AMOR ÀS AVESSAS - SPIN-OFF DE...

By bigudinharainha

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QUEM SOU EU MESMO? AH, CLARO MATTHEW MONTGOMERY, MAS PARA MEU BENEFÍCIO PRÓPRIO. THOMAS BACCONI NÃO EXISTE MA... More

CAPÍTULO - 1
CAPÍTULO 2
NOTA
CAPÍTULO - 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 10
NOTA
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
NOTA
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO FINAL
AMOR POR ACIDENTE - SPIN-OFF 2 - KEITH E ELIJAH
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
NOTA
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO FINAL

CAPÍTULO 9

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By bigudinharainha

MATTHEW MONTGOMERY
💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

  "Era para Jacky ter sido minha mulher, essa foi a promessa de seu pai e no entanto, ela se entregou a outro. Vi nos seus olhos o quanto estava apaixonada. Ele a tocou. Aquele maldito. Minha vontade era de ter dado um tiro naquele Derek dos infernos e depois nela. E para piorar a idiota engravidou dele e eu não consegui pensar e a estuprei. Peguei o que era meu de direito e agora estou aqui me amaldiçoando por ter feito aquilo com ela. Ela sempre foi a minha melhor e única amiga e mulher da minha vida, aquela que iria me consertar um dia. Nos casaríamos e iríamos ser felizes longe das nossas famílias de merda, mas ela estragou tudo. Ela não lutou por mim. Ela deixou que eu me enroscasse em outras.

     Fui até o berço de Jayden e a observei dormir. Ela é tão pequena e tão inocente. Ela não merece essa vida fodida. Minha princesa que irei proteger com minha própria vida. Se eu tivesse um coração bom, seria todo dela. Mexi em seus cabelos negros e ela olhou pra mim sorrindo. Ela é a cópia daquele desgraçado, porém não posso feri-la como seu avô mandou. Ele ordenou que eu a matasse, mas não consigo. Ela não é nada como a Lisa. Jayden é pura, é inocente. Lisa não era. Nossos pais destruíram sua inocência e tentei de todo jeito restaurá-la. A mantive longe do perigo e de garotos nos quais ela queria investir sua curiosidade. Jayden jamais faria isso. Jamais manipularia alguém. Ele tem os genes bons dos seus pais assim como Lisa e eu temos dos nossos.

      — Se seu avô ousar tocar em você, eu o mato. Ninguém nunca vai lhe fazer mal, filha, eu sou seu pai, eu te amo.

      Abri a boca espantado. Eu nunca disse que amava alguém sinceramente, mas sim pra debochar porque é isso que sempre pensei sobre o amor. Senti uma mão pequena passar pelo meu pescoço e me virei surpreso. Ela nunca vinha de bom grado.

     — Será que terei meu Matthew de volta?

     — Me salve, Jacqueline, por favor — Senti lágrimas não derramadas se apossaram de mim. Eu não sou fraco desse jeito, não sei o que há.

     — Jayden e eu iremos.

      A boca dela se encontrou com a minha e a peguei no colo a levando para o outro quarto. A deitei na cama tirando sua camisola. Tirei minhas roupas e voltei a beijá-la. Entrei nela desesperado e com a mesma pressa de sempre, só que dessa vez era diferente, pois não era forçado.

       — Eu te amo, Jacky.

       — Também te amo, meu Matt.

       Pensei que as coisas seriam diferentes pela manhã, mas ao entrar no quarto de Jayden, vi sua mãe mostrando a foto do seu pai verdadeiro e falando o quanto o amava e o quanto ela o amaria também assim que o conhecesse e formassem uma família feliz. Fiquei puto e passei dias fora transando, ou melhor, descontando meu ódio em prostitutas. Nem sequer pensei no que estava fazendo quando uma delas gritou de tanta dor e me arrancaram de cima dela. Maldição. Desde quando esse tipo de gente tem sentimentos?

