Empresa

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𝙇𝙤𝙜𝙖𝙣.

Malcom se afastou por alguns dias da direção da empresa, portanto eu fiquei responsável por organizar o evento em comemoração ao aniversário dela.

Samuel está em casa e Julian veio comigo a empresa para que eu pegue alguns documentos necessários para uma reunião amanhã, sábado, porque ela foi adiada.

— A Emma estava muito preocupada, teve uma crise de ansiedade e tomou os remédios para conseguir dormir, acha que tem a ver com alguma coisa do Ricardo? — Disse Julian tenso, com peso na última palavra dita, aquilo fazia muito mal.

Abri a porta da minha sala e entrei.

— Tudo isso desgasta muito ela, é melhor que isto acabe o quanto antes para que ela volte para casa...precisa da família dela. — Sinto o peso fechar a garganta, a angústia de vê-la partindo, nunca imaginei isto.

— Eu acho que você deve tomar cuidado, sabe muito bem o que aquele rato de terno pode fazer contigo, não se coloca em risco irmão, Samuel e eu não queremos te perder. — Falou Julian, como o bom irmão que era, sempre querendo me proteger.

Quem dera eu pudesse protegê-lo de todo o mal do mundo...seria meu alívio final.

Fechei a gaveta e suspirei fundo.

— Minha preocupação é por vocês, eu posso aguentar porradas da vida, mas não suportaria perdê-los vocês, jamais... — Não terminei a frase porquê fui interrompido por um bater de saltos entrando na sala.

— Boa tarde meninos, como estão? — Aquela voz angelical disse, com um sorriso educado nos lábios pintados de vermelho.

Micaela.

Tentei não suspirar incomodado, afinal não iria ser bom Emma saber que ela estava lá, e eu também não gostava muito da sua presença, tinha uma cisma estranha apitando no meu interior, intuição...

— Vai trabalhar aqui? — Julian apertou a mão dela em cumprimento, curioso.

A mulher de sotaque e cabelos azuis chamativas murmurou que sim.

— Substituirei a antiga funciona, Gisele. — Aquele nome arranhou minha mente, minha amiga de anos...assassinada, morta pelas mãos malditas daquele desgraçado.

Gisele não merecia isto, não merecia o fim tão trágico e medíocre e injustiçado assim.

Travei, simplesmente não consegui falar mais, minhas mãos começaram a formigar.

— Está tudo bem? Foi algo errado que eu disse? — Micaela proferiu apreensiva.

— A Gisele era amiga dele, foi uma das vítimas do Ricardo, deve saber quem é ele. — Julian respondeu calmo por mim.

Micaela ficou em choque, mal piscou.

Realmente não tinha consciência do ocorrido, tampouco deveria conhecer todas as vítimas do Ricardo (que não eram poucas), então eu não a condenei por errar.

— Eu vou tomar um pouco de água, bem-vinda a empresa Micaela. — Disse com formalidade, meu estômago revirou e eu precisei ir até o banheiro antes de despejar o café da manhã naquele piso da sala.

Não seria fácil para ninguém descobrir que seu amigo de infância era um assassino, que sua ganância e obsessão doentia fizeram ele jogar no lixo todos os anos que convivemos juntos, como se nunca tivesse significado nada, assim, sem remorso.

Chegando em casa, verifiquei o celular e vi que tinham mensagens do cachaceiro

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Chegando em casa, verifiquei o celular e vi que tinham mensagens do cachaceiro...ops, Leonel —, e apenas ignorei o dissimulado.

Estava sóbrio a cerca de quatro dias, queria continuar assim, sem me dopar de remédios, por mim, por Juju e Samuel, por Emma —, eles eram minha família, deveria fazer uma sacrifício por eles, necessário.

— O que foi hein? Não estou gostando dessa carinha. — Emma sentou em meu colo e acariciou meus cabelos escuros, de forma meiga  —, forcei as pálpebras ardendo.

— Nada amor, é só a dor de cabeça. — Inventei uma mentira inconsistente para Ma, inclinando a nuca e deitando-a no encosto macio do sofá branco de casa.

Emma suspirou parecendo tensa.

Podia ser impressão minha, mas seu corpo estava mais pesado do que há dias atrás.

— Amor, eu queria te contar uma coisa. — A mão fina dela acariciou meu maxilar.

O olhar ficou indecifrável.

— Sem segredos, lembra? — Disse lembrando da promessa que fizemos.

Emy assentiu que sim e o semblante ficou cabisbaixo, a angústia o tomou por inteiro.

— Eu fiz um teste de gravidez. — Disse Ma com pesar, inclinei a cabeça para frente e ergui seu queixo com delicadeza, para mim.

— E qual o resultado. — Questionei tentando frear os milhões de pensamentos em minha mente turbulenta e abalada.

Emy pegou minha mão e a colocou em sua barriga descoberta acima da calça legging preta e abaixo do cropped mangas longas amarrado no meio dos seios fartos.

— Independente do resultado, você sabe que eu não vou deixar de te amar não é? Pelo contrário, meu amor por você só aumentará ainda mais Ma, tenha certeza. — Falei com toda sinceridade da alma em brasas, reprisando a primeira vez que a vi, a primeira vez que a toquei, que a tive.

Emma sorriu esbanjando as covinhas sutis, ainda mantendo o olhar na minha mão em sua barriga descoberta e aquecida.

— Eu tenho muita cólica quando minha menstruação desce, como você sabe, e desde que acordei no hospital, não tive mais, inclusive não desceu quase nada... — Emma não terminou a frase, conectando as íris azuis em minhas íris castanhas que a admiravam, ansioso por uma resposta.

Os olhos lindos de estrelas dela brilharam como diamantes reluzentes quando disse:

— Deu positivo, estou grávida. — Anunciou minha namorada com um sorriso incrível nos lábios rosados, eu vibrei de alegria, queria gritar, sair correndo e contar aos quatro cantos da terras minha imensa felicidade, eu teria um (a) bebê, fruto do meu incondicional amor pela francesa.

— EU TE AMO, TE AMO, TE AMO. — Enchi ela de beijos carinhosos, quase explodindo de tenta euforia, Emma gargalhou contente, também muito feliz com a nova notícia.

Levantei do sofá e a ergui no alto, girando-a feito uma boneca, enquanto Ma gargalhava tão calorosamente que me aquecia o coração vê-la assim, bem de novo.

— O que foi que aconteceu aqui gente? Até cai da cama! — Julian apareceu deslizando os pés pelo piso, curioso e ansioso até.

— EU VOU SER PAI, IRMÃO, EU VOU SER PAI. — Elevei a voz gesticulando saltitante, doido para dizer o quanto quisesse aquela frase maravilhosa, que me alegrou tanto.

Julian quase deixou o queixo cair.

— Parabéns! — Desejou arregalando os olhos de modo animado como eu.

Em seguida me abraçou forte, e depois a cunhada dele que sorria atrás de mim.

Minha esperança ressurgiu, invadindo feito brasa recém acesa em meu peito, a esperança de que nós pudéssemos viver juntos, nós três, felizes e em paz finalmente.

Deixa o voto aí coração ❤️

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Deixa o voto aí coração ❤️

Próximo capítulo sairá em breve.

Liars and treacherous looks|Trilogia Dangerous, livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora