(Sendo Reescrita Como Outra F...

By KitsuOneechan

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Praeter Cicatrices Ostenderem
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Equorum pt.2
Fratris
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Amissa
Dolor
Metus
Affectio
Fake Nuptias
In Albis
Citrum
Conloquium
Deliciae Pars
Aurora Borealis
Intra Silva
Nix
Alba Valde

Equorum pt.1

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By KitsuOneechan



Eu só te ligo quando são as cinco e meia

A única hora onde estarei ao seu lado

Eu só te amo quando você me toca, não me sente

Quando eu estou ferrado, esse é meu verdadeiro eu

Eu só transo com você quando são as cinco e meia

A única hora onde vou te chamar de meu

Eu só te amo quando você me toca, não me sente

Quando eu estou ferrado, esse é meu verdadeiro eu.

The Weekend - The Hills


— Apenas vamos embora.


— Ah... tudo bem. — Ele deve ter notado minha inquietação, já que eu parecia uma pedra.


Nos afastamos do hospital e em pouco tempo o castelo era visível. Taehyung dirigia sorrindo, na verdade, ele estava sempre sorrindo. Depois do que minha mãe disse, toda a minha insegurança voltou a me assombrar, não era bom, eu poderia acabar voltando a usar o gorro mesmo dentro do castelo e Jungkook provavelmente me faria tirá-lo. Mas, enfim, tinha que me preocupar com outra coisa: Como olhar para a cara do rei depois de dormir na cama do mesmo.

— Até depois Chimmie. — Taehyung veio me abraçando e sorriu logo em seguida. Taehyung ia da água pro vinho em segundos, tenho que me acostumar com isso. — Bem legal a sua história.


— Ah...isso... — Corei de leve. Não estava acostumado com sorrisos e elogios desse jeito. — Pelo menos as crianças parecem ter gostado, hehe.


— Elas ficaram bem empolgadas mesmo. Tenho que ir pro jardim, au revoir — Deu de ombros, e começou a andar na direção oposta a minha.


— Então tá né... — Respirei fundo e comecei a andar novamente pelo castelo. Não tinha nada para fazer, já que Jungkook não me mandou fazer nada até agora e as empregadas já haviam limpado tudo. — Hora de fazer outro tour pelo castelo.




•PoV Jungkook •


— Você não tá me entendendo. — Tentei bater com força na cabeceira da cama, mas meus músculos estavam doloridos demais.


— É verdade, não estou te entendendo. — Tae, com aquela cara de cu, se jogou na minha poltrona de couro.


— Ele é perfeito! — Coloquei minhas mãos no meu rosto, sentindo o mesmo queimar. Eu estava confuso, porém feliz — Ele é um puta pedaço de mal caminho!


— Ah... lá vem... — Revirou os olhos.


— Ele estava deitado na minha cama, todo encolhido, aquelas mãos de bebê me tocando, a boca abertinha os cabelos bagu-


— Calma aí criança. — Fez um sinal de "tempo" com as mãos e soltou um riso contido — Desse jeito o Taehyung Júnior vai despertar.


— Não ouse ter pensamentos sujos com ele. — Levantei o indicador até seu peitoral e o cutuquei.


— 'Tá com ciuminho é? Mas se você continuar falando dele assim, será inevitável. — Sorriu ladino. Miserável. — O bonitão aqui em baixo está à semanas implorando pra ser chupado.


— Isso você reclama com as suas putinhas. — Dei ênfase no "suas". Me afastei, e novamente me joguei em minha cama. — Não tenho nada a ver com isso e não ouse pedir para o Jimin.


— Ah, fala sério Kook. — Gargalhou alto e cruzou os braços. Isso é o que eu mais odeio em Kim Taehyung, ele adora me tirar do sério. — Porque não posso, hein? Sério, quantas vezes você comeu os empregados e empregadas? Em especial a Eunha.


— É diferente! — Levantei o tom da voz. Eu sentia algo diferente pelo Park. Diferente dos outros empregados, eu não o queria apenas para satisfazer meus desejos sexuais, é estranho pra mim.


— Ha, diferente... — Me olhou com aquela cara de deboche que eu tanto odeio. — Não vejo nada de diferente. Vejo apenas um empregado.


Meu empregado. Ele é só meu.


— Mas você falou que ele deveria obedecer a nós seis. Então se é assim, posso pedir para ele me satisfazer.


— Bastardo! O álcool ainda está fazendo efeito em você? Porque isso explicaria toda essa sua audácia. — Voei em seu pescoço, com uma raiva totalmente diferente do normal. Apenas a imagem de Jimin servindo a Taehyung me fazia sentir calafrios. — Se pretende continuar esse assunto, lhe dou a chance de desistir se não quiser ter essa sua cara totalmente quebrada.


— Eu vou embora mesmo. — Retirou com facilidade as minhas mãos de seu pescoço. — Mas antes de ir... e o seu cio?


— Ah... faltam alguns meses ainda. — Voltei a me deitar, totalmente destruído. — Ainda vai demorar.


— Pretende avisar o Jimin?


— Eu... não sei.


— Bem, eu já vou indo. — A passos lentos foi se dirigindo até a porta de madeira maciça. — Se precisar de algo, me chame. — E sumiu do meu campo de visão.


Me acomodei melhor naquela cama. Estava usando meu pijama de seda, finíssimo. Apesar de estar gelado lá fora, eu estava com um calor fora do normal e dores monstruosas por causa da ressaca. A claridade também estava judiando; parando pra pensar...


O que acabou de acontecer neste quarto?


Ah, não. Eu acabei cedendo às provocações de Taehyung, de novo. Droga, aquele nanico albino assustadoramente lindo mexia com meu interior de uma forma inexplicável, não entendo como ele mesmo não percebe isso. Mas bem... Aquela dor estava insuportável. 'Tô vendo que aquela sopa melhorou, nossa, melhorou pra caralho....


Meu pau de óculos.


Melhorou porra nenhuma.


A claridade da lua hoje iluminava o cômodo inteiro. As persianas eram escuras o suficiente para tapar toda aquela luz, mas adivinha quem não quer sair da cama, exatamente, Jeon GostosoKook. A dor estava nos meus braços, pernas e tronco em si, sem contar a dor de cabeça absurda; mas eis que os deuses resolver ter piedade e o cheiro tão adorado, mas dessa vez fraco como sempre, chega até minhas narinas.


— Jimin!





•PoV Jimin •


— Jimin!



Oh, céus, eu só queria paz. Nem isso eu tenho mais. Eu estava passando bem em frente a porta dele, provavelmente deve ter sentido meu cheiro que não é tão fraquinho. Puxei ar para os pulmões e suspirei pesadamente. Só as entidades sabem o que pode acontecer lá dentro.


— Sim, Vossa Majestade? — Girei a maçaneta e fiquei parado no batente. Jeon me olhava com um brilho estranho nos olhos, diria que era lindo se não fosse amedrontador


— Venha até aqui. — O alfa estava, miseravelmente, afundado na cama. Com seu indicador, fez um sinal para que eu me aproximasse e assim fiz.


"Não, tudo menos isso" — Cla-claro. — Fechei a porta de madeira com cuidado e fui andando receoso até perto do alfa. — O-oque deseja?


— Você sabe que estou com muito cansaço e dor, né? — Se acomodou melhor no grande travesseiro que era bem macio. — Então, aproveitando que você só estava vadiando por aí, me faça uma massagem.


— Yaa, eu não quero. — Abusado, não é porque eu sou o brinquedinho particular dele que eu tenho que fazer tudo o que ele me pedir.


— Não foi um pedido Jimin, foi uma ordem. — Falou, irritado. — Se não quiser fazer isso mais vezes, o que é impossível, faça isso direito ok?


— Ah... tá. — Arregacei minhas mangas e respirei fundo novamente. — Deita no chão.


— O que? — Riu nasalado. Ha, deve achar que massagem é só ficar deitado em algo cheio de penas e esperar algum tipo de creme. As clínicas sempre fazem errado. — Porque deitar no chão sendo que aqui está confortável e quentinho?


— O colchão iria absorver toda a pressão. — Cruzei o braço, vendo o moreno nem ao menos se mexer. — Então, se quiser realmente essa massagem, peço para que faça o que eu falo.


— Aish. — Com uma má vontade absurda, se deitou de barriga para baixo no chão. É bom ter um poder sobre ele, dois a zero para Park Jimin.


— Grato. Er... — Como eu posso dizer isso sem parecer errado e ele entender mal?


— O que houve? — Ele me encarou com aquelas orbes escuras que brilhavam intensamente.


— É que... — Ah droga, o universo perdoe todos os meus pecados, mas por favor, não quero que ele leve pro mal caminho. —... Ti-tire a c-camisa, por favor.


— Ah.... — Olhou para um ponto qualquer, parecia preocupado. Era estranho vê-lo com uma expressão assim.— Eu preciso tirar?


— Precisa.


— Aish... — De uma vez por todas, se sentou e começou e levantar o tecido fino. E foi aí que eu vi, aquela cicatriz.


Uma cicatriz grande e, no meu ponto de vista, monstruosa, mas não me parecia recente. Havia marcas de unhas nos seu ombro esquerdo e ao longo de suas costas havia um grande rasgão, aparentava ser doloroso. Fiquei com receio de tocar naquela área tão... tão sensível.


— Jungkook-ah — Teria que ter a total permissão dele para ter acesso à essa parte. — Essa cicatr-


— Apenas ignore-a. — Voltou a se deitar, ele não parecia se sentir muito bem, mas apenas ignorei esse fato. — Vai logo


Me posicionei em suas pernas; dessa vez teria que ser sem nenhum óleo ou creme, o que dificulta um pouco, mas não seria um problema. A visão das costas do mais alto eram de tirar o fôlego. Era largas, branquinhas e lisinhas... Nossa, Jimin. Cala a boquinha.


Abri minhas mãos em formato de "V" e deslizei-as para os dois lados, indo da cintura até o pescoço; repeti esse processo mais três vezes. Logo, segui para a região dos ombros do mais alto, juntei as mãos para e as esquentei, pois o dia estava com um clima frio, creio que isso aliviaria um pouco a baixa temperarura. Comecei movimentos semelhantes a movimentos de "amassar pão" nos ombros de Jungkook, ouvindo o mesmo resmungar baixo.


— Ah...Jimin... — Falou rouco, num sussurro quase inaudível.


— Pe-perdão, eu lhe machuquei?! — Eu geralmente não tinha muito controle sobre o quanto de força eu colocava nas coisas. Se eu ferir o rei posso ter minha cabeça arrancada sem dó nem piedade.


— Pelo contrário. — Suspirei aliviado, a cabeça de Jimin foi poupada novamente. — Você é... muito bom!


— O-obrigado... — Tentei o quanto antes voltar a botar a mão na massa, vai que ele resolve olhar para mim, logo eu, que estou parecendo um pimentão.


Continuei os movimentos de "amassar pão" por mais ou menos um minuto e voltei a deslizar minhas mãos até sua cintura. O Jeon parecia tremer a cada vez que eu chegava perto de seu pescoço, aquela devia ser uma área sensível. Voltei a lhe 'amassar', dessa vez por mais três minutos. Com os polegares, fui fazendo movimentos circulares desde sua nuca até a cintura, repetindo o processo mais três vezes e voltei a deslizar minhas mãos por toda suas costas.


— Yaaaa, isso é bem melhor do que eu pensei... suas mãos são macias — Sorriu, com aquele sorriso que eu amo. O sorriso coelhinho. — Você é bem habilidoso, hein Jimin.


— Obrigado. — Senti uma ardência em meu rosto. Comecei a apenas deslizar as mãos. — Eu costumava fazer isso com minha mãe e minha irmã.


