Pensamentos

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Este capítulo não terá narração, pois será para vocês descobrirem quem está falando.

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Aquele estúpido! Ele vai me escutar! Queira ou não, eu vou despejar umas coisas nele!

— Seu imbecil! Babaca! Olha para mim! — Desferi tapas violentos nele, cheia de ódio.

— Chega Lalá! — Ele não revirou, apenas tentou desviar dos meus tapas fortes.

Lhe virei com força, fazendo seu corpo rodopiar e o desequilíbrio lhe atingir.

— Eu disse chega! — O homem alto segurou meus pulsos no alto antes que eu lhe agredisse novamente, seus olhos ardiam fúria e impaciência, continuei me debatendo feito um bicho selvagem.

— Me solta seu escroto! Me larga agora! — Vociferei saculejando os pulsos.

— Não vou te soltar! Para de agir feito uma vadia histérica! — Esbravejou em meu rosto, a voz quente quase me fez esquecer da dor nos pulsos que eram apertados.

Ergui o joelho com rapidez e lhe acertei.

Ele me soltou e se curvou pela dor, a expressão de desconforto estampou o rosto.

Massageei os pulsos finos com marcas agora, aproveitei e lhe dei um tapa no rosto.

— Não me chame de vadia de novo! Vadia é a que te pariu seu animal! — Xinguei tomando fôlego, o vendo trincar os dentes com tanto ódio que nem sabia o que provavelmente faria a seguir, comigo.

— Eu só não te bato, porque tenho paciência de santo. — Falou enraivecido, tentando erguer o corpo e ficar ereto.

Quase tive um colapso neste momento, parti para cima dele e lhe distribui diversos tapas, até que ele me parou segurando meus pulsos no alto com tanta força que gemi alto pela dor dos dedos me apertando.

— Que homem de princípios você é! Nossa, estou até arrependida, ó bom alecrim! — Debochei da dissimulação dele como homem cheio de pudor, injustiçado.

Antes que eu dissesse mais alguma coisa, ele soltou um sorrisinho de lado  e me puxou para mais perto ainda de si, me fazendo colidir com seu corpo —, em seguida enfiou a língua dentro da minha boca, tentei recuar para trás, mas não consegui, esbofeteei ele com fúria de novo.

Troian pôs os olhos famintos em meu decote e me fez ir para trás a medida que avançava colada a meu corpo, quando meu quadril encostou na mesa —, estava encurralada por ele, sua mão esquerda foi até minha coxa e a dobrou sutilmente para cima, quis lhe dar outra bofetada, porém não tinha forças mais, nem conseguia...

— O que foi hein? Essa é uma forma de dizer que querer transar comigo? Ou são seus hormônios da tpm? Fica quieta. — Troian estava tão próximo que eu não conseguia me mover, sentia sua respiração atingir meu pescoço, não podia lutar contra ele fisicamente, não quando estava tão fragilizada, não éramos muito distantes em altura, porém eu não o derrubaria fácil.

— Não estou menstruada seu babaca! Sai de perto de mim! Que nojo! — Afastei ele com um empurrão, Troian (apelido que deu) apenas gargalhou passando a mão pelos cabelos lisos, ardi em ódio, querendo matá-lo.

O conhecia bem suficiente (ou pensava conhecer) para saber que ele não me machucaria... Queria acredita naquilo.

Não daria para correr mais que ele, não poderia gritar porque não adiantaria, estávamos sozinhos naquele escritório.

— Era só para você assustar eles! Que merda, que merda você fez imbecil! — Apoiei o quadril na mesa, buscando o ar, minha visão girava e girava intensamente.

Troian emitiu estalo com a língua, aborrecido pelas minhas reclamações, desdenhando das minhas palavras ditas.

— Você não faz porra nenhuma direito! Olha para mim! — Gritei agarrando o queixo dele sem delicadeza, Troian trincou os dentes furioso, se odiando por minha ação ousada, eu estava no domínio, ele deveria calar a boca e fazer do meu jeito.

— Eu não estou de tpm seu quadrúpede, e em segundo lugar; você é um fracasso! — Soltei o queixo dele dos meus dedos, a pressão fez minhas falanges esbranquiçarem e doerem quando o soltei.

Troian respirava enraivecido, quase explodindo e voando no meu pescoço.

Apenas lhe dei as costas e ignorei seu ego.

— Egocêntrico, ridículo, filho da puta! — Xinguei andando de um lado para o outro, a angústia engolindo tudo em mim, acabei me atropelando e errando na dose...droga!

— Seu frouxo! Estúpido! — Continuei ofendendo em tom bem alto, fazendo escândalo mesmo, Troian perdeu a paciência e disparou em minha direção, saltei a mesa e fui parar o lado seguro à ele.

Éramos uma presa e um predador agora.

Engoli a seco, não tinha medo dele, apenas não sabia mais do que seria capaz ali.

— A minha paciência tem limites lindinha, então não me provoca mais, porque estou farto de você, para te estrangular seria dois palitos. — A voz saiu calma e letal, as mãos largas se mantinham na madeira da mesa, poucos centímetros à minha frente, perigoso e disposto a não continuar ouvindo minhas diversas ofensas ferozes.

Recuei um passo para trás e colidi com a parede de gesso claro, minhas pernas tremiam e minha garganta queimava fel.

O olhar cruel ainda se mantinha em mim, como se farejasse meu medo afiadamente.

Ele gostava de me ver daquele jeito, gostava de brincar comigo, com meu sentimentalismo que falava mais alto.

Desgraçado.

Eu não conseguia deixá-lo, não conseguia me afastar mesmo que devesse urgentemente... algo me prendia à Troian.

— Seu monstro covarde! — Não tive medo em xingar novamente, tampouco do olhar repudioso que me encarava feito um animal a ser pego por outro em mata.

Não sabia o que ele faria de colocasse as mãos em mim, foi o momento em que quis  chorar e me render, render-me a morte talvez, ou a agressão, ou coisa pior...

— Seria uma pena estragar este lindo rostinho, uma pena incendiar este lindo cabelo azul, até consegui sentir o cheiro de queimado — Troian cheirou o ar — Seria tão delicioso vê-la me trair, vagabunda. — Foi um desafio e um alerta também.

Aquele sorriso maldito surgiu, estremeci buscando mover meus pés dali, correr.

1,95, ele não demoraria para me alcançar.

Inútil.

Meu coração acelerou à medida que quase o cuspi pela boca, desabei na cadeira ao lado e cravei as unhas em minha palma.

Sangue começou a escorrer por meu nariz direito, isso acontecia quando eu estava extremamente nervosa, Troian ignorou.

Pensando em sua próxima cartada, enquanto mexia no cinto preto do quadril largo coberto pela calça preta, jeans.

— Você é minha distração favorita sabia? Amo quando faz essa carinha, fica sexy. — Ele se aproximou e pressionou os dedos segurando meu queixo, desviei o olhar quando Troian me deu beijos quentes pelo pescoço até a clavícula, senti vontade de chutar, espancar ele, entretanto  simplesmente não conseguia mover um sequer músculo do lugar —, aquilo me quebrou de uma forma inexplicável. Doeu.

Liars and treacherous looks|Trilogia Dangerous, livro IIWhere stories live. Discover now