Opostos | Rúben Dias

By suotempore

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Benedita Varandas Fernandes. Rúben Dias. Um jogador e uma judoca. Dois opostos que dispostos, completavam-se... More

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Sorri ao sentir o seu beijo nas minhas costas nuas devido aos acontecimentos da passada noite que, nunca deixavam de ser especiais.

- Dormiste bem? - murmurou, chegando a sua trilha de carinhos ao meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

- Como à muito tempo não acontecia. - admiti. - Estou com o rapaz que adoro, num país extremamente encantador, num bungalow deveras bonito, na minha época festiva preferida. O que mais poderia eu pedir? Considero-me a pessoa mais sortuda do mundo. - ele riu satisfeito pela minha resposta e eu sorri, beijando-o intensamente.

Este voltou a deitar-me e posicionou-se por cima de mim, suportando o seu peso nos seus braços, de modo a que não me magoasse.

- Vamos tomar o pequeno almoço? - sugeriu, terminando a sua onda de carinho com um beijo na minha testa.

- Sim. Estou esfomeada. - confessei. Ia continuar a falar mas Rúben não me deixou.

- Pensava que podias estar satisfeita depois de me teres comido a mim. - fez troça, esboçando um sorriso sugestivo, e olhei-o atónita.

- Meu Deus, Rúben, isso foi horrível. - afastei-o de mim. O jovem deixou-se cair no outro lado da cama, soltando uma gargalhada aquando da minha expressão horrorizada. - A imagem que, por momentos, me passou na mente foi no real sentido da palavra comer. - ele fez uma careta de nojo. - Exato. - gritei, tendo noção que ele me percebera e imaginara o mesmo cenário. - Tenta melhorar as tuas piadas sem graça, Dias. - já num tom de gracejo, não evitei picar.

Planeava levantar-me mas o plano acabou por não se concretizar pois fui puxada pela cintura, repousando novamente as costas na cama.

- Tu não perdes uma oportunidade para me rebaixar. - dramatizou e soltei uma risada alta. Beijei os seus lábios rapidamente e fugi do seu enlace, procurando a minha roupa interior, esta espalhada pelos cantos do quarto.

- Sabes que a nossa relação só funciona assim. - brinquei e o atleta luso gargalhou.

- Eu gosto que assim seja. - sério afirmou, olhando-me intensamente e ofereci-lhe um sorriso tímido.

- Eu também. - num murmúrio, ditei a verdade. - Tu estás bem, Rúben? - inquiri, um pouco preocupada, ao vê-lo um pouco inquieto, abrindo a boca apenas para a fechar outravez, acabando por não falar o que queria.

- Quem é o Nuno? - direto, interrogou e engoli em seco, puxando ao de leve os cabelos.

- Como é que tu sabes isso? - não consegui não ser rude pois este tocara a ferida.

- Foi a Carminho. Ela não me contou o que se passou entre vocês mas sei que se tratou, a certa altura, de uma relação à distância e que foi uma experiência traumatizante para ti e que te magoou muito. - explicou. - Benny. - num tom preocupado chamou ao observar os meus olhos marejados.

- Porque isto agora, Rúben? - um pouco sufocada, perguntei. - Qual é a necessidade? - tentei controlar o choro.

- Eu.. - focou o olhar nos lençóis. - Como sabes, o me.. - pausou, soltando um forte suspiro. - Sabes que mais? - num instante levantou-se, vindo ao meu encontro, não se preocupando com a sua nudez. Segurou o meu rosto entre as mãos, deixando um beijo ternurento nos meus lábios e, logo de seguida, na testa. - Não vamos falar sobre isso agora. Bora tomar um banho relaxante, fazer umas panquecas e aproveitar o dia. - tentou aliviar o ambiente.

- Tudo bem. - acabei por ceder, embora ainda um pouco atordoada pela nossa troca de palavras.

Deixei que ele me conduzisse até à casa de banho, onde nos preparou um bem quente devido ao frio que se fazia sentir e que, se tornou bem mais demorado que o esperado devido às mãos marotas e aos beijos irresistíveis do mais promissor central do futebol europeu.

- Não te esqueças que tu é que fazes as panquecas. - avisei, enquanto penteava os cabelos molhados.

Rúben olhou-me assustado, expressão que me fez soltar uma gargalhada.

- Tens a certeza disso? - perguntou, terminando de atar os ténis da Nike.

- Foste tu que deste a ideia. - acusei, apontando-lhe a escova dos cabelos e ele riu, levando as mãos ao ar em forma de rendição.

- Não venhas cá resmungar se comeres panquecas queimadas. - antecipou e eu ri.

- Estarei como tua auxiliar, chefe Dias. - bati continência e o central gargalhou, indo até à minha beira.

Abraçou-me pela cintura e puxou-me para si, não ficando assim qualquer espaço entre nós.

- Eu gosto da alcunha. E gosto mais se a proferires na cama. - piscou o olho e bati com a mão direita na testa, tal fora a piada sem graça.

- Rúben, por favor. Tu tens jeito é para dar cacetadas e chutar uma bola, por isso, nem tentes. - gracejei e a sua gargalhada engraçada fez-me, igualmente, rir.

Entrelaçou os nossos dedos e encaminhou-nos para a pequena cozinha, onde se encontravam as poucas compras que adquiriramos na tarde de ontem quando aproveitámos para conhecer uma parte da cidade.

- É preciso tudo isto? - apontou para os ingredientes no interior do frigorífico e não evitei rir com a sua ignorância.

- Sim, Rúben. - confirmei, parecendo uma mãe a explicar as coisas minuciosamente ao filho.

O moreno retirou o necessário e pousou no balcão, mirando tudo com um semblante muito confuso.

- Vá, eu ajudo-te. - acabei por dizer ao vê-lo tão atrapalhado.

Uma ajuda que acabou se transformar no confeccionar toda a refeição uma vez que, o atleta português só estorvava.

- Foda-se, isto está muito bom. Tenho mesmo jeito. - comentou de boca cheia e quase me esgasguei com a panqueca que comia.

- Tu só podes estar a gozar. - olhei-o estupefacta e ele retribui com o seu semblante inocente.

- O que foi? - revirei os olhos.

- Isto de dizer que fez também eu! - exclamei e ele riu. - És mesmo descarado. - ralhei, dando por terminada a refeição.

- Não vais comer mais? - apontou para a panqueca no meu prato, esta apenas sem um pequeno pedaço.

- Podes comer. - prenunciei e ele riu, trocando os nossos pratos. - Que animal, Rúben. Parece que não comes à dias. - comentei e o central deu de ombros, bebendo um gole do seu chocolate quente.

- Tu deixas-me cansado. Além disso, tenho de ter energias para poder satisfazer-te. - gracejou e revirei os olhos mais uma vez, acabando por rir com ele.

Finalizada a refeição, limpámos e organizámos tudo antes de nos vestirmos a rigor para mais um dia de contacto com a neve e o frio.

- Quais os teus planos para hoje? - num misto de curiosidade e ânsia, quis saber.

- Vamos esquiar. - informou sorridente e olhei-o um pouco surpresa.

- Wow. - murmurei. - Mas eu nem sei esquiar! - exclamei quando reconheci qual o desporto que ele falava.

- Eu ensino-te. Tenho pinta para aquilo. - convencido, falou e eu ri.

- A rezar para não ficar sem uma perna ou bater com a cabeça na neve. - murmurei e ele olhou-me um pouco ofendido, o que me fez rir.

- Tu és mesmo Cruela de Vill para mim. - fez beicinho, o que lhe rendeu um beijo rápido nos lábios. - O centro de esqui fica a pouco mais de uma hora e meia de viagem. Espero que não te importes. - um pouco inseguro falou e abanei negativamente com a cabeça.

- Não me importo nada. - descansei-o. - Logo que não fujas de mim. - gracejei e o jogador gargalhou.

- Eu é que tenho de ter cuidado, não vá algum checo querer roubar-me a miúda. - abraçou-me apertado, o que me fez sorrir e derreter com o seu discurso e gesto de carinho.

- Sabes que eu não te empresto, não te dou, nem te troco por ninguém. - num tom de brincadeira, ditei a verdade.

- Eu iria atrás de ti caso acontecesse. - entrou no escárnio e eu ri, puxando-o para um beijo demorado e carinhoso.