    Quando retornei ao lar mentiroso, pensei que poderia conversar com ela e pedir que não falasse mais de outro homem, principalmente daquele que ela gosta. Me enganei mais uma vez, só que dessa foi a última. Eu tentei ser o homen perfeito para ela por semanas a fio, porém ela continuou falando sobre ela para minha filha. Ela não quer entender que jamais deixarei que ele faça parte da vida da minha pequena. Ela é minha filha e não dele. Quando ela irá compreender isso? Inferno.

      Jacky estava deixando que eu a comesse todas as noites sem brigar, consentindo, porém no fundo ela tinha nojo de mim, vi no seu olhar; estava ali desde da primeira noite que ela me deixou amá-la e disse que me amava também. Ela me desprezava, estava me manipulando do mesmo jeito que Lisa fazia e tive que dar um basta naquela encenação. Ela nem sequer negou e alguma coisa dentro de mim se partiu causando mais ainda o meu ódio e desejo de machucá-la por toda a vida.

      Eu odeio as mulheres. Todas elas são iguais; mentirosas, ardilosas e manipuladoras. Não vou mais deixar que nenhuma outra me engane outra vez"

     Abri os olhos e os apertei tentando me adaptar a luz e uma dor profunda me atingiu, mas então a voz de um anjo me golpeou e suavizou aquela coisa dolorida.

     — Tô sonhando? Tô no paraíso?

     Ela tocou no meu rosto e limpou o seu banhado pelas lágrimas.

      — Você acordou. Eu tive tanto medo. Farei tudo que quiser e como quiser desde que volte pra mim. Eu te amo, Matt. Por favor, volte.

       Ashley — Senti minha voz arranhar e mal a ouvi enquanto sussurrava. Tinham fios presos em mim e eu estava sem força alguma que fui incapaz de me esbarrar — Eu te amo, não me deixe. Ashley, me ajude, me ajude...

       Minha voz sumiu e ela também. Fui tragado pela imensa escuridão. Essa na qual sempre vivi. Agora eu tenho uma luz e é para essa luz que eu quero voltar.

      "Keith me olhava o tempo todo nas aulas que tínhamos juntos. Nós dois curtíamos biologia. Meu sonho é me tornar um biólogo. Éramos os melhores da classe. 

     Um dia o professor nos colocou juntos para um trabalho em dupla e ela parecia muito contente. Eu sabia que a garota era apaixonada por mim. Muitas eram.

       — Meu nome é Keith.

       Sorri sendo atraído por seus olhos azuis, pele morena que era quase chocolate e seus lábios finos que ela adorava morder. Inspecionei seus lindos ondulados cabelos castanhos claros deixados livres e seu corpo médio. Seus quadris eram de enlouquecer qualquer um. Seios fartos e bunda grande. Ela era totalmente fora dos padrões da sociedade. Sorri quando ela ficou envergonhada por eu a estar comendo com os olhos. Ela conhecia minha fama. Todas conheciam e sabiam que se mexessem comigo, teriam que ir adiante, porque não sou do tipo que para. Me ensinaram muito bem. Ninguém nunca esteve lá por mim e elas tinham que aprender que também não iriam serem salvas. O mundo é apenas cruel.

      — Eu sei. Você é uma das meninas que vivem me paquerando na aula. Você é a mais bonita daqui. Quer sair depois da aula?

      — Eu não sei, eu só tenho 12 anos e você? 15 — Fez uma careta confusa.

       Eu ri.

       — Tenho 16, boneca. Você está adiantada demais.

       — Tenho o QI alto. Pulei alguns anos.

       — Ok.  Então, decida se quer sair e vadiar comigo ou não. 

      — Quero te conhecer melhor.

      — Vamos pra minha casa, então. É pegar ou largar.

      — Eu vou — Estava desesperada.

