Bodas de Papel

By NicaOlliver

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Com o fim da Guerra Ninja, a Vila de Konoha vive dias calmos. Apesar de ser um dos heróis da batalha final, S... More

30 de março - ano II após a guerra
31 de março - ano II após a guerra
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28 de abril - ano II após a guerra
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05 de maio - ano II após a guerra (parte 2)
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08 de março - ano II após a guerra

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By NicaOlliver

A cada passo eu me questionava se estava mesmo certa do que estava prestes a fazer. Já nos portões da prisão a ansiedade toma conta do meu corpo e trava meus passos. E se ele recusar? Pior. E se revelar a alguém o teor de nossa conversa? Inspiro profundamente e me forço a seguir em frente repetindo internamente as palavras que se tornaram meu mantra particular: "Você é Hinata Hyuuga, você foi capaz de superar seus medos e se tornar uma grande ninja. Você é capaz de vencer mais esse desafio". Afinal, o que ele tem a perder? Além do mais, se não quiser ajudar com certeza não sairá por ai contando sobre o que falarmos. Se bem me lembro, ele sempre foi de pouca conversa. Só tenho que ter cuidado com o que vou dizer, preciso sentir se há chances dele aceitar minha proposta antes de abrir o jogo. Uma tarefa realmente difícil. Ele aparenta ter se tornado frio como um bloco de gelo. É quase impossível prever suas reações. Terei que ser sutil e convincente. Apresentar uma perspectiva que desperte interesse. Continuo forçando meus pés a seguirem em direção ao meu destino, onde terei que depositar todas minhas esperanças em uma aliança incerta. Os guardas ficam visivelmente espantados com minha chegada. E me dirigem olhares aparvalhados quando informo a quem desejo visitar. Um deles tenta me convencer de que não é apropriado. Eu estava preparada para isso, tenho em mãos uma autorização especial do próprio Hokage, o que dá um ar oficial a minha presença naquelas instalações e evita as possíveis fofocas. Ninguém deve suspeitar das minhas verdadeiras intenções. Mantenho uma expressão apática enquanto sigo em passos lentos até as celas dos prisioneiros considerados de maior risco.

- Ora, ora, uma Hyuuga. E não uma qualquer. A princesa deles. Quem diria? – a voz sibilante de Orochimaru me anuncia antes que eu possa dizer algo. – Venha aqui querida. Deixe-me apreciar seus belos olhos. – ignoro sua provocação.

- Vim aqui para falar com Uchiha Sasuke. Em particular. – percebo quando o vulto sentado nas sombras, encostado na parede do fundo da cela ergue a cabeça. É ele. Indiferente a tudo, como tem sido nos últimos anos – Guarda. Leve o prisioneiro até a sala de interrogatório. – os olhares desconfiados dos companheiros de Sasuke, o tal time Taka, acompanham cada movimento. O último Uchiha caminha até a porta da cela sem nenhuma pressa, estica os pulsos para que as correntes de chacra sejam colocadas e nos segue como quem não se importa com coisa alguma. Isso pode ser bem mais difícil do que imaginei. Tento relembrar tudo que ensaiei inúmeras vezes antes de tomar coragem para vir aqui. Logo chegamos ao local reservado e sei que preciso me livrar do guarda. Agradeço sua ajuda e peço que se retire. Ele certamente está acreditando que é uma de minhas missões como Anbu.

- Sente-se Sasuke-san. Por favor, se acomode. Eu sou Hinata Hyuuga e gostaria de um minuto da sua atenção para...

- Eu sei quem você é. – me interrompe bruscamente - Veio me interrogar? Estão fazendo revezamento agora? Sua estratégia, por acaso, é a cordialidade? Acha que vai funcionar? – questiona com sarcasmo. Ai meu Kami, me ajude. Como começar essa conversa?