— Elas tinham sorte hein... ah... — Ele fez uma caretinha. Não sabia se era de dor ou, sei lá. — Ah, mais pra baixo.


Oh, céus! Aquilo estava tão pornográfico! Ele quase gemendo de satisfação enquanto eu deslocava minhas mãos por toda a suas costas. Tenho medo de descobrir no que ele está pensando, muito medo mesmo.


— Sabe onde você poderia me fazer massagem? — Senti muita malícia em sua voz. Me olhou com os olhos semicerrados e umedeceu os lábios, apenas para me provocar. Bom, ele conseguiu.


Jeongguk! Seu pervertido! — Por vergonha e raiva, dei um tapa nas suas costas, mas só o vi rir e levantar.


— "Jeongguk"? — Começou a gargalhar como uma criança quando vê algo idiota. Sério, eu tinha mesmo que ter errado o nome dele universo?


Me virei de costas, emburrado, esperando ele se trocar. Seria vergonhoso ver o corpo dele, mas admito que estou bem curioso. Até passou pela minha cabeça olhar para trás e tentar ver, mas sei que safadeza não é meu forte.


— A maior eu não lembro como foi feita. — Ouvi sua voz atrás. Sua voz estava bem mansa, mas com um pouco de tensão.


— O que?


— A cicatriz. — Apontou para suas costas.


— Como você não se lembra de um machucado enorme desse?! — Me levantei também. Ultimamente tenho me preocupado com ele.


— Eu não sei... Não me lembro nada da minha infância. — Sua explicação me surpreendeu. Suspeito — Nenhuma lembrança de familiares, lugares, momentos ou outras coisas. Nada.


— Eu também! — Essa coincidência estava muito estranha. — É como se eu não existisse naquela época.


Ficamos em silêncio um pouco. Eu preocupado e ele pensativo. Aquele silêncio era ensurdecedor, como se muitas pessoas estivessem gritando mudas; tenso.


— Acho melhor você ir dormir. — Interrompeu o silêncio com uma voz surpreendente bondosa. — Amanhã o dia vai ser bem cansativo. Você vai me acompanhar lá no meu treino de hipismo no picadeiro.


— Eu vou fazer o que lá? — Agora eu percebia que minha lista de utilidades de Park Jimin era bem curta.


— Só vai saber amanhã. Vá logo dormir. — Jungkook pôs a mão em meus cabelos e começou a acariciar minha cabeça com uma delicadeza absurda. Isso parecia cada vez menos um incômodo, eu podia até mesmo ficar viciado nesses toques.


— Tá... Boa noite. — Acabei falando a última frase por costume, mas mesmo assim pareceu o surpreender. — A-Ah... então tchau. — Me apressei sem olhar em seus olhos e sai de seu quarto.

✵Aurora Boreal✵



— Jimin! — Acordei com a voz de Eunha em pedestal do lado da minha cama. Seu pé batia intermitentemente no chão. Irritante.


— Que horas são?! — Levantei assustado. Se eu me atrasasse, Jungkook enfiava minha cara no asfalto e girava pra ver se eu finalmente acordava certo


— Você estaria atrasado se o rei não tivesse dito para te deixar dormir mais um pouco. — Ela tentava parecer séria, mas suas grandes bochechas e fofura extrema, não permitiam. Fofa.


— Aah... — Me deixei cair novamente no travesseiro com as minhas mãos no rosto. Acho que ele está aprendendo algo sobre gentileza e bondade.


— Vá tomar um banho, vista essas vestes de equitação e encontre-o lá embaixo, no estábulo. — Colocou os tecidos que estavam em seus braços, em cima da cama.


.

.

.


— Está certa? — Sai do banheiro já vestido.


— Você... Pulou um botão — Ela me olhou com uma cara desacreditada. Não era culpa minha se eu parecia um zumbi.


— Aish — Reclamei ao me embolar com meus dedos tentando arrumar os botões da camisa azul-escura.


