Boa noite pessoal! Desculpem a hora, mas esses dias só tenho conseguido escrever nos finais de semana. Eu termino e corro para publicar para vocês. Vamos ao capítulo de hoje?
- Diplomático? – a palavra despertou o interesse do Nara – Como assim? Vocês Hyuuga são conhecidos por suas habilidades de negociação, o que pode ter dado errado? Estava tudo acertado para que o artefato fosse entregue a vocês dois.
- Não deu nada errado. – interrompe Neji com um semblante desconfortável, sem olhar para Hinata. O que diabos é isso? – O artefato já está com o Hokage, assim como nosso relatório. Aquela mulher maluca só ficou atrasando nosso retorno com suas extravagâncias.
- Neji! – Hinata tenta parar o primo ficando ainda mais vermelha.
- Não deveria falar assim da Mizukage, Neji. – Kakashi chama a atenção do cabeludo que parece ficar ainda mais irritado – Não queremos nenhum tipo de incidente que pertube esses tempos de paz.
- Hinata. – ela me encara assim que chamo seu nome – Explique melhor o que aconteceu para que demorassem mais que o previsto. Tem relação com o artefato, ou com nossa investigação?
- Lie, nada relacionado à missão. Bem... – ela está muito sem jeito – a senhora Mei ficou prolongando nossa estadia com assuntos pessoais. Ela... ela... queria saber detalhes sobre nosso casamento e... e... ficoupaquerandoNeji. – ela embola as últimas palavras mas creio que todos entendemos perfeitamente.
- Nani? Paquerando o Neji? – Shikamaru começa a rir – Que problemático!
- Problemático mesmo foi minha prima me obrigar a ser simpático com aquela devoradora de homens para que pudéssemos voltar para casa. – Neji fala de modo contido, mas parece estar muito afetado. Não estou entendendo a reação dele. Ele parece bem aborrecido. Porque? – Depois de almoços, jantares e passeios inúteis, ela finalmente nos entregou o que fomos buscar e retornamos rapidamente.
- E fora o romance, a Mizukage disse algo que colabore com nossa investigação? – provoca o Nara.
- Não teve romance nenhum. Não comece a espalhar boatos inúteis. – Neji fuzila o outro com o olhar, quase ativando seu byakugan.
- A Mizukage suspeita que os reponsáveis sejam pessoas interessadas em experimentos com poderes oculares. – Hinata se apressa em mudar a direção da conversa, talvez temendo que o primo perca o controle.
- Hum, então temos um grande problema em mãos. – analisa Kakashi, segurando o queixo com uma das mãos – Nós temos um residente na Vila que ficou famoso no mundo ninja por seus experimentos proibidos.
- Lie. Orochimaru-san tem vivido de forma bastante pacata. Não pode ser ele. – a senhora Uchiha é mesmo muito generosa. Eu não colocaria minha mão no fogo por ele.
- Isso é realmente problemático. – avalia o Nara coçando o queixo – Mesmo que Orochimaru não esteja diretamente envolvido, ele pode ter orientado alguém. De qualquer maneira, isso pode trazer os olhos de todos para nossa Vila como sendo a origem do problema.
- Devemos ao menos submetê-lo a um interrogatório. É o mais sensato nessa situação. – sugere Shino, que estava calado observando até agora.
- Hinata, você tende a ser demasiado benevolente com as pessoas. Isso nem sempre é bom. – sentencia Neji ainda de mau humor. E eu intimamente concordo com ele.
– Diga para eles, Sasuke-kun. Diga como ele tem se portado no Clã. – ela me pede com olhos aflitos, percebendo que todos suspeitam daquela serpente maliciosa. E eu fico sem saber o que dizer. Quando foi que ele se tornou alguém digno de defesa para minha esposa?
- Hinata, veja por outro ângulo. – coloco a mão em seu ombro para que saiba que estou ao seu lado – Orochimaru fez muitas coisas que levantam suspeitas. Fazer uma investigação minuciosa pode ser a melhor forma de provar a inocência dele, se for esse o caso. E o depoimento dele pode nos ajudar a encontrar outras pistas de quem seriam os bandidos. – ela me encara, talvez buscando a verdade de minhas palavras, talvez refletindo sobre elas.
- Hai. Você tem razão Sasuke. – seus olhos estão confiantes e eu me sinto muito bem de perceber que ela confia em mim – Eu estou de acordo que ele seja chamado a depor e seja investigado. Só peço que nos avisem se forem enviar um anbú para vigilância dentro de nosso Clã. – "Nosso Clã", me senti revigorado ao ouvir essas palavras. Por mais confiante que eu seja em batalha, estou sempre ansioso com receio de que algum dia Hinata perceba que não sou a pessoa que ela quer que caminhe ao seu lado.
- Então está decidido. Marcaremos o depoimento o quanto antes, com a devida cortesia que a senhora Uchiha solicitou e merece. Agora estão todos dispensados. – sentencia Kakashi.