- Lie. Apesar de constar como uma visita oficial autorizada pelo Hokage, minhas razões para estar aqui são estritamente particulares e confidenciais. Tenho uma proposta a lhe fazer. Algo de extrema importância e seriedade. Algo que pode mudar nossas vidas por um tempo. Por isso, eu preciso que me ouça com a máxima atenção para que possa avaliar as vantagens do que proponho e tomar suas decisões. Será que poderíamos nos sentar para que eu possa explicar tudo com calma? – estendo a mão indicando a cadeira à minha frente e ele me ignora, me encarando em silêncio, me analisando tão friamente que estremeço. Não move um músculo sequer por um bom tempo. Minha ansiedade vai às alturas. Será que ele vai rechaçar minha oferta antes mesmo que eu a faça? Não posso permitir. De repente, sem uma palavra, puxa a cadeira que indiquei, senta, coloca as mãos abertas sobre os joelhos e volta a me encarar.

- Diga logo. E sem rodeios. Odeio quando tentam subestimar minha inteligência com joguinhos de adulação. Então seja objetiva e poupe meu tempo. – Ora bolas, como se ele tivesse muitos compromissos trancafiado numa cela. Continua arrogante mesmo em sua condição atual. Puxo o ar profundamente, e decido fazer como ele pede. Não estava preparada para esse cenário. Terei que improvisar. Talvez a melhor estratégia seja a franqueza.

- Está certo, serei objetiva. E sincera. Quero que me ajude e em troca posso conseguir que obtenha a liberdade muito antes do que pensa. E isso pode incluir seus amigos, se assim desejar.

- E como a princesinha pretende conseguir algo tão grandioso? Não me parece o tipo de pessoa que invade prisões e resgata criminosos. O que tem a oferecer que já não tenha sido tentado?

- Meu nome. O senhor feudal respeita minha família. Minha lealdade para com o País do Fogo e para com Konoha são inquestionáveis. Se aceitar o que venho propor, intercederei em favor de vocês, e assumirei a responsabilidade por seu grupo. O senhor feudal não irá se opor em conceder o perdão a todos. Afinal, são ninjas poderosos e podem ser bem mais úteis voltando logo à ativa.

- Hum. – um resmungo cético é tudo que recebo. Desanimador – E para que precisaria da minha ajuda?

- Você nasceu aqui, conhece os costumes de nossos clãs. Deve se recordar das histórias sobre o selo amaldiçoado dos Hyuuga. E de como minha família é avessa à presença de membros de outros clãs entre nós. O que tenho a propor tem a ver com isso. – enquanto explico todas as implicações do selo na vida dos membros da família secundária, ele não deixa transparecer qualquer sinal de entendimento ou emoção. É como se eu estivesse descrevendo fatos a uma estátua que respira. Prossigo narrando os acontecimentos após o fim da guerra, depois que ele e Naruto decidiram parar de lutar entre si e trouxeram os que pereceram naquele campo de batalha sangrento de volta à vida. Incluindo meu primo. Fiz questão de frisar o quanto Neji e Hanabi são importantes para mim e o quanto a nossa maldição é cruel. Impassível. Talvez seja a hora de arriscar e contar nossos planos. Neji e eu estamos trabalhando nisso há cerca de um ano e meio. Quase o mesmo tempo que Sasuke e seus companheiros estão encarcerados nessas paredes frias. Depois de serem julgados, concordaram em cumprir uma pena de seis anos antes de serem reintegrados como ninjas da Aldeia das Folhas. Parece pouco, tendo em vista todas as acusações que pendiam sobre suas cabeças, contudo muito foi relevado em razão de suas participações na vitória sobre Madara e Kaguya. Naruto fez de tudo para garantir a liberdade do amigo, até foi depor formalmente, usando a força de sua imagem como herói de guerra. E o senhor feudal acabou aceitando seus argumentos. Contudo, decidiu que alguma punição haveriam de ter para servir de exemplo. A mão aberta de Sasuke estendida em frente ao meu rosto interrompe minha fala e meus pensamentos erráticos.

