Carpe Diem

By GabbySaky

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Felicity e Oliver estavam finalmente vivendo aquele amor tranquilo no qual sempre sonharam. Finalmente estava... More

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove

Capítulo Vinte e Nove

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By GabbySaky



Notas Iniciais

FELIZ ANO NOVO!

Estou atrasada, eu sei, mas ainda assim, eu desejo a vocês que esse ano de 2034 seja o melhor da vida de vocês e de suas famílias. Que ELE realize seus sonhos e que derrube chuva de bênçãos sobre suas vidas.

Vamos ao capítulo, né?

Eu demorei, então vamo que vamo!!














27 de Outubro


Um dos defeitos de Felicity era não gostar da "espera". Ela odiava esperar, mais ainda fazer os outros esperar. Mas havia algo pior. O anseio por algo. Ela ficava ansiosa quando ela não sabia das coisas. Como quando o marido fazia surpresas. Uma delas, havia sido a casa que ele comprou para eles. Durante todo o caminho ela não conseguiu ficar calada, sempre perguntando para onde ele estava levando-a e o que ele estava aprontando. Ela não conseguia se conter. Ela precisava saber. Mal podia dormir direito se percebesse que alguém estava escondendo algo dela. E não foi diferente naqueles cinco dias que se passaram. Foi quase uma semana esperando para contar sobre a adoção. Estava tudo certo para que Sophie soubesse, mas Oliver achou melhor que esperassem mais alguns dias para contarem a ela, afinal, ela tinha acabado de saber que elas eram parentes de sangue. Primas.

Os dias foram se passando, e Felicity mal conseguia dormir. Ela tentava ser paciente, mas era difícil quando o marido não parava em casa também. A empresa estava atrapalhando o momento mais importante para ela. Ele chegava tarde em casa e nunca dava certo de se sentarem com Sophie e as gêmeas para contar sobre a novidade. A ansiedade maior não era contar, apesar de ser a parte mais importante, mas a reação dela. Como seria? Ela iria aceitar? Felicity pensava se ela iria estranhar tê-la como mãe, principalmente agora que sabia que eram primas. Mesmo assim, queria contar de uma vez por todas e sentir que "estava tudo bem".

Aquele era o primeiro dia em dias que Oliver estava em casa. Ele tinha decidido trabalhar parte da manhã no escritório de casa, o que entusiasmou Felicity. Era o dia perfeito para ter a conversa com Sophie. E era por estar tão decidida que após a saída das meninas, que foram levadas a escola por Tommy, ela seguiu em direção ao escritório, encontrando o marido no celular. Ele a encontrou com os olhos e fez um gesto com a mão para que ela se aproximasse. Ela andou até ele e se sentou em seu colo, esperando nada paciente que ele desligasse a chamada.

— Queria falar comigo, meu amor? – Perguntou após soltar o celular na mesa.

— Sim, e é sobre algo muito importante.

— Que seria?

— A adoção da Sophie.

Oliver não estava surpreso.

— Já se passaram cinco dias. Está na hora de ela saber. Vamos contar, por favor.

Oliver balançou a cabeça, de acordo.

— Tudo bem.

Ela abriu um sorriso.

— Contamos a ela após o jantar.

— Uma pena ela e as gêmeas terem aula extracurricular logo hoje.

— Isso é novidade para mim. Não era na sexta?

— O professor trocou o dia essa semana. – Deu de ombros. – E você sabe que isso é muito importante para a Sophie, principalmente quando as provas já começam na próxima semana.

— Ela deve estar preocupada.

— Muito. Ela está atrasada com relação aos colegas de sala, e isso a deixa nervosa. Eu estou ajudando-a, e apesar de ela pegar tudo com facilidade, ainda assim é muito pouco tempo para que ela tenha êxito em todas as matérias.

— A diretora já avisou que vai dar um espaço de tempo maior para ela fazer as provas, então vai ficar tudo bem. Ela também falou com os professores, e eles têm dado uma atenção especial a ela durante as aulas.

— Eu fico mais calma sabendo disso.

— Mas não o suficiente para que passe o dia relaxada.

