Capítulo 30: Uma Vida Bem Escolhida

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Esse capitulo acaba em Abril de 1947, um ano antes de Alice conhecer Jasper.

“Você viu alguém andando pela gráfica, Alice, qualquer um?” Ivan estava bravo, mas não suspeitava. Ainda.

Eu tinha acabado de retornar da minha cabana para a cidade e vim ver ele. Ele estava ocupado como sempre com “negócios” e estava conversando com Vasily e Lena no telefone. Eu podia, claro, ouvi-los perfeitamente.

Eu fiz uma cara de puro choque. Eu tinha praticado a manhã inteira na frente do espelho, e eu sabia que tinha feito perfeitamente. Eu aprendi a aparência exagerada quando eu estava rondando os estúdios de Hollywood, e funcionava bem em meu rosto infantil. Eu usava o tempo todo quando precisava mentir.

“Eu não vi ninguém, ou senti seu cheiro. Então a loja inteira é uma perda e você não achou sinal algum de Hanz? Isso é muito ruim por que eu realmente gostei do jovem rapaz,” eu menti.

“É! Ele era bom. Vai tomar tempo para achar alguém para tomar o lugar dele. Você não comeu ele, comeu? Eu não te culparia se tivesse.”

“No!” Eu mudei meu rosto e tom para petulante, e atirei, “Como você pôde pensar isso? Eu trabalhei muito duro para não matar ele.”

“Ela gasta um bom tempo e energia para não matar,” admitiu Lena da linha de telefone.

“Mais do que é bom para ela,” concordou Vasily. “Pode imaginar o que ela faria com o nosso negócio se ela passasse mais tempo agindo como vampiro do que tentando salvar humanos?”

“Ah, ela seria maravilhosa,” assentiu Ivan.

Ela ainda está aqui. Eu odeio quando vocês falam sobre mim como se eu não estivesse!” Isso realmente me incomodava, e essa era uma boa forma de mudar o assunto.

“Pare de choramingar Alice. Quando você começou a fazer isso? É tão incômodo. Eu acho que pode ter sido os federais,” disse Vasily, retornando ao assunto da loja. “Eles pegaram o cara novo da Itália ontem. Eles devem ter estado observando a loja o tempo todo.”

Eu sorri para mim mesma. Bom. Eles pegaram o monstro assassino.

“Você não estaria interessada em tomar o lugar de Hanz, estaria?” Ivan perguntou olhando para mim. “Você poderia fazer isso tão facilmente, e com seus olhos você poderia enganar os federais. Eu até pagaria mais a você para matar alguns dos ratos.”

“Ela não faria isso, ela não gosta de matar,” lembrou Lena. “Além disso, conseguimos tomar conta de nossa área.”

“Ela poderia nos contar o que pode estar vindo,” interrompeu Vasily, “e essa seria uma boa ajuda.”

“Ela não tem falado muito,” rugiu Ivan, “e ela não viu o ataque vindo, então não confie muito nela.”

“Eu estou BEM AQUI,” eu gritei. Que porcaria, eu odiava isso!

“Tudo bem,” eu disse para os três, sabendo que Lena e Vasily seriam capazes de me ouvir, “Os federais estão observando vocês, mas vocês não estão em perigo algum enquanto não atacarem eles.” Era parte verdade, mas uma que os deixaria longe do perigo.

“Eu ficarei feliz em forjar qualquer documento necessário para vocês, mas apenas por alguns meses,” eu disse. “Eu quero viajar um pouco mais, mas eu vou ter certeza que vocês estarão prontos antes de eu ir.”

“Todo aquele treinamento, e você está indo embora antes de podermos usá-lo?” perguntou Vasily furiosamente.

“Eu não estarei longe por muito tempo. Eu vou morar na costa leste, mas eu também gosto de viajar, vocês sabem. Não se preocupem, eu estarei de volta.”

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