Nos despedimos na saída do prédio do Hokage. Quando Neji se prepara para seguir em direção ao seu próprio Clã, minha esposa o chama. Parece estar sem jeito. Talvez pela irritação do cabeludo. Ela pede que ele nos acompanhe até nosso Clã e fique para jantar. Ele parece um pouco resistente e eu estranho bastante essa atitude. Não era ele que tinha passado de rival a protetor, e vivia pelos cantos sussurrando sobre os planos audaciosos da minha esposa?
Neji acaba aceitando o convite. Quando chegamos ao Clã somos recebidos por um Juugo cheio de saudades da senhora Uchiha. Sei que posso confiar nele totalmente, então não me incomoda. O resto dos agregados nem aparece. Hinata avisa que vai ajudar o grandão na cozinha e eu fico bolando um jeito de conversar a sós com Neji. Algo na atitude dele está me incomodando muito. Não sou uma pessoa sociável, não sei entreter convidados, contudo sei ser estratégico quando quero uma informação. Aproveitei que minha namorada nos serviu um refresco para esperarmos e o chamei para sentarmos na varanda da frente de casa.
- Parece que os avanços da Mizukage te incomodaram bastante. – comentei como se não fosse tão importante.
- Você nunca gostou do assédio das suas fãs. Então acredito que saiba bem como é desagradável ser perseguido por uma louca. – eu nem esperava que ele abrisse a brecha para eu continuar essa conversa, então não vou desperdiçar a oportunidade.
- Isso é verdade. – concordo. Tenho que ter cautela para que continue falando – Mas porque foi tão ruim? Ela é uma mulher bonita, apesar de ser extravagante. Bastava ser educado, como você disse que Hinata sugeriu, e encarar tudo como parte da missão. - Ele coloca a mão na testa e fica calado por um tempo. Quando penso que não terei mais resposta, o Hyuuga decide soltar a língua. Acho que precisa desabafar.
- Sua esposa... minha prima... me obrigou a ser simpático com aquela atirada que a todo momento criava subterfúgios para passar as mãos em mim. – o cabeludo está bem revoltado mesmo – Eu sei que Hinata também ficou bem constrangida com as perguntas íntimas que ela fazia sobre vocês dois. Todos nós ficamos. – ele suspira desanimado e continua – Hinata sabe que tenho sentimentos por uma pessoa que, nesse momento, é proibida para mim. – era isso que eu temia ouvir. Será que esse engomadinho tem interesse na minha esposa?
- Você é solteiro, um ninja reconhecido, tem uma posição no seu Clã. Como alguém pode ser proibida para você?
- Você não entende... – ele não termina de falar e toma mais um gole de sua bebida.
- O que eu não entendo? – pergunto, incerto se nos tornaremos rivais ao final dessa conversa.
- A forma como meu Clã gerencia a vida das pessoas. Se descobrirem que me interesso por alguém de fora, imediatamente vão arranjar um compromisso entre as famílias Hyuuga para impedir que esse relacionamento tenha futuro. Afinal, para a souke eu sou como uma propriedade deles. O gênio Hyugga! – Neji menciona o título com amargura, enquanto eu relaxei assim que ele disse "alguém de fora".
- E porque você não deixa o Clã e vai viver como deseja? – sugeri, talvez seja minha maneira de mostrar gratidão por ele não estar apaixonado por Hinata.
- Eu tenho um selo amaldiçoado, Sasuke. Enquanto eu viver em Konoha, tenho que me submeter aos desejos da família principal. Se eu fugir disso, serei um renegado e terei que ir para bem longe. Não posso pedir a essa pessoa que largue tudo que conquistou para vivermos como exilados.
- Então essa pessoa é daqui da aldeia mesmo? – pergunto sem nem saber o porque de continuar interessado nesse assunto. Talvez seja curiosidade porque é a primeira vez que falamos de algo pessoal.
- Sim, é. Você conhece. Ela é uma das razões para eu ter aceitado participar desse plano ousado de Hinata. - Neji me encara por um tempo e continua – É um pouco estranho estar aqui, no Clã Uchiha, desabafando com você. – ele sorri, bebe mais um gole e parece pensativo - Minha prima confia em você, Sasuke. Acho que posso confiar também. Confesso que estou surpreso pelo seu interesse em problemas alheios. Sempre achei que só pensava em si mesmo. Vou te contar porque sei que não é linguarudo. – pobre Hyuuga, meu interesse inicial era identificar um possível rival e evitar aborrecimentos futuros para mim, então a verdade é que comecei essa conversa por razões egoístas sim. Contudo, algo mudou no meio do caminho. Talvez por eu saber o que é viver carregando o peso de um nome – Eu amo a Tenten. E sei que ela retribui meus sentimentos. Mas não posso assumir um relacionamento enquanto eu não for dono da minha própria vida.
