ASHLEY TANNER
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Russell e eu desembarcamos no aeroporto de Houston. Tivemos que esperar eu me recuperar por completo e nesse meio tempo dei entrada no divórcio litigioso e no reconhecimento de maternidade de Paige. Com o resultado, dei entrada no processo de guarda total. Tudo isso graças a Amélie que me forneceu todos os papeis originais já que quer me ver fora da jogada. Vitória para ela. Aplaudo de pé.
Meu trabalho não poderia esperar. Por enquanto o juiz determinou que Paige passasse os finais de semana comigo até a decisão ser tomada. Menos mal. Não quero separá-la do pai. Não sou como ele. Russell não sabe de nada disso, então precisamos conversar. Aceitei ser sua namorada e sei que tô agindo errado, porém irei me dar uma segunda chance no amor. Nós dois merecemos e o melhor é que ele não é como Matthew. Russell não é ele. Suspirei. Eles são completamente diferentes.
Entramos no apartamento alugado. Era bonito, mobiliado e... Não consigo me desligar dos meus problemas, de Matthew e principalmente de Paige. Quero saber como está. Vai demorar 5 dias para que eu possa vê-la. Eu deveria ter ficado lá por ela, mas também poderia prejudicar a minha saúde e como iria cuidar dela como merece? Preciso me fortalecer, ficar independente financeiramente sem depender de ninguém para conseguir ser uma mãe exemplar e provar ao juiz que tenho total condições de ser sua responsável legal. Não posso ser egoísta e pensar somente em mim. Eu a amo e sei que agora está sendo bem cuidada pelo pai como sempre foi, contudo não irei desistir nunca da sua guarda. Eu quero a total. Ela precisa mais de mim do que dele. Só eu sei do que ela tanto precisa.
O certo seria que Matthew e eu conversássemos com ela juntos, contudo prefiro que cada um converse separadamente. Não pretendo vê-lo nem tão cedo. Não sei ao certo o que aconteceu comigo. Por que fiquei tão mal como se fosse morrer sem ele. Como pude ficar tão dependente emocionalmente de alguém? Chega. Isso é passado. Só quero pensar e focar no futuro e na minha filha.
Nunca irei perdoá-los. Todos me enganaram. Quero distância. Estou fugindo e não quero mais contato. Me recuso a pensar neles.
— Quantos quartos têm?
— Somente um, por que?
O peguei pela mão e o levei para o sofá.
— Preciso lhe contar algo.
Respirei fundo e soltei todas as palavras sobre todos eles e sobre o motivo que me fez cair doente. O rosto dele estava impassível.
— O que acha?
— Eu meio que desconfiei de que Paige pudesse ser sua filha, mas você disse que nunca havia engravidado, então meu conselho é que espere que tudo se ajeite e tente conversar.
— Você entendeu o que eu te expliquei? Eles me enganaram.
— Sei disso. Sinto muito.
— Paige virá para cá esse final de semana se não se importar.
— O apartamento é nosso, Ashley, claro que não me importo, ela é sua filha. Se fosse o contrário, também gostaria que entendesse.
— Obrigada.
Ele sorriu e me abraçou me pondo em seu colo. Sua boca pairou sobre a minha e parei o beijo antes que ficasse pior. A gente ainda não tinha transado e acho meio difícil não acontecer já que moramos juntos, apenas não estou pronta para ser de outro homem e nem sei se um dia estarei. É bobeira, óbvio, não devo nada a ninguém, apenas a mim mesma. Irei voltar a ser a mesma Ashley que sempre fui. Saber das minhas verdadeiras origens, fizeram com que eu me perdesse. Nem sei mais quem eu sou. Quando eu estiver pronta, irei atrás da minha história real.
