Utópico. - Duologia Deverpolt.

By DihdePaula

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A magia havia sido roubada daquele mundo, assim como a esperança. Todos achavam que conforme os anos se passa... More

BOOK TRAILER. SE LIGA NESSE HINO!!!!
Sinopse
Prólogo.
Capítulo 1 - Um pingo de felicidade no meio do caos.
Capítulo 2 - A profecia.
Capítulo 3 - Sangue e lágrimas!
Capítulo 4 - Primeiro passo.
Capítulo 5 - Mantenha seus amigos perto e os inimigos ainda mais perto.
Capítulo 6 - Uma visita inesperada.
Capítulo 7 - Flores e mentiras.
Capítulo 8 - Sacrifício.
Capítulo 9 - Parque de diversão.
Aviso rápido!
Capítulo 10 - Assassinatos.
Capítulo 11 - Revelações.
Capítulo 12 - Um monstro maior do que parece.
Capítulo 13 - Tormentos.
ATENÇÃO! VOTAÇÃO URGENTE!
Capítulo 14 - Relações conturbadas.
Capítulo 15 - A festa dos Brandley
Capítulo 16 - Desespero.
Capitulo 17 - Sentimentos.
Capítulo 18 - Confusão.
Capítulo 19 - Depoimentos.
Capítulo 20 - Decisões.
Capítulo 21 - Distrações.
Capítulo 22 - Complicações.
Capítulo 23 - Alianças.
Capítulo 24 - Frustrações.
Capítulo 25 - Um pouco de verdade.
Capítulo 26 - Lealdade.
Capítulo 27 - Reuniões Parte 1
Capítulo 29 - Confissões
Capítulo 30 - Sofrimentos.
Capítulo 31 - A verdade nunca é fácil.
Capítulo 32 - Tentativas.
Capítulo 33 - Ultimatos.
Capítulo 34 - Fonte Carmesim.
Capítulo 35 - Cintilante
Capítulo 36 - Ação e reação.
Capítulo 37 - Juramento de sangue.

Capítulo 28 - Reuniões Parte 2

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By DihdePaula

Estava nervoso com a reunião, o medo de que tudo desse errado pairava sobre suas cabeças. Quando finalmente chegou a um galpão do nível 4, os três adentraram o local com cautela. Pablo estava irritado por Luna ter jogado aquela bomba no colo dele, não gostava de ser babá.

Só que ele sabia que o melhor a fazer era realmente ajudar o garoto com aquilo. Utilizando a influência de Sebastian e a cara de bom moço, eles poderiam trazer mais pessoas para o lado deles e quanto mais gente melhor.

Quanto mais pessoas estivesse junto deles, menos pessoas estarão ao lado de Travis no dia da invasão. Pablo não liga de matar alguém para cumprir seu objetivo, mas prefere não ter que derramar sangue de inocentes e era exatamente por isso que estava ali, isso e por gostar da sua cabeça onde está.

— Realmente espero que a gente não perca a cabeça por causa desse garoto. — Resmungou Ethan ao ouvido de Pablo.

— Não sou fã número um do cara, mas ele realmente é uma boa pessoa. Acho que ele está querendo mesmo ajudar. — Disse Pablo dando ombros.

O moreno olhou por cima de um de seus ombros e fitou Sebastian que caminhava mais atrás em silêncio e pensativo. Podia perceber o receio do rapaz somente ao fitá-lo. Provavelmente estava temendo a morte ou a falha da missão, afinal, ele precisa recrutar mais pessoas para ajudar e quem melhor do que soldado insatisfeitos com a tirania? Pelo que Ethan havia falado naquela lista estava mais da metade da guarda de Borthen, uma boa revolução é aquela que o povo e os soldados andam lado a lado.

Pablo podia sentir a tensão das pessoas que aguardavam a chegada dos três, eles estavam a uma porta de distância e pareciam receosos. Também, se fosse uma armadilha de Travis todos eles estariam mortos e todos ali tinham uma família para cuidar.

— Talvez seja melhor você esperar aqui por alguns instantes, só para que a gente possa conferir se não tem nenhum espião. — Disse Pablo para Sebastian.