      No final da aula a levei para minha casa. Somente minha mãe estava como sempre. Ela nos observou e depois me olhou feio e em seguida mirou na minha irmã sentada no sofá. Sei bem o que está insinuando, mas não ligo. Segurei a mão de Keith que se derreteu e tranquei a porta do meu quarto. Tirei a camisa e a deitei na cama que engolia em seco nervosamente. Capturei seus lábios e ela nem sabia o que fazer. Eram doces e inocentes. Avancei mais e me debrucei sobre ela pondo suas pernas em voltas do meu corpo e me remexi liberando sua blusa e a imagem de Lisa piscou na minha mente e me levantei como um raio. O que eu estou fazendo? Isso não é certo.

     — Melhor você ir, Keith.

     — Fiz algo de errado?

     — Você é muito nova pra mim. Eu não fico com as meninas da sua idade. Isso seria pedofilia. Eu tenho uma irmã e mataria o homem que se atrevesse a tocá-la por ela ser tão nova. Daqui a 3 anos a gente conversa.

       Ela sorriu e me deu um selinho demorado.

      — Meu primeiro beijo. Vou te esperar.

      — Faça isso.

    

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

     Keith veio de bom grado para o meu lado da cama e sorriu mais do que o normal e ficou me olhando. Ela é a única com quem eu passo a noite. Descobri com ela que eu preciso ter alguém cuidando de mim. Ela rotulou nosso caso e não me aborreci. Ainda quero a Jacky, Talvez nunca deixe de querer, mas ela não sente o mesmo como Keith e issoe frusta como o inferno fora de mim.

     Keith é uma boa menina e tem uma família adotiva que a adora, exceto pelos bastardos dos seus dois irmãos adotivos. Por mais que seus pais os repreendam, eles estão sempre lá tentando tirar um casquinha dela. Esse é o eufemismo que ela usa para descrever o assédio violento deles. Um deles que ela não quis me dizer, conseguiu uma chave extra de seu quarto e entrou na madrugada tentando forcá-la. Ela não disse a ninguém na manhã seguinte, mas se livrou dele com ameaças. Essa é a minha garota. Eu só não poderia dizer que por pouco não cortei a garganta do filho da puta depois que ela veio para os meus braços em desespero. Desde então, nenhum dos dois a incomoda.

       — Por que está tão feliz?

       — Você sabe, né? Eu te amo muito, Matthew.

       — Sim, eu sei.

      O que eu mais gosto nela é que não exige que eu a ame de volta. Ela se contenta com tudo que lhe dou. Estamos a um ano juntos. Faz algum tempo que trabalho para o Rico, pai da Jacky. Não concordo com algumas coisas que ele faz e Martin Charles Winsor também não. Conversamos muito e temos planejado coisas para tirar essa merda fodida que Rico está fazendo. Eu amo a Jacky. É com ela que sonho em me casar um dia e ter filhos, uma família de verdade, mas então, sei o quanto venera aquele pai abusivo, porém não posso deixar que prostitua crianças. Qual é o maldito problema desse pedófilo? Martin sabia de alguma coisa, mas não me dizia. Era assim que ele se referia ao Rico. E sabia também que eu tenho sangue quente quando se trata de crianças. Pressionei Jacky para ter certeza de que ele não abusava dela e ela me garantiu que ele nunca a tocou. Fiz mais perguntas e ela negou também estranhamente. Eu só podia confiar no Martin.

      Meu telefone vibrou no bolso e atendi. Era o Martin.

     — Fala, patrão.

     — Esteje lá no fim da tarde. Vamos desmontar esse esquema de horrores que Rico quer fazer. Ele irá trazer um lote das primeiras crianças essa tarde. Eu preciso de você.

     Meu maxilar travou e meu sangue ferveu.

     — Desgraçado. Quantas?

    — 5 crianças entre 6 e 10 anos.

    — Filho da puta — Gritei e Keith me abraçou — Eu vou para ir conversar com você e terá que me dizer o que sabe porque se ele tocou na Jacky, eu vou fazer picadinho dele.

      O ouvi bufar alto.

     — Se acalma que a sua princesa é intocável, mas descobri que ele fazia coisas com a irmã de Jacky e ela se matou.

      Nesse momento deu mais raiva de Rico. Como ele pôde fazer isso? Uma criança. Porra. Não vou ficar contra ele. Vou ser seu melhor amigo e assim que eu tiver uma chance, vou fazê-lo pagar.

     Assim que desliguei o aparelho, me virei para Keith.

      — Eu preciso sair. Você sabe como é.

     Dela eu não escondia nada. Ela sabia sobre tudo.

     — Você é ótimo com crianças e também as protege. Sei que será um excelente pai.

     — Eu vou um dia quando me casar e tiver um time com a Jacky.

     — Jacky, você ainda...

     — Sim. Eu a amo e isso não tem mais jeito. Ela é o meu futuro. É com ela que terminarei meus dias.

     — Não, Matthew, eu tô grávida.

     — Não, não está. Acabei de informar que terei filhos com outra.

      — Eu ouvi.

      — Então, dê um jeito nisso porque não quero parar de transar com você.

      — Eu... Ah, não quero. Eu já amo esse filho.

      — Aí dentro não tem filho algum. É só um borrão deficiente. Quanto tempo, Keith?

       — Quase 2 meses.

       — E me conta agora? Que droga é essa? Você tem 16 anos e eu 20. Você não vai estragar os meus planos futuros.

        — Com a Jacky — Foi irônica. Ela nunca nem sentiu raiva.

        — Eu preciso sair, mas vou te ligar para você fazer o aborto.

        — Faça como quiser.

       Ela começou a se vestir e saiu, mas a puxei de volta que chorou no meu peito envolvendo seus braços ao meu redor.

       — Por que você faz isso? Por que você é assim?

       — Porque eu sou — Respondi — Adoro isso que temos, Keith. Eu não quero estragar isso. Só quero voltar ao que éramos.

      — Você vai ficar comigo lá?

      — Sim. Tenho contatos, amanhã mesmo nos livramos desse incômodo.

      Keith é tão dramática. A deixei chorando sozinha e saí. 

      Martin estava puto da vida andando por todos os lados. 

      — Que horas o Rico chega?

      — Às 17. Vou matar aquel3 desgraçado por mexer com crianças.

      É meio contraditório visto o quanto maltratou seus filhos na adolescência. As pessoas falam, principalmente quando Christian, seu filho, bebe e se droga por aí deixando escapar certos momentos, inclusive o quanto apanhava por se intrometer nas surras que sua mãe levaria de seu pai.  Não posso dizer o mesmo de Jonathan que é um covarde e fugiu. Christian continuou sendo humilhado porque preferiu ficar e proteger a irmã. Martin ficou muito puto e bebeu muito quando o filho lhe disse que não iria deixar que ele tocasse nela. Martin parecia que iria matar alguém. Ele não soube lidar com a mágoa e gritou aos 4 ventos que não era um pedófilo, apenas um miserável covarde igual ao pai. 

    Eu não sou filho dele e o entendo. Pude conhecê-lo bem e sei o quanto ama seus filhos, o quanto esconde seus sentimentos por eles. O convenci a fazer sua autobiografia. Ali ele poderia ser ele mesmo e se abrir.

       — Você não pode porque eu preciso dele vivo por causa da Jacky.

      — A gente vai pegar pesado com ele hoje, Matthew.

      — Você vai e chamei reforços. Ele não pode me ver aqui.

      — Ele merece a morte, mas tudo bem. Tudo por causa dessa menina que não te ama.

      — Mas ela vai um dia.

      — Não se obriga ninguém a amar, eu sei, eu tentei e ela me odeia. Eu a amo como o inferno dentro de mim e isso é permanente.

      — Eu preciso de um contato. Aquele médico que realiza aborto.

      — Ela é menor?

      — Sim.

      — Tem certeza?

      — Um filho iria me atrapalhar.

     Ele mexeu em seu celular e me deu ainda me olhando como se me julgasse. Aprendi nessa vida que se você não pensar, não é real. Então, farei o que tiver que fazer e seguirei em frente sem olhar para trás, sem pensar no que aconteceu e nas consequências.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

     Keith não parava de chorar e implorar, mas vendo que eu não daria confiança, aceitou minha decisão e ficou estranhamente quieta. O médico estava se preparando para fazer o procedimento nojento e ela tremeu e parecia quente e doente. 

      — Preciso vomitar — A segurei no lugar — Preciso...

      — Você não precisa de nada. Apenas fique quieta que isso logo acaba. Vamos voltar ao que éramos, apenas nós dois.

       Ela virou a cabeça para olhar pra mim com algo estranho no olhar.

       — Depois de hoje eu não posso ficar com você outra vez.

      — Não siga besteiras.

      — Eu odeio você como nunca odiei ninguém antes — Fixou o olhar na minha mão em seu braço — Nunca mais coloque suas mãos sujas em mim. Você é o próprio diabo e eu quero que morra exatamente como está matando o seu próprio filho. Apenas vá embora da minha vida e finja que nunca me viu porque eu orientei esquecer de tudo.

     Dei um passo para trás com as suas palavras que perfuraram algo no meu coração. Elas me machucaram de verdade. Franzi a testa e continuei segurando seu olhar. Essa não é a minha Keith, a garota meiga por quem me apaixonei. Sim, eu estava apaixonado e ainda estou. Tenho opções em fazer diferente, mas não estou conseguindo fazer nada mais do que me dirigir à porta e ao meu carro a deixando simplesmente sozinha para enfrentar o mundo sem apoio algum. Isso que a obriguei a fazer irá destruí-la. É isso. Acabou. Keith e eu acabou. Acabamos.

     Limpei meu rosto molhado e me obriguei a seguir em frente sozinho novamente. Nunca deixei de ser sozinho.

   Abri os olhos e lidei com a claridade. Está tudo bem, a dor passou. Me sentei na cama e esbarrei em alguém que pulou no meu colo me beijando sem parar. Ashley. Sorri e emoldurei seu rosto fixando meu olhar no dela. Seus olhos sorriam e brilhavam pra mim. Sua boca tão pequena me viciaram. Eu não posso mais me enganar. Estou completamente apaixonado por ela. O que eu sentia pela Keith e pela Jacky nem chega perto do que estou sendo arrematado agora. Ashley é totalmente diferente de qualquer mulher que eu já tenha conhecido. Ela é especial e irei me odiar por fazê-la sofrer. Eu não tenho uma escolha.

      — Senti sua falta. Você ficou dormindo por duas semanas e o médico não sabia se você iria sobreviver. Te acharam depois que te assaltaram e te esfaquearam.

       Agora lembrei. Meu pai me esfaqueou. Sim, ele fez. Ele pretendia me matar enquanto empurrava aquele punhal contra minhas entranhas. Eu não estava delirando quando ouvi minha mãe o ameaçar sobre não tentar de novo ou ela acabaria com a vida dele. Elae defendeu? Isso é... Estranho.

     Essa não seria a primeira vez que ele atentava contra a minha vida e ninguém menos que ela sabia disso, então por que agora? Quando decidi vim para este lugar, eu já sabia o que me aguardava, porém não tão rápido. Na maioria das vezes, Josh se comportava como um homem ciumento. Coisas passavam pela minha cabeça quando eu via o olhar dele para com Ashley. Se ele pensa que irá tirá-la de mim, está sonhando alto. Ashley é minha para sempre. Nenhum outro homem vai tocá-la que não seja eu.

      Passei meu dedo sobre o mamilo dela que se agarrou a mim mordendo o lábio. Linda e minha.

     — O que foi aquele papo sobre fazer tudo que eu quisesse, até mesmo ser minha amante?

