Capítulo 26: Um Pedaço Frágil De Papel

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Esse capítulo termina em Maio de 1944.

Eu não conseguia decidir qual casa que eu queria. Eu tinha escolhido todos os móveis que eu gostava, entreguei o Rolls Royce para um muito animado Vinny, cuidei de tudo o mais que pude dentro da semana que eu tinha, mas ainda não conseguia decidir qual casa eu queria manter. Minha mente continuou a passar sobre as escolhas enquanto eu voltava para a Pensilvânia. Acabou que eu não precisava me apressar com a escolha, porque William Trudel disse que iria levar até julho para finalizar tudo. Realmente era uma decisão difícil, e este era um bom momento para pensar sobre isso, porque nesse momento eu tinha muito tempo para pensar. Eu sempre tomava este caminho em particular na Pensilvânia a um ritmo frustrantemente lento por uma razão muito boa. Eu não queria bater outra vez se uma visão acontecesse.

A cautela foi bem colocada. Só tive tempo o suficiente para encostar e parar enquanto uma versão ligeiramente mais clara do interior da lanchonete me cobria. Eu podia ouvir a grelha e as conversas dos humanos na pequena área. Eu podia ver os homens sentados em banquetas e nas mesas. Eles todos pareciam estar assustados de alguma forma.

“Oie Alice, você quer o de sempre hoje?” Marty novamente me cumprimentou.

Eu podia ouvir o pesado som de uma chuva forte contra o telhado.

“Talvez ele venha hoje Alice. Não desista dele”, chamou um homem muito velho de uma mesa no canto. Ele usava um chapéu antigo do exército da Primeira Guerra Mundial.

“Você vai cantar para nós hoje, Alice?” Perguntou um homem ao meu lado.

“Claro Looney, apenas me deixe fazer meu pedido,” Minha voz estava clara e feliz.

Um sino tilintou, e eu fiquei tensa quando me virei na visão, mas era apenas o menino negro no chapéu demasiado grande e xadrez. Ele olhou ao redor e sorriu timidamente para mim enquanto andou segurando outro jornal para eu pegar.

Eu estava então de volta ao meu carro, ao lado de uma estrada escura da Pensilvânia.

Eu disse a eles sobre Jasper? Por que eu faria isso? Vou mesmo cantar para eles? Que diabos aconteceu para fazer-me escolher uma coisa vil como Cherry Coke para beber?

Não havia nenhuma maneira que eu consideraria cantar para um humano. Nossas verdadeiras vozes eram uma das coisas que não podíamos deixar que os humanos ouvissem. Além disso, após o episódio no restaurante de Emily, eu nem mesmo queria dizer as palavras “Cherry Coke” novamente.

Eu lutei com o forte desejo de ir descobrir aquela lanchonete novamente. Era definitivamente em algum lugar na Pensilvânia. Eu sabia disso certamente agora, porque os três homens tinham o sotaque pesado da Pensilvânia. Passei o resto da minha viagem argumentando comigo mesma em abandonar a escola e começar a minha procura de novo. O caminho estava definido, eu apenas tinha que esperar o momento certo. Eu não poderia forçar o que aconteceria a passar mais cedo ou mais tarde, porque iria simplesmente acontecer, ou pelo menos é isso que eu continuava a me dizer enquanto dirigia ao longo da estrada escura em direção à minha temporária casa próximo ao colégio.

***

Eu estava absolutamente linda enquanto estava de pé perto de minhas peças na exposição e mostra de arte. Eu tinha desenhado o meu próprio vestido de cetim rosa com uma cintura apertada e um decote profundo. Eu era, afinal, uma mulher crescida, então eu decidi ser um pouco mais ousada com o meu vestido esta noite. Além disso, o decote exibia o meu colar de pérola e ametista.

Eu tinha quase o dobro de peças na exposição porque eu podia fazê-las muito mais rapidamente do que os meus colegas humanos – e eu não precisava dormir. No entanto, a falta de sono não era tanto um benefício na faculdade como havia sido fora dela. Tanto quanto eu poderia dizer, nenhum dos estudantes dormia mais do que algumas poucas horas a cada noite. Ainda assim, eu tinha muitas peças de arte a mais do que o resto e parecia mais radiante. Eu também parecia mais do que um pouco assustadora porque eu não conseguia parar de sorrir, e os meus dentes, mesmo quando acompanhados por um traje deslumbrante, assustavam as pessoas. Ainda assim, a maioria dos visitantes, e quase todos os homens vieram para ver meu trabalho e me comer com os olhos. Eles só chegavam a 1 ou 2 metros de mim no entanto. Mesmo com o sorriso assustador, a maioria das pessoas realmente elogiou o meu trabalho.

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