— Ótima ideia, também vou esperar aqui. — Disse Ethan sorrindo.

— Deixa de ser covarde, Ethan! Eu não tenho como saber quem é espião ou aliado, só você pode identificar e se você falar algumas palavras e introduzir o Sebastian vai dar mais credibilidade a ele. — Ethan bufou e revirou os olhos conforme Pablo falava.

— Espero que seu discurso seja bom garoto, porque eu tô arriscando a minha cabeça aqui. — Resmungou Ethan enquanto empurrava a porta para entrar no armazém.

Pablo revirou os olhos, não estava com muita paciência para drama. Às vezes Ethan era corajoso, mas em outros momentos era uma belo de um covarde e isso era algo que Pablo não conseguia entender. Sebastian assentiu diante das palavras dele com o semblante carregado de preocupação. Quando Pablo se virou para acompanhar Ethan sentiu uma mão em seu ombro, lançou um olhar com o cenho franzido para o rapaz por cima do ombro.

— Só queria te agradecer mesmo, pelo apoio que está me dando. Talvez se não estivesse me ajudando eu já teria cometido alguma burrada. — Disse Sebastian soltando um longo suspiro.

— Como você disse mais cedo estamos do mesmo lado. Quanto mais gente estiver com a gente melhor, é menos gente para o lado deles. E também significa que mais inocentes estarão seguros no dia que a bomba explodir. — Disse Pablo dando ombros. — Só espero que o discurso seja bom e não faça a gente perder tempo.

Pablo soltou um longo suspiro e empurrou as portas deixando Sebastian para trás. Não demorou para estar parado ao lado de Ethan com os braços cruzados encarando as pessoas que estavam ali, pelos cálculos dele deveriam ter de 200 a 400 pessoas, isso era perigoso.

— Tem gente demais aqui, como vamos saber se não tem um infiltrado no meio, Ethan? — questionou Pablo preocupado.

Ethan soltou um suspiro e se aproximou de um caixote de madeira grande, ele pisou no mesmo e tentou sacudir, para ver se era firme ou não. Como parecia sólido Ethan subiu no mesmo sem muita dificuldade, olhou para todos que estavam ali e disse em um tom firme.

— Iniciem a verificação. — Disse o ruivo.

Logo que sua frase foi finalizada aqueles que realmente pertenciam a resistência começaram a passear entre os outros, verificando suas identidades. Apesar de Borthen ser considerada uma cidade grande para aquela época, já que não haviam tantas pessoas no mundo. Ali todo mundo, conhecia todo mundo, provavelmente desde a infância.

Ethan permaneceu firme com os braços cruzados encarando a todos, de cima parecia ter uma visão melhor e se alguém tivesse alguma atitude estranha ele poderia ver. Fora que Pablo estava ao lado dele, tão atento quanto o ruivo. Aproximadamente 20 minutos depois os membros da resistência vieram para frente e fizeram um sinal mostrando que estavam seguros.

— Ethan já falamos a vocês que não vamos nos juntar a resistência. Concordamos que essa tirania deveria acabar, mas para nós que somos soldados é arriscado demais. Se alguém descobrir estamos mortos. — Exclamou um homem que aparentava ter por volta de 30 anos, pela postura rígida era fácil identificá-lo como um dos militares da cidade.

— É verdade, só vim até aqui por consideração. Mesmo a causa sendo justa é arriscado, se descobrirem a gente estamos acabado, os Deverpolt estão do outro lado do muro e não podem nos proteger aqui dentro. — Disse uma mulher que estava parada mais a esquerda.

— E quem disse que fui eu quem chamei vocês? Estou aqui só para garantir que não tem nenhum capacho de Travis e introduzir nosso convidado. — Disse o ruivo com um pequeno sorriso.

— É melhor irmos embora, antes que dê merda. Se não foi você como vamos saber se não é uma armadilha? — Perguntou a mulher novamente.

— Se fosse uma armadilha estaríamos tão ferrados quanto vocês. Talvez pior, já que a morte de vocês seria rápida e a nossa não. Afinal, trabalhamos no palácio e estamos tramando bem debaixo do nariz daquele crápula. — Disse Pablo com calma.