Já no interior do carro e após 1h40m de viagem, onde a meio desta trocámos de lugares para podermos descansar, o trajeto difícil devido à quantidade elevada de neve existente no chão.

- Isto é enorme. - encantada murmurei ao entrarmos no parque.

- É fantástico, não é? - conduziu-nos até junto da bilheteira onde, após alguns minutos de espera, conseguimos adquirir os passes para uma viagem nas pistas.

Recolhemos todo o equipamento necessário e Rúben preparou-me depois de o fazer consigo mesmo.

- Estás bem? - perguntou, pegando a minha mão para me auxiliar.

- Com um pouco de medo. - confessei e ele riu fraco, beijando a minha cabeça coberta pelo gorro preto.

- Vai correr tudo bem. - descansou.

E, durante mais de uma hora, após algumas tentativas para perder o receio de praticar tal desporto, conseguimos dar uma volta inteira na pista enquanto muitos eram as fotos que tiravamos para mais tarde recordar e as gargalhadas dadas pelas inúmeras vezes que caíramos na neve.
De seguida, ao passearmos pelo parque, vimo-nos envoltos nunca guerra de bolas de neve iniciada por um grupo de crianças e que, logo, envolveu pessoas de todas as idades.

- Isto foi fantástico. Estou de coração cheio. - ainda ofegante pela atividade anterior, não pude deixar de confessar, agradecida pela oportunidade proporcionada.

- Esta gente é deveras acolhedora. E este país, nem se fala. É simplesmente maravilhoso. - concordou, enquanto, já afastados de toda a confusão do parque de esqui, caminhavamos pela neve, observando a bonita paisagem à nossa volta.

Acabámos por entrar num pequeno café, onde fomos muito bem recebidos e provámos mais alguns pratos caraterísticos da cidade e uma cerveja que, segundo os checos e até mesmo turistas, era a melhor que já se confeccionara.
Aproveitámos para falar rapidamente com as nossas famílias e atualizarmos as redes sociais antes de partir rumo ao bungalow para a nossa última noite por Praga, seguindo a pequena aventura, desta vez para a Suíça.

Instagram

@rubendias: love in Prague. ♥️

❤️ 45.890 gostos.

👤 @beneditavfernandes

📍 Herlíkovice, Bubákov.

💬

@beneditavfernandes: És mesmo lamechas. Mas és o meu favorito. ❤️

↪️ @rubendias: também te adoro, Benedita Catarina. 😂♥️

@gugarodrigues68: Rúben versão florzinha é a minha favorita. 😍😂

↪️ @carminhomartins: vê mas é se aprendes algum coisa com ele, Gonçalo Rosa. 🙄

↪️ @rubendias: Toma que já levaste, puto! 😂

@yuri_ribeiro95: Esta é a melhor foto que tu tens, Rúben... Porque a tua cara não aparece. 😂

↪️ @rubendias: sim, porque a tua tem muito que se diga. Lol. 🙄

@pizzi21: vocês são mesmo lindos. ❤️ Orgulhos do seu pai. 😂😍

↪️ @beneditavfernandes: Oi Pizza. ♥️

↪️ @rubendias: Também te adoramos, Pizza. ♥️

- Apetece-te chocolate quente? - perguntei a Rúben que mantinha a sua atenção focada no telemóvel.

Encontravamo-nos já em casa, de banho tomado e com a refeição feita, depois de outra experiência única de degustação da comida tradicional checa em mais um maravilhoso restaurante do centro da cidade.

- Sim, pode ser. - distraído, respondeu e dei de ombros, preparando-lhe uma caneca.

A lareira que se mantinha acesa na sala, aquecia todo o ambiente. Apesar do frio, no exterior do bungalow, coberto por madeira, este era tolerável.

O aparelho eletrónico do jogador tocou e ele, rapidamente, levantou-se, indo até ao quarto sem nada dizer.
Suspirei, um pouco preocupada pela sua mudança de comportamento, esta mais notável desde a hora do lanche, a partir da qual ele raramente largara o seu iPhone.

Após alguns minutos de chamada, o jogador tornou a aparecer na divisão e dirigi-me a ele, entregando-lhe a caneca que, prontamente, segurou. Agradeceu com um escasso beijo nos meus lábios.

