Aniversário

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Este capítulo contém assuntos sensíveis, não recomendado para menores de 12.

Dias depois.

Dias depois

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Lᴏɢᴀɴ.

Emma e eu tomamos uma decisão, algo que poderia parecer precipitado ou impulsivo para outros, porém...para nós era tardio já.

Talvez deveríamos ter feito isto bem antes.

Antes quando não havia julgamento, quando não havia tanto tormento...

Seria estupidez tentar, não iríamos conseguir nos estabilizar diante disto.

Como não demoraria muito até o próximo julgamento, achamos melhor aproveitar este curto período para casar no civil.

Não éramos religiosos fervorosos, mas se fôssemos casar em uma igreja -, eu e ela queríamos nossas famílias ali, unidas.

Raven e Natasha poderiam ir em outra oportunidade, gostaria muito de tê-las lá.

Depois do ataque que ela e Micaela sofreram, foi ordenado que minha casa estivesse sendo vigiado por uma equipe de polícia, vinte e quatro horas por dia, até a próxima audiência...era óbvio que aqueles eram capangas do Ricardo, mesmo não tendo sido identificados e pegos.

Julian e Samuel já não saiam sozinhos...pelo menos para isto Leonel prestava né.

Micaela contou que aprendeu a lutar daquele jeito com uma amiga dela que foi treinada para ser agente do FBI.

Emma agora confiava mais na filha de Charles, e por graça do destino...eu também, afinal ela se feriu para salvar minha namorada, eu pensei que a perderia outra vez depois daquela ocasião...

O destino adorava me pregar peças medonhas como aquele ataque.

Estava cansado já...extremamente cansado.

- Já pensou em que nome vai dar? - Perguntei me sentando ao lado dela.

Emma despediu-se da amiga e desligou a ligação por vídeo que fazia todo dia.

Minha garota suspirou feliz e levou a mão fina a pele descoberta da barriga.

Ganhei uma fração da eternidade bela e solene neste simples gesto carinhoso dela.

- Não tenho nenhuma ideia ainda, e você? É tão criativo, poderia me ajudar, papai. - Ela falou a palavra final com tanto gosto que senti meu coração aquecer.

Amava aquela nova palavra.

Pai.

Eu seria pai, seria o mundo para aquele bebê que crescia no útero dela, meu filho.

Deitei na cama, deixando a nuca sob as coxas dela que estavam retas acima da cama forrada por edredons quentinhos.

Me senti tão bem mergulhando no azul dos olhos da minha namorada, mãe do meu primeiro filho ou filha, amor da minha vida. Era sortudo por tê-la comigo.

- Vamos ir ao aniversário da Micaela. - Emy perguntou com sua voz tranquila, acariciando os fios abaixo da minha orelha.

- Você quer ir? - Eu entre-lacei minha mão esquerda a dela acima de meu abdômen coberto pela camisa preta.

— Acho que podemos descontrair um pouco, o Charles vai estar lá...se você quiser ir comigo... — + Nós havíamos nos tornado uma conexão só, se fosse confortável para ela ir, tudo bem, eu não iria impedir ou fazer nenhuma tempestade no copo d'água.

Porém, para Emma, seria melhor que eu estivesse junto dela, em uma ocasião destas...como na noite da festa da empresa.

Não saía da minha memória... jamais sairia.

Naquela noite a faísca do meu amor se iniciava, tornando-se uma fogueira...

— Nunca se esqueça, que eu te amo. —  Disse Emma com aquele olhar amoroso e avassalador, eu me senti tão fascinado naquela sensação, escutando aqui meu coração piscou incandescente.

Mas já havia escutado aquilo antes...o que veio a seguir não foi nada romântico, tampouco bom...senti uma pontada fria e angustiante apertar o peito na nostalgia ruim que me envolveu com vastidão.

— Falou com Helena  sobre sua gravidez? — Eu toquei no assunto com sensibilidade.

Emma suspirou triste.

— Ainda não, e você? Falou para o Leonel? — Ela já devia imaginar a resposta, mesmo assim lhe respondi com calma.

— Quando ele vier aqui...nunca se importou comigo, é um frívolo... provavelmente não dará importância ou fingirá que se importa. — Falei ainda recebendo carinho dela.

Aquela troca de olhares me deixava tranquilo e inseguro ao mesmo tempo, pois significava que eu a perderia em breve.

Mesmo ainda tendo seu coração comigo.

Veria as ondas do mar quebrarem sozinhas, me sentiria daquele modo... não sabia.

— Eu acho que não te falei, mas o Charles disse algo que me deixou intrigada. — Expressou ela com o olhar que se mantinha naqueles pensamentos enquanto brincava com meus fios castanhos em seus dedos.

— O que ele disse? — Quis saber eu, curioso.

— Deve ser pura coincidência, mas quando falei da Helena, ele ficou meio estranho... quando viu a foto da Ray também, então não sei como explicar...só sinto que tem algo escondido nele. — Falou com dúvida, ainda examinando aquilo.

Não consegui decifrar o que se passou na mente dela naquele momento.

— Eu acho ele um homem muito excêntrico... parece ter um bom coração. — Disse isso pelo fato dele estar sempre disposto a fazer o melhor por nosso caso, tanto como profissional, como amigo, e também por adotado Micaela.

Embora soubéssemos bem pouco sobre o passado do homem de sotaque e sobre sua origem também...misteriosos e discreto.

— Sei que ele gostou da Naty. — Emma sorriu achando aquilo divertido.

— Gostou? — As íris dela brilhavam feito raios elétricos acima de meu rosto.

— Sim, ficou todo bobinho quando viu a foto dela, na nossa formatura sabe. — Explicou Ma parecendo apreciar tal momento vivido pelos dois amigos.

— Meu avô me disse uma vez, quando eu era pequena; Não coloque nome de gente velha em bebê, é cafona e constrangedor. — Falou Emma com uma expressão de saudades e ternura no rosto pálido.

Admirava a fraternidade, o laço tão forte que eles tinham —, como eram unidos, carinhosos um com o outro —, virtude dos Myers pelas experiências que tive com ela.

Sem contar Helena é claro.

— Eu te amo, te amo mais que qualquer estrela que eu já vi. — Declarou o amor da minha vida a mim, movimentando-se na cama e ficando do meu lado, ali, nós dois flertando por segundos eternos —, não queríamos sair da luz e mergulhar na escuridão, éramos faróis um para o outro.

— Você é minha estrela preferida, a que eu escolheria mais mil vezes na galáxia. — Confessei baixinho, mantendo o olhar conectado nela, nós nos aproximamos lentamente e eu lhe acariciei os fios castanhos feito céus noturnos de uma floresta vazia e solene, uma paisagem.

O mundo parou ali.

Liars and treacherous looks|Trilogia Dangerous, livro IIWhere stories live. Discover now