- Não tenho nenhum interesse nas questões internas dos Hyuuga. O que você e seu primo pretendem pode ser considerado um ato de conspiração contra seu clã. E ainda assim não me interessa. Nem mesmo como diversão. Eu sou um ninja. Poderoso, por sinal. Não pretendo desperdiçar nem um minuto do meu tempo pesquisando como quebrar o selo amaldiçoado da sua família. Era só isso? – ele começa a levantar, dando o assunto por encerrado. Não posso desistir, não há como voltar atrás.

- Lie. Não foi isso que vim propor. Neji e eu já estamos envolvidos nessa busca. E temos conseguido alguns avanços. Poucos, porém promissores. Só não contávamos que nosso tempo ficaria tão escasso. Os anciões do meu clã decidiram marcar a data da minha posse como nova líder. Será em pouco mais de dois meses.

- E daí? – ele volta a se acomodar. Tive a impressão de ver um lampejo de curiosidade em sua expressão rígida. – Depois que tomar posse vai comandar seu clã e pode banir o uso do selo.

- Daí que ainda estamos longe de encontrar uma solução segura para desativá-lo. Para banir essa prática de vez, é preciso ter apoio. A bouke é mais numerosa, no entanto, seus membros só conseguirão defender o líder de alguma rebelião da souke, se estiverem livres do selo. Como pode perceber é uma situação bastante delicada. Além disso, existe outra questão ainda mais preocupante. – pauso para tomar fôlego e tentar ler suas reações.

- Que seria? – Ele finalmente parece demonstrar algum mínimo interesse. Apoia um cotovelo no joelho e inclina o tronco em minha direção.

- Hanabi. Se eu assumir o comando do clã, ela receberá o selo. Isso não foi feito enquanto ela era criança, porque os anciões temiam que eu não fosse forte o suficiente. Por muito tempo ela foi considerada a melhor opção. Submete-la ao selo agora, nessa idade, é um grande risco. Ela poderia não resistir ou padecer com sequelas terríveis. Não posso aceitar que minha irmã sofra. Se eu renunciar em favor dela, estarei sujeita ao mesmo risco. O que, como pode imaginar, dificultaria ainda mais nosso propósito.

- E o que quer de mim afinal?

- Quero que se case comigo. – eu devia ter me expressado melhor. Um sorriso de escárnio acompanha seu olhar de desprezo.

- Olha Hyuuga, eu achava que já tinha visto e ouvido de tudo dessas obcecadas histéricas que ficam me perseguindo. Mas essa sua proposta maluca de casamento superou a todas em ousadia.

- Espera. Não é nada disso. Você está entendendo tudo errado. O que estou propondo é um contrato. Com duração máxima de um ano. Casando, eu posso sair do clã sem ter que renunciar e ser selada. Com isso, protejo Hanabi e ganho mais tempo para descobrir como quebrar a maldição. E quando minha irmã estiver pronta para ser empossada, tenho fé que terei encontrado a solução para libertar a bouke e Hanabi poderá declarar o fim do selo amaldiçoado Hyuuga.

- E se ela não quiser fazer isso? – sua pergunta é quase uma zombaria. Está me testando para saber se digo a verdade.

- Ela fará. Eu sei disso. Crescemos assistindo o sofrimento e a revolta de nosso primo, a quem amamos como um irmão. Um ano. É só o que lhe peço. Depois disso, pedimos anulação do casamento e estaremos livres para seguir com nossas vidas.

- Supondo que eu aceitasse esse desatino, como convenceria seu esnobe pai e clã a me aceitar como pretendente? Como explicaria nosso suposto envolvimento? Olhe bem ao seu redor. Estamos na prisão. Mal nos conhecemos. Certamente não sou sua melhor opção. Porque não pede a algum de seus amigos para fazer esse papel?