Várias pessoas começaram a falar ao mesmo tempo e isso fez Pablo revirar os olhos. Luna tinha que empurrar ele para algo daquele tipo logo quando ele estava de mau humor. Aquele mau humor tinha nome e sobrenome. Aquela demônia com cara de anjo estava tirando a sua paz nas últimas semanas e ainda para piorar tinha que ajudar Luna sem questionar.

Ele não entendia como mulheres conseguiam ser tão complicadas, as duas bem que podiam dar uma pouco de paz para ele. Mas pelo visto nem Luna e nem a demônia estavam dispostas a isso. Estava perdido em seus devaneios lembrando do que havia acontecido pela manhã quando o barulho das portas sendo abertas e se chocando contra a parede lhe chamaram atenção.

— CHEGA! — Gritou Sebastian por cima do falatório. — Eu chamei vocês aqui, chamei porque preciso da ajuda de todos vocês para acabar com Travis de uma vez por todas, ajuda para dar um pouco de paz e dignidade para a nossa cidade. Acho que merecemos depois de tantos anos de inferno que ele proporcionou a todos.

Um silêncio enlouquecedor se estendeu pelo armazém. Todos estavam com os olhos arregalados e com feições temerosas. Ethan desceu do caixote em um pulo e logo a figura alta de Sebastian havia tomado o seu lugar. Todos o encaravam com medo, pareciam em dúvida se deveria fugir ou ficar e ouvir.

Pablo cruzou os braços ao lado de Ethan e ficou encarando o rapaz. Sebastian soltou um longo suspiro e se aproveitando do choque momentâneo daquelas pessoas por ele estar ali logo começou a falar.

— Até onde eu consigo me lembrar ele sempre foi um monstro, um tirano. O único que ainda recebia algum afeto dele era Bernard e veja o que ele se tornou, um monstro tão ruim quanto o pai. Todos sabem dos boatos sobre punição física que ele fazia questão de aplicar em Amélia, Luce e em mim. Na verdade, não são boatos e eu tenho como provar isso. — Disse Sebastian com uma voz firme.

Ele virou de costas para todos e simplesmente puxou a blusa para cima mostrando as costas todas cicatrizes. Algumas dava para ver que eram antigas, provavelmente quando era criança. Exclamações de surpresa e horror ecoaram quebrando o silêncio. Sebastian respirou fundo e se virou de frente para todos novamente.

— Essa foi a única coisa que aquele homem me deu e eu estou cansado disso. Ele não se importa com ninguém além de si mesmo, ele desvia o dinheiro da cidade sem se importar com a morte das pessoas dos níveis inferiores. Se vão morrer de fome ou por doença? Ele simplesmente não se importa, se alguém falar algo contra ele aparece morto. A quantos anos não decidimos nossos líderes? A quantos anos não decidimos quem fará parte do conselho? Travis simplesmente escolhe quem tem algo a oferecer a ele e pronto. — Todos o encararam surpresos. — Eu me juntei a resistência e aos Deverpolt para dar um fim nisso, para colocar um fim na tirania e no descaso dele. Eu cansei de esperar as coisas melhorarem, se eu esperar mais é capaz de amanhã eu ter que enterrar minha mãe por conta das surras que ela leva, ou enterrar a minha irmã já que ela se importa com os mais necessitados e isso não agrada a ele. Talvez eu tenha que velar o corpo da minha namorada se eu não tomar nenhuma atitude, já que ela com a minha ajuda colocou Bernard atrás das grades. Obrigando ele a pagar por todas as monstruosidades que ele fez com várias moças. Monstruosidades que Travis sempre teve ciencia e nunca fez questão de parar ou punir os atos dele.

O silêncio continuava a tomar conta do ambiente, todos olhavam para Sebastian. Alguns com admiração, outros com receio. Pablo tinha que admitir que o garoto tinha coragem, marcar uma reunião às escuras, montar um esquema para acabar com o próprio pai e se aliar com os Deverpolt para isso. E pelo que chegou até os ouvidos dele, o garoto em nenhum momento pediu pela própria vida e sim pelas pessoas que ele se importava.

