou pra cima dele, dando socos em seu rosto.

_Você realmente é um merda escroto Luan!_(Falo com raiva ainda lhe dando socos, o mesmo tentava me parar, porém, ainda estava meio desnorteado)._Você vai se ferrar na minha mão, oh se vai.

Me levanto sem fôlego, e dou um chute no seu rosto, e saio correndo dali, penso aonde é a delegacia mais próxima, e paro em um lugar isolado, aonde começo a machucar meu rosto, com tapas e socos, várias vezes, meu corpo ainda está quente, então não vou sentir nada por enquanto, paro assim que sinto sangue descer pelo meu nariz, sorrio de lado e me preparo.

Vou correndo até a delegacia, e entro desesperada enquanto derramo lágrimas, não demorou muito pra um dos policiais que estava ali, vir me ajudar.

_Meu deus criança, o que houve?_(Pergunta ele espantado, enquanto me guiava até a cadeira que tinha ali perto).

_U-um garoto que di-zia ser meu amigo, tinha abusado de mim._(Digo o que não era mentira, em meio aos solusos, enquanto cobria meu rosto com as mãos)._E agora me violentou, eu tô com medo moço! me ajuda, por favor!

_Não se preocupe jovem, apenas passe o endereço dele, e as características do garoto._(Diz ele pegando um bloco de papel e caneta, enquanto me olhava atentamente, esperando eu responder).

_Ok._(Digo dócilmente, fazendo expressões de tristeza e melancólia, realmente a aparência inocênte ajuda).

[ ... ]

Depois de umas horas, encontrarão Luan, e trouxeram ele, o mesmo me olha enfurecido ao perceber o que eu tinha feito no meu rosto, só pra se aproveitar da situação, ele me fizeram mais umas perguntas, e eu tive que passar por uma sala, onde as vítimas de abuso vão, pra eles confirmarem, e poder dar um tratamento, físico e psicólogico.

Assim que eu terminei tudo, eu voltei para casa, Afonso ficou super preocupado, me ajudou com os machucados e me deu uns lanches para recompor a energia, depois que eu terminei de tomar um banho, e vi que todo mundo estava dormindo, fui até o quarto, aonde estava o piano, e fiquei ali tocando.

Continua...

Mais um cap,
Dacp a demora,
Preguiça e sem ideias,
Mais tá aí.
Bjs e até a próxima.
Comentem e votem,
Pfvzinho.

Demônio não, sociopata. - {REVISANDO}Where stories live. Discover now