Nós, em uma casca de noz!

Oleh SanCrys

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❝Meu avô sempre me dizia, que estranhos são amigos que você ainda não conhece.❞ Uma história sobre amizade, e... Lebih Banyak

Filho pródigo
Garota das meias listradas
A História Sem Fim
*Carpem Diem* 🌞
J.A.W.
Vitaminas, pensamentos e o Caderno dos Milagres
Quem avisa, amigo é.
Sobre más companhias e teimosia juvenil
Um abismo chama outro abismo
Recordações vazias como em uma fotografia antiga
Corações discordantes
O orgulho vem antes da queda
O bater de asas de uma borboleta
O menino que gritava ❝lobo❞
Corra, John, Corra!
❝Como lágrimas na chuva❞
O que ainda restou de mim
A milagrosa lista dos desejos
Um pouco de esperança não machuca
Uma teoria chamada John
Câmbio, desligo!
Efemeridade do tempo
O Universo em uma caixa de papelão
Unicórnios antes dos garotos
Pó de estrelas mitigadas
Incandescente poder da cura
Déjà vu
Todas as coisas cooperam para o bem
Bom amigo
Para você, daqui a 30 anos!
Lembranças guardadas em uma garrafa de Coca-Cola
*Memento mori*
Não diga que eu não falei das estrelas
Há sempre o amanhã
*Ad astra*
Muito obrigado, Mary Marshall

Sentença de um garoto traído

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Oleh SanCrys

Se alguma coisa pode dar errado, dará.

É o que eu aprendi com a Lei de Murphy. 

Eu deveria ter percebido que aliar-me ao Billy, era um erro. Que vim morar nesta maldita cidade, era um maldito erro. Mas, fazer Mary chorar pelas cartas anônimas que recebeu, e pelo o que eu fiz à casa dela, era um terrível pecado que eu havia cometido. Consegui magoar a única pessoa que nada tinha a ver com meus inúmeros problemas, e o pior, não a vejo tem muitos dias.

Meu rosto está menos inchado, ainda estou recuperando-me depois surra que recebi de Billy e seus capangas, mas os hematomas ainda estão visíveis. Quando apareci na escola com curativos adesivos nas bochechas e várias escoriações na face, escutei várias vozes a sussurrarem que eu merecia aquilo e muito mais. Que a pessoa que espancou-me merecia um troféu de "herói do ano". Descobri como era mais fácil linchar alguém quando se está cercado por outras pessoas. Fazer um de alvo para se sobressair. E foi isso que Billy fez comigo.

A fatia de bacon com ovos fritos parecem sorrir, enfeitada no prato de porcelana posto por minha madrasta diante de mim. Toco-os, a gordura impregnada na ponta dos meus dedos. Lucy olha-me, calada como sempre, como se a minha pele estivesse esverdeada ou se sobre a minha cabeça houvesse duas antenas salientes. Desvio o meu olhar do dela, a tempo de encarar Robert e seu farfalhar irritante de jornal. O tratamento de gelo cruel do meu dito pai estendeu-se durante toda esta semana. A única pessoa que ainda tenta ser amigável comigo é a Susan.

Abandono o meu café da manhã sem sequer ter tocado nele, direcionando-me ao meu quarto, o corpo inclinado, o olhar focado no chão. Tenho olhado muito para o chão esses dias. Ah, os dias que passei em L.M. Alcott High foram, para resumir de forma delicada, um verdadeiro inferno. Foi como cutucar um ninho de vespas e esperar aflito pelos ferrões, mesmo sabendo que eu não teria chance. Todos na escola odeiam-me de corpo e alma, e não exagero quando falo isto.