Desde o dia que chegou a cidade sempre ouviu coisas boas a respeito dele e da irmã. Hoje ele estava enxergando que a implicância que tinha com Sebastian não passava de ciúme, hoje podia perceber que havia perdido tempo demais preso em uma ilusão criada por ele mesmo. Luna nunca havia lhe prometido nada, ao contrário sempre deixou claro que eles não passavam de amigos com benefícios.

— A única coisa que eu quero é poder dormir em paz, sem temer que ele invada o meu quarto e me mate ou mate alguém que eu ame. Tudo que eu vejo é o nosso povo morrendo por causa do descaso e da crueldade desse homem. Eu não sei vocês, mas eu com certeza não aguento mais viver assim e se eu tiver que entrar em uma guerra contra ele, que seja. Contato que no final eu tenha paz, que é algo que nunca tive na minha vida. — Sebastian manteve a voz firme enquanto encarava cada um ali. — Não vou prometer a vocês, fortuna, uma posição de prestígio e nem nada do tipo. A única coisa que tenho a oferecer é a minha vida para essa luta, porque eu prefiro morrer sabendo que ao menos eu tentei acabar com aquele desgraçado. Do que continuar a viver dessa forma, sendo refém do medo, sendo refém dele.

Todos pareciam absorver as palavras dele e ponderar sobre o assunto. Mas Pablo podia ver a chama da esperança se alastrando entre os que estavam ali, o cheiro fétido do medo já havia desaparecido.Alguns balançavam a cabeça em concordância e encaravam Sebastian com admiração, outros pareciam ainda ter medo de enfrentar Travis.

Isso não surpreendia Pablo, aquele povo viveu os últimos anos governados pelo medo. Sempre que alguém ia contra Travis era morto e quem ele não conseguia matar, como os Deverpolt, ele simplesmente exilava. Nos últimos meses Pablo havia conhecido um grande número de pessoas e até os ricos estavam insatisfeitos, já que eles também eram reféns dos próprios temores.

— Como ele disse, ele se juntou a resistência e aos Deverpolt. Tenho que admitir que o garoto tem coragem, já que ele foi até o próprio Nikollay oferecer sua ajuda. E o mesmo aceitou, obviamente. — Disse Ethan com um tom firme, mas calmo.

— Está me dizendo que ele foi até Nikollay e saiu de lá vivo? — Perguntou um homem de forma debochada.

Pablo revirou os olhos naquele momento, sempre tinha o cético que fazia questão de complicar tudo.Ele não gostava muito desse tipo de gente, ficava se acovardando para lutar e ainda ficava tentando minar a confiança de quem está tentando fazer a diferença. Antes que Sebastian pudesse responder, uma das soldadas que havia falado no início deu alguns passos a frente.

— Ele não está mentindo, eu estava de guarda no portão no dia que ele foi até as margens da floresta com a senhorita Luna. Eu estava em cima dos muros, então deu pra ver na hora que os Deverpolt apareceram. — Disse a mulher alto, para que todos pudessem ouvir. — Ele ficou um tempo lá embaixo discutindo com eles e depois subiu como se nada tivesse acontecido. Quando os reforços chegaram, para supostamente resgatá-lo, ele já tinha voltado para o palácio

— É verdade, eu também estava lá na hora e vi toda a confusão que a saída deles causou. — Disse Pablo. — Até achei que a irmã dele ia ter um colapso nervoso quando ela o viu ele conversando com os Deverpolt.

— Se até você está se arriscando para derrubar esse canalha, eu é que não vou ficar escondida esperando as coisas se resolverem. Eu estou dentro. — Disse a mesma mulher.

Aos poucos todos foram se manifestando, fosse dando apoio ou reafirmando a decisão de não se meter nessa guerra. Mas para a sorte deles a grande maioria havia topado se juntar a resistência, agora restava saber como faria para organizar reuniões com tantas pessoas. A estufa já estava fora de cogitação alguns meses, somente a cúpula se reunia ali e depois repassava para as ramificações. Aqueles que optaram por não se envolver ao poucos foram indo embora, deixando ali somente quem havia decidido lutar.

Pablo sabia que mesmo aqueles que haviam ido embora manteriam suas bocas fechadas, primeiro por todos serem conhecidos pela resistência e se algum deles abrisse a boca, as coisas não terminariam bem para aquela pessoa. E no fundo eles queriam que Travis caísse, todos se beneficiam disso.

— A maioria aqui sabe como funciona as reuniões, para aqueles que não sabem eu vou explicar. — Disse Ethan chamando atenção de quem ainda estava ali. — Vocês não vão receber bilhetinhos dizendo que a nossa reunião será na próxima semana na hora do chá, não mesmo. As reuniões são avisadas com no máximo algumas hora de antecedência, é a melhor forma de não entregarem a gente. O ponto de encontro nunca é o local da reunião e as reuniões sempre são com grupos pequenos, quanto menos gente melhor. Já que grandes multidões chamam bastante atenção.

— Até agora tem sido eficaz, já que nunca os soldados conseguem pegar vocês. — Disse um homem com um tom divertido. O rosto dele estava escondido por um capuz negro.

Um pequeno sorriso se estendeu pelos lábios de Pablo, ele conhecia aquele homem a alguns meses, mas já o admirava muito. Encarou Sebastian com certa diversão ao perceber que o mesmo estava confuso, assim como alguns soldados. Não demorou muito para o homem se colocar à frente de todos e retirar o capuz.

— Capitão Fletcher? — Questionou Sebastian surpreso.

— Em carne e osso meu rapaz, fico muito feliz que tenha se juntado a nossa causa. — Disse o homem com um sorriso nos lábios.

— Puta merda, o capitão fazia parte da resistência esse tempo todo? Se eu soubesse tinha entrado antes. — Resmungou um dos soldados cruzando os braços.

Pequenas risadas se espalharam pelo local, afinal, ninguém ia esperar que o capitão da guarda da cidade trabalhasse com a resistência, que tecnicamente é o inimigo. Sebastian se aproximou do homem com um pequeno sorriso e eles apertaram as mãos.

— Como eu estava dizendo! — Disse Ethan um pouco irritado pela interrupção. — Vocês vão ser avisados das reuniões algumas horas antes e sempre serão pequenos grupos, um membro antigo da resistência vai ficar encarregado de repassar as decisões a vocês. E no dia da invasão vocês serão avisados obviamente e esperamos que vocês lutem ao nosso lado. Em relação às famílias de vocês é só mandar que eles fiquem dentro de casa ou se estiverem na rua por algum motivo, é só sair do caminho. As ordens são para invadir somente o palácio e atacar somente aqueles que nos atacarem, não estamos aqui para matar inocentes e nem para saquear casas. Nosso único alvo é Travis e a os aliados deles.Por hoje é só.

Todos assentiram confirmando que haviam entendido, alguns começaram a dispersar logo depois entendendo que a reunião havia acabado. Alguns ainda ficaram conversando em pequenos grupos com alguns membros mais antigos da resistência que estavam por ali.

Pablo se juntou a Sebastian, Fletcher e a mulher que havia confirmado a história de Sebastian. Pablo pode perceber que o capitão e ela pareciam estar irritados um com o outro, ele só não entendia o motivo. Até que a mulher abriu a boca e tudo se encaixou.

— Quando pretendia me contar que fazia parte da resistência, papai? — Questionou a mulher irritada.

— Quando você ia me contar que pretendia se juntar a resistência, minha filha? — Ele não parecia muito feliz com a filha estar ali.

— Francamente papai, ja sou maior de idade e posso escolher minhas próprias batalhas. Quando decidi me alistar o senhor reclamou e não adiantou nada, então nem perca seu tempo tentando me convencer do contrário. — Disse a mulher de forma determinada.

— Se você não fosse tão destemida e corajosa eu até tentaria. Mas sei que seria uma batalha perdida, o que me resta é te orientar para que sobreviva a isso. — Disse Fletcher com um pequeno sorriso.

Pablo se sentia um pouco deslocado em meio aquela reunião de pai e filha, pelo visto Sebastian também estava incomodado. Já que não parava de se mexer desconfortavelmente. Depois de se encarar por alguns segundos ambos sorriram e se abraçaram, pelo visto a discussão havia chegado ao fim. E não demorou para ambos se voltarem para os rapazes.

