Opostos | Rúben Dias

By suotempore

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Benedita Varandas Fernandes. Rúben Dias. Um jogador e uma judoca. Dois opostos que dispostos, completavam-se... More

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- Estás a sentir-te melhor hoje? - Carminho interrogou, enquanto nos preparavamos para um dia de deambular e conhecer a cidade de Salónica, uma vez que os jogadores ficariam em estágio até perto da hora do jogo.

- Sim, sinto menos dores e já consigo levar o pé ao chão. Os comprimidos que me deram e a pomada que aplicaram fez toda a diferença. - respondi, concentrada na tarefa que tinha em mãos de calçar os ténis.

- E como foi ontem com o Rúben? - num tom de desinteresse fingido perguntou e gargalhei, sabendo que estava mais do que curiosa para saber o que se passara.

- Foi bom. - sucinta proferi, já penteando os cabelos antes de fazer uma simples maquilhagem.

- Ai que seca, Benedita. Foi bom. - imitou o meu tom de voz e tornei a rir. - Sabes que eu gosto de saber mais pormenores. - olhou-me sugestiva e revirei os olhos, rindo.

- Nada se passou. Pelo menos, não da forma que estás a pensar. - confessei.

- Como não? Quer dizer, eu deixo o quarto livre, só volto horas depois e nada acontece? - atónita, levou a mão à testa e eu ri com as suas figuras.

- Desculpa lá se eu não sou como a menina que já levou o Guga para a cama. - gracejei e não evitei uma risada aquando das suas bochechas coradas.

- Não fui eu mas sim ele. - apressou-se a corrigir e gargalhei.

- Não interessa. São precisos dois. - dei de ombros e a loira revirou os olhos, acabando a rir comigo. - Mas, não foi bom. Foi ótimo. - admiti e ela sorriu-me. - Nós não fizemos nada desse jeito mas foi muito bom poder voltar a estar juntos, depois de algum tempo de costas voltadas. Ele explicou-se e.. - pausei por alguns segundos. - acabou por confessar os seus sentimentos por mim. - enamorada confidenciei e a bracarense soltou um grito eufórico, que me fez cobrir os ouvidos, tal era a histeria.

- Depois de mim e do Guga, vocês são o meu casal favorito. - entusiasmada, puxou-me para um rápido abraço e eu ri.

- Só espero que as coisas se possam manter assim. Estamos bem e não vou permitir que elas sejam de outra forma. - ela sorriu largo. - Eu realmente quero explorar o que eu estou a sentir. - murmurei.

- E eu a pensar que ia morrer sem ver a minha melhor amiga apaixonar-se. - dramatizou e revirei os olhos, batendo ao de leve no seu braço.

- Está calada. Não estou apaixonada. - contrariei mas fui ignorada. - Vamos comer que eu estou muito esfomeada. - pedi, puxando-a pela mão até ao exterior do quarto.

Seguimos no elevador e quando chegámos à sala da refeição, já todos se encontravam a tomar o pequeno almoço, num ambiente de convívio.

As atenções viraram-se todas para nós e sorri quando Rúben logo se levantou, vindo ao meu encontro.

- Eu estou bem. - garanti, abraçando-o pelo tronco. Sorri quando este beijou os meus cabelos.

- Estou a ver que já consegues manter o pé no chão e andar normalmente. Isso são ótimos progressos. - apreciou, enquanto olhava o tornozelo.

- Sim, a Dra. Nádia disse que não era tão grave como parecia. E ainda bem. Tenho uma liderança para manter. - ele riu, puxando-me para um beijo.

Ouvimos um coro de awns que me fez corar. Rúben, por sua vez, revirou os olhos aos amigos mas foi possível identificar uma pequena vermelhidão nas suas bochechas.

- Como estás? - Pizzi interrogou por todos, quando cheguei à beira da mesa.

- Muito melhor do que ontem. - inteirei, sorrindo agradecida pela preocupação deles. - E vocês? Preparados para mais uma final? - quis saber, enquanto me sentava no lugar vazio ao lado de Rúben, muito provavelmente deixado por eles para quando chegasse. Carminho abancou à minha frente, ao lado de Rafa. - Obrigado. - agradeci com um rápido beijo nos lábios de Rúben, quando este deixou um prato recheado de coisas saudáveis à minha frente, poupando-me o esforço de me deslocar até à mesa.

- Quem me dera que o Gonçalo aqui estivesse. - a loira melodramatizou, entre risos, fazendo troça do gesto de Rúben para comigo, o que nos levou a rir.

- Não há problema. Eu posso ir buscar-te a comida, se quiseres. - Grimaldo ofereceu-se e caímos na gargalhada ao ver o semblante um pouco surpreso de Carminho.

- Quais são os planos para hoje? - o jogador das águias perguntou-me e desviei o olhar da interação entre a bracarense e o espanhol.

- Passear um pouco por Salónica e assistir ao vosso jogo. - dei de ombros e ele sorriu, deixando um beijo no meu ombro desnudo.

- Vai ser um jogo difícil. - suspirou, focando o seu olhar no prato à sua frente.

- Sim, vai. Vocês têm de ganhar. - concordei, pressionando, e ele olhou-me, fazendo beicinho, o que me fez revirar os olhos. - O que foi, Dias? Queres que eu diga que vocês vão em vantagem para este jogo? É mentira! - ergui novamente os ombros e ele acabou por rir, deixando um beijo nos meus cabelos.

- Eu sei. - suspirou. - É hoje o dia do tudo ou nada. - sussurrou e acenei em concordância.

- E hoje vai ser o dia do vosso tudo. - incentivei e o jogador encarnado sorriu-me, puxando-me para um beijo.

- Poucas vergonhas na mesa, não! - Pizzi gritou, fazendo-me corar e esconder o rosto no peito do central.

- calado, paizinho. Devias estar orgulhoso do teu filho por ter arranjado uma mulher como esta. - orgulho proferiu e gargalhei.

- E quem é que disse que eu sou tua mulher? - franzi a sobrancelha, tentando não desatar a rir com o seu semblante desanimado.

- Ai Rúben, esconde-te! - Rafa fez troça e todos riram.

Abracei-o pelo pescoço e este revirou os olhos, acabando por segurar-me pela cintura.

- Sabes que eu gosto muito de ti, não sabes? - murmurei contra a sua boca e este fuzilou-me com o olhar, o que me fez rir.

- Às vezes não sei. - fingiu sofrimento e revirei os olhos, deixando um beijo estalado na sua testa.

- Então.. - pausei por alguns segundos. - Eu adoro-te. - deixei outro beijo, desta vez na ponta do seu nariz. - Muito. - conclui, beijando os seus lábios rapidamente.

- Posso habituar-me a isto. - murmurou e eu ri.

- Mas não te habitues porque não vai acontecer muita vez. - apontei e o jovem gargalhou, fechando a cara logo de seguida.

- E eu a pensar que esta Benedita versão ácida já não existia. - ri com o seu drama.

- Querido, esta Benedita é a única que existe, pelo menos para ti. - mandei-lhe um beijo no ar quando me levantei, pegando a minha mala.

- É para ir, não é? - Carminho perguntou, enquanto comia o último pedaço do seu pão.

Apenas acenei, enquanto fixava intensamente Rúben, que retribuia o olhar.

- Vamos embora que a tensão sexual por aqui está ao rubro. - a loira alfinetou e vi o jovem português abrir um sorriso de lado. Correspondi ao mesmo e virei costas, dirigindo-me para a saída.

- Foda-se, és linda! - gritou e caímos na gargalhada.

Olhei de relance para ele que já me observava com um sorriso convencido.

- Faz-lhe um filho! - Rafa gritou, abraçando o amigo pelos ombros.

Ri da figura de ambos e decidi picar mais um pouco.

- Se ele fosse o Asensio, até uma equipa de futebol eu lhe fazia. Mas ele não é. Desculpa. - dei de ombros, fingindo-me decepcionada e Rúben olhou-me ciumento.
Mandei-lhe outro beijo no ar e abandonamos o hotel.

- Adoro a vossa relação de "quanto mais me bates, mais eu gosto de ti" que, no vosso caso é do tipo "quanto mais me picas, mais eu gosto de ti." - a bracarense comentou e eu ri contente ao lembrar a figura do jovem.

- Apesar de tudo, eu já não imagino um dia sem as constantes piadas sem graça do Rúben. - de forma tímida, admiti e a estudante de fisioterapia gargalhou, puxando-me para um abraço de ombros.

- E lugares para nós visitarmos? - quis saber, puxando-me pela mão para que me apressasse.

- O único lugar que me souberam indicar foi um shopping, por não ser muito longe do local onde estamos hospedadas. - informei, um pouco descontente por não ter oportunidade de visitar uma das muitas maravilhosas cidades gregas.

- Não podiam ter-te recomendado lugar melhor! - eufórica gritou e eu ri, revirando os olhos com o seu entusiasmo exagerado pois, ao contrário de Carminho e de grande parte do público feminino, eu não era grande adepta de passar horas a provar roupa antes de a comprar. Costumava ser muito prática, rápida e simples, querendo passar o meu tempo ocupando-me com algo bem mais tranquilo e do meu agrado.

E foi onde acabámos por passar grande parte da manhã e um pouco da tarde, devido à enormidade do centro comercial e da vontade da minha melhor amiga de visitar todas as lojas, não deixando escapar nem uma, para minha grande desilusão.

- Estava a ver que isto nunca mais terminava! - protestei, enquanto esperávamos pelo táxi que nos levaria de regresso à unidade hoteleira.

- Estás a falar mal mas vais cheia deles. - apontou para os meus sacos de compras e revirei os olhos, acabando por rir.

- Primeiramente, nada se compara aquilo que tu levas. - contradisse. - E segundo, tudo isto é, na sua maioria, para a minha família.

- Como queiras. - revirou os olhos e eu ri.

- Salónica, e a maior parte das cidades gregas, estão repletas de história. Aliás são, elas próprias, história. E nós fomos passar o dia fechadas num centro comercial a abarrotar de gente. - reclamei e a loira riu.

Esta ia responder mas quando identificámos o número do nosso táxi, rapidamente fizemos sinal para que ele pudesse dar conta da nossa presença.

Num grego meio atrapalhado, fruto das aulas que Samaris nos deu e que foram consolidadas por Vlachodimos, conseguimos fazê-lo chegar ao hotel e nos despedimos, deixando uma pequena gorjeta ao homem, nomeadamente, pela paciência que ele teve connosco.

- No dia em que eu souber falar grego, já tenho um pé na cova. - Carminho comentou, fazendo uma careta e não evitei gargalhar.

- Realmente, não é uma língua de fácil aprendizagem. - concordei. - Mas o país é fantástico para passar férias, devido à beleza que caracteriza cada uma das suas cidades. É tudo tão histórico e antigo. - com um sorriso, olhei rapidamente à minha volta antes de entrar no interior do edifício.

Chegadas ao quarto, à vez, tomamos um banho e preparamo-nos para o jogo, onde iríamos seguir para o Estádio no mesmo autocarro que os jogadores e respectiva equipa técnica e dirigentes.

- Estou pronta. - Carminho avisou, enquanto ajeitava a sua camisola.

- Então bora ou ficamos atrás. - apressei-nos.

- Então, meninas, como correu a tarde pela cidade? - André Almeida perguntou quando chegámos à beira deles.

- Queres mais dizer pelo shopping. - resmunguei e eles riram, já conhecedores da minha aversão às compras.

- Foi uma tarde fantástica. Vocês deviam ter visto a enormidade daquele centro e a quantidade de lojas.. - desliguei-me do que Carminho contava ao observar Rúben, um pouco mais distante, enquanto falava ao telemóvel, numa conversa que, pelas suas expressões, não lhe agradava muito.

Decidi então ir ao seu encontro, tocando levemente as suas costas, anunciando a minha presença.
O defesa olhou-me, esboçando um pequeno sorriso, enquanto se despedia da outra parte.

- Está tudo bem? - perguntei, deixando que ele me puxasse para um abraço, seguido de um beijo nos cabelos.

- Era o Jorge. - revirou os olhos e olhei-o confusa.

- O teu agente? - ele confirmou com um aceno. - Porque é que ele iria ligar-te, no antepenúltimo dia do mercado, depois de tu teres renovado pelos encarnados? - um pouco hesitate perguntei, com medo da sua resposta.

- O facto de eu ter prolongado o meu vínculo com o Benfica, não me impede de sair, entendes? - explicou. - Apenas tornou mais difícil a minha transferência devido aos valores elevados que as águias pedem pela minha venda. - continuou e engolindo em seco, querendo que ele logo chegasse ao ponto essencial. - O Jorge ligou-me para avisar que alguns dos representantes do Lyon vão estar presentes, hoje, no Estádio pois caso não consigamos o apuramento para a próxima fase, eles vão tentar novamente a minha contratação. Procuram demover a vontade do presidente em deixar-me sair, este que sempre se mostrou intransigente a tal ideia. - deu de ombros e sorri-lhe amarelo, ainda um pouco atordoada por toda a informação.

- E como te sentes em relação a isso? - num tom baixinho perguntei enquanto brincava com o fecho do seu casaco.

- Não estou preocupado, Benedita. - levou a mão ao meu queixo, elevando-o para que nos pudéssemos olhar. - Eu estou no Benfica, muito feliz por isso, com ambição de conquistar grandes títulos, pois temos capacidade e muita qualidade e talento para isso, e os dirigentes já deixaram bem claro que só me deixam sair pela cláusula de rescisão, independentemente do resultado que aqui hoje possamos fazer. Nada depende da Champions League, como quiseram fazer acreditar. O clube francês se não pagar os 60 milhões de euros, que são pedidos a qualquer equipa interessada, não vai ter qualquer sorte. - deu de ombros, sorrindo para mim.

- Que pena. E eu a pensar que me ia ver livre de ti. - neguei com a cabeça e ele olhou-me, fingindo-se ofendido.

- Foda-se, tu não perdes uma oportunidade para me picar. - resmungou e gargalhei, este que acabou por se juntar a mim.

- Foi através das picardias e da nossa não tão civilizada relação que eu me vi apaixonada por ti. - sussurrei, próximo da sua boca antes de me afastar, não evitando rir ao notar a sua surpresa pela minha repentina confissão.

Virei costas mas não consegui dar qualquer passo pois este travou-me com o seu abraço pelos ombros e o seu beijo arrepiante no pescoço.

- Não fazes ideia do tempo que eu esperei para ouvir isto. - sussurrou ao meu ouvido e eu ri.

- Desde o dia em que nos conhecemos, obviamente. - proferi, convencida numa pose diva e o jovem gargalhou.

- Por aí. - confirmou e nós rimos. - Mas, se também te recordas, alguém afirmava convictamente, que me odiava, que não namoraria comigo, nem que caísse o Carmo e a Trindade. - imitou o meu tom de voz e eu ri. - que eu era irritante e não me podia ver à frente. - mostrei-lhe a língua e ele riu. - Ah pois é! - gargalhou da minha expressão contrariada.

- Retiro o que disse à pouco! - cruzei os braços e virei costas, começando a dirigir-me na direção contrária a ele.

- É um pouco tarde para isso, Varandas Fernandes! - gritou e gargalhei.

- Sempre ouvi dizer que antes tarde do que nunca, Dias! - pisquei o olho aquando do seu semblante atónito.

- Hey! - resmungou e tornei a gargalhar.

Cheguei ao encontro de Pizzi, André Almeida e Carminho que se encontravam em convívio.

- Como eu te conheço bem, diria que estás apaixonada. - o médio fez troça e revirei os olhos, acabando por rir com ele.

- E eu não nego. - admiti tímida sendo, rapidamente, sufocada num abraço esmagador pelos dois jogadores, um de cada lado, estes que começaram a saltar comigo enquanto anunciavam a todo o hotel que eu estava enamorada pelo colega e amigo, rendendo gargalhadas por parte da restante equipa e alguns visitantes. Outros, olhavam-nos estranhos. Eu percebia a reação deles.

- Ajuda-me. - entre risos e já muito tímida, pedi a Rúben que se aproximava de nós.

Mas, ao invés disso, o central juntou-se aos amigos, gritando o quão apaixonada eu estava por ele.

Definitivamente, eu estava rodeada de todo o tipo de amor.

A/N: estes vão de vento em popa 😍😂. Antes assim.. 😝
Espero que esteja tudo bem e que a semana esteja a correr pelo melhor!
Espero que o capítulo esteja do vosso agrado e se assim o entenderem, não se esqueçam de votar e comentar! Gosto sempre de ter uma percepção sobre o que estão a achar de todo o enredo! 😊
Obrigado por todas as leituras, votos e comentários! ❤️
Um beijinho e até breve. 👋

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