— Impossível. Eu esperei tanto para contar a novidade a ela. – Sorriu. – Ela vai ficar feliz, não vai?

— Eu acho que sim. – Devolveu o sorriso, mas torcendo para que a menina realmente ficasse feliz em saber que seria adotada.

**--** **--**

Sophie não era de xingar, mas naquele dia era xingava a pessoa que tinha inventado aquela aula irritante. O problema não era a professora, era o fato de que teria de entrar na piscina e participar da aula junto dos seus colegas, e ela não sabia nadar. Se lembrava da última vez que entrou em uma piscina. Tinha cinco anos. A mãe a deixou sozinha para pegar uma boia e ela tentou pegar a bola de praia que estava no meio da piscina. Quando viu, estava caindo e quando despertou, sua mãe estava ao seu lado, desesperada, chorando angustiada. A sorte foi que não aconteceu nada demais. Seu pai chegou e a tirou da água antes de perder a consciência. Mas para ela, era como se tivesse perdido a consciência, porque não se lembrava de seu pai pulando para salvá-la, ou dos gritos, ou do choro de sua mãe, só se lembrava de se debater muito e então se afundar.

Olhou para o maiô escolar. Ele era vermelho vibrante. Em um tom fechado, mas mesmo assim, chamativo. Se sentia estranha com aquilo. Já tinha vestido algo parecido antes, mas só porque Felicity insistiu. Ela e a família dela eram os únicos que sabiam de seu trauma. Contou há quase uma semana atrás, quando eles decidiram fazer um churrasco na piscina. Se ela soubesse que teriam aquela aula, ela teria inventado uma doença para ficar em casa. Mesmo que fosse uma bobagem, ainda assim ela se sentia envergonhada de ter de contar a professora que não sabia nadar. Ainda mais quando haviam tantos alunos ali que adoravam fazer piadinhas.

Sophie se surpreendeu quando viu as gêmeas se aproximarem junto da professora. Ela sabia que outra sala participaria daquela aula, mas não imaginou que era justo a das meninas, o que era para ela um grande alívio. Teria ao menos o apoio delas. De suas amigas também, mas sobretudo delas. Só estava sozinha naquele momento, sobre a espreguiçadeira, porque Kate, Naomi, Ana e Rachel estavam em uma conversa animada com outras amigas. Ela até foi convidada a participar, mas não seria uma boa companhia, não quando estava tão chateada por causa daquela "maldita" aula.

April se aproximou com um sorriso. Ela foi a primeira a chegar em Sophie. Amily foi impedida por Ana, que a puxou quando ela passou. Sophie tentou corresponder ao sorriso da "irmã", mas não achou que saiu como esperado. Como poderia? Começava a ficar apavorada.

— Você está bem?

— Não mesmo. Eu não sabia que teríamos essa aula.

— Oh. – April compreendeu.

— Se reuniam todos aqui!

April pegou na mão de Sophie e a puxou para mais perto, como todos fizeram.

— Hoje teremos integração das duas salas. Vou fazer algumas competições contra o relógio e para isso preciso de duas equipes.

— E nós iremos escolher, professora? – Um dos alunos da sala das gêmeas perguntou.

— Sim. Mas façam isso rápido.

Todos os alunos começaram a se mover, com exceção de Sophie e as gêmeas.

— Professora, algumas pessoas são dispensáveis para essa aula. – Camille comentou em alto e bom som, olhando de forma provocante para Sophie.

— Todos farão a minha aula. Todos.

— Eu não entro na mesma água que ela.

— Olha aqui, água de salsicha, hoje não é dia de me provocar. – Sophie ameaçou, dando dois passos em direção.

— Água de salsicha foi boa. – Um dos vários garotos comentou, gerando risadas.

— Isso é uma ameaça?

— Pergunte a si mesma que vai saber a resposta.

— Deixe-a falar sozinha, Soph.

— Camille é uma invejosa. – Amily comentou após a irmã gêmea.

— Vamos nos acalmar. – Lilian, a professora, pediu enquanto levantava as mãos na altura do peito das garotas.