A semana correu bem. O estágio era fantástico, pena que não iriam nos contratar, então, tivemos uma reunião onde nos remanejariam para outras empresas de acordo com nossas profissões. Russell anda meio chateado porque não tivemos intimidade. Sempre paro os beijos e os toques dele. Ele é um cavalheiro que nunca reclama e me sinto mal por ele. Deveria estar com alguém que se entregasse por completo, mas ele não quer e ele acabou sendo meu alicerce nesse momento. Eu nem sequer deveria considerar a hipótese desse romance ir para a frente. Preciso pensar. Muito.
Amanhã irei ao aeroporto buscar minha filha. Tô morta de saudades. Passei a semana toda falando com ela por telefone me fazendo desejar não ter sido tão covarde e fugido. Agora só penso no melhor para nós duas e nada mais.
Todas as vezes que fecho os olhos, Matthew se materializa. Não suporto mais isso. Eu preciso urgentemente me esquecer dele.
Me deitei após o jantar. Essa será uma noite extremamente longa e cansativa. Não me aguento de tanta ansiedade.
— Você sente saudades de casa, Russell?
Ele estava deitado com os braços cruzados atrás da cabeça encarando o teto.
— Um pouco. Nunca estive tanto tempo longe dos velhos. E você, não pensa em voltar?
Não respondi. Continuei encarando a janela fechada coberta pela cortina de veludo azul. Após o estágio, que acabaria em breve, ele me disse que iria trabalhar com o tio em sua empresa. Em nenhum momento me chamou para ir com ele. Óbvio, parecemos dois irmãos e com certeza, o tratamento que dou a ele, o incomoda.
— Quando terminar o estágio, você vai voltar?
— Eu gosto de lá, Ashley, de tudo, não é fácil ficar sem a minha família e amigos.
— Se você quiser voltar, não vou ficar chateada, porém permanecerei onde estou.
— Sei que sim, só não quero te deixar sozinha, eu ainda não decidi onde criarei raízes.
Me sentei e o encarei.
— Russel, não é justo te arrastar para os meus problemas e sei que você desconfia do que realmente sinto por você.
Ele me encarou de volta ainda deitado e pegou na minha mão.
— Eu sei que você gosta de mim, Ashley, sei porque não me deixa te tocar, te amar e o motivo real de estarmos vivendo como dois irmãos. Mesmo que negue, sei que ainda ama o Matthew e no fundo, espera que ele venha te buscar, deixe a sua irmã e se case com você.
Engoli em seco. Contei apenas a parte sobre a Paige. Não estou sendo totalmente sincera com ele.
— Sou casada com ele e não a Amelie.
— Como assim? — Se sentou espantado.
Dessa vez contei todo o resto, inclusive sobre minha queda de amor próprio que culminou na minha internação. É vergonhoso pensar que definhei por causa de outra pessoa. Por que fui tão fraca? Essa não sou eu.
Russell estava me encarando muito sério.
— Então você o ama mesmo tanto assim? — Sua expressão ficou estranha.
— Prefiro esquecer que ele existe. Já dei entrada no divórcio. Ansiosa que saía logo.
— Ele pode alegar coisas, Ashley. Você está vivendo comigo, outro homem, aos olhos da justiça.
— Não me importo, dele e daquela família não quero absolutamente nada — Me alterei — Eles se merecem. A única coisa que jamais irei desistir será da guarda total da minha filha e se eles tentarem me prejudicar nisso, não medirei esforços para derrubar um por um.
— Você está diferente.
— Desculpa, você não tem culpa da raiva que sinto deles.
— Irei te ajudar se me deixar.
— Prefiro que não. Vou resolver tudo com meu advogado.
Ele me deu um selinho e meu celular tocou. Era um número restrito. E se fosse sobre a Paige? Atendi no segundo toque.
— Alô?
— Volte para casa, sua filha precisa de você.
Meu coração traidor disparou e minha boca ficou seca. Estava difícil respirar. Fiz um enorme esforço.
— O que você quer? — Fui grossa.
— Onde você está? Me diz que irei te buscar.
Gargalhei bem alto e debochada.
— É sério? — Respirei profundamente tomada de ódio — Boa noite Matthew Montegomery.
