O Mar (+14)

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𝐋𝐨𝐠𝐚𝐧.

Depois que saímos do hospital, Emma me pediu para que eu não a levasse para sua casa, por não ter lembranças boas de lá, então sugeri que ficasse em minha casa até decidir por hora o que iria fazer em seguida. Julian não discordou ou protestou.

Charles mantinha muito silêncio, mantendo os olhos de coruja no celular, aquele aparelho parecia ser um mistério a qual ele ainda desvendava — porque provavelmente não era muito familiarizado com tecnologia deste tipo.

Estava tão imerso na própria mente que mal absorvi a pergunta feita por Emy, certamente minha namorada percebeu a inquietação do meu ser. Minha temperatura corporal estava intensa, minha visão distorcida.

— LOGAN. — Chamou Emma desesperada e eu freei, caindo na realidade.

Uma pressão enjoativa comprimiu meu interior, Emy abriu a porta do passageiro e despejou tudo que comeu para fora.

Julian estava assustado no banco de trás Charles curioso, tentando entender o por que daquilo...onde eu estava com a cabeça?

Só sei que era efeito do que eu havia usado.

— Porra! Isso é demais para mim! — Esbravejou Julian estressado, batendo a mão fechada na porta, Charles apenas observava em silêncio...ela ia acabar sabendo uma hora ou outra.

— Você continua se drogando não é. — A voz fria e baixa dela me atingiu.

Tirei os dedos do voltante e tentei respirar fundo, forçando as pálpebras para enxergar nitidamente.

— Desce do carro, Charles dirige por favor. — Ordenou Emma secamente após sair do banco do passageiro e bater a porta do carro que Leonel emprestou.

Apenas desci, ela tinha razão, eu não podia continuar dirigindo daquele jeito.

Quando parei em pé em frente a traseira do carro, Emy me obrigou a olhar para ela, aquelas íris azuis muito bravas, mas também preocupadas.

— Logan, olha para mim. — Pediu firme, colocando as mãos delicadas na cintura.

Não consegui.

Não queria que ela soubesse.

Logan. — Insistiu de novo, exigindo aquela conversa entre nós.

O sol ardia forte ao fim da tarde me fazendo franzir o cenho.

— O que você está usando. — Perguntou sutilmente ríspida, avançando um passo.

Meu corpo todo tremia, sentia que o efeito daquelas substâncias fazia efeito colateral.

— Você não me conhece? Sabe que não vou te julgar, apenas quero te ajudar, te dar a mão para sair dessa, como você fez comigo. — Emma disse de forma carinhosa, porém séria ainda, estendendo a mão para mim.

— Eu sei...eu sei amor. — Balbuciei perdendo a voz, não queria sobrecarrega-lá, aquilo afetava Julian também, ele não suportava mais e eu deveria levar aquilo para longe...resolver sozinho a armadilha que eu mesmo me coloquei por tantos anos.

Perdi a força dos joelhos, quase desabei na estrada vazia ensolarada.

—  Eu sempre estive aqui, poderá contar comigo, seu coração não é mais solitário. —Assegurou minha doce Ma, me abrigando em seu abraço caloroso repleto de compreensão, a abracei com tanta força que quase não sentia meu próprio corpo.

— Eu sei como é a sensação de tentar encontrar um escape para dor, eu sei como é tentar fugir e não encontrar saída...eu sinto sua dor. — As mãos frias acariciaram meus cabelos cheios, já não aguentava mais...queria fazer parar aquele tornado de sensações ruins.

Liars and treacherous looks|Trilogia Dangerous, livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora