(Sendo Reescrita Como Outra F...

By KitsuOneechan

96.6K 11.1K 3.2K

| |JiKook || VMin!brotp || Jimin!bottom || Jungkook!Top || Longfic || +18 || ABO || Ficção || MPreg || Park J... More

AVISO
Infelicis Dies
Regem
Rogationem
Praecepta
Vale, Fortasse
In Noctis Tenebris
Praeter Cicatrices Ostenderem
Officium
Alcoholics
Hie Ego Sum
Equorum pt.1
Equorum pt.2
Fratris
Doctrina Dicere Vale
Basium
Amissa
Dolor
Metus
Affectio
Fake Nuptias
In Albis
Citrum
Conloquium
Deliciae Pars
Aurora Borealis
Intra Silva
Nix
Alba Valde

Memorare

2.8K 351 84
By KitsuOneechan


É uma vida bonita

Eu estarei sempre te protegendo

É uma vida bonita

Então se apoie em mim

Bonito amor

Suas lágrimas, seu sorriso

Então nós podemos estar juntos

Crush - Beautiful

Abri os olhos após sentir uma claridade muito forte em meu rosto, era incômodo mas nada que fosse insuportável. Olhei para o lado, me deparando com uma cena que nunca conseguiria parar de apreciar: O meu ômega sorria enquanto mexia em uma caixa, todo confortável e cercado de travesseiros.

— Que horas... são? — Me espreguicei e não consegui segurar um bocejo no meio da frase. Sim, eu durmo bastante, admito.

— Ah! Você acordou! — Ele parecia feliz. — Deve ser meio-dia... — Em segundos voltou a atenção à caixa. Ah, eu conheço bem essa caixinha, conheço muito bem.

— Meio-dia?! — Levantei rápido. Parabéns, Yoongi, dormindo até tarde novamente. Chefinho vai virar um dragão. — Por que não me acordou?!

— Hum? — Perguntou sem tirar os olhos daquelas bugigangas que estava mexendo. — Ah... — Finalmente deu atenção à mim. Eu já estava quase tirando aquilo de suas mãos. — Você não estava dormindo direito esses dias, por causa do trabalho e ontem a noite você parecia tão cansado que não tive coragem de te acordar... — Fez um bico enquanto falava que não consegui ficar bravo.

— Obrigado... — Suspirei, fazer o que? É verdade que eu ando muito cansado, ainda mais depois do ocorrido com os Park. — O que está fazendo? — Eu já estava atrasado, enrolar um pouco mais para tirar minha curiosidade não seria nada.

— Mexendo na nossa Caixinha de Lembranças. — Sorriu bobo. — Um pedaço da galhada do cervo que peguei no dia que você me ensinou a caçar. — Mostrou o pequeno pedaço do chifre.

— Você ficou tão confiante de si depois daquilo — Ri, lembrando do tamanho de seu sorriso cheio do sangue do cervo. Foi um cervo adulto e bem grande. Fiquei surpreso e super orgulhoso quando vi ele derrubando aquele grande animal.

— A pedra que você usou para desmaiar um cara que me ameaçou só por que esbarrei nele sem querer. — Ele ria, mas olhando desse jeito parece ter sido coisa de psicopata. É, eu extrapolo o limite as vezes.

— Arranjei problemas, depois... — Esbocei uma careta. — Mas por que diabos você guarda essa pedra?!

— Ah... Eu vejo como uma boa lembrança... — Brincou com a pedra em mãos. — A primeira vez de muitas que você se meteu em encrenca para me proteger...

— Hoseok! Nunca vou te entender. — Debochei, dando tapinhas em suas costas. — Mas pra oito anos... Eu jurava que ia ser uma caixa bem maior!

— Essa é só a do nosso primeiro ano! — Olhou para cima, sem vergonha.

— Tá. — Segurei suas mãos. — Mas de tooodas as lembranças... — Devia ter falado o 'O' de "todas" mais uns dez segundos para representar a quantidade de memórias que temos. — Qual é a sua preferida?

— Hum... — Exagerou na expressão pensativa. — Eu não consigo escolher entre duas.

— Quais?

— Uma que não tinha como guardar na caixa, já que estou sempre carregando comigo... — Puxou a gola de seu pijama, mostrando a marca que fiz entre seu ombro e seu pescoço. A qual representa que ele é meu e de mais ninguém, além de lembrar da noite que ele passou a me pertencer. Foi uma coisa que fiz sem pensar, mas nunca me arrependi em nenhum momento. — E a outra... — Começou a procurar pela caixa repleta de pequenas coisinhas representando grandes lembranças. Então pegou uma velha caixa de jóias ainda muito bonita. — Lembra daquela noite? — Mostrou o meu antigo anel que representava, com seu brasão, a famosa família Min, braço direito do Rei.

— Há! Jung Hoseok! Sério isso? — Debochei. — Como eu poderia esquecer da noite em que nos conhecemos?!

— Eu serei eternamente grato à você, Yoongi, você me salvou de ter uma vida triste e miserável. — Falou com a voz fanha, me fazendo sentir um aperto no peito. Quando foi que me tornei tão sentimental?

— Você fala como se fosse um cara que me deve alguma coisa. — Zanguei. — Para com isso, Hobi!

— Desculpa. — Deu aquele sorriso em forma de coração que eu tanto amava.

—Aquela noite foi a melhor coisa que o destino me planejou.

.

.

.

※ Oito anos atrás ※

.

.

.

O vento soprava ao ponto de derrubar árvores. As geladas gotas de chuva, juntas do frio cortante, me torturavam. As minhas únicas fontes de som eram os trovões estrondosos, o farfalhar violento das folhas e a respiração de meu cavalo cansado

Estávamos apenas fazendo o mapeamento e revistamento semanal de uma das partes da floresta, quando começou uma tempestade que iniciou um desabamento, fazendo eu me separar do outros.Depois de cavalgar por mais alguns quilômetros buscando um jeito de eu atravessar o pequeno rio que antes era calmo e se tornara violento, a chuva parou.

Entretanto, a correnteza do rio ainda estava violento e profundo demais para o cavalo conseguir atravessar.

— Merda! Aqui não tem sinal! — Praguejei após descer do animal cansado. Não tinha sinal, ou seja, não tinha como eu me comunicar com meu pai ou os outros guardas. De qualquer jeito eu teria que passar essa noite na floresta, mas queria pelo informá-lhes que eu estava bem. — Vamos, garoto. — Decidi puxá-lo pela corda, já tinha pedido demais dele.

Escolhi tentar a sorte andando até uma montanha que ficava na direção contrária do rio. Vai que por acaso eu encontrasse uma boa caverna para passar a noite.
Era difícil de passar por algumas pedras que ficavam no chão com um cavalo. De repente ouvi um relincho, mas não era do meu cavalo. Olhei em volta à procura da origem do som e vi outro equino correndo em minha direção. Ele iria me atacar? Não era hoje que eu queria matar um cavalo.

Mas joguei fora esses pensamentos quando, ao chegar perto, vi que tinha uma sela em costas. Será que outro cavaleiro tinha se perdido? O cavalo estava com arranhões que sangravam pelo corpo e com uma pata machucada, mesmo assim, ele corria ao nosso redor.

Depois de ficar um tempo chamando minha atenção, o cavalo adentrou a floresta e eu o segui. Quando ele parou, tropecei em algumas raízes e teria muito bem caído em um grande buraco - mas não muito profundo - se não tivesse me segurado em seu pescoço.

— Oh, graças a Deus. — Apesar de não ser fundo, não gostaria de fazer ainda mais esforço.

E até iria me levantar, mas mudei de ideia ao ouvir um fungado baixo e uma respiração meio desordenada. Estava abaixo de mim. A essa altura do campeonato uma garoa se iniciou, acompanhada de mais vento.
Não seria fácil. No fundo do buraco, não dava pra ver direito, mas havia alguém ali dentro que era a fonte de onde os ruídos que escutei vinham. Hora de pular no buraco, mas sem antes fincar uma corda para que eu pudesse voltar.

— Ei, consegue se mexer? — Me aproximei do corpo que tremia de frio. Parte de suas roupas estavam com pequenos rasgos e sua feição não era nada boa. Mesmo assim, ele era lindo. — Pode me ouvir?

— Dói... — Suas mãos seguravam seu pé esquerdo. Céus, ele estava horrível. A boca toda machucada por causa do clima e os olhos brilhando em lágrimas. Sua voz saiu como um sussurro.

— Deixe-me ver. — Me aproximei do corpo visivelmente frágil para ver qual era o problema, mas ele usou todas suas forças - que eram quase nulas - para se afastar. — Qual é o problema? — Minha pergunta ficou sem resposta pelo desconfiado. — Olha, você está quase cedendo à hipotermia. Se quiser sobreviver, vai precisar confiar em mim... Caso contrário te deixo aqui, morrendo — Muitos me chamariam de frio por essa minha ação, mas é a realidade.

— Vo-Você... T-tem a ver c-com a Realeza. — Disse com grande esforço. — Não posso... Confiar em você. — Sua frase saiu entrecortada por um gemido de dor. Suas palavras eram de ranço, mas seus olhos não demonstravam ódio, só tristeza e medo. Ele me implorava por ajuda sem nem perceber.

— Vamos! Você não tem nada a perder mesmo! — Não acredito que eu estava insistindo. — Ou tem? — Fiz o garoto se questionar e deu certo, ele se rendeu permitindo eu me aproximar. Comecei a examinar seu corpo compleramente encharcado e arranhado. — Onde dói?

— Meu... tornozelo... — Seus movimentos estavam cada vez mais lentos e fracos, fazendo eu me apressar.

— Ah... — Fiz uma careta, estava bem inchado. — Tá feio isso aqui... Mas parece ser só uma torção. — Olhei em volta, pensando no que fazer, quando lembrei do kit de primeiros socorros que ficou em meu cavalo. — Vamos, antes de te tratar, preciso te levar a algum lugar melhor.

Geralmente eu não saía ajudando qualquer um desse jeito, mas ele devia ser uma boa pessoa por seu cavalo se esforçar tanto para ajudá-lo. Meu coração dizia que eu estava no caminho certo.
Coloquei meus braços, mas ele pareceu se assustar com minha tentativa de carregá-lo. Ele ficou um tempo encarando meus olhos, acho que na procura de um sinal de maldade, até deixar eu o levantar. Bom, se ele havia deixado era uma boa notícia, não é?
Levantei com cuidado o corpo frágil, parecia de vidro e que quebraria em mil pedaços a qualquer momento. Por sorte, seu cavalo estava lá, eu teria que tratar do que estava machucado e também do garoto ao meu lado. Agarrei firmemente a corda que amarrei para poder sair do buraco e comecei a escalar a parede, apesar de não precisar de muito esforço, pois não era tão fundo assim.
Eu não queria abusar mais do pobre e ferido animal, mas ele parecia totalmente disposto a ajudar.
O coloquei com cuidado, deitado em cima de sua montaria e comecei a puxar pela corda.
Andando até o local de onde sai, amarrei a corda do cavalo ferido à corda do meu e posicionei com cuidado o jovem na minha frente. Ele estava muito gelado. Sua hipotermia havia piorado, droga.
Apertei o passo e Graças a Deus tinha uma caverna boa alí, era um pouco sujinha, mas o suficiente para passar uma noite. Me apressei em fazer uma fogueira e colocar o corpo frio ali perto, também tirei minha blusa e o cobri.

A garoa que antes caia com graciosidade se transformou em algo mais violento.