- Realmente é uma situação delicada. Então é por isso que quer ajudar a quebrar o selo? – já que estamos tão informais, porque não continuar a sanar minhas dúvidas?
- Não só por isso. Hinata pode ser encantadoramente convincente quando enfia algo na cabeça. E os argumentos dela são bons, me fizeram questionar, de fato, o modo como vivemos. – tenho que concordar, a senhora Uchiha é uma excelente negociadora – A possibilidade de ser livre para escolher meu destino é importante para mim agora. Você não faz ideia de como é sufocante toda vez que tenho que ver Tenten acompanhada de Lee em festas e eventos sociais. Ele é nosso amigo, nosso companheiro de time há anos, mas é muito inconveniente a maior parte do tempo. Talvez porque não saiba de nada, porém acho que se soubesse seria ainda pior.
- Ciúmes, Neji? Do seu colega sem noção? – eu não aguento e começo a rir. O tal Lee é um atrapalhado bem intencionado, pelo menos foi a conclusão que cheguei em nosso pouco convívio.
- Não sei o que te parece tão engraçado. – ele resmunga – Não é como se eu já não tivesse percebido você com ciúmes da minha prima também. – essa foi direto no meu ponto fraco, parei de rir na hora – O Lee é um bom sujeito, e é de confiança. Mas era eu quem deveria estar caminhando ao lado dela. Ouvir as pessoas comentando que eles poderiam formar um casal me irrita de um jeito que eu sinto dificuldade em manter o disfarce de indiferença. Sinto como se fosse explodir a qualquer momento.
- Talvez seja porque aprendemos a ser contidos nossa vida toda. Temos o peso do nome de nossos Clãs em nossos ombros. Lidar com adversários fortes pode se tornar muito mais fácil do que lidar com emoções. – analiso pensando em minha própria dificuldade de controle quando se trata de Hinata – Não que eu sinta ciúmes da sua prima ...
- Pode parar, Sasuke – o cabeludo me interrompe com seu olhar arrogante de volta – Se estamos tendo uma conversa sincera, você tem que fazer sua parte também. Admita: você tem ciúmes da minha prima. E eu até entendo os motivos. Hinata nem percebe os olhares que atrai.
- Tudo bem, eu admito que me preocupo com ela exposta aos olhares mal intencionados. – me rendo ao cabeludo, mas só em partes – Hinata é poderosa, mas algumas vezes é muito ingênua. Viu como ela defendeu Orochimaru? – ele acena em concordância – E quanto ao plano de vocês? Algum avanço? – pergunto
- Muito pouco, na verdade. Esses roubos, e as missões que vieram depois deles, nos atrapalharam bastante. E para piorar, suspeito que os atuais acontecimentos podem estar relacionados, de alguma forma, com nossas buscas.
- Eu também penso assim. – admito sem nenhuma restrição – Não tenho provas, nem evidências concretas, contudo tenho certeza que há alguma relação entre os fatos.
- Eu tenho estado de olhos atentos em todos os passos do velho Hidome. E quando tive que me reportar ao Conselho sobre essas missões, tive a impressão que ele estava me avaliando além do normal. – Hinata nos interrompe, chamando para jantar – Melhor continuarmos essa conversa em outro momento. Eu gostaria de ouvir suas suspeitas para avaliar como devemos agir daqui em diante. – antes de entrar Neji pronuncia em tom baixo - E, Sasuke ... obrigado por me ouvir. Conto com a sua discrição. – eu só aceno com a cabeça e vamos para a cozinha.
Durante o jantar o clima é ameno. Orochimaru e Suigetsu são cordiais, até mesmo com Neji. Karin... essa continua a mesma de sempre. Apesar das implicâncias da ruiva parecerem estar focadas em Suigetsu agora. Terminada a refeição, o Hyuuga se despede e volta para seu Clã. Eu e Hinata vamos para nosso quarto. Enquanto ela se banha para deitarmos, algumas ideias de como ajudar Neji surgem em minha mente. E eu me pergunto: porque quero fazer isso? Porque me importar? Não sei ao certo, talvez seja pela conversa que tivemos, talvez porque eu finalmente tenha entendido que as pessoas realmente podem mudar, talvez somente porque a felicidade do primo é importante para Hinata. Seja como for, eu acho que gostei do voto de confiança que o Hyuuga metido me deu.
Gostaram? Semana que vem tem mais e aposto que vocês vão gostar. Só posso dizer isso rs. Eu estou tentando tirar uma folga nas festas, se conseguir vou tentar maratonar por aqui. Mas não posso prometer nada ainda. Vamos torcer!
Aproveito para convidar vocês para darem uma olhada em meu romance chamado Tenaz. Tem capítulo novo por lá também. https://www.wattpad.com/story/106492742-akai-ito-tenaz
Vejo vocês domingo que vem!
Beijos!