— Foi realmente uma surpresa quando meu informante me disse quem estava querendo reunir as pessoas. Você foi bem descuidado rapaz, se eu não tivesse mexido alguns pauzinhos de baixo dos panos, você poderia ter sido pego. — Disse o homem de forma severa.

— Eu estava desesperado sem saber a quem realmente recorrer e tive que me arriscar. Agradeço por ter me ajudado, mesmo que eu não estivesse sabendo de nada. — Disse Sebastian.

— Foi bastante arriscado o que você fez, mas corajoso tenho que admitir. — Disse o capitão sorrindo. — Deixa eu apresentar minha filha formalmente a vocês. Rapazes essa é Annie e Annie, esse são Pablo e Sebastian.

— Papai todo mundo sabe quem é o Sebastian. — Disse a mulher revirando os olhos. Mas em seguida estendeu a mão e cumprimentou os rapazes. — Prazer em conhecê-los pessoalmente.

— O prazer é nosso, só por ser filha desse cara já sei que devo tomar muito cuidado. — Disse Pablo sorrindo.

Annie encarou o rapaz com o cenho franzido em uma pergunta silenciosa. Os outros dois também o encaravam, ele soltou um pequeno suspiro e deu ombros antes de começar a se explicar.

— Se foi criada por ele deve ter um ótimo gancho de direita e conheço mulheres perigosas só de olhar. Convivo com uma a bastante tempo para reconhecer outra. — Disse ele de forma descontraída.

— Sou canhota, mas a dor é forte do mesmo jeito para quem me irrita. — Confirmou a mulher.

— A conversa está ótima, mas o melhor a fazermos é nos dispersamos. Já estamos aqui a tempo demais e estamos nos arriscando atoa. — Ethan se aproximou do grupo resmungando.

— Por mais que às vezes você seja um chato, dessa vez tenho que concordar. E eu ainda tenho que escoltar o Sebastian até o palácio. — Disse Pablo soltando um longo suspiro.

— Agradeço, mas sou capaz de ir sozinho Pablo. — Disse Sebastian parecendo um pouco incomodado.

— Cara eu sei que provavelmente você é capaz sim, mas se eu não fizer isso depois vai sobrar para mim. E acredite aquela lá, sabe quando a gente não faz exatamente o que ela manda e não queira ver ela irritada. Ela é um demônio de saltos quando fica puta. — Disse Pablo fazendo uma pequena careta.

Pablo observou a expressão de Sebastian ficar confusa, mas quando ele entendeu de quem ele estava falando o semblante mudou. Sabia que aquilo só deixaria ele mais curioso em relação a Luna e que as coisas podiam ficar bem complicadas, já que ele duvidava que ela fosse continuar mentindo por muito tempo.

Não havia nada que ele pudesse fazer, ela mesmo havia entregado o jogo quando mandou levar ele até Ethan e ficar dando ordens na frente dos outros. Era óbvio que qualquer pessoa com um pouco de cérebro iria desconfiar de algo.

Eles se despediram de todos e seguiram para o nível um da forma mais discreta que conseguiram. Sebastian estava com o capuz do casaco levantado escondendo a maior parte do rosto enquanto estavam no trem que levava o nível 1. Pablo não precisou se ocultar muito, já que era bem comum ele estar passando de um nível para o outro. Quando chegaram no posto de verificação de identidade rapidamente eles passaram sem apresentar nada, com ajuda de um dos membros da resistência é claro.

Quando eles finalmente chegaram ao nível um foram direto para o palácio. Pablo guiou Sebastian até uma das entradas dos empregados, quem o visse por ali não ficaria fazendo perguntas. Iriam simplesmente ignorar a presença de Sebastian como os empregados sempre faziam quando aquela passagem era utilizada por alguém.

— Obrigado mais uma vez pela sua ajuda. — Disse Sebastian estendendo a mão para Pablo.

— Acho que você pode me retribuir o favor. — Disse Pablo apertando a mão dele.

Sebastian o encarou curioso e maneou a cabeça positivamente. Pablo olhou para os lados e se concentrou para se certificar que não tinha ninguém perto o suficiente para escutar a conversa deles. Ponderou por alguns instantes se deveria ou não falar alguma coisa, por fim soltou um suspiro resignado e se deu por vencido.