Meus dedos passeiam pelo meu cabelo. Tive de cortar uma mecha, por conta de um chiclete mal mascado colado a ele. Aquilo só seria o começo de uma semana infernal repleta de castigos infantis que eu enfrentaria. Na aula de sociologia, quando voltei de uma fatídica aula de ed. física, aonde corremos como idiotas em círculos no ginásio, me deparei com a mesa aonde costumo sentar, cheio de garranchos sobre a madeira branca escritas com caneta permanente. Palavras ríspidas de alguém que preferem-me morto. Sem coragem para continuar encarando aquilo, cobri toda a extensão da mesa com vários folhas de papel que arranquei do meu caderno. Fui obrigado a lanchar trancado na baía do banheiro masculino, pois toda a bendita vez que almoçava no refeitório, viro uma espécie de alvo vivo.

Adentro o meu quarto, fechando a porta. Deito-me na cama, tratando de afogar-me nas canções altas e ensurdecedoras do bom e velho rock n' roll, meu ópio pessoal. Com o dedo indicador, aperto o botão lateral do walkman, aumentando o som dos fones que emanam o Bohemia Rhapsody. 

Preso em um deslizamento, sem fuga para a realidade, e assim como dizia a letra daquela música, assim encontrava-se a minha vida.

Sair da Califórnia foi um erro. Morar em Paradise foi um erro. Fazer amigos foi um erro. 

Eu sou um erro.

Eu.

Sou.

Um.

Erro.

Posiciono meu antebraço sobre o rosto, bloqueando a luz, quando sou cutucado por uma mão que insiste em acordar-me de meu efeito hipnótico.

— John, querido — é a Susan, fitando-me com a sua cara de preocupação —, lembre-se que hoje iremos ao tribunal.

Oh, sim, como eu poderia esquecer! Hoje tenho de comparecer ao pequeno tribunal. Esse anúncio está encravado em minha mente e Robert não permitiu-me esquecer disto por nenhum segundo. Entrou em contato com uma advogada, colega de faculdade, da qual prometeu avaliar o meu caso. E por quê eu vou para o tribunal? Ao que parece, o pastor Carl Marshall queria deixar tudo como estava, mas a esposa dele, Ellie Marshall, resolveu ser mais vingativa e punir-me.

— Eu sei — digo entredentes. — Agora, será se poderia sair do meu quarto? Essa droga de cômodo possui uma porta. Bata antes de entrar.

— Por que age dessa maneira, John? Será se não passou por sua cabeça, que talvez, eu queira ser sua amiga?

— E já passou pela sua cabeça, que talvez, eu só queira ir embora desta merda de cidade e nunca mais voltar?!

— Dói meu coração ver um jovem tão saudável, com um futuro brilhante pela frente, perder-se em más amizades e pequenos delitos.

— Agora me vê como um mau elemento?

— Não, John. O vejo como um rapaz que busca encarecidamente por atenção, e está em uma louca corrida para mostrar que já é adulto o suficiente. Um rapaz que não percebe que está magoando as pessoas ao seu redor, agindo de forma tola.

— Ótimo. Quer bancar a minha mãe agora?

— Estou falando isso como psicóloga, John.

— Não sou seu experimento, Susan.

Vejo-a sair do meu quarto, derrotada com nossa primeira e falha tentativa de comunicação. Como já me convenci anteriormente, não preciso dela e de nem sua psicologia.

• • •

A gravata vermelha em meu pescoço sufoca-me. Estamos comportados em uma sala de tamanho médio, em que as paredes abusaram da cor de argila. No centro da sala, uma mesa grande e ampla , com uma juíza sentada na ponta, os advogados do pastor sentados de frente para a advogada de meu pai e para mim. Está frio lá fora, contudo aqui dentro parece fazer uns 90 graus. Estou suando e esse terno só faz com quê meu corpo fique ainda mais quente. Tento focar minha mente em outra coisa, e não na falação dos advogados, ou no olhar de Robert, que fuzila a minha alma.

Assim que a juíza determina uma significante pausa, disparo porta afora, rumo ao bebedouro. Tomei quatro ou cinco copos. A água fugindo de minha boca e correndo pelo meu pescoço. Torno a repetir o gesto, bebendo ansioso aquele líquido como se fosse o último galão de água da face da Terra.

