CAPÍTULO 29

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VALENTINA

Havia chegado em casa sexta, quase meia-noite. Por mais cansada que estava, não consegui pregar o olho antes das 3 da manhã. Agora pela manhã resolvi ligar para Lilian, precisava de alguém para conversar, precisava contar a história para ela pra ver o que ela achava; na verdade, precisava de conselhos, essas coisas. Não consegui contar a ela o que o médico havia dito em minha última consulta.

Depois que liguei para Lilian, ela prometeu vir me visitar à tarde. Por volta de 14 horas ela chegou à minha casa. Contei tudo a ela: minha visita a Notre Ville, o que havia conversado lá, o que Lizzy tinha dito sobre Michael...

– E aí, qual seu veredicto? – Disse esperançosa por algum conselho seu.

– Olha, meu bem. – Ela parou. – Sinceramente, não sei bem o que lhe falar. Ele disse que não quer te ver mais, mas, pela frase que essa moça lhe disse, só você sabe onde encontrá-lo. – Ela parecia confusa tanto quanto eu.

– Isso. – Assenti com a cabeça.

– Só que você procurou em todos os lugares possíveis onde ele poderia estar, inclusive na viagem que fizeram juntos, certo?

– Sim.

– Não sei mais onde você pode procurar. O único local que sobra é aqui em Deverland, mas acho pouco provável que ele esteja aqui.

– Também pensei nisso, também acho difícil. Não sei onde procurá-lo mais, Lilian. – Meus olhos se encheram de lágrimas. – Não sei o que faço da minha vida, agora sei que amo Michael, quero desesperadamente seu perdão. – Estava em soluços. – Não quero perdê-lo! – Gritei. – Nunca corri atrás de ninguém, ele é a pessoa com quem quero estar, com quero viver. – E comecei a chorar.

Lilian me abraçou.

– Calma, Valentina, o que for pra ser será. Há males que vêm para o bem. Não quero que se sinta assim. Ele pode se arrepender e voltar, tudo é possível. Ele parece se importar muito com você, acho que ele te ama. Consegui visualizar isso nos olhos dele e nos seus também. Tudo irá se ajeitar, é só ter paciência. Mas, se ele não voltar, o tempo cura qualquer dor; algumas levam mais tempo, mas as feridas serão cicatrizadas. – Ela olhava firmemente pra mim.

– Estou pensando em aceitar aquele convite do dono da nossa escola e passar os seis meses na Europa. – Depois da frase, me lembrei que ainda não havia contado a lilian sobre isso.

– Que convite? – Ela perguntou preocupada e surpresa.

– Desculpa, eu não havia lhe falado, mas é tipo um curso que será em Florença, na Itália. Acho que, na verdade, preciso disso mesmo.

– Não sei, meu bem. Quando será isso?

– Será daqui a aproximadamente um mês. Tenho três dias para dar a resposta ao diretor e ver toda a questão burocrática, se eu for mesmo.

– Pense bem nas suas escolhas, Valentina... você tem que superar isso. E pense bem sobre essa viagem também.

– Desculpa não ter lhe contado, mas minha cabeça ultimamente está mal.

– Sem problemas, docinho. – Ela disse sorridente. Depois se despediu.

Não queria admitir, mas Lilian estava certa. Em algum dia terei que superar isso.

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