— Quando ela te explicar tudo mantenha a mente aberta e confie nela. Eu confio a minha vida a ela e você deveria fazer o mesmo, porque eu sei que ela faria qualquer coisa por você. — Disse Pablo com cautela. — Eu acho que ela ama você, não posso afirmar já que não fico tão perto dela. Mas sei que ela se importa com você, então só tente entender ela e saiba que até onde eu sei ela nunca pode tomar as próprias decisões. E agora pela primeira vez na vida ela está tomando as rédeas da vida dela e decidindo por ela.

— Você falando essas coisas só me deixa ainda mais confuso. — Disse Sebastian. — Mas tudo bem, eu vou tentar manter a minha mente aberta e eu confio nela.

Pablo assentiu concordando, não havia muito o que ser dito. Então o moreno virou as costas e saiu daquele lugar. Tudo que ele queria era chegar até a casa de Ethan, tomar um bom banho e dormir, o dia havia sido cansativo.Ele não esperou para ver Sebastian entrar no palácio, já havia feito a parte dele e havia trago ele em segurança até ali. Estava passando pelo jardim que ficava na lateral do palácio quando percebeu que alguém se aproximava.

— Vocês demoraram demais, ela está surtada lá em cima achando que aconteceu alguma coisa com vocês dois. — Disse uma voz suave saindo das sombras.

— Ela estava preocupada com ele e não comigo, pequena demônia. — Disse Pablo descontraído.

— Eu já disse para não me chamar assim, idiota. — Resmungou a jovem. — Ela estava preocupada com você também, ela se importa com você e ficaria se culpando se algo acontecesse com você. Afinal, você só estava lá porque ela mandou. Ainda está com ciúmes dela? Por favor.

Quando a jovem finalizou a frase com certo deboche, Pablo se aproximou dela com passos rápidos. Segurou o queixo dela de forma delicada, fazendo com que a cabeça se inclinasse um pouco para cima, assim poderia fitá-la sem problemas.

— Mas você é uma pequena demônia, que vem infernizando os meus dias e as minhas noites. — Sussurrou Pablo se aproximando ainda mais. — Não sinto mais ciúmes em relação a eles dois, até fico feliz por eles. Ultimamente outra pessoa vem tirando a minha paz.

Ela o encarava com a cabeça erguida, sem se deixar intimidar e Pablo gostava disso. Nem parecia a mesma menina que ele havia conhecido quando chegou a Borthen, a convivência com Luna havia feito muito bem a ela.

— Posso saber quem? — Perguntou a jovem em um tom rouco.

Isso fez com que Pablo sorrir, um sorriso predatório. Calmamente ele usou a mão livre para enlaçar a fina cintura daquela jovem e com um movimento um tanto brusco a puxou contra o próprio corpo. No momento que as mãos dela se espalmaram sobre o seu peitoral para tentar se equilibrar o corpo dele se arrepiou, era uma sensação nova e diferente.

— Você, pequena demônia. — Surrou Pablo.

Sem conseguir conter mais os seus desejos, ele a beijou. Não foi um beijo delicado, foi um beijo faminto, um beijo possessivo e que por acaso ela retribuiu da mesma forma. Aquela demônia havia atormentado seus sonhos nos últimos dias, ele já não aguentava mais acordar suado e excitado, não aguentava mais imaginar como seria o sabor dos lábios dela, o sabor dela. E era tão doce quanto ele já havia imaginado.

Os lábios continuavam a se mover um contra o outro de forma intensa, a mão que estava no queixo deslizou até a nuca e a segurou por ali, para poder controlar o ritmo.Quando eles desgrudaram os lábios, ambos se encararam ofegantes. Relutante ele a soltou e a fitou em silêncio, ele já havia dado o primeiro passo.

Mas a diaba? Aquela diaba simplesmente se virou e correu em direção ao palácio deixando Pablo ali sozinho, desejoso e com gosto de quero mais. Ele soltou uma pequena risada antes de voltar a caminhar na direção da casa de Ethan, ao menos agora ele sabia qual o sabor dos lábios dela e não precisava ficar só imaginando. 

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