Eu vou chorar...
Estamos na Reta Final, badgirls!!
~♡~
— O almoço está pronto!! - Sofya disse alegremente, carregando o prato enorme de lasanha para a mesa colocada no jardim de trás da casa.
A grama estava perfeitamente cortada, roseiras rodavam todo o jardim, pelas paredes e tinha uma piscina, não pequena e nem muito grande, ao lado da casa, com a borda a sua volta de madeira, dando um ar rústico.
Deixei as jarras com sumo natural de ananás e ortelã em cima da mesa e senti Brandon abraçar o meu corpo por trás e deixar um beijo no topo da minha cabeça.
— Você aguentou cozinhar com a minha mãe, aposto que ela já te ama, Honey. - disse rindo, enquanto balançavamos de um lado para o outro. — Além de já ser um grande avanço. - riu, porém recebeu um tapa nas costas da sua mãe.
— Olha como você fala, Brandonovich! - eu ri alto com Sofya que puxou as bochechas do filho, enquanto ele resmungava.
— Onde estão todos? - uma voz grave e grossa soou pela casa e de relance, vi Sofya respirar fundo, mas talvez tenha me enganado.
— No jardim, Brian. - Sofya respondeu suavemente.
Serena veio me abraçar e eu peguei a mesma no colo, enquanto ela brincava com o pingente do meu colar.
— Sabia que eu ajudei o mano Blão a escolhê o seu pingente? - ela perguntou com um sorriso e eu olhei para Brandon que coçava a cabeça, sem me encarar.
— Ele nunca me disse, Serena. Ele me fez pensar que foi ele que escolheu. - encarei a mesma que se esticou do meu colo para bater no irmão.
— Você é muito mau, mano! - ela resmungou, ainda dando socos no braço de Brandon.
— Serena! - a voz do homem que eu julgava ser o pai de Brandon, surgiu e eu levantei a cabeça para encarar a figura em minha frente.
Serena sorriu e saltou do meu colo, para correr para os braços do seu pai, que estava ajoelhado esperando a sua filha de braços abertos.
Ele era a versão exacta do Brandon, porém mais velho. Os olhos azuis, os cabelos loiros esbranquiçados, a covinha solitária, a estrutura um pouco mais alta que a de Brandon, o que distinguia minimamente ambos, eram os olhos que eram mais claros.
— Pai!! - Serena gritou e abraçou seu pai que a ergueu do chão, girando a mesma pelo ar.
— Minha princesa, como você está? - ele perguntou, dando beijos pelo rosto da filha e ela ria.
— Muito bem e você, pai? - perguntou quando foi colocada no chão.
— Eu estou bem, princesa. - sorriu e caminhou em direção a sua esposa.
Sofya sorriu e abraçou o marido fortemente, e assim ele veio na minha direção e de Brandon, que não tinha movido um músculo.
Ele parou a minha frente e me encarou, eu apenas sorri da maneira mais simples e estendi a mão.
— Pai, esta é a minha namorada, Melissa Stuart. - Brandon me apresentou e o senhor assentiu.
— Muito bem vinda, Melissa. Eu sou o Brian, pai do seu namorado. - ele riu e eu assenti.
— Muito obrigada. Prazer, senhor Brian. - eu respondi e ele, seguidamente abraçou Brandon, que por segundos hesitou retribuir o abraço.
Algo está estranho. Ou eu é que estou estranha. Bem, eu sou estranha.
— Então, vamos almoçar ou não? - Sofya perguntou, batendo as palmas para chamar a nossa atenção e todos nos sentamos. Eu ao lado de Brandon, Serena ao lado da mão de frente para nós e o senhor Brian no canto da mesa.
O começo do almoço foi normal, um pouco de conversa aqui e ali, risadas ao som de uma música de fundo calma.
Perguntas sobre mim e sobre a minha família, enquanto eu conhecia melhor a família de Brandon.
— Então você canta! - Brian exclamou depois de muito tempo em silêncio e eu assenti. — Becca Stuart, certo? - perguntou e eu concordei.
— Eu mesma.
— E você quer seguir com isso para a vida? - perguntou.
— Eu gostaria, mas não acho que seja algo que irá me sustentar, eu quero trabalhar e formar a minha vida, por mais que cantar seja a minha paixão, eu não irei dedicar a minha vida para algo incerto, claro que não irei abandonar o canto, nunca, mas eu também canto por diversão e para me expressar ao mundo de forma diferente. - concluí e ele sorriu de uma dorma admirada.
— Muito bem, Melissa. Você realmente terá um futuro brilhante. - sorriu e depois encarou o filho. — Ao contrário do meu filho. - Brandon prendeu o maxilar, mas mesmo assim sorriu forçadamente para o pai.
— Pode achar o que quiser, pai. Obrigado pelas palavras. - ele sorriu e voltou a conversar com a sua irmã que sorria alegremente.
Não gostei.
— E porquê o senhor diz isso, Brian? - perguntei e ele me encarou, sério.
— Porque ele quer seguir com uma banda sem futuro, um sonho idiota e que irá ruir assim que eles crescerem. - ele disse me encarando e eu ri, chamando a atenção de todos para mim.
— Banda sem futuro, o senhor diz? - ri e ele assentiu, ainda sério.
— Não vejo o que tem graça, Melissa. - ele disse e eu ergui uma sobrancelha.
— Querida, deixa isso pra lá. - Sofya disse e Brandon colocou a mão sobre a minha, como se me quisesse fazer parar.
