Henrique
Uma. Uma semana que Katrina está fora de si. Tudo por causa da ambição de meus pais, alimentando um amor doentio de Pietra. Essa semana eu tenho vivido o inferno na terra. Descobri através de Sambataro que só teve um tiro de raspão em sua perna e braço, que Katrina estava grávida.
Sim, estava. A gravidez dela já era de risco e o tiro que trouxe complicações clínicas como uma hemorragia e uma parada cardiorrespiratória,o que foi demais para o bebê suportar.
Soube por alto o ato de heroísmo dela. Liderar uma operação não é para qualquer um, principalmente da forma que foi feito.
Quero casar com essa mulher.
Deus traga-a de volta!
Se eu já a amava mesmo dizendo que era somente desejo e outras merdas, hoje, esse amor transcende diversas fronteiras.
Pietra, que recebeu um tiro de Katrina, mesmo baleada, já passa bem e está no sistema prisional feminino, como meus pais, Rafaela, e todos envolvido. Incluindo o picareta do Ricardo, mãe de Katrina... todos.
O único que se safou foi Rodrigo, mas já foi expedido uma ordem de prisão para ele.
Os gêmeos passam bem, eles não os machucaram. Porém estão fazendo tratamento psicológico devido o stress de tudo que vivenciaram. Eles, com certeza, serão nossos filhos. Temos uma conexão além da compreensão humana, que me faz sentir que eles pertencem a mim.
Só preciso que o amor de minha vida abra os olhos.
Devido o trauma e a quantidade de sangue perdido, Katrina está em coma induzido.
—Como ela está?—uma voz preocupada entra no quarto de hospital.
Gabriela,c oitada, está sofrendo tanto... Matheus já passa bem, está de afastado das funções para a recuperação. Porém ela continua sôfrega com sua "irmã", como ela diz, nesse estado. Soube que ela quer que Matheus peça exoneração. Por não querer ficar viúva cedo.
Ela vem aqui todas as manhãs e quando não vem, liga a cada dez minutos com um "e ai, ela já acordou?" e sempre dou a mesma resposta na esperança que mude.
—Na mesma. O médico disse que qualquer hora, é hora.—digo segurando a mão de Kat.
—Lilian acabou de ser presa.—ela informa triste.
Sim, Lilian foi enquadrada como cúmplice por estar namorando com Rodrigo e ter fornecido informações sobre a rotina de Katrina e a minha.
—Lamentável.—comento verdadeiro.
Porque é lamentável. Eu simpatizo com ela, ela so foi mais uma vítima nessa rede de picaretagem...
Nesse momento até concordo um pouco com Katrina, a falta de preparo dela e a dependência emocional,a permitiu cair na conversa de qualquer um.
Continuo a encarar Katrina buscando algum sinal de consciência, mas não vem. Nem um levantar de dedo.
Imerso em planos para o futuro e a angústia do presente, assisto mais um se juntar a nós, Tanaka.
—Tanaka, você por aqui?—estranho, pois hoje em oito dias de hospital é a primeira vez que ele vem.
—Menino Louva-a-Louva-a-Deus, Gabriela... Vir ver o despertar da fênix.—ele diz calmamente com um sorriso preso a face serena. Seus traços asiáticos transmitem paz junto a uma sabedoria incomum. Nesse processo, acabei criando uma feição por ele e entendi o porquê Katrina o venera.
Mesmo suspeitando que ele seja a porra de um bruxo, o admiro.
Como se tivesse escutado, os aparelhos que estão ligados a Katrina notifica uma mudança olho para a tela,para Katrina; Gabriela chega mais próximo da cama; Tanaka sorri.
Puta merda, esse velho só pode ser vidente
Estilo aquele filme viadinho, Crepúsculo sei la das quantas, Katrina abre os olhos como a tal da Bella.
Meu coração deu aquela fisgada nervosa, a dúvida entre chorar e sorrir surge; Gabriela começa a chorar agradecendo e chama por uma enfermeira que chega acompanhada e Tanaka sorri.
—A Fênix renasceu.—diz saindo da sala quando a equipe médica chegou.
O médico nos pediu licença para realizar os teste e examiná-la em paz, relutante, sai do quarto meio abobalhado.
Ela voltou. Voltou para mim!
Obrigada Deus.
Abraço Gabriela pela nossa conquista.
—Como você sabia?—me direciono a Tanaka que nos assiste.
—Eu não sabia.—diz tranquilamente.
—Mas é impossível tanta coincidência! Em sete dias de internação você não veio visitá-la e, justamente no dia que você vem, ela desperta.—contesto, curioso. Isso no mínimo é bruxaria,para mim.
—Sabe, menino Louva-a-Deus, quando as coisas tem que acontecer, tem dia, lugar e hora. Isso não está sob o nosso domínio. A pequena Gafanhoto está transcendendo. Hoje ela tem o fogo do dragão dentro de si.
—Isso é loucura.—continuo a contestar.
—Assim como foi loucura você não lembrar de quem você é.
—Como assim?
—Você deixou a cigarra lhe vencer, Louva-a-Deus.
Eu queria confronta-lo embora o lugar que estamos não é propício para isso, mas a curiosidade me move junto a insatisfação de não compreender suas falas puramente metafóricas.
Fogo do dragão. Sei lá que porra é essa.
Louva-a-deus. Por que porra ele insiste em me chamar assim?
Meus pensamentos foram pausados quando o médico responsável por Katrina permitiu o nosso acesso.
KATRINA
Abrir os olhos e ver todos aqueles olhos me olhando foi assustador. Estou no hospital, por causa de um efêmero detalhe que eu ignorei. Eu não coloquei a merda de um colete. Um colete. Esse simples detalhe poderia me fazer acordar sabe Deus onde.
—Doutor, qual o meu estado clínico?
—Se você tivesse me escutado, sua realidade seria diferente.
Ele me lembra quando o ignorei. Ok, eu fiz e faço de novo.
—Quais foram minhas consequências?—pergunto esperando o pior.
—Você levou um tiro na barriga que perfurou seu intestino, o que ocasionou uma hemorragia e uma parada cardiorrespiratória na mesa de cirurgia.
—Uau! Ontem foi intenso...—comento humorada, afim de perguntar sobre o feto, mas minha experiência diz que ele inexiste.
—Ontem? Não querida, há uma semana. Você ficou em coma induzido esses dias.
Me calo por instantes lembrando como flash do momento que recebi o tiro e atirei. Eu a subestimei. Julguei errado a Barbie propaganda de maquiagem em liquidação.
—E as crianças?
—Já passam bem.—ele diz com pesar. isso comprova o que eu já suspeitava.
—Fiz minhas escolhas. Eu já sabia.—digo
—É, fizemos o possível, mas a hemorragia complicou o caso.
—Tudo bem, quando eu terei alta?—pergunto engolindo a vontade de chorar.
—Sempre apressada. A senhora acabou de acordar, então vamos falar de setenta e duas horas.
—Fala sério, Doutor.
—A senhora não me escutou, Excelência.—ele sorri.
—Chama aquela turma lá fora.
—Farei isso, mas eu não vi três pessoas nesse quarto.
Ele sai e logo três rostos surgem. O rosto inchado de Gabriela denuncia o choro de dias e noites mal dormidas, dói perceber isso. Pois poderia ter sido de outra forma se eu não fosse tão negligente e prepotente.
—Nunca mais faça isso. Você quase me matou do coração.—Gabriela protesta me abraçando.
Eu a aperto em meus braços, afagando sua cabeça. Ela está comigo desde o inicio, me acompanhou, apoiou... não posso permitir que essa história termine assim, Ricardo e companhia tem que pagar.
—Estou aqui, maravilhosamente bem para outra.
—Seu afilhado precisa de uma madrinha viva.—ela funga e bate em meu braço.
—E Matt? Não tive notícias dele.
—Está em casa de castigo. Ele tem que decidir entre nós ou essa maldita profissão.—ela cruza os braços bufando.
—Gabi, ele não tem culpa. Ama o que faz, não aja de cabeça quente.
—Vocês terão tempo para conversar, acusar e defender, respectivamente, o Matheus. Então licença Gabriela—Henrique protesta com um ciúme humorado.
Foco meus olhos no seu, marejados, e vejo o meu céu. Deus, obrigada.
–Oi. Você sempre vem por aqui?
—brinco.
—Não, só quando minha namorada vira heroína e fica sete dias em um hospital.—ele sela nossos lábios em um beijo inocente com dose de um amor genuíno particular nosso.
—Nunca mais, escute bem, nunca mais me dê um susto desse.
Sorrio com suas lágrimas descendo, as enxugo e balbucio um te amo.
Duas palavrinhas: te amo. Foram tão difíceis de pronunciar... agora soa tão... fácil, leve, algo natural.
Um senhor baixinho de cabelos negros e traços asiáticos, carinhosamente, apelidado por mim como mestre dos magos. Se aproxima da maca e ali meu mundo cai.
O que seria de mim sem esse homem?
—Pequeno Gafanhoto, fico feliz que você tenha renascido.—Tanaka me cumprimenta pedindo permissão e me abraça.
É raro compartilharmos desses momentos, mas quando eles acontecem, é uma bomba de sentimentos, principalmente de minha parte. Aqui nessa cama de hospital, posso fazer um retrospecto do meu caminhar.
—Minha Princesa!—tia Alexandra entra no quarto esbaforida como se estivesse perdendo um mega evento cósmico
E assim foi, o quarto em duas horas estava repleto de flores, as meninas da UTPNM lotaram meu quarto de diversas flores, as orquídeas está sendo a campeã.
Consegui fazer Henrique ir buscar os gêmeos para que eu pudesse tocar, beijar, saber que está tudo bem. Fiz vídeo chamada com o orfanato, todos mandando beijos...
Ou seja, estou sendo muito mimada. Agora o cansaço está batendo, não vejo a hora de sair daqui para tomar a frente das coisas. Quero que cada uma pague pelo o que fez. Todas as minhas tentativas de abordagem sobre o assunto, mesmo que sutis, foram barradas sob pena de eu ser tranquilizada e ter maior estadia no hospital.
Um completo absurdo.
***
Décimo, e, último dia de hospital . Hoje o dia foi cheio, recebi muitas visitas e isso tem incomodado o corpo médico. Henrique tem evitado conversar comigo sobre o destino dos Mazzaropi. Tudo que eu sei foi o que a televisão noticiou. Matt virou o policial de destaque, dá entrevistas em todos os canais sobre toda a operação que ele chefiou.
Pesco meu celular para pesquisar notícias sobre a operação que fizemos e os estragos que deixamos uma vez que estou sozinha, mas logo sou obrigada a largar quando um médico diferente entra no quarto.
Ele tranca a porta do quarto, fecha todas as cortinas do quarto toda ação com muito nervoso, isso me chama a atenção. Em nenhum único momento ele fez contato comigo.
Enquanto ele vai fechando as cortinas, pego a minha arma que mantenho dentro das pernas que fiz tanto esforço para voltar a tê-la, destravei, pois o médico está agindo de maneira suspeita e, quando, por fim, ele vem em minha direção, aponto ela nele.
—Parado senão eu atiro.
Se for alguém tentando terminar o serviço? Uma miniatura de mim, responsável pelas atividades táticas indaga
—Embora eu ache sexy esse seu tom, acho melhor você baixar isso Excelência.
—Henrique, você quer morrer? Que susto.—levo a mão ao peito e ponho a pistola de volta ao seu lugar
—Serei seu médico particular, Excelência. Nos corredores do hospital só se fala de quão mal você tem se comportado.
Alguém quer brincar de médico... só de pensar começo a arder por ele, Deus que saudades de seu toque.
Mesmo eu sabendo do meu repouso, o ignoro e entro em seu jogo.
—Ah sim Doutor. Eu estou com uma dor no peito, horrível.—suavizo a voz.
Henrique vem com o estetoscóspio posicionando entre meus seios para auscultar meu batimentos cardíacos acelerados pela tensão sexual.
—Não Doutor, não esse.—pego sua mão e ponho em meus peitos por cima da camisola hospitalar.—este doutor.
Sorrio sedutora para ele que inicia uma massagem gostosa no local, provocando-me suspiros e gemidos.
—Onde mais dói?
—Dói aqui ó—pego sua mão e ponho por debaixo da camisola dando-o acesso a minha boceta.
Henrique sorri presunçoso levantando a sombrancelha-coisa que só ele faz-levando a mão no local indicado.
—Aqui senhora?—ele aperta o clitóris como um belisco.
—Sim, Doutor, ai—minha voz sai mais desesperada do que eu gostaria.
—Essa região está inchada e vermelha, vou precisar que a senhora abra mais as pernas para que o exame clínico seja mais eficaz.
Minhas pernas são abertas, sinto um desconforto no abdômen por causa da cirurgia, mas ignoro. Ele massageia a região e inicia a estimulação com suas mãos habéis. Ele toca desde meu ânus até a boceta com o indicador de cima para baixo. Quando percebe que estou bastante úmida cai de boca me deixando ofegante, gemo alto e ele põe a mão para calar minha boca.
—Senhora Katrina, vou pedir silêncio a senhora e calma.
Anuo e lá se vai mais uma fantasia do mundo pornográfico.
Esses dois.... Infelizmente, o baby não suportou:/
Mas será que eles farão outro nessa aventura hospitalar??
Obrigada, Xoxo ❤️