— John Walker, certo? — pergunta-me uma voz masculina, envelhecida.

Viro-me, fitando o rosto do homem marcado por genuínas rugas, porém, posso detectar uma espécie de compaixão reprimida. Mesmo somente tendo o visto apenas uma vez — no culto de domingo há semanas —, posso concluir que este é o pastor, vítima do furor de Billy Carson.

— Sim, sou John Walker.

— Sou o pastor Carl Marshall.

— Eu sei quem é você.

— Seria muito estranho se não me conhecesse. Afinal, você praticamente destruiu a minha casa. Duas janelas quebradas, o cercado em pedaços, as paredes completamente sujas por spray...

— O que quer de mim? — o interrompo.

Espero alguma reação do senhor de semblante respeitoso. Alguma crítica, alguma acusação, alguma coisa que quebre essa expressão tão serena.

— Segundo meu advogado, não posso conversar com o réu. Mas preciso falar algo que martela em meu coração.

Engulo em seco. Já posso prever seu dedo apontado em minha face, ousando gritar mil e uma ofensas e sermões, contudo ele não faz isso. Suspira levemente, mirando-me com seus cintilantes olhos castanhos.

— Tenho certeza de que não fez toda esta travessura sozinho. Mesmo você sendo um rapaz forte, aquilo foi um trabalho feito por uma pessoa que possuía um grande rancor por mim. Quem mais estava contigo, meu filho?

Lembro-me das ameaças de Billy. Com amargura, recordo-me da corrida que perdi, a surra que levei, os constrangimentos que enfrento na escola. Estou prestes a explodir, mas opto por silenciar-me.

— Não posso lhe dizer, pastor. Não seria o certo.

— É modesto — Carl lança-me um sorriso. — Creio que estava certo ao teu respeito, meu jovem.

— Sobre o quê?

— Você não é um caso perdido.

Não sei por qual motivo, mas ao escutar o pastor dizer aquilo para mim, logo eu, a pessoa que ele deveria odiar e repelir, um solavanco espanca o meu peito. Não quero ser tido como objeto de pena por parte dele.

— Sr. Marshall, eu tenho uma pergunta...

Ele parece atento ao que perguntarei.

— Como está Mary? Quer dizer, eu a magoei, e me sinto um lixo por tudo o que fiz, e por tudo que eu poderia ter facilmente impedido.

— Se há uma coisa que eu sei, meu filho, é que tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu¹⁶. Ela vai perdoá-lo. Espere o tempo certo.

— O senhor já me perdoou?

O pastor Carl abre um sorriso aconchegante, que está encoberto pela sua barba cinzenta. Há algo naquele homem que transmite paz a qualquer pessoa, e é somente por vê-lo exalando tanta gentileza que faz com que a insensatez de Billy em odiá-lo seja incompreendida. 

Meus olhos seguem para o fim do corredor, e por um momento, tenho o vislumbre de ter visto a Sra. Ellie, a tia de Mary. Seu olhar choca-se com o meu, tornando minha alma estilhaçada como o vidro. Além dela, vieram outros membros da Igreja dar apoio emocional ao pastor, já que ele é tão querido pela comunidade local.

O resto da audiência foram resumidos a acordos e propostas desqualificadas a todo o instante, pela advogada que deveria defender-me, mas que atuava em um péssimo papel.

A juíza, mantendo a sua face sempre fechada, sentencia-me. Robert livrou-se de pagar uma multa exorbitante ao pastor, pois o mesmo recusou-se a receber, preferindo o caminho do cavalheirismo. No fim, senti-me um inútil pequenino, do tamanho de uma formiga, quando o malhete ressoou como o barulho equivalente ao de um canhão.

Fui intimado a restaurar a casa do pastor Carl Marshall. Todos os dias, eu deveria cumprir a minha sentença depois da escola, até que a casa do pastor fosse completamente restaurada. O pastor Carl, novamente fazendo uso de seu lado de bom samaritano, dissera que haviam várias latas de tinta sobrando em seu galpão que fica aos fundos da casa, mas Robert intrometera-se, e suplicou para cooperar. Aquilo significava que, querendo ou não, eu me depararia com Mary.