Por sorte não perdi minha mochila com o kit de primeiros socorros quando escorreguei do barranco, e iniciei o tratamento de suas feridas, que não eram tantas, o que mais me preocupava era sua temperatura. Me pergunto o que o levou a essa situação.
Infelizmente, quando olhei para ele, o mesmo ameaçava cair no sono.

— Ei, ei, ei! — O chacoalhei e ele só reagiu abrindo os olhos novamente — Não dorme agora!

— Mas... Eu estou com sono... — Protestou fraco.

— Você não pode dormir agora. — Fui até seu lado. — Tenho que cuidar da sua hipotermia logo. — O sentei e tirei sua camisa molhada. — Não dorme!

— Por que... Não posso dormir? — Fez manha.

— Se você dormir talvez não acorde mais, então fala comigo. — A situação estava muito vergonhosa, eu tinha que tirar suas roupas molhadas, mas minhas mãos frias estavam desastradas em tentar desabotoar sua calça jeans. — Qual é o seu nome?

— Hoseok... — Ele tinha que treinar sua memória para tentar acelerar seu raciocínio. — Jung Hoseok.

— O meu é Min Yoongi. — Respirei mais aliviado quando finalmente consegui tirar suas roupas molhadas. Deixei-o apenas com sua roupa de baixo (Ele era tão desconfiado que eu não poderia me arriscar a perder sua confiança tentando tirá-la também.) — Quantos anos você tem? — Fui pegar a coberta para esse tipo de situações, na mochila, enquanto tentava ao máximo manter a conversa.

— 16... — Ele estava meio molenga, entretanto mais concentrado. — P-Por que ti-tirou minhas roupas?

— Elas estavam molhadas. — Eu disse também me despindo.

— E p-por que tá ti-tirando as suas? — O frio tinha retardado seu raciocínio e ele estava como uma criança curiosa que não sabe o próprio nome.

— Também estão molhadas — Estendi as cobertas por cima dele. — Além do mais, calor corporal é o melhor jeito de te esquentar agora.

— Q-que?

— Você aguenta só essa noite. — Me enfiei debaixo das cobertas. Achei tão fofo que quando me aproximei ele se encolheu. — Assim você não vai se esquentar. — O puxei contra meu peito, mas tinha sido mais uma provocação, qualquer jeito ia aquecê-lo. Se ele não estivesse azul de frio, estaria vermelho. — Espere seu corpo aquecer um pouco mais até dormir.

— P-Por que você e-está fazendo isso por mim? — Escondeu o rosto e sua voz saiu abafada.

— Porque era o certo. — Respondi, dando de ombros.

— Ah... Só por isso... — Pareceu desanimado.

— É. Você parece uma pessoa com o coração bom, então te ajudei. — Respondi, ainda simplista.

— O-Obrigado. — Depois dessa frase, o deixei adormecer. A hipotermia já tinha abaixado o suficiente.

Depois de mais uma muita mais ou menos com ele, fiquei mais um tempinho acordado para tratar das feridas do equino e me pus a dormir, pois amanhã seria um dia cheio.

Pensei que seria acordado pelo sol, mas me enganei, o vento gélido da manhã fez esse favor. Como sempre, acordei meio atordoado, já que era acostumado a dormir até tarde e dar de cara com o sol por causa da janela. Olhei para os lados e lá estava ele, dormindo como um anjo, já com sua pele bronzeada normal, pois ontem ele estava branco como a neve. Os lábios que antes estavam arroxeados agora tem um rosado bonito até seu cabelo parece estar com mais vida.

E me peguei sorrindo como um bobo por aquela cena.

Claro, fiquei pensando 'Mas que porra estou fazendo? Nem o conheço', mas o coração acelerava toda a vez que ele fazia menção em despertar. Já tinha pego algumas frutas e água, eu precisava ir embora, mas não deixaria o garoto do pé torcido sozinho. E, olhe só, minhas preces foram ouvidas. Seus olhos foram lentamente abrindo, analisando tudo ao seu redor. As orbes negras brilhavam como um céu estrelado.