— Eu estou dando a minha opinião. Acredito eu, que outras pessoas aqui concordam comigo que seria... uma imundice... ela fazer a aula conosco. Vai contaminar a água.

— Eu vou contaminar a minha mão na sua cara!

April a segurou pelo braço.

— Você não teria coragem.

— Quem foi que te chamou na conversa? – Amily se pronunciou, se dirigindo á outra ruiva, amiga de Camille.

— Não se preocupe, Vicky, eu não tenho medo dessa aí.

— Camille, depois do que fez contra a Sophie na semana passada, você deveria tomar mais cuidado. – Lyon diz.

— Você só não foi expulsa, porque a diretora foi benevolente. – Killian completou. – Mas lembre-se que ela te deu uma última chance, não vai ter outra.

— Vocês sabem que isso nunca vai acontecer. Meus pais são importantes.

— Quem se importa? – April revirou os olhos. – Eles são só os fofoqueiros de plantão, nada mais que isso.

— Bem, ao menos a minha mãe não é uma bastarda.

Sophie se aproximou de Camille, ficando cara a cara com ela.

— Você sabe o que acontece quando fala da Felicity, não sabe? Não vai querer sentir na pele novamente, então tome cuidado com o que diz.

— Meninas, por favor.

— Eu me recuso a entrar na piscina junto dela! – Camille exclamou, alto.

— Eu também.

Duas das amigas de Camille se aproximaram, a outra, Nina, apenas se sentou na espreguiçadeira, olhando para as unhas. Ela não se importava mais com aquelas provocações idiotas e briguinhas infantis, principalmente porque poderia sobrar para ela, e ela estava saturada de problemas; seus pais estavam para divorciar, suas notas caíram bastante e agora teria que escolher entre um pai ausente e uma mãe fútil. Se as outras quisessem continuar com aquelas provocações inúteis, tudo bem, mas ela não apoiaria nada que elas fizessem.

— Camille, pare de fazer tempestade no copo d'água. – A professora pediu, cansada.

— Eu tenho meus direitos. Meus pais pagam a mensalidade e...

— Os nossos também, sua inútil. Inclusive a mensalidade da Sophie é paga pelos Queen, você não é melhor que ela, não. – Kate se pronunciou, já revoltada com aquela cena ridícula.

— Ela continua sendo uma órfã miserável.

— Camille! – A professora se indignou.

— Você deveria se enxergar e dar o fora. É uma pobre coitada que vai voltar para debaixo da ponte em um estalar de dedos.

— Olha aqui, garota, eu não vou deixar mesmo que fale assim comigo, ouviu? – Se aproximou da ruiva a empurrando. – Você não é melhor que eu por ter pais. Não é melhor que eu por ter uma casa. – A empurrou novamente. – Estou cansada de ser esculachada por você todos os dias. Estou me segurando para não fazer você se arrepender.

Samantha tentou entrar no meio, mas Camille a empurrou para o lado de leve.

— Eu pago pra ver.

Ótimo. – A empurrou na piscina.

— As amigas da ruiva gritaram, indignadas, enquanto que outros alunos riam.

— Sophie. – A professora a repreendeu.

— Isso é pra você aprender a não se meter comigo.

— Quem você pensa que é? – A amiga ruiva de óculos grita com Sophie.

— Ela deveria me agradecer por eu não afogar ela.

Sophie foi empurrada, mas ao contrário do que a outra queria, ela continuou de pé. Para se vingar, Sophie a empurrou na água, com força. Lilian colocou as mãos na cabeça, desesperada; não esperava por aquela algazarra em sua aula. A garota xingava Sophie de dentro da piscina enquanto que alguns alunos riam da confusão. As amigas de Camille, que apenas observavam, se acharam no direito de se envolver na confusão, e foram para cima de Sophie. Outras alunas, incluindo as amigas e as "irmãs" de Sophie, começaram a brigar também, jogando umas às outras na água, em defesa da morena, principalmente porque achavam covardia seis contra uma.

— Sua maluca. – Mabel gritou enquanto empurrava Sophie para o chão, pegando nos cabelos dela.

— Meninas! Meninas, parem!

Sophie conseguiu sair de baixo da loira de olhos castanