Capítulo 12

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Depois de um tempo abraçados, voltamos a caminhar novamente, dessa vez de mãos dadas. Contei a ele sobre os pontos turísticos da cidade, os locais onde é mais tranquilo de se passear, e mostrei a escola onde eu dava aula, que ficava em frente à praça.

Conversamos por uma hora sobre assuntos diversos. Perguntei a ele como fora o último mês e como estavam a cidade, Katie, Lizzy e Daisy. Tivemos muito assunto, e a cada dia que passava ele se abria mais um pouco comigo – dessa vez já havia contado até da irmã. Havia tempos que não estava me sentindo tão feliz igual àquele momento. De alguma forma, sentia que Michael me completava, não sei dizer ao certo, mas ele me mostrava ser uma pessoa sincera e que, com tudo o que ele passou, me parecia dar valor às poucas pessoas com que convivia.

Quando saímos da praça, já estava escurecendo e, do nada, ele me disse uma frase que havia falado há um tempo:

– Sempre tem aqueles filmes de romance, certo? – Falou, olhando para o céu.

Imediatamente me lembrei do que ele havia dito quando fomos ao cinema em Notre Ville. Dessa vez, concordei.

– Pode ser. Mas primeiramente vamos a algum lugar para comer algo, pois dessa vez eu que estou com muita fome.

– Você que manda. Como não conheço nada por aqui,deixarei você  escolher o local.

Fomos a uma lanchonete, mesmo. Não tivemos nenhum tipo de frescura: cada um pegou um hot-dog, e comemos como crianças. Na verdade, estávamos nos divertindo como tal.

De lá fomos ao cinema, de mãos dadas e nos abraçando por várias vezes. Há quanto tempo eu não fazia isso? Estava ficando doida, tinha certeza disso. Nunca fui de demonstrar afeto assim para nenhum homem, somente pra Isaac, e isso já faz um bom tempo.

Não sei, podia ser coisa da minha cabeça, achava que as pessoas estavam reparando muito em nós dois. Michael era (e estava) lindo mesmo, ainda não havia detectado nenhum defeito físico nele.

Acabamos vendo o filme O que você faria se lhe restasse apenas uma semana?, de romance, pra variar. Sinceramente, não prestei atenção em nada, só em Michael. Mais beijei do que tudo, ainda bem que a seção estava um tanto quanto vazia. Poucas pessoas repararam na gente, parecia que elas queriam ver o filme de verdade.

Saímos do shopping, sabia onde ia dar essa noite, e queria muito todas as consequências dela.

– Quero muito conhecer alguém dessa cidade, sabia? – Disse enquanto acariciava meu pescoço.

– Sério? Quem seria? – Perguntei curiosa.

– Seu cachorro. – Ele disse sério.

– Sério, Michael? Meu cachorro? Só pode estar de brincadeira. Cadê o cara romântico que conheci?

– Então, seu cachorro faz parte da parte romântica, sabe? Preciso dele. – E soltou uma gargalhada.

Caí na gargalhada também; ele se mostrava muito simpático e brincalhão. Fomos em direção à minha casa, estávamos em seu carro. Eu olhava pra ele e começava a rir, não era possível que ele havia falado aquilo de Jeff. Quando chegamos em minha casa, Jeff me avistou e veio correndo em minha direção, mas, no meio do caminho, parou e viu o estranho ao meu lado.

– Sei não, acho que ele não foi muito com a minha cara. – Disse meio preocupado.

– Concordo. É melhor você ir embora. – Disse, gargalhando.

Chamei-o. Acabou que, quando ele veio, já estava engatinhando, e tudo ficou bem. Michael deu atenção a ele; era tudo que precisava. Jeff gostara dele, e eu também gostava, e estava ficando com medo do que esse sentimento iria dar.

Conte-me Seus SonhosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora