CAPÍTULO 2

1K 81 6
                                    

💕💕💕💕💕💕💕💕💕💕💕💕💕💕💕
ASHLEY TANNER

     Entrei no veículo receosa com os olhos fechados. Algo nele exala confiança, mas também exala medo. Ele é todo grande, musculoso que poderia me esmagar até com seu dedo mindinho. Acho que não estou pensando direito. Será tarde demais para desistir? Não, eu não posso desistir. Se eu ainda for pura, meus pais irão me casar com aquele velho nojento. Farão uma chantagem emocional, a mesma de sempre. Se eu me entregar a outro homem, o contrato de casamento será desfeito. É tudo que eu preciso. Ninguém manda na minha vida, ninguém diz o que tenho que fazer, nem mesmo os manipuladores dos meus pais.
      O fitei que manobrava perfeitamente seu carro olhando seriamente para a estrada. Toda sua postura era rígida. Deve ser incrível tocar na sua pele dotada de músculos. Sua jaqueta preta por cima da camisa azul escondia seu corpo que eu tanto queria ver. Sua calça jeans abraçava perfeitamente suas coxas e suas pernas. De repente ele tocou no seu membro o ajeitando, sei lá e fui obrigada a fitá-lo que sorria de canto. Meu rosto deve ter esquentado a 100° por ele ter me flagrado o comendo com olhos. Em minha defesa, nunca vi um homem tão lindo e charmoso ao mesmo tempo. Do molde de onde ele saiu, deve ter sido jogado fora.
      O carro parou no sinal vermelho e suspirei mais nervosa. Estou indo para a toca do lobo. Eu sou a presa. Óbvio. Mas eu quero ser a presa, o que é loucura. Meu corpo todo tremeu quando senti sua mão descansar na minha coxa e depois a apertar nada delicado. Me neguei a olhar para ele tentando me concentrar na bela paisagem que nem dava para ver por conta da escuridão. Não me deixo intimidar tão fácil. Verifiquei as horas no meu relógio caríssimo dado pelo meu pai como presente de formatura e já passavam da uma da madrugada.
      Fiz uma besteira, quer dizer, mais uma só nesta noite. O encarei que devorava todo o meu corpo, cada canto com o olhar sem nenhuma cerimônia e ainda circulava seus dedos pala minha coxa e seus olhos caíram nos meus. Ele se aproximou rápido demais ao ponto de me roubar um beijo. Eu queria esse beijo e como queria. Virei o rosto e respirei fundo. Ele deve ter ficado bem irritado, felizmente não sou burra para olhar outra vez.
      — Me guie até seu apartamento ou vamos para o meu.
      — Que bom que tenho escolha.
      — Sempre temos escolhas, nunca se esqueça.
       O jeito que ele falou foi estranho que tive que olhá-lo, mas ele parecia impassível. Alguma coisa acontecia. Dentro dele. Homem misterioso dão mais tesão até certo ponto, depois dá sono.
      — Bom, vire à esquerda e continue reto, dobre a esquina e chegamos.
       Desci muito rápido quando ele mal estacionou. Não lembro da última vez que fiquei tão nervosa assim, acho que nunca. Tentei pegar as chaves na pequena bolsa, coisa que eu já devia ter feito e o senti respirar na minha nuca. Ai, Deus.
       Finalmente abri a porta e me virei pra ele.
       — Obrigada por me trazer. 
       — Não seja mal educada, me convida pra entrar. 
       — O que? Acho melhor nos vermos no outro dia, tô cansada para conversar.
        Ele gargalhou e era tão lindo. Seus dentes são lindos, sua boca é linda. Ele todo é perfeito de tão lindo. Parecia uma pintura, um Deus grego. Gosto quando ele me olha intensamente do mesmo jeito que está fazendo agora.
        — Acha mesmo que iremos apenas conversar?
        — Não sei do que está falando, mas preciso dormir.
      — Ah, mas você não vai dormir, não agora. 
      — Como é? — Me espantei com tamanha ousadia.