• • •

A manhã que passou-se naquela quinta-feira, foi de longe, a mais dura de toda a minha existência patética. O fato de haver purê de batatas com ervilhas escorrendo pela minha nuca, deslizando em minha camiseta é a prova de que Billy e Karen armaram uma espécie de complô onde o principal objetivo é fazer-me de bobo da corte. L.M. Alcott High tornou-se o seu reinado de terror.

O motor do Lada range, enquanto subo a ladeira onde fica a casa do pastor. Voltar a esta rua faz com que um bolor surja em minha garganta e um arrepio crescente se espalhe em minha espinha. Posso enxergar, com exatidão, as memórias daquela noite... Billy e sua chantagem assustadora, e eu sendo panaca o suficiente para não fugir dele.

Que grande imbecil eu sou!

— Que bom que apareceu, meu jovem — o pastor Carl trata de me recepcionar. — E veio cinco minutos adiantado.

— Isso não me fará ir para casa mais cedo.

— Não. Mas mostra que é um rapaz de palavra.

Seria bem melhor se o pastor parasse de me tratar com tanta cordialidade. Causa-me um imenso mal estar, ficar diante de um homem que aparenta ser tão nobre e que não parece estar rancoroso com o que causei à ele. Diz algo, sobre não poder me acompanhar em minha entediante jornada como pintor, pois tem uma importante reunião para comparecer. Mostra-me, antes, o galpão com as latas de tintas e outros materiais de construções. Entrega-me um macacão branco, quebrando parte do acordo que fizera com Robert. Assim que ele parte para cumprir a sua missão, trato-me de me preparar para o frio e trabalhoso entardecer que espera-me.

Agradeço por não ser uma construção de dois andares, assim não farei uso da desnecessária escada. Apesar de ser uma casa térrea é demasiado grande.

Resolvo não passar uma demão de tinta na parede, devido ao enorme estrago. Ponho uma luva, e começo a lixar a parede. Não sou tão inexperiente. Na minha antiga escola em Los Angeles, tínhamos aulas de marcenaria e alguns ofícios sobre carpintaria. Vou rumo a única janela de vidro que sobrara da casa do pastor, tratando de pôr a lata de tinta sobre o andaime improvisado.

Eu deveria ter trazido o meu walkman. Tornaria o trabalho menos enfastiante. 

Esfrego a lixa na parede, tentando apagar o quanto posso do rastro de spray vermelho que manchou a parede. Quando vejo que sumiu grande parte do horroroso desenho de coração, curvo-me, iniciando a pintura na parede.

De repente, talvez perplexo pelo frio que me envolve, ou alucinado por ficar tanto tempo a aspirar o cheiro forte da tinta, paro de pintar a parede e me atento aos barulhos vindos do outro lado dela.

— Ora, que besteira — falo, tentando acalmar a mim mesmo. — Deve ser um gato ou algo assim.

Ganhando um pouco de coragem, porque esta me falta, decido erguer-me um pouco, bisbilhotando através da janela de vidro. A única que sobrou.

Não é uma aparição, fantasma ou um gato, mas uma garota, ainda de pijamas, que trata de ser a responsável pelo barulho que ouvi agora há pouco. Apesar dos cabelos loiros sobre a face, consigo identificá-la. É Mary Marshall. Anda, arrastando as pernas com extrema dificuldade, enquanto firma as mãos sobre duas barras de metal horizontais, muito semelhante a barra que as bailarinas usam para apoiar-se nos treinos. Mas ela tampouco está fazendo balé no momento.

Continuo a olhar para ela, hipnotizado com a sua força de vontade. Os pés de Mary parecem pesados, dando a ligeira sensação de que está reaprendendo a andar, faz-me com que torça por ela, para que consiga chegar no fim das barras horizontais.