— Ah! Não esqueça seu capacete. — Ela voltou com um daqueles capacetes que se usam naquelas competições à cavalo.


— Meu capacete? — Dei ênfase no "meu".


— Jimin, entenda uma coisa. — Sorriu fraco e com um pouco de... tristeza? — Você é diferente de mim e dos outros.


— Outros? — Achava fofo o fato de que eu já era baixo, mas ela conseguia ser mais ainda.


— É, nós empregados.


— E-Eu sou diferente? — Me preocupei por um momento. Isso é uma coisa ruim?


— O rei gosta de você. — Eunha afirmou como se fosse óbvio. — Você é privilegiado. É mais como um amigo para ele, do que um servente.


— P-por que você acha isso? — Me questionei sobre o assunto.


Eu, amigo do Jungkook? Se bem que ele tem sido mais gentil comigo do que nunca. Claro que ele continua controlador... Mas ele é uma pessoa melhor do que eu imaginava...


Eu gosto dele? Sou amigo dele?


— Jimin, que tipo de empregado tem um quarto próprio e ainda por cima como esse? — Mostrou em volta, calando minha boca. — Que tipo de empregado ele deixa dormir até tarde? — Ela continuou me metralhando com perguntas. — Que tipo de empregado sai com eles e seus amigos para se divertir?


— Então você acha...


— Ele gosta de você, Jimin. — Olhou para baixo e sorriu fraco.


— O-o problema é dele. — Teimei. — Não sei se gosto dele! Às vezes ele é tão frio que não tem como gostar! — Sim, eu estava sendo um pouco difícil... Mas era porque eu tinha me lembrado de todas as vezes que ele me provocou.


— É que você não conheceu ele na época em que eu o conheci. — Ela riu como se lembrasse de algo. — Infelizmente eu o conheci apenas um ano depois daquela noite fatídica... Mas mesmo assim ele me ajudou. Se não fosse por ele, eu não teria moral para nada hoje em dia... — Então ela olhou para mim, que só ouvia atentamente. — Ah, desculpa! Falei demais...


— O que foi essa tal "noite fatídica"? — Perguntei relutante. Ela no mesmo instante pareceu petrificar.


— O-O Jungkook ainda não t-te contou? — Sua voz fofa hesitou por um momento.


— Eunha, não me contou o quê? — Fiquei com medo de ele não ter me contado uma coisa importante. Se eu sou especial assim, se ele gosta de mim, como não me contou algo importante?


— Jimin, sinto muito... M-Mas se o rei não te contou ainda, eu não posso contar. — Ela fez uma feição arrependida.


— E-Eunha— Supliquei.


— Vá para o estábulo, logo. Jeon está te esperando. — Ela se apressou e começou a me empurrar para a porta.


— Mas— Protestei, mas inutilmente, como sempre


— Vamos, vamos! — Ela continuou me empurrando até o corredor. — Corra, pois ele não costuma ser muito paciente! — Fechou a porta, me expulsando do meu próprio quarto.


Eu devia me preocupar com tudo isso? O que eles escondem de mim? Só de pensar que posso estar sendo excluído desse jeito, me deixa triste. Claro, estou sendo egoísta por pensar assim, mas poxa... Já tenho uma relação até que boa com eles. Até mesmo Eunha sabe sobre isso, porque eu não?

Me rendendo às insistências de Eunha, comecei a andar sem muita vontade. Os corredores estavam silenciosos e eu só podia ouvir o som das botas de couro que eu usava, fazendo barulho enquanto eu andava.
Encontrei alguns empregados pelo caminho e percebi que vários deles eram alfas que, por algum motivo, me olhavam diferente hoje. Passando por eles, ouvi vários cochichos por trás de mim. Havia algo de errado com a minha roupa?

Apertei o passo até chegar novamente aos fundos, onde em uma certa direção, se localizava os estábulos.
Entrei dentro da grande construção de madeira, já sentindo o cheiro forte que havia no local. Mesmo sem vê-los, ouvia a respiração forte e o som de mastigação dos cavalos em suas baias.


— Ai!— Quando eu passava perto de uma das baias, senti meu cabelo sendo puxado.— Ei! — Me virei e lá estava a cabeça de um cavalo branco relinchando como se risse de mim.


— Parece que você já conheceu o Aladdin. — Jungkook apareceu atrás de mim com um sorriso radiante. Ele vestia a mesma roupa de equitação que eu. Mas cara, aquelas calças brancas, coladas, marcavam de uma maneira suas coxas grossas e fortes que eu comecei a sentir calor. Ô lá em casa hein!

Pelo amor dos santos morangos da quitanda da dona Maju! Mas que porra você está pensando, Jimin?!


— Aladdin? — Repeti o nome do cavalo irritante que ainda tentava puxar meu cabelo com a boca.


— Quando ele conhece alguém novo ou está brincando, ele costuma puxar o cabelo dessa pessoa. É para chamar atenção — riu. — Infantil como uma criança. — O moreno começou a se aproximar e passou a mão pela curva do pescoço do animal.


— Sério?! Nem percebi! — Fui sarcástico, mas depois apreciei a cena de cavalo e homem.


— Ele também vive puxando a crina e rabo dos outros cavalos... — O alto acariciava o amigável esbranquiçado.


— Qual é a raça dele? — Tentei demonstrar interesse. Ps: Não me importava nem um pouco, estava mais é com medo.


— Ah, ele é da raça Árabe. Por isso o nome. — Pareceu voltar do mundo da lua.


— A cara dele parece bem diferente dos outros cavalos. — Não pude deixar de comentar.


— Essa raça tem um pescoço bem arqueado e um focinho fino e curto...


— Parece um cisne. — Comentei deixando a minha voz morrer no final. — Então! O que eu vim fazer aqui, afinal?


— Você vai me ajudar a levar o Aladdin até o estábulo nobre de Orens. — Deu um sorriso confiante.


—Como iremos levá-los até lá? — Perguntei olhando ao cavalo.


— A cidade de Orens não fica longe. Fica à meia hora de cavalgada daqui.


— Eu não sei cavalgar... — Tomei coragem para passar a mão naquele animal. Aladdin era pequeno, nem se comparava ao tamanho enorme de Kardia. Mesmo assim, por algum motivo, eu hesitava em tocá-lo.


— Ah... Isso é ruim para um ômega. — Fez uma feição assanhada. Pervertido de merda.


— Jeongguk! — Dei um tapa em seu ombro e o ouvir rir. Parece que quando eu me irrito com ele, eu erro seu nome.


— Preciso que você arranje coragem para pelo menos guiar ele. — O alfa disse, abrindo a porteira que impedia Aladdin de sair. Pegou algum objeto equino e se virou para mim.


— Primeiro, coloque o cabresto dele. — Ergueu aquelas tiras de couro para mim.


— Por quê? — Perguntei confuso.


— Ele é um cavalo real, não vou simplesmente amarrar uma cordinha em seu pescoço. — Puxou minha mão para me aproximar. — Segure isso. — Apenas o obedeci, segurando o cabresto. — Passe a fita maior da parte de cima, pelo pescoço, atrás das orelhas.


— Assim? — Tentei seguir suas orientações, mas eu me assustava a cada movimento e som que o Aladdin fazia.


— Isso. — O alfa sorriu novamente.


Não sei o porquê do Jeon estar tão sorridente, mas eu particularmente estava gostando desse novo Jungkook.


— Agora, sem soltar a parte de cima. — Segurou minha mão que segurava a fita de cima. Muita intimidade, Jeon Jungkook! Muita intimidade! — Coloque a parte menor em volta do chanfro.


— Chan...O que? — Fiz uma careta.


— Ah... — Revirou os olhos mas depois voltou ao bom humor. — Atrás das narinas e da boca... O focinho!


— Ata! — Finalmente ele estava falando a minha língua. — Mas e se ele me morder?!


— Ele... — Riu, provavelmente da minha cara — Ele não vai te morder!


