CAPÍTULO 8

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ASHLEY TANNER
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    Não pude mais ficar naquele lugar sabendo que minha irmã estava nos braços do homem que eu amo. Sabendo que provavelmente ele a amava. E se ele gostasse de nós duas e estivesse confuso? Ele tem princípios já que se casou com a minha irmã por conta da sua gravidez. Preciso superar isso. Não tenho que inventar desculpas ou justificar seus atos. O que quer que tenha acontecido entre eles, não é problema meu. Dói como o inferno. Essa dor parece que sufoca e me impede de respirar. Tomei várias lufadas de ar para controlar a respiração.
      — Como me saí? — Jeff, meu maravilhoso amigo moreno e lindo, perguntou enquanto devorávamos alguns sanduíches na sua lanchonete preferida.
       — Você beija muito bem. Obrigada por me ajudar a me livrar dele. Eu não o entendo.
      — Mas eu sim. O cara está completamente apaixonado por você, está de 4.
     — Você acha? Mas e a Amélie?
     — Ali não tem sentimento nenhum por ela.
     — Vamos ao cinema? Quero esquecer que esse dia existiu.
      — Vamos.

      Já estava quase de madrugada quando cheguei em casa nas pontas dos pés. Evitei a família desligando o celular e depois do cinema fui para a casa de Jesse. Chorei tudo que podia em seus ombros. Ainda dói. Meu peito continua apertado só querendo ele, mesmo tendo total consciência de que é errado e imoral.
     Entrei no quarto e me joguei na cama. Completamente infeliz. Tinham tantas perguntas sem respostas na minha cabeça que eu duvido que conseguisse dormir.
      Vi alguém se esqueirando na penumbra do meu quarto. Aquela figura grande e forte foi rapidamente reconhecida pelo meu coração. Ele se fez mais do que presente quando ficou sobre mim com os braços em volta do meu corpo. Vi o brilho do seus olhos iluminados pela luz da lua. Me estiquei e acendi o abajur ao lado.
      — Matthew, o que faz aqui?
      — Não posso mais, Ashley. Sou um cara ruim. Odeio o que tô fazendo com você.
      Minha mão involuntariamente foi parar em seu rosto e ele fechou os olhos devagar.
      — Ashley — A voz dele transmitia dor.
      — Me conte sobre você.
      — Dói. Ainda dói.
      — O que foi que te fizeram?
      Ele tirou a camisa e me puxou para seu colo, pôs minha mão em sua tatuagem do peito e a deslizou pra cima e para baixo quando senti calombos, cicatrizes por todo o dorso. A tirei petrificada.
      — Meu Deus, quem fez isso com você? Nem posso imaginar pelo que passou. Quantos anos tinha?
      — Minha vida toda eu fui ferido por dentro e por fora e só piorou quando fiz 13 anos e tive que iniciar minha vida sexual com mulheres muito mais velhas.
      — Sinto muito. Você era só uma criança e deveria ter sido protegido.
      — Eu preciso que você não se afaste de mim.
       — Você está casado agora. Eu não sei como lidar com isso. Eu pensei que...
       — Eu não a amo e como poderia se o que sinto por você, nunca senti por ninguém, nem mesmo pela minha família.
      — Quer que eu seja sua amante? Amélie é minha irmã.
       — Eu quero que você seja minha salvadora. Que no final de tudo isso, você me salve. Você é a única pessoa que me fez sentir algo. Não sei exatamente o que é, mas é malditamente bom. No fim, eu desejo que seu amor por mim ultrapasse o ódio.
      — Eu não te odeio.
      — Mas vai.
      — Eu amo você.
      — Eu sei.
      Sua boca alcançou a minha e ficou parada. Tão logo se movimentou devagar, explorando meus pontos mais sensíveis. Ele pegou tudo pra si fazendo meu corpo inteiro formigar em êxtase. Seu dedo acariciou meu mamilo com toques suaves através do vestido e prendi minhas pernas ao redor dele.
      — Você é minha, nunca se esqueça.
      — Eu sou sua.
      — O próximo homem que te tocar, vai receber uma bala na cabeça.
       — Pare com isso — Remexi em seus cabelos e ele me jogou de bruços — Volte para seu quarto e para sua mulher.
       — Você é minha mulher.
        Ele rasgou meu vestido e me sentei horrorizada. Parecia um homem das cavernas. Toquei novamente em seu rosto e ele sorriu pela primeira vez. Depois a tirou e a beijou com suavidade. Tocou na minha intimidade e jogou a calcinha para o lado e enfiou dois dedos e rugiu feito um animal. Abriu minha perna me segurando com força, enquanto me explorava com os dedos. Me puxou para si que me segurei em seus ombros e gemi alto quando ele entrou em mim nada gentil, os movimentos estavam diferentes das outras vezes, estavam mais lentos. Dessa vez posso sentir cada estocada e me deliciar com elas. É incrível. Voltei a acariciar seu rosto.
       — Você gosta de me tocar, não é?
       — Sim, muito.
       — Então me toque sempre que quiser.