— Está melhor? — Perguntei, já que parecia que o moreno não falaria nada. Me encarava com receio e curiosidade. Na verdade ele não me encarava, ele estava mais me secando com os olhos.

— Ainda estou com algumas dores pelo corpo, mas nada insuportável. Bem melhor do que ontem. — Sua voz era viciante, eu poderia ouvi-lo o dia todo que não me cansaria.

— Troque-se, temos que sair daqui logo para cuidar de você. — Mandei e ele se apressou. Para colocar a camisa foi rápido, mas seu pé devia estar doendo tanto que até eu tive que ajudar.

— Quem é você? — Sua pergunta me surpreendeu, enquanto eu arrumava a mochila e os cavalos.

— Eu já lhe disse meu nome. Esqueceu? — Sorri.

— Sei. — Balançou a cabeça. — Mas quem é você? Quem é Min Yoongi?

— Bom... — Me levantei. — Sou filho do duque Min Gukdoo, General do Exército de Aurum.— Explicação meio exagerada, mas fazer o que, era sempre assim. Levantei-me, sustentei uma de suas mãos e depositei um beijo casto na mesma. Não sei porquê, apenas agi por impulso. Eu fazia isso com todas as mulheres e ômegas, em forma de educação. — E você, Jung Hoseok? — Me aproximei de seu rosto com um sorriso provocante.

— Ahn... — Parecia atordoado, pois ficou olhando para mim com surpresa e levemente corado. Tossiu e começou a falar. Ih droga, acho que constrangi o menino, tadinho. — Só um filho infeliz de um pobre fazendeiro. — Virou o rosto.

Assim é injusto comigo, eu te disse quem sou! Não tinha como não se encantar com o jeitinho dele, apesar de não o conhecer direito. Céus, ele é um puta pedaço de mal caminho, mas ao mesmo tempo é angelical e parece tão ingênuo... Não queria ter que me separar dele. Credo, que sentimento é esse?

— Desculpa... — Desviou o olhar.

— Ah.... Garoto difícil...— Suspirei. — Posso te carregar? Precisamos ir. — O mesmo acenou com a cabeça e o peguei delicadamente. Nossos rostos ficaram próximos, perigosamente próximos.

Após colocá-lo em seu cavalo (que estava bem melhor) e eu montar em meu próprio, começei a nós guiar para a capital de Aurum novamente. Dessa vez o rio estava calmo, e ele sendo raso, os cavalos passaram tranquilamente.
O caminho todo nós conversamos sobre a paisagem, coisas aleatórias como 'Uma vez vi uma cabra presa na árvore' e sobre como acabei encontrando ele... Mas nada sobre quem era realmente Jung Hoseok.
Ele parecia saber muito de animais, o que me lembrava do que ele dissera: 'filho de um pobre fazendeiro. '. Tá, ele morava em uma fazenda e era pobre, mas ele não parecia alguém que deixaria a família por ser pobre. Então por que ele estava à cavalo em uma floresta em meio a uma forte tempestade? Que cara misterioso...
Chegamos na capital e já fui recepcionado por soldados preocupados. Expliquei que eu estava bem, mas Hoseok precisaria ser encaminhado ao hospital por causa de seu pé.

— Olha, perdão, mas infelizmente hei de ir. — Já tendo decido de meu cavalo, fui me despedir.

— Eu lhe entendo. — Abaixou a cabeça, lançando um sorriso sem mostrar os dentes. Como que tudo nele é tão lindo? Puta que pariu. — Você deve ter muito trabalho a fazer no palácio.

— Certamente. — Não, não podia ser o último adeus. Eu precisava vê-lo denovo e. Tive uma ideia maluca, mas pelo menos eu teria chances de reencontrá-lo — Mas, caso precise de alguma coisa, lhe dou este anel. É o anel da minha família, esse desenho é o brasão da família Min. É só mostrar para os guardas e falar que está a minha procura que eles te encaminharão diretamente à mim. — No final da frase, o mesmo abriu um sorriso gigante no formato de um coração. — Tchau, Jung.

— Tchau... Senhor Min. — Seu sorriso sumiu e um olhar triste tomou o lugar, enquanto ele acenava.

.

.

.

Já completava uma semana dês que conheci Hoseok e eu não ouvi mais notícias dele. Porém eu não tive tempo de ir atrás também, me perguntava se ele estava bem.

— General Min! Tem uma pessoa querendo falar com o senhor. — Um dos guardas entrou pelas portas.

— Quem veio me incomodar agora? — Fui ignorante. Meu rosto transparecia cansaço.

— Um garoto que está com seu anel, Senhor.

— O que?! — Minha cara de acabado de tornou em pura animação só com sua frase. — Traga ele aqui!

Depois de alguns minutos esperando, impaciente, ouvi a maçaneta da porta girando e quase pulei da cadeira.
Lá estava ele, entrando todo confuso, mas ainda maravilhado com as decorações em cada cômodo e as pinturas e ornamentos nas paredes do castelo.

— Jung? — Tirei-o de suas distrações.

— Senhor Min! — Ele correu até mim - que bom que seu pé havia melhorado. - E me abraçou calorosamente, surpreendendo à mim e os guardas. — Ah, desculpe. — Se soltou rapidamente e olhou envergonhado para baixo.

— Precisa de alguma coisa? — Questionei sua vinda até mim. Não que eu me incomodasse, estava até impaciente!

— Bom... — Ele pareceu se incomodar com a presença dos guardas, portanto, depois de muito insistir, consegui fazer eles deixarem a sala. — Eu não tenho onde ficar...

— Por que não vai para casa? — Meu tom de voz saiu meio grosso.

— Eu... Não tenho mais casa.

— Quem é você, Jung Hoseok? — Eu parecia me divertir tentando resolver todo esse mistério.

— Sou o filho infeliz de um pobre fazendeiro... — Desviou o olhar e repetiu aquela mesma frase.

— E por que este filho é infeliz? — Decidi tentar descobrir as coisas do seu próprio jeito.

— Porque ninguém o ama. — Falou como um sussurro.

— Vou perguntar mais uma vez. Quem é você, Jung Hoseok? — Pressionei-o. A curiosidade já me torturava. — Por que estava na floresta naquela noite?

— Eu... Não aguentava mais ser tratado daquela maneira e fugi de casa, mas acabei dando azar de ter uma tempestade no caminho. — Suas lembranças pareciam corroê-lo por dentro.

— Como te tratavam? Com que tipo de pessoas você vivia? — Minhas perguntas eram mais específicas, eu estava começando a entender a situação.

— Uma mulher grosseira que faz os filhos trabalharem até desmaiaram, seis irmãos que foram mal criados e um homem frio que só sabe espancar os filhos até causar cicatrizes. — Ele virou de costas e levantou a blusa, mostrando inúmeras cicatrizes de arranhões distribuídas pelas suas costas sem piedade alguma. Algo que eu não tinha visto na escuridão da noite. — Resumindo... Uma vida infernal. — Aparentava querer chorar por soltar tudo de uma vez. — Por favor... Eu não quero voltar para lá. — Acho que pensar na possibilidade de ter que retornar àquela família, foi o suficiente para fazê-lo deixar as lágrimas escorrerem.

— Eu vou te ajudar — Minha única reação foi abraçá-lo com uma ternura Inexpiável, nem eu mesmo acreditei nisso.

— Mesmo? — Uma faísca de esperança acendeu em seu coração.

— Sim.

— Min... — Seu olhar pidão me encarou. — Eu posso mesmo confiar em você? — Essa frase me encheu de pena. Ele deve ter vivido até agora cheio de dúvida em quem confiar.

— Você até poderia ficar aqui no palácio... — Coçei a nuca, pensando. — Mas não seria de graça...