Mesmo com todo o esforço que faz, ela não consegue andar com firmeza. Cai de joelhos no chão, igual como na vez em que ela foi recolher as caixas de doações na minha casa. Deposita as mãos sobre o rosto velando uma batalha para não chorar.

Sem querer, acabo fazendo barulho do lado de fora da casa, o que chama a atenção de Mary para mim. O rosto dela, antes pálido, agora está corado, claramente tomada pela vergonha de ser bisbilhotada por mim.

— O que faz aqui? — pergunta, a voz carregada de ira. — Estava me bisbilhotando?

— Não, eu não estava a bisbilhotando.

Cambaleante, ela levanta-se do chão com extrema dificuldade, e vai até a janela, encarando-me furiosa.

— Estava me bisbilhotando, sim! Responda-me o que faz aqui na minha janela!

— Seu tio não lhe contou? Fui designado para restaurar a sua casa.

— Porém, John, isso não lhe dar direito de me bisbilhotar pela janela!

Ela silencia-se por um minuto, e logo após, sussurra para mim.

— O que você viu?

Vi que você estava tentando andar. E depois caiu ao chão.

Era como se as minhas palavras a tivessem acertado em cheio. Seus olhos estão arregalados, como se suplicasse um segredo.

— Não conte a ninguém o que viu.

— E eu contaria para quem, Mary? Não sei se você percebeu, mas eu sou um pária na escola.

— Culpa somente sua! — seus olhos castanhos ainda continuam vidrados de raiva. — Por que fez isso, John? Por qual razão cretina cometeu essa transgressão? Foi apenas para inflar o teu ego ou para mostrar a cidade de Paradise que John Walker é o menino problemático, da qual ninguém pode parar? — cospe as palavras sem deter-se. — Seja o que foi que estava pensando, você conseguiu. Parabéns, John. Você é realmente um garoto mau e imparável — as lágrimas correm pelo seu rosto delicado.

— Mary, eu...

— É melhor você continuar o que tem para fazer. Se a minha tia Ellie chegar e ver um garoto na janela do meu quarto, ela vai ficar muito zangada.

— O que aconteceu com você? Por que não consegue andar? É por isso que você tem faltado as aulas? Você está doen...

— Não é da sua conta, John! — Mary me interrompe, enfurecida, como eu nunca tinha visto antes. — Isso não lhe diz respeito e gostaria muito que parasse de me fazer perguntas estúpidas.

Fico acuado e emocionalmente ferido diante da cólera da garota de pijama.

— Não queria lhe causar mal, Mary.

— Mas também não queria o meu bem.

— Eu escutei um som de choro, achei que precisasse de ajuda.

— Mesmo se eu estivesse sob um ataque de zumbis, alienígenas ou vampiros, você não tinha o direito de me bisbilhotar na janela do meu quarto!

— Precisa de alguma coisa?

— Não.

— Tem certeza?

— Sim.

— Quer que eu vá embora?

— Sim.

E lá estava Mary, desperdiçando o mínimo possível de palavras ditando-as de forma monossilábicas.

Assinto, com o coração completamente estilhaçado. Torno-me um náufrago quando aqueles olhos castanhos direcionam-se para mim, deixando-me sem norte ou sul. Sem destino.

— Saia daqui, John! — ela diz, a voz embargada pelo choro.

Ela puxa a cortina, bloqueando por fim a minha visão tanto do seu quarto quanto dela. Antes do anoitecer, termino uma pequena parte do serviço, enquanto a janela de Mary continua fechada pelas cortinas. Ellie Marshall chega um tempo antes de minha partida e nada diz, apenas olha-me muito séria, enquanto dirijo o Lada regressando para casa.

Estou certo de que nunca mais terei de volta o sorriso de Mary.



˚ . ˚ . * ✧🌌🌠✧˚ . ˚ . *

💫Nota 16: Referência ao livro Eclesiastes 3:1.

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