       Ele sorriu e me virou de bruços. Beijou meu pescoço, minhas costas e meu bumbum, o apertou e mordeu e entrou em mim novamente. Pôs minhas mãos no alto da cabeça as segurando enquanto acelerava. Ele grunhiu e eu gritei e gozamos juntos.
       O sorriso não deixava o meu rosto. Esqueci completamente sobre tudo que estava acontecendo lá fora.
     — Não vou questionar sobre esse casamento, mas quando estiver pronto é só me falar.
     — Eu vou contar tudo um dia e só peço que me perdoe por tudo que fiz e estou fazendo, sei que não entende agora, mas logo irá entender.
       Ele se deitou e me trouxe para seus braços. Relaxei e beijei seu peito e ele sorria.
       — Por que você me ama, Ashley? Achei que iria me odiar por causa do jeito que a tratei da última vez.
      — Você é o dono do meu coração. Só posso dizer isso.
      — Se eu tivesse um, você seria a dona também.
      — Como assim?
      — Eu sou mau, Ashley, fiz coisas terríveis e o pior é que não me arrependo de nenhuma. Você vai para o paraíso um dia e eu para o inferno.
       Dei um selinho nele e continuei beijando seu peito, beijei seu rosto, seu nariz, seu pescoço e suas tatuagens.
      — Ainda há tempo.
      Ficamos nos olhando e gostei do jeito que ele me observava.
      — O quê foi?
      — Você é linda! Uma linda mulher! — Seus lábios tomaram os meus e me levantei ficando de costas e ele rodeou minha cintura com seus braços me puxando contra seu peito.
       — Você me machucou quando se casou com ela.
       — Eu sei. Só fiz o certo. Não foi uma escolha, porque se fosse, a escolhida seria você.
      Me virei para ele.
      — Amélie está grávida e será horrível se ela descobrir que estamos transando.
       — Estamos fazendo mais do que isso e você sabe. 
       — Abomino traição e olha só pra mim agora; uma traidora completa.
       — Isso não vai durar, Ashley. Irei me separar assim que essa criança nascer. Só me certificarei de pegá-la pra mim e só.
       — Como assim? Os filhos precisam da mãe.
        — Algumas mulheres não nasceram para serem mães.
        — É o caso da Amélie? Pode ser depressão.
        — Ela está bem.
        Seus lábios tocaram os meus novamente por um longo tempo e depois se afastaram para que ele pudesse se trocar. Odeio não consegui pensar quando ele está por perto. Odeio me sentir desse jeito. Eu deveria ser mais forte e acabar com o que estamos fazendo, mas então, ele me beija e meu mundo racional e correto se esvai. Como ele faz isso? Eu não sei. Não sou o tipo de mulher destruidora de lares. Não sou fã da Amélie, mas também odiaria fazê-la sofrer. Eu não tenho a mínima ideia de como parar isso, mas eu vou encontrar uma maneira por mais infantil que seja.
      Me deitei sorrindo o observando colocar peça por peça extremamente perfeccionista. Ele é tão incrível, sexy, um homem completo com tantas qualidades e defeitos, que quase me esqueci do por quê de não podermos ficarmos juntos. Estávamos indo rápidos demais. Minha irmã ainda é a esposa dele, por mais que nós não nos déssemos bem, não era certo traí-la dessa forma. Não poderia negar nem sob tortura que estou completamente apaixonada, o amo e o quero como nunca quis nada e nem ninguém antes. Não irei desistir nunca de ser feliz ao lado dele e que o mundo fosse para o inferno, pois não ligo mais para o certo e o errado.
      Ele se debruçou sobre mim segurando meu queixo e olhando firme dentro dos meus olhos. Estou tão confusa. Ele me confunde e faz minhas pernas fraquejarem, meu estômago criar borboletas e meu cérebro; gelatina.
      — Aquele frango que te beijou é seu namorado?
      — Ele é meu amigo, quase um irmão.
      — Bom, só o avise para não tocar mais no que é meu, ou ele acordará debaixo de 7 palmos da terra com vermes comendo seu corpo magricelo.
      Engoli em seco. Odeio quando fala esses tipos de coisas.
      — Você não pode simplesmente ameaçar as pessoas.
       — Querida, eu não ameaço, só dou um único aviso. Depois, a culpa não é minha e, sim de quem não me ouviu.
       Me sentei olhando para o chão.
        — Você vai voltar para sua esposa, agora?
         — Não faça perguntas que não quer ouvir a resposta — Me deu um selinho demorado — Te espero lá embaixo para o café da manhã e me espere acordada, virei todas as noites.
        — Isso não está certo.
        — Deixe que eu decida, ok?
        — E se eu não quiser que você venha?
        A risada dele me assustou.
        — Não foi um pedido e tão pouco uma autorização. Estou apenas lhe avisando, deixe a porta aberta.
       — E se eu não quiser? — O desafiei.
       — Quebro a porta e aí, minha querida, você não terá escapatória, nem mesmo se tentar correr. 

AMOR ÀS AVESSAS - SPIN-OFF DE PAIXÃO POSSESSIVA - LIVRO 4 - FAMÍLIA WINSORWhere stories live. Discover now