Liars and treacherous looks|Trilogia Dangerous, livro II

Carro

Aos murros, fiz o rato loiro entrar no carro e ficar bem quietinho, o prendi com uma algema que também consegui no mercado clandestino, Pietro tentou me fazer soltar a arma, lhe dei três joelhadas e uma coronhada na testa, o fazendo desistir de lutar contra mim e tentar virar o jogo.

— Eu mandei ficar quieto, desgraçado! - Disparei contra a coxa dele, Pietro gritou tão alto que meus ouvidos arderam, aquele som foi maravilhoso, tão satisfatório.

— VADIA, FILHA DE UMA PUTA, ÉGUA. - Xingava o loiro ferido, gemendo de dor, quase chorando, aquela visão era pouco ainda... Perto do que ele com Joseph, comigo, com Logan, com todos nós.

— Emma! Me escuta, pelo amor que você sente por mim! Por nosso filho! — Logan se colocou na frente do carro, ofegante e desesperado para que eu não seguisse.

Suspirei dolorosamente, me entregando ao choro, ele tinha que sair da frente, Logan...

Apenas que ele me entendesse.

— Se você matar ele, nós não vamos vencer o Ricardo! Não vamos poder criar nosso filho! Raven e Natasha, Lilian, elas precisam de você! — Ele tentou me fazer mudar de pretensões, se mantendo na frente do carro preto que eu logo tiraria dali e sairia acelerando. Rumo a vingança.

— Escuta ele sua vadia, é burrice, eu não tenho nada a perder, você sim. — Pietro falou cheio de agonia e ensanguentado.

— Cala a boca! — Gritei para Pietro, dando uma pancada na testa dele, com o revólver.

Logan continuava chorando na frente do carro, mantendo os olhos em mim, diante daquele vidro que nos separava.

Meu filho teria um bom pai, estaria seguro, protegido da maldade daqueles monstros...

— Eu sinto muito... Eu não nego. — Repeti a frase tão marcante e especial que nós tínhamos construído naquela praia.

Os olhos castanhos quase saltaram dele quando eu pisei no acelerador, o obrigando a sair da frente do parachoque... a desistir.

Porque às vezes tínhamos que tomar decisões, fazer escolhas, mesmo que estivéssemos em um abismo alto.

Eu não sabia onde aquilo me levaria, tampouco se voltaria para os braços daqueles que amava, nem qual seria o fim daquele homem sangrando no banco de trás do carro do pai do Logan. Não sabia...

Era por mim, por meu avô Joseph, por Raven e Lilian, por Logan.

Depois eu acertaria as contas com Micaela.

Eu era um monstro? Talvez, mas aqueles dois homens, me fizeram virar isso.

Nunca desejei ferir ninguém, apenas queria justiça, queria que meu vô tivesse justiça, porque ele não merecia aquele fim.

Logan também não mereceu ter quase morrido afogado. Eu não mereci quase ser estrangulada, nem ser traída por Mica...

Tampouco ter sido abandonada, ameaçada, enganada, perdido as esperanças e praticamente tudo, já não havia sol para mim... Me perdoei por ter colocado em risco meu filho dentro do ventre, poderia colocar tudo a perder, perdendo a razão no meio jurídico, por sequestrar Pietro que era um fugitivo, ameaçar, atirar nele e furtar o carro de Leonel, mesmo que provavelmente meu sogro e muito menos Logan dessem queixa na delegacia.

Minutos depois.

Parei na beira de uma estrada deserta.

Desci do carro e abri a porta de trás.

— Sai do carro seu rato. — Ordenei fria, pouco me fudendo para a dor da coxa dele toda encharcada de sangue e ferida.

Pietro suspirou risonho.