Tomei coragem e o cavalo só continuou imóvel, me permitindo terminar o trabalho.


— Muito bem, garoto! — O moreno se animou e apertou minha bochecha.


— Vou buscar a sela... — Começou a andar e depois olhou para mim. — Relaxa, a sela eu coloco. — Ele provavelmente disse isso pela minha expressão. Eu já havia evoluído o meu relacionamento com o Aladdin, o suficiente por hoje!


.

.

.

— A Kardia não vai tentar me matar? —Fiquei preocupado enquanto andávamos em direção à que pastava, isolada.


— Por algum motivo, Jimin, você é diferente. Além de mim, você é o único que ela não tenta matar. — Sua naturalidade em falar isso, era o que mais assustava. Ainda tinha muitas coisas que eu não sabia sobre Jungkook, e eu pretendo descobrir.


— Por que ela é assim comigo? — Também me assustava o fato de que eu consegui "conversar" com ela e, diferente do que todos falam, Kardia foi extremamente dócil comigo. Não descarto a ideia de eu estar ficando louco.


— Eu realmente não sei, mas tenho certeza que você é especial... assim... diferente das outras pessoas. — Se recusava a olhar para mim. Mal educado.


— Porque?


— Como assim?


— Porque me trata diferente? Porque me trata de forma diferente dos outros empregados? — Parei de andar e ele continuou mais alguns passos. Mais uma vez, a tensão se estabeleceu este nós, mas foi quebrada quando ele se virou para mim.


— Você é meu empregado pessoal. Posso fazer o que bem entender com você. Como você é só meu, cuidei para que tivesse do bom e do melhor. — Seus olhos escuros fitavam o meu rosto confuso, como se eu fosse a mais bela obra de arte. — E porque eu gosto de você, Jimin. Você é totalmente diferente de todos os outros empregados que eu já tive em toda a minha vida.


— E-eu...


— Shhh... — Novamente, ele perigosamente se aproximou, mas não o olhei nos olhos. Seu olhar autoritário estava sobre eu, e não conseguia fazer nada. Eu odeio ele. — Vem, vamos.


Ele parou de andar, levou os dedos à boca e chamou a atenção de Kardia em um assobio. A égua levantou o pescoço e nos encarou, mexendo as orelhas.
Minha única reação foi me esconder atrás do alfa. Mas então ele me puxou para frente e passou um braço atrás de minhas costas, segurando minha cintura. Senti meu rosto esquentar e evitei olhar em seus olhos. Seus dedos faziam uma leve pressão em minha carne e aquela sensação estranha no meu estômago voltou. Merda!
Meus pensamentos foram interrompidos pelo cavalo que galopava até nós. Um animal daquele tamanho era de assustar quando corria até você. Ela é bem maior que o Aladdin, bem maior


— Não se assuste por causa de seu tamanho... Ela é grande, mas eu acho que você que é pequeno mesmo. — Ele esfregou meu ombro reconfortantemente, mas não deixou escapar a piada. Eu continuo achando que ela é enorme. Porque o rei já é alto, e a égua é mais alta que eu só com a altura de suas costas. — É pelo jeito ela gostou mesmo de você. — Ele riu quando Kardia chegou bem perto, mas ficou quieta. — Se fosse outra pessoa no seu lugar, já estaria literalmente sem cabeça.

Pronto, essa última frase me fez me encolher perante à grande criatura. Já ela, começou a se aproximar e bufou, fazendo suas narinas tremerem com um som grave.


— P-Por que ela resfolegou? — A frase escapou de canto de boca por causa do medo de me virar e ter minha cabeça arrancada.


— Relaxa, Jimin. — Pôs a mão em minha cabeça. — Nesse caso, ela fez esse som pois está curiosa.

Tentei erguer a mão em direção ao seu focinho, mas ela soprou com as narinas e me assustou.


— Ah... O dia vai ser longo... — Jungkook pôs a mão na testa e olhou para baixo.


— D-Desculpa...

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