       — Não aja feito criança, Ashley. Vim com você e sabemos exatamente o que vai acontecer e o que tanto queremos — Seu dedo deslizou suavemente pelo meu pescoço — Somos dois adultos excitados, não há problema nenhum nisso.
     Ele parecia ser o tipo de homem somente sexual. Tudo que ele falava, levava a essa conclusão. Sei o quê ele quer, também quero o mesmo. É esquisito desejar alguém assim. Ele me despia com o olhar e estremeci. Tenha medo de pensar no quê ele fará se eu o deixar entrar. 
      — Não vou te obrigar a nada a menos que peça — Falava com a boca próxima a minha e depois mordeu meu lábio inferior e o puxou devagar — Não precisa ter medo. 
       — Ok, tem que ser rápido. 
       Não sei em que momento tudo ficou nublado de um jeito bom, porque o contato de leve da sua boca com a minha foi indescritível.
       — Somos dois adultos, Ashley e com desejos. Vamos explorar o corpo um do outro com calma.
      A voz dele era muito sedutora, grave o quê fazia minha pele se arrepiar com certos pensamentos. Por que será que estou reparando em coisas que nunca dei importância antes? Gosto de homens, sempre gostei, já tive meus namoricos escondidos, porém nada se compara ao que estou sentindo; essa atração louca e desmedida. Sempre me pergunto se me sinto confortável em determinadas situações, o que me leva a seguir ou não adiante, mas agora estou completamente confusa. 
     Matthew me atrai muito, sinto toda uma química entre nós, uma vontade louca de me jogar em seus braços e me render a todos os seus caprichos e também tem aquela parte da minha consciência me avisando pra não fazer nada pra irritar os meus pais, pois o corpo a ser violado será o meu, mas então, prefiro me deixar envolver por um homem lindo por quem estou claramente atraída do que por um velho asqueroso no qual querem me obrigar a casar.
     Ele entrou e fechou a porta, caminhou lentamente até mim como se perseguisse sua presa e recuei aos poucos em alerta, ou seja lá o que for, ele é bem intimidador. O fato é que estou encurralada e ele com a faca e o queijo na mão pronto para me fatiar em pedaços pequeninos. 
      — Quantos metros você tem? — Achei que minha voz não fosse sair de tão nervosa que estou.
      — Você é engraçada — Sorriu e eu sorri de volta.
       — Eu sou? — Franzi a testa — Por que acha isso?
       Ele suspirou bem no meu pescoço e o lambeu fazendo minha cabeça e meu mundo rodar. Seu nariz tocou o meu e prendi a respiração com a intensidade do seu olhar.
      — Tenho 2 metros e 10 centímetros de altura, satisfeita?
      — Nossa! — Arregalei os olhos. Será que ele é grande em todos os lugares? — Qual é o tamanho do seu pé?
       — Você logo vai descobrir o quanto sou grande.
       Acho que essa resposta teve um duplo sentido. Não ajudou em nada. Fiquei ainda mais nervosa.
     — Quer beber alguma coisa?
      — Sim, você.
       Talvez a expressão que eu fiz o deixou em alerta, não sei porque ele riu e voltou a falar.
      — Um vinho seria ótimo — Se sentou no sofá — Você tem?
       — Não, só água e suco.
       — Água está bom.
      Fui até a cozinha e peguei um copo d'água para mim e outro para ele. Não estou acreditando na falta de cuidado ao trazer um estranho para meu apartamento alugado. Ele poderia ser até um serial killer desses que pegam mulheres em bares e se vingam sei lá porquê. Me sinto tão estúpida. Melhor eu me acalmar. 
     Voltei pra sala e pus o copo dele na mesinha de centro que logo o pegou. Prefiro evitar mais contato. O fitei que bebericou sem tirar os olhos de cima de mim.
      — Você mora sozinha?

AMOR ÀS AVESSAS - SPIN-OFF DE PAIXÃO POSSESSIVA - LIVRO 4 - FAMÍLIA WINSOROnde as histórias ganham vida. Descobre agora