      — Falei sério. Fiquei com medo de te perder. Não me importo de ser sua amante. Você mesmo disse que não ama a Amélie e que logo que esse filho nascesse, iria se divorciar dela.

      — Tudo que eu falei é verdade. A única mulher que eu quero é você.

      — Eu te amo, Matt.

      A debrucei sobre a estreita cama de hospital e colei nossos lábios com força suficiente para ver se obtinha o máximo dela, o que seria impossível, pois quanto mais a tenho, mais a quero. Minhas mãos passaram por baixo de suas pernas e subiram apertando suas coxas e parando no elástico de sua calcinha. Puxei a roupa íntima para baixo o suficiente para que ficasse entre o meio de suas pernas e tirei o roupão de doente que me envolvia e entrei nela devagar, toquei seus seios enquanto fazia amor com ela. Tomei seus lábios para mim e meus movimentos continuavam devagar. Chuteira a calcinha para baixo e as pernas dela se envolveram pelo meu corpo. Adoro isso. Não posso mais viver sem isso... Sem ela. Eu a amo, mas ela não pode saber.

    Quando terminamos, a aconcheguei em meus braços. Primeira vez que faço amor e não sabia o quanto é delicioso. Sexo é sexo, é prazer, é carnal. Amor não. Eu senti cada pedaço dela, cada batida do seu coração. É algo indescritível. Eu só senti e é profundo, é forte e intenso. Não tinha ideia que meu coração fosse sair de dentro do corpo e que minha alma se juntaria a dela. Eu a amo e isso é real. Como vou continuar com a minha vingança e olhá-la depois que a machucar?

       A luz do meu celular acendeu com a chegada de uma mensagem. O puxei que estava ao lado do meu travesseiro e o sorriso morreu com a mensagem de Amélie:

     PARABÉNS, PAPAI. ASHLEY ESTÁ GRÁVIDA DE UM MÊS. 

     

ASHLEY TANNER

💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞💞

    Tudo isso é uma loucura. Eu sei. Tem 90% de chance de dar errado, de acabar em tragédia, inclusive da minha, mas eu o amo e o que posso fazer se o quero mais do que tudo nesse mundo? Eu tentei, mas não posso ficar longe dele.

      Depois que fizemos amor, ele teve que ficar mais uns dias no hospital antes de receber alta. Não pude mais vê-lo porque por algum motivo, Amélie o estava monopolizando. Ela se justificou com a nossa mãe dizendo que foi pedido dele, que ele queira ficar sozinho. Não acredito em nada. 

      Amanhã seria meu primeiro dia na universidade. Estou tão empolgada. Ainda não disse nada aos meus pais. Esperei até o último momento. Eles não podem me impedir de viver, não mais.

      Desci as escadas pensativa enquanto caminhava para o café matinal. Preciso conversar com o Matthew sobre como iremos resolver nossas vidas, agora que irei para longe.

     Tomei fôlego o suficiente quando o vi sentado à mesa sério ao lado de Amélie. Me recuso a dizer que ela é sua esposa quando em breve será sua ex. Não me importo do que irão me chamar. Jamais o proibirei de ver seu filho. Meu coração falhou uma batida quando seu olhar pairou sobre mim. Como sempre fazia, sua inspeção fazia minha pele pegar fogo. Ele não segurou meu olhar e se voltou para sua comida. Senti um desânimo me acometer de repente. O que isso significa?

     — Sente-se, filha — Meu pai ordenou — Suas aulas irão começar daqui a pouco.

     — Não, pai, me matriculei na universidade de Londres.

      — Fiz sua transferência. Na verdade, Matthew e eu fizemos.

     — Você não tinha esse direito.
     — Está feito. Sou seu pai.
     — E meu algoz — Cruzei os braços —Escolheu meu curso também?

      — Não fale assim comigo. Você pode fazer o curso que quiser,  mas no fim terminará trabalhando comigo.

      — Nunca mais você vai me obrigar a fazer o que eu não quero.

      Me virei para o meu traidor que nem tinha coragem de me olhar.

      — Por que fez isso, Matt?

      — Matt? — Amélie se espantou.

      — Fique quieta, Amélie — Ele ordenou ríspido — Fiz o melhor pra você, Ashley. 

     — Sem me consultar?

     — Consultei o seu pai e concordamos que o melhor é você fazer sua graduação aqui. Você ainda é ingênua e não conhece os perigos da vida.

       Me sentei indignada.

      — Ok. Você está bem? 

      Ele franziu a testa.

      — Você agora é igual ao meu pai? Se acha no direito de decidir sobre a minha vida? — Bati na mesa — Seja homem e olhe pra mim. 

      Continuei o encarando que não deixava sua refeição. Amélie fez uma careta e depois o beijou. Meu estômago se revirou e corri para o lavabo. Vomitei o pouco que eu tinha sugerido no meu quarto; uma barra grande de chocolate. Acordei cheia de vontade. Só havia a bile que saía deixando meu estômago e esôfago ácidos. Sentei no chão e comecei a fungar. Tô me sentindo sozinha. Muito sozinha. Eu não sou assim, não sei o que está acontecendo.

     Me livrei das minhas roupas e caí debaixo do chuveiro. Vou fazer a universidade que meu pai tanto quer e talvez Matt me queira por perto. Essa é a única explicação por tê-lo ajudado. Quando já estava pronta, abri um pouco da porta ouvindo a discussão de Amélie e Matt.

       — Por que permite que ela te chame por esse apelido? Você odeia e fere o primeiro que lhe chamar assim. Sua irmã não lhe chamava assim? Por que a Ashley, Matthew? Por que a escolheu?

      — Ela é diferente. Eu não a quero longe de mim. Você sabe o que eu sinto por ela. Simplesmente não posso deixá-la ficar longe de mim. Se outro homem fizer algum mal a ela, eu mato.

     — Eu preciso de você também.

     — Você tem amigos. Você e eu não funcionamos assim. Se precisa de uma porra de um psicólogo, procure um.

      Me encostei na porta. A maneira que ele a tratava, era horrível. Não estava certo. Pior é vê-la se rastejando para ele. Abri a porta completamente e me amaldiçoei por tê-lo feito. Amélie estava pendurada no marido que a tinha encostado na parede e falado algo que a fez descer as escadas chorando. Ele então olhou pra mim por um tempo com a testa totalmente enrugada e fez o mesmo caminho.

    Assim que cheguei a sala, aquele velho asqueroso estava lá. Encarei meu pai e de canto de olho, percebi a carranca de Matthew mirando no Sr. Stone que é um senhor de 50 anos, mas que aparenta ter uns 70. Moreno claro, olhos negros e cabelos totalmente grisalhos e rasos, quase careca. Ele é um xucro da pior espécie, sem falar que é da minha estatura.

      — O que esse vovô faz aqui?

      — Mais respeito, mocinha — Meu pai me repreendeu e o encarei com raiva. Ele não é meu dono. 

      — Me respeita você. Eu não irei me casar com ele. Nunca. Sou dona da minha própria vida.

      — Você ainda mora aqui, fará tudo que eu disser. O que acha que está fazendo?

       — Simples. Não aguento mais vocês. A filha perfeita não sou eu, não esperem muito de mim. Vocês acham mesmo que eu iria ficar aqui esperando ser vendida pra qualquer um? Vocês não mandam mais em mim, tenho 18 anos, sou dona do meu próprio nariz agora. 

       — Você me deve respeito. Sou seu pai e você ainda mora aqui é sustentada por mim.

       — Não seja por isso, irei arrumar um emprego e morarei na universidade e quando eu me formar, alugarei minha própria casa — Joguei minha mochila nas costas e parei antes de sair porta a fora — Não sou mais virgem. Eu fui de outro homem nessa viagem muitas vezes.

    

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