- Discordo. Na verdade, você é minha única opção. E antes que pense bobagens, me ouça. É evidente que seria mais confortável para mim se eu pudesse pedir ajuda a alguém que eu já conheço e confio. Só que... como mencionei antes meu clã é pouco sociável. Para eles, nenhum de meus amigos se qualificaria como pretendente. Acontece que vasculhando antigos documentos em busca de respostas sobre o selo, encontrei um contrato camuflado em um fundo falso na biblioteca. Um acordo lavrado entre o meu pai e o seu, prometendo seus primogênitos em casamento. – seus olhos se estreitam para mim. Eu entendo seu estranhamento, senti o mesmo quando descobri que era prometida a Itachi – Neji conseguiu fazer uma cópia perfeita para que não desconfiem que retiramos o original do seu esconderijo. Veja por si mesmo. – lhe entrego o pergaminho, que ele lê com atenção - Você só terá que reclamar o cumprimento dos termos, como é seu direito de herdeiro. Nenhuma explicação será cobrada. Os Hyuugas, mesmo contrariados, nunca descumprem seus contratos.

- E como pretende manter essa farsa? Abrirá mão de sua vida confortável para seguir ao lado de um bando de ex-nukenins? Não tenho nada a oferecer a uma noiva tão ilustre. A não ser meu sobrenome é claro. E talvez um pouco de diversão, se os deveres conjugais estiverem inclusos no acordo. – estou certa de que estou vermelha como um camarão. Ele disse isso para me desestabilizar. E conseguiu. Não consigo encará-lo, e nem preciso. Sei que está rindo.

- Não precisaremos viver como um casal, porém teremos que morar juntos durante esse ano, para evitar suspeitas. As terras do clã Uchiha são suas, as casas ainda existem, só precisam de reformas. Podemos todos morar lá. De minha parte, acredito que possamos manter uma convivência amigável. Se preferir, podemos agir como se estivéssemos em missão ou só compartilhando um alojamento. Eu tenho minhas economias e ainda atuo como ninja. Não serei um peso, não se preocupe. Tudo que me importa é conseguir mais tempo e manter minha irmã a salvo. E então? O que acha?

- Acho um desatino. – sua resposta mais parece uma sentença.

- Talvez deva pensar um pouco mais sobre o assunto Sasuke-san. Eu posso retornar para... – novamente ele estende a mão bem rente ao meu rosto para me calar. Espero que não se torne um hábito, pois estou achando esse comportamento bastante irritante.

- Me deixe concluir. Parece que você passou bastante tempo pensando nos argumentos para me convencer. Tem mesmo certeza do que está fazendo? Sabe quem são as pessoas com quem está se metendo? Acha que está preparada para conviver com o fardo que será carregar e honrar o nome Uchiha? Só me responda isso.

- Sim para todas as perguntas. Só quero é que todos da minha família sejam livres e felizes. Estou disposta a me sacrificar por eles.

- Então, eu não fui sua primeira opção? – O que? Que pergunta é essa? Ele ri. Será que está só se divertindo às minhas custas?

- Certamente que não. Sem querer ofender, é só que... bem, como você mesmo disse, nós mal nos conhecemos. Convivência exige muitas coisas que não temos. Sei que vai ser um período difícil. Mas prometo que darei o melhor de mim para não lhe aborrecer.

- Compreendo. E creio que já tenho sua resposta. Considere-se noiva Hinata Hyuuga. Deixe comigo o documento que precisarei para reclamar sua mão. Chamarei o Hokage ainda hoje. – ele guarda o pergaminho no quimono – Comece a articular sua parte no trato. Assim que eu e meus companheiros estivermos livres, nos casamos. Tem minha palavra. Se isso for suficiente. – provoca com ironia.

- Sua palavra me basta. – apertamos as mãos para firmarmos nosso acordo. Rezo para estar fazendo a coisa certa. Que Kami me proteja!

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