— Tudo bem! Eu posso fazer qualquer coisa! Vai ser bem melhor do que trabalhar como um escravo e no final ser maltratado e nem comer direito! — O moreno chegava ao ponto de implorar.

— Você vem comigo para pedirmos ao Rei por sua gentileza.

.

.

.

— Rei Jeon, preciso de um grande favor seu — O rei era como um tio para mim e sempre foi uma pessoa muito boa, eu tenho confiança que tudo vai dar certo.

— Como posso ajudá-lo, Yoongi? — Sua voz grossa ecoou gentilmente.

— Meu amigo precisa de uma moradia e ele está disposto a ajudar no palácio de alguma forma de puder se hospedar aqui. — Eu disse rápido e confiante.

— Tem certeza que pode ajudar meu palácio de alguma forma, garoto? — Direcionou sua pergunta ao Hoseok que suou de nervoso.

— E-Eu andei pensando na forma que eu poderia ajudar e posso d-dizer que eu tenho boa experiência com animais, principalmente cavalos. — Se encolheu.

— Meu rei. — Uma voz fina chamou nossa atenção. Era a Sunmi. Filha da empregada-chefe do palácio, apenas com quatorze anos já era amada por todos que a conheciam. — Me disseram que o senhor Daesik, que cuidava do estábulo, faleceu ontem a noite. — Eu não poderia ter ficado mais feliz pela morte de alguém.

A conversa se prolongou por mais uns minutos, mas no final acabou tudo certo. Foi combinado que ele seria aceito se provasse suas habilidades. No final, Hoseok era tão bom com cavalos que é como se conversassem.
Só sei que minha atração por aquele ômega aumentou e a ideia de vê-lo todo dia me animava.

Será que um dia minha relação com ele progrediria?

✵Aurora Boreal✵

— Lembra que o Tae vivia me ignorando das poucas vezes que víamos ele no palácio? — Hobi deixou a caixa de lado e voltou a se deitar, olhando para meu rosto.

— Ele ignorava todo mundo. — Debochei. — Naquela época, quando seu pai morreu, ele tinha virado um drogado sem rumo... — Mesmo com esse assunto, eu me permitia admirar o rosto de meu ômega. — Mas acho que não foi só a morte dele que fez o Tae ficar assim. Deve ter acontecido algo pior.

— Provavelmente... — Pensou por um tempo. — Parece que a desgraça persegue esse castelo... Eu ainda sinto falta da Sunmi.

— Ai! Hobi! Vamos mudar de assunto! — Fiz manha. Não queria relembrar de todas as tragédias que as paredes desse palácio guardavam.

— Tá bom, tá bom. — Suspirou impaciente. — Ah! Como sou capaz de amar uma criança mimada!

— Espera aí, pessoinha que guarda pedras que desmaiam caras! Quem é a criança aqui? — Só com isso fui capaz de tirar risadas e um sorriso do Jung. — Meu Deus! — Aquela hora que dizemos 'Fudeu! Esqueci de fazer uma coisa importante' — Tenho que me apressar, Amor, o trabalho me chama! — Dei um selinho rápido no mesmo e corri para me trocar.

Continue Reading

You'll Also Like

349K 36K 44
O que pode dar errado quando você entra em um relacionamento falso com uma pessoa que te odeia? E o que acontece quando uma aranha radioativa te pica...
317K 20.7K 62
Baby, você tem uma diferença delas Tu parece uma princesa, tipo das novelas Tu sem nada na minha cama é pique aquela cena Com você, é bem melhor que...
210K 32K 62
Eu fui o arqueira, eu fui a presa Gritando, quem poderia me deixar, querido Mas quem poderia ficar? (Eu vejo através de mim, vejo através de mim) Por...
825K 63.3K 53
Daniel e Gabriel era o sonho de qualquer mulher com idealizações românticos. Ambos eram educados, bem financeiramente e extremamente bonitos, qualque...