- Benny. - chamou, alguns segundos depois. - Podemos retomar o assunto que deixámos pendente esta manhã? - perguntou e olhei-o um pouco assustada, pela sua repentina lembrança. - Eu preciso de te falar uma coisa. É importante. - insistiu, pegando a minha mão para acariciar a mesma.

- O que é que se passa, Rúben? Eu sinto-te um pouco estranho desde o dia da viagem mas mais, desde esta tarde em que, pouco deixaste de lado o telemóvel. - desabafei, um pouco magoada por tal facto. - Se era para estarmos agarrados às tecnologias, teríamos ficado em Portugal. - dei de ombros, não escondendo a falta de ânimo.

- Desculpa, princesa. - rapidamente pediu perdão, puxando-me para si. - Era o Jorge. - confidenciou, num tom baixinho, enquanto deixava a sua bebida em cima da pequena mesa que ao nosso lado residia, para pegar os meus dedos e entrelaçar nos seus.

- O que é que ele queria? - interroguei, no mesmo tom, um pouco receosa. Embora respeitasse muito o trabalho do empresário e agente do jogador, as suas chamadas, causavam-me sempre alguma ânsia.

- Como sabes, estamos no mês de Dezembro e em Janeiro, abre mais um mercado de transferências, o Mercado de Inverno.. - começou por dizer e engoli em seco, dando sinal para que ele continuasse. - Eu recebi esta proposta à cerca de quatro dias atrás e nunca te contei logo por me vir à lembrança a questão do Nuno. Por isso, a minha questão pela manhã. A minha família é a única que sabe. A comunicação social ainda não teve conhecimento mas não faltará muito para isso mudar. Eu realmente quero partilhar isto contigo. - prosseguiu e sorri-lhe muito fraco, sentindo um rajar de recordações que eu não desejava, assolar-me.

- Qual foi a proposta do Lyon desta vez? - gracejei, numa tentativa de fazer desaparecer a vontade imensa que eu tinha de desatar a chorar. - Estão dispostos a pagar os 60 milhões de euros? - continuei e ele riu.

- Não, o clube está disposto a pagar 55 milhões mais 3 de objetivos. - não evitei o meu semblante surpreso pela disponibilidade da equipa francesa em pagar tão avultado valor.

- Isso é ótimo mas, como é que o Lyon tem dinheiro para fechar tal negócio? - num misto de curiosidade e intriga, quis saber.

- Não é o Lyon, Benny. - os olhos quase me saltaram da cara ao ouvir tal coisa.

- Meu Deus, então quem é? - ansiosa insisti.

- A proposta que nós temos em cima da mesa é da Juventus. - finalmente admitiu e soltei um grito animado à mistura com as lágrimas que não consegui aguentar.

- Caralho, a Juventus do Ronaldo? A heptacampeã italiana? A vecchia signora? - animada gritei e ele apenas acenava constantemente, enquanto ria comigo. - A Juventus do gostoso do Paulo Dybala! - berrei, não evitando uma gargalhada ao ver a sua expressão emburrada.

Abracei-o fortemente, querendo demonstrar a enorme felicidade que sentia por ele. Mais do ninguém, Rúben merecia.

Eu tinha a certeza que ele seria muito feliz em Itália.
A outra certeza que eu tinha era que eu não conseguia fazer mais isso.

Não evitei soluçar quando este intensificou o aperto do nosso abraço que tinha sabor a despedida.

E era uma.

A/N: olá, olá! Espero que esteja tudo bem e que o dia esteja a correr pelo melhor!
Deixo-vos aqui outro capítulo desta história. Um pouco mais cedo, numa pausa muito desejada. 😂Espero que todo o enredo esteja a ser do vosso agrado. Só vos digo que avizinham-se tempos difíceis para o casal maravilha.. Veremos. 😝😂
Se assim o entenderem, não deixem de votar e comentar. É sempre bom ter uma percepção sobre o que estão a achar da escrita e se todo o assunto. Obrigado pela oportunidade dada! ❤️
Um beijinho e até ao próximo! 👋
PS: sou a única que está a ter problemas aquando da entrada na aplicação? Está sempre a travar. 🤷

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