CAPÍTULO 27

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UM MÊS DEPOIS

VALENTINA

Faz aproximadamente 40 dias que enviei uma carta a Michael. Não obtive nenhum tipo de resposta, sabia que corria esse risco. Não estava bem; não dormia direito, não comia direito... Neste último mês perdi três quilos, meu rosto está mais magro que o normal, meu corpo está sentindo a diferença de peso; sinceramente, estou um bagaço. Penso que Michael não quer nem ouvir falar do meu nome mais.

Eu mereço isso, nunca corro atrás de algo que acho que posso merecer. O amor de Michael foi sempre algo sincero, e eu, burra, não dei o devido valor pra isso. Ele sempre me deu mostras de que me amava, e eu nunca demonstrava o que realmente sentia por ele. Sei que o amo, mas nunca pude provar de verdade isso; fui uma idiota.

Ainda posso correr atrás de Michael, mas ele está detido e pediu para que nunca mais o procurasse; penso que temos que correr atrás de quem amamos. Estou aflita... Michael pelo menos tinha que avisar que recebeu a minha carta, que esclarecia tudo, o que faço agora? Ele poderia pelo menos falar que recebeu. Queria ouvir sua voz, alguma coisa que me confortasse.

Tive uma ideia: ligarei para o hotel dele e, quem sabe, Jéssica poderá me ajudar e perguntar se ele leu minha carta. É isso que irei fazer, chega de correr, de ter medo de tudo em minha volta. É isso que irei fazer.

Liguei para o hotel de Michael. Uma voz feminina me atendeu:

- Marea Hotel, bom-dia. Sou Jennifer, em que posso ajudar? - Será que o hotel mudou de nome?

- Bom-dia, Jéssica ou Rosie estão no local? - Indaguei já preocupada.

- Me desculpe, não conheço essas pessoas.

- Estranho, será que liguei no número errado? Elas trabalham pro Michael. - Disse ao telefone.

- Ah, sim. Este senhor vendeu o hotel há mais ou menos 15 dias. - Ela se limitou a dizer.

- Como? - Eu estava surpresa. - Ele estava preso. Até pensei que sua irmã estava tomando conta do hotel e das propriedades da família.

- Não, ele saiu da cadeia. Na verdade, a irmã dele que está presa, foi descoberto que ela armou tudo. Não sei bem o que aconteceu aqui na cidade, mas foi o que ouvi falar. Ela e seu cúmplice foram presos, e ele decidiu vender o hotel e sair da cidade.

- Obrigada.

Foi tudo que consegui falar; estava em lágrimas no momento. Não acredito, aquele tempo todo Michael estava falando a verdade, e por algum tempo não acreditei nele. Isso não pode estar acontecendo, não posso acreditar! A pessoa que amei, que amo, e que sempre jurou amor por mim tinha falado a verdade, e eu só fui acreditar nele depois de muito tempo, e o pior de tudo: Expliquei tudo na minha última carta ele não me respondeu. Minha vida acabou.

Tomei uma decisão: irei atrás de Michael, não sei por onde começar, mas irei para Notre Ville à sua procura, ou pelo menos ver se consigo alguma informação de seu paradeiro.

Hoje era sexta-feira. Liguei na escola e disse que não poderia ir nem pela manhã e nem pela tarde. Nem fiz questão de entrar em mais detalhes; peguei meu carro e fui em direção a Notre Ville.

Chegando lá, fui direto ao hotel. Ele estava com a mesma aparência, tirando o fato de que o nome havia mudado e que não conhecia nenhuma das duas recepcionistas. Acabei adentrando no local, tendo sido recebida por uma moça.

- Olá, em que posso ajudar? - Ela disse sorridente.

- Olá, não sei se foi com você que falei mais cedo, perguntando algumas informações sobre o antigo dono, se lembra? - Ela parou por um momento e pensou.

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