— Desculpe, mas não, Sofya. Essa banda que o senhor diz ser sem futuro, por acaso o senhor é vidente e tem uma bola de cristal, para assumir tal coisa? - ri e ele não demonstrou reação. — Acha que é idiota, o seu filho querer seguir o sonho dele com uma banda que pode ou não, ter sucesso? - sorri. — E se a banda tiver sucesso, o que o senhor diria? Ainda chamaria de sonho idiota? - ri.
— Melissa, eu não tenho que dar explicações sobre o que eu acho ou deixo de achar. O filho é meu, ele é inteligente e bom no que faz, teria um futuro excelente sendo um médico profissional. - essa foi a minha deixa.
— Então é o seguinte, se eu entendi certo. - respirei fundo e o encarei, depois de dar um gole longo na minha água. — O senhor é médico? - perguntei e ele assentiu. — E quer que ele siga as suas pisadas, e forme um legado e supostamente quer que, no futuro, o filho do Brandon siga a medicina, somente porque, hipoteticamente dizendo, o seu pai também fez o senhor seguir medicina. - ele prendeu o maxilar.
— Melissa, esquece isso. - Brandon sorriu para mim e eu o encarei séria.
— Acha isso saudável? Quer escolher o sonho para o seu filho? Acha que o que ele quer não importa, Brian? - sorri, mas com desgosto. — Uma coisa é certa, o seu pensamento está errado, e eu posso não ser ninguém para lhe dizer tal coisa, mas acredite está!
— Melissa..
— Melissa nada! A vida é do Brandon e somente quem pode viver ela é o Bran! As escolhas são dele e somente dele, quem vai arcar com as consequências é ele. Você não pode controlar uma vida que não é sua. Acha que vai conseguir viver a vida dele por ele? Tem medo do que ele possa fazer e que isso vai manchar o seu sobrenome? - bati com mão na mesa, irritada e me levantei.
— Mana Mel? - Serena me chamou e eu sorri para ela, que sorriu de volta.
— Por mais que tente, isso só vai acabar com o interior o seu filho, vai desgraçar o seu filho, vai fazer o seu filho se afastar de você! É isso que quer? Perder alguém que ama você? Eu sei que não tenho o direito de me intrometer, mas eu não iria ficar calada vendo o Brandon sofrer e realizar algo que ele não quer, acha que vai fazer alguém feliz, desse jeito? - perguntei áspera e ele apenas me encarou, como se estivesse pensando.
— Eu tenho a certeza que o senhor também teve um sonho no passado, mas ele não foi realizado, mas fazer o seu filho desistir do que ele ama é errado e completamente horrível! Me diga, o senhor já viu o brilho que o Bran irradia quando canta e está no palco? A felicidade que o acompanha quando ele toca? Ou nem sequer foi a um concerto do seu filho para ver o talento enorme do mesmo? - Brian se manteve calado. — Exacto... Você nunca viu, porque sabe que se ver, não o vai conseguir parar. - sorri.
— Muito obrigada pelo almoço, desculpem o meu comportamento e me perdoem por qualquer incômodo causado. Foi um enorme prazer, Sofya e Selena. Até mais tarde. - sorri e caminhei até ambas, depositando um beijo na bochecha de cada uma delas. — Uma boa tarde, senhor Brian. Brandon, vem comigo? - sorri para o meu namorado que se despediu da família e se retirou comigo.
Enfim consegui respirar livremente e deixei um suspiro enorme escapar. Brandon agarrou os meus ombros e eu fechei os olhos, quando chegamos no portão e me virei bruscamente para ele, o abraçando com força. Enterrei o meu rosto no seu peito e ele abraçou o meu corpo.
— Desculpa, desculpa, desculpa, Bran. - pedi repetidas vezes e o mesmo me apertou contra o seu corpo.
— Obrigada, obrigada, obrigada, Mel. - ele sorriu e riu comigo.
— Eu estraguei tudo, mas eu não iria ficar calada vendo o seu pai falar toda aquela besteira e você aceitando tudo como se ele estivesse certo. - berrei me afastando dele, mas o mesmo me puxou com força, juntando nossos corpos de novo e me abraçando.
— Obrigada, Mel. Você me salvou. - ele sussurrou contra a minha cabeça e eu não resiste em sorrir como uma boba.
~♡~
2 anos depois
— Eu não quero! - gritei irritada e fechei a porta na cara de Isabella que batia na mesma sem parar.
— Melissa, abre essa porta. Abre a droga da porta ou eu me atrevo a chamar os malditos bombeiros só para abrirem o que você chama de porta! - berrou do outro lado e chutou a mesma.
Resmunguei palavrões que nem eu sabia que sabia e destranquei a porta e o furacão loiro entrou no me quarto parecendo querer me degolar.
— O Brandon está te esperando lá embaixo, para de criancice e vá falar com ele. - ela disse e me puxou o meu braço para me tirar do quarto, porém eu era mais forte e o puxei para mim.
— Mande ele embora. Eu já disse, mande ele embora, embora! Eu não quero, eu não vou! Eu não aceito me despedir dele, eu não... Eu não... - e enfim as lágrimas e soluços me impediram de falar.
Meu corpo caiu de joelhos contra o chão e Isabella se ajoelhou me envolvendo nos seus braços, enquanto acariciava os meus cabelos.
— Ah, Melly... Ele também está triste. Ele não quer deixar você.
— Eu não vou aguentar deixar ele ir embora, eu não quero, eu não vou. Eu não vou me despedir dele. Ele pode ir embora, mas eu não vou me despedir! - gritei com todas as minhas forças para ter certeza de que ele ouvia no andar de baixo.
Ele estava indo embora...
Ele estava me deixando...