CAPÍTULO 6

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  ASHLEY TANNER 
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    O dia de voltar pra casa finalmente chegara. Tive que ficar mais uma semana, eu precisava. As aulas começariam em breve, então preciso resolver o básico. Irei me encontrar com meus amigos no aeroporto. Entreguei o apartamento ao proprietário, mas antes dei uma boa olhada em volta, principalmente nos cômodos que estive com ele; que fui dele e também me recordei da nossa briga e de como me senti. Nunca senti tanto medo na vida e ao mesmo tempo senti que ele precisava de alguém por ele. É tão confuso, não entendo. Ele força seu sotaque, força o jeito rude, não parece ser nem um pouco natural porque deve ter coisa errada. Sou inexperiente com qualquer assunto da vida, obviamente relacionamentos não são os meus fortes, porém Matthew era um pouco fácil de se ler. Jamais tive que prestar atenção em alguém antes. Também nunca me fascinei. Me pergunto se conseguirei sobreviver sem ele. Só foi um caso de verão. Tô tentando me convencer disso quando minha mente está toda voltada pra ele. Eu o amo e essa foi a coisa mais estúpida que já fiz na vida. Onde estou com a cabeça?

     Fiz amor pela primeira vez na vida com um homem que eu tinha acabado de conhecer em uma boate. Passamos alguns dias juntos. Me apaixonei e ele não. Me matriculei em uma universidade muito longe de Montreal e já estou com um emprego nas minhas mãos. Lista cheia para os meus pais surtarem e me deserdarem. Já era tempo para que entendessem que não sou mais uma criança na qual eles podem dominar, não sou como a Amélie. Tenho vida própria. Eles não são os donos do meu Universo. Desde que me conheço por gente, não via a hora de sair de casa e ser independente e de preferência bem longe deles. Quem me ouve falar e pensar assim, deve ficar horrorizado e também me considerar uma filha ingrata. Amo meus pais, eu acho. Não sei. Serei eternamente grata, mas eu tenho uma vida que não é deles, simples assim.

    Não estou psicologicamente preparada para ouvir interrogatórios dos meus pais porque eles não são os donos da razão. As coisas agora serão diferentes porque farei tudo que eu quero e sempre quis sem ouvir um não, sem ser mantida em uma redoma de vidro todo o maldito tempo. Finalmente irei viver, sou livre. Estou livre.

     Sorri correndo para os meus amigos e os abracei. Mark me rodou e depois me beijou no rosto. Amo esse garoto. Somos como irmãos e isso jamais irá mudar e ele sabe. Jesse não tem ciúmes, ela confia em mim. A ajudava sempre que tenho uma brecha com ele. Eles ficam lindos juntos. Só ele que ainda não percebeu. Não me sinto linsojeada por essa paixonite dele, sinto incômodo. Acho que já passou da hora dele entender que nada irá mudar entre nós.

      — Pronta? — Mark indagou.

     Abracei Jesse com força porque agora que sei o que é o amor, compartilho da sua dor. Amor platônico é uma merda. Como viemos parar nisso? Pisquei pra ela e fiz bagunça em seus cabelos e ela riu e correu atrás de mim e entramos no avião. Deixamos os meninos para trás fazendo check-in.

       — Logo ele supera.

       — Tomara — Ela disse chateada — Ele me alugou tanto quando soube do Sr. Músculos gostosos. Até bêbado ficou e...

       — O que?

       — Rolou um beijo e transamos, agora ele nem me olha.

      — Vocês transaram? — Minha voz estava claramente surpresa — Foi bom?

      — Nunca gozei tanto em toda minha vida. Mark é espetacular. Eu quero repetir, porém não tenho certeza se ele lembra.

      — Homens — Revirei os olhos já pensando em como juntar esses dois.

       — Homens — Ela repetiu divertida — A gente não pode viver sem eles, então.

       Os meninos entraram no avião e se sentaram ao nosso lado, mas antes peguei o olhar de Mark sobre Jesse. Ele nunca tinha olhado para ela desse jeito. Na verdade, nem mesmo pra mim ele olhou assim. A cutuquei que estudou meu olhar e se dirigiu ao dele e sorriram um para o outro. Fico muito feliz por eles que merecem tantas coisas boas nessa vida.

AMOR ÀS AVESSAS - SPIN-OFF DE PAIXÃO POSSESSIVA - LIVRO 4 - FAMÍLIA WINSOROnde as histórias ganham vida. Descobre agora