— Pare com isso, somos casados, você não pode morar com outra pessoa.
— Casados? — Gritei — É pra rir? Desde quando? Que eu saiba a gente não morava junto, apenas transava. Você é marido da Amelie e não meu. Me fez sentir culpada por traí-la. Que tipo de casamento era esse?
— Eu te amo, não sei viver sem você, por favor, amor.
— Pois aprenda e não me chame de amor.
— Se entregou a esse seu namoradinho de merda? Escuta bem, Ashley, homem nenhum vai tocar no que é meu. Você é somente minha.
— Não se intrometa na minha vida. De você só quero o divórcio, nada mais.
— Eu não vou assinar droga nenhuma. Quero ser seu marido de verdade agora. Vamos ser uma família, por favor, Ashley, vou esquecer dessa vingança idiota porque só quero você e a Paige comigo. Quero acordar e dormir ao seu lado todos os dias. Quero te amar como merece.
As palavras dele estavam mexendo comigo, me fazendo hesitar na minha decisão. Meu coração traidor o queria de volta, mas a minha razão iria brigar até o último momento.
O que ele fez por mim? Nada. Só me fez mal, me enganou, mentiu e me humilhou. Nunca irei perdoá-lo. Posso até mesmo perdoar o Josh, Amélie, mas ele, jamais.
— Tudo é somente como você quer, não é? Ainda não sei como, mas todos vocês irão sofrer o dobro por tudo que me fizeram, eu prometo. Só me ligue para falar da minha filha, caso contrário, não atenderei — Desliguei o aparelho, mas antes o bloqueei. Essa noite eu não falaria com a Paige.
"Sinto muito, filha, a mamãe vai ser mais forte por nós duas das próximas vezes."
Russell se levantou da cama depois de me olhar estranhamente, se dirigiu ao banheiro. Ele viu amor dentro de mim enquanto escutava minha conversa. Ele não merece que eu o rejeite e nós merecemos ser felizes juntos. Matthew merece o pior e irei dar. Tudo que ele fez comigo, não ficará impune. Agora será a vez dele sofrer.
Viverei sabendo exatamente cada passo que darei daqui pra frente. Só quero viver e ser feliz com quem me ama e faz tudo pra me ver bem e feliz. Eu mereço uma segunda chance no amor. Só eu posso fazer diferente.
Abracei Russell por trás no banho que logo se virou surpreso me examinando dos pés à cabeça. Os arrepios, as formigações na intimidade que Matthew me fazia sentir, não acontecia com Russell, a única coisa que estava acontecendo era a vergonha de estar nua diante de outro homem. Eu preciso me esforçar, não é justo conosco. É ele quem sempre está ao meu lado me apoiando e cuidando de mim. Mesmo que não seja por amor, será por gratidão e carinho, pois só amarei e odiarei um único homem por toda a minha vida.
Tenho uma nova vida agora e é ela quem vou viver e bem. O abracei que ainda parecia não acreditar. O beijei ardentemente me permitindo sentir prazer em seus braços. Era mínimo, mas eu sentia algo.
— Você tem certeza?
— Confio em você.
Seu sorriso se ampliou e ele correu para o quarto à caça de um preservativo. Quando voltou, me abraçou e voltamos a nos beijar até que ele rompeu nossa barreira e gemeu alto.
— Eu te amo tanto, tanto, obrigado.
Uma lágrima caiu e o abracei com força. Eu sei, ninguém precisa me dizer que estou me violando e a ele também. Agora não tem mais volta e também não irei me arrepender. Fechei os olhos e o meu maior medo se materializou novamente e ao invés dos braços e do corpo de Russell na qual eu estava, era Matthew que me amava e meu prazer aumentou. Gemi e desfaleci em seus braços.
— Te amo, Matt.
A respiração dele estava pesada até que me pegou no colo e me pôs sobre a cama e começou a beijar meus seios, barriga e continuou descendo.
— Nada e nem ninguém vai estragar esse momento de ter te amado. Esperei tanto por isso. Eu te amo e só quero ser feliz com você. Vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo.
O som da voz dele cortou minha inércia que tive dificuldades em abrir os olhos e me dar conta de que isso não poderia se repetir.
Russell se deitou e me trouxe para os seus braços.
— Amei fazer amor com você — Beijou meu ombro e meu rosto — Podemos repetir amanhã?
Aqui estou eu no aeroporto ansiosa por vê-la novamente. Mal esperei que Russell estacionasse o carro e corri para dentro. Lá estava ela correndo para os meus braços. A abracei tão forte com medo de soltá-la. Minha filha, minha pequena. Não sei se foi a ansiedade e mais por saber que ela é minha filha que as lembranças da minha gravidez vieram à tona. Só sei que a amo mais do que qualquer outra coisa no mundo e não vou deixá-la nunca mais.
— Mamãe, que saudades — Chorava no meu colo — Não me deixe de novo, mamãe.
Pensar que a abandonei partia meu coração. Não posso amenizar. É a mais pura verdade. Eu a deixei porque fui egoísta.
No caminho para o apartamento, Paige ficou grudada em mim o tempo todo.
A hora do almoço chegara e ela continuava no meu colo.
— Como você está, meu amor? Como foi a escola.
— Eu não gosto de estudar, não gosto de nada — Remexeu o garfo no prato. Ela estava mais magra e rebelde — A Amélie disse que você não me ama e nunca amou, por isso foi embora.
— Isso não é verdade. Tive problemas, mas irei voltar em breve para ficar pertinho de você. Eu te amo muito, ouviu?
— Por que você não pode agora, mamãe?
— Por causa do meu trabalho aqui. Tenho que arrumar outro lá, sabe?
— Casa você tem, né? É nosso apartamento.
— Seu pai e eu nos separamos. Namoro com o tio Russell.
Russell acenou para ela que fez careta.
— Não. Eu quero você e o meu papai juntos — Desceu do meu colo e correu para o quarto batendo a porta.
Encarei Russell. Paige não era assim. Aconteceram tantas coisas e ainda tem Amélie a contaminando. Entendo sua revolta. Eu preciso da guarda dela, preciso voltar para que entenda que não a abandonei.
— Você está bem?
— Irei ficar.
Fui para o quarto e ela estava toda encolhida na cama chorando. A abracei e a embalei em meus braços.
— Você não me ama, nem o meu pai. Vocês não me querem, a Amélie falou, por isso você foi embora pra longe de mim.
— Se eu não te amasse, acha que eu iria pedir que a trouxesse? Acha mesmo que te ligaria todas as noites para conversar?
— Mas você não convive comigo, não me leva para a escola e nem almoça e nem janta e nem brinca comigo.
— Iremos fazer tudo hoje e amanhã, que tal?
— Dois dias? A semana tem sete.
— É só por enquanto, até eu me ajeitar, então vou voltar e podemos ser mãe e filha todos os dias — Afaguei seus cabelos — Você sabe que a mamãe passou muito tempo dormindo por causa de uma condição médica chamada coma, não sabe?
— Sim, o papai me explicou tudinho.
— Então, estou recuperando meu tempo perdido pra te dar uma vida boa. Tenha um pouco mais de paciência igual a mim e por favor não fique perto da Amélie, ela só diz mentiras.
— Meu papai disse que não quer mais ela perto de mim. Ela é má.
— Me conta tudo sobre seu dia a dia e depois podemos fazer uns bolinhos, o que acha?
— Oba — Me abraçou.
Os meses se passaram muito bem. Paige continuava vindo todos os finais de semana e a primeira férias, foi determinada que passasse metade comigo, porém seu pai cedeu os dias dele e quase me emocionei com sua atitude altruísta. Quase. Como se eu não o conhecesse. Ainda tem o problema da minha menina fazer questão de ignorar meu namorado que acaba nos dando privacidade o tempo que passamos juntas e o agradeço. Nas férias ele voltou para a casa dos pais e estava completamente mudado. Russell tem agido com possessividade e não tô gostando nada disso. Brigamos todos os dias e ele chegou a comentar que eu não o quero tanto quanto pensava porque deixo Paige o ignorar. Nessa parte não posso fazer nada. Ela sonha com os pais juntos novamente e não vai facilitar a vida dele. É só ter paciência para conquistá-la, mas como se ele nem chega perto?
Sinceramente terei que rever esse relacionamento. Ele tem tido longos ataques possessivos de ciúmes e vive pendurado em seu celular metade do tempo. É frustrante porque não era assim que eu imaginava a gente.
MATTHEW MONTEGOMERY
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Puta que pariu, quanto tempo se passou mesmo? Em breve, Paige fará aniversário e como vou resolver isso se Ashley deixou claro que viajará com ela? As duas estão se curtindo muito. Paige passou as férias toda com a mãe e quando voltou me mandou buscá-la. Paige cresceu e percebeu nitidamente o que está acontecendo ao seu redor e tem reagido a isso. A educação que moldei para ela, tem fugido totalmente do controle.
Proibi Amélie de se aproximar de Paige, porém em compensação ela tem convivido muito com Keith e Elijah. Confesso que passei algumas noites com ela relembrando os velhos tempos. Estava curioso pra saber se me odiava tanto quanto demonstrava ou era só desejo reprimido. Eu tinha razão porque agora ela não larga do meu pé.
Mexi os pauzinhos e Ashley irá trabalhar na empresa de Elijah, meu irmão caçula. Em breve, ela voltará pra perto de mim.
Fechei o laboratório e me assustei com o ataque de beijos de Keith.
— Oi, linda, que surpresa agradável.
— Vamos jantar e passar a noite juntos? Comprei aquela fantasia de enfermeira que você estava afim.
— Delícia! — Apertei seus seios e beijei seu pescoço e ela gemeu — Vamos.
Eu sou homem, fazer o que? Tenho muitas necessidades e sexo na minha vida é primordial. Essa história de amor e sexo andando juntos, não rola comigo. Isso é para homem babaca. Eu fodo e muito bem e não vou desistir da minha vida sexual por nenhuma mulher.
Não desisti da minha Ashley e nunca irei, apenas lhe dei um tempo para se encontrar e o que ela fez? Resolveu ser mulher daquele mané. Tento não pensar nisso ou irei surtar. Estamos seguindo caminhos diferentes, o que não e nada bom
Antes de entrar no carro, avistei Amélie e Russell saindo do motel. Eu não poderia perder a chance. Tirei fotos e mandei para a minha mulher. Vamos ver se esse relacionamento vai vingar. A conheço bem pra saber que dará um pé na bunda dele. Irei assistir de camarote. Depois será para os meus braços que ela voltará. Ela ainda me ama, eu sei. Óbvio que não deixou de me amar. Ela não pode. E se ela o perdoar?
— Porra — Praguejei. Estou fazendo aquilo de novo; pensar nela sem filtro. Preciso parar — Preciso urgente de uma bebida.
— E o nosso jantar?
— Pedimos no delivery e depois vamos beber.
Me joguei no sofá de Keith examinando o celular. Nenhuma mensagem e nem xingamento. Isso é tortura. Tô uma pilha de nervos. Ela vai deixá-lo, eu sei que vai.
Keith sentou no meu colo e começou a me beijar sem parar. Apertei sua cintura e a debrucei sobre o estofado levantando seu vestido e a droga do meu pau não subia. Isso é palhaçada. Estou com uma morena linda e gostosa nos meus braços e não sinto nada?
Isso é tudo culpa da Ashley e daqueles dois que a estão fazendo de boba. Preciso parar de pensar nela, agora.
— Está tudo bem? Você parece distante.
— Por que não faz um carinho nele com a boca?
— Você sabe que não faço isso. É nojento.
— Você não faz nada, só a minha Ashley.
— Então volte para ela.
— Eu não posso, não sou idiota de ficar correndo atrás de mulher.
Ela revirou os olhos e a porta se abriu. Era Elijah. Como sempre não existia ninguém no ambiente, somente Keith para ele. Parecia hipnose. Ela se levantou irritada e tentou pegar a chave da mão dele que se afastou.
— Já era para você ter me devolvido. As reuniões acabaram.
— Eu sei, mas você vive sozinha aqui — Acariciou o queixo dela — Só fico preocupado, bela.
Ela fez uma careta esquisita e ele ficou ainda mais encantado.
— Eu tô bem. Matthew me faz companhia uma vez ou outra.
Finalmente ele viu que eu também estava no mesmo lugar que eles e sua expressão não era nada boa.
— Quero falar com você — Colocou a chave na mesa e o segui para fora da casa e ele estava lá me atacando com socos por todo meu peito e ri porque ele não sabe brigar — Por que a está usando assim? O que você quer?
— Keith é lindíssima e ainda não me esqueceu. Eu tô aproveitando esse novo relacionamento sexual com ela.
— Não quero ouvir, dane-se, só a deixe em paz.
— Elijah, ela está afim de mim e não de você, se conforme.
— Não vou me conformar com nada. Ela não te ama. Keith é uma boa mulher, Matthew, que sofreu muito na vida, ela te conhece, sabe que está imune ao sofrimento que você possa vim a causar novamente a ela e por isso não se arrisca a conhecer pessoas novas.
— Você está apaixonado por ela?
— Muito. Estou em processo de amizade, fazendo-a confiar em mim. Ela é resistente, mas tenho paciência de sobra e todo tempo do mundo.
— Tudo bem. Acabei de jogar a toalha — Toquei nos ombros dele — Já te aviso de que não será nada fácil. Keith foge de tudo e todos quando não consegue controlar seus sentimentos. Nunca fiquei para viver isso com ela, mas você é totalmente diferente de mim e vai fazer bem a ela. Uma dica, só não vai com sede ao pote porque ela irá se assustar e seu trabalho terá que recomeçar. Keith é como uma criança amedrontada.
— Eu sei. A conheço melhor do que você. Quero conhecê-la mais e amá-la como merece. Jamais a farei sofrer.
O abracei que entrou de volta na casa e ficamos nos encarando quando Keith saiu correndo e me abraçou.
— Onde vai?
— Pra casa. Elijah vai te fazer companhia.
— Eu não preciso — Respirou com dificuldades.
Fiquei a observando que fitou meu irmão rapidamente e uns riscos vermelhos atravessaram sua face. Ela está apaixonada por ele também, como não me dei conta? Elijah vai ter mais trabalho do que pensei porque ela vai se afastar ainda mais. Só não entendi onde Josh entra na vida dela que não nos disse absolutamente nada, apenas que o odeia.
— Nos vemos depois — Lhe dei um beijo na testa — Se cuida e cuide dele.
Acabou e ela irá entender. Sei que vai. Os observei antes de entrar no carro. Eles ficam bem juntos. Keith fica tímida na presença do meu irmão caçula e isso é novidade pra mim.
Nunca tive intenção de continuar nossa história e muito menos ela. Ela só precisa de algo para fazer sua mente ir para potro lugar. Sei que ainda sofre, por isso me queria na sua cabeça, porém quando estávamos juntos, ela não se entregava totalmente. O problema de Keith é não confiar nas pessoas e não admitir para si mesma quando ama alguém.
Eu sei que disse que não corro atrás de mulher, mas é a Ashley, eu preciso urgente recuperá-la. Não consigo viver sem ela. Eu não me humilho para ninguém e ela me tornou um homem fraco. Não importa, só sei que não permitirei que continue com aquele bostinha traidor. Paige, ela e eu somos uma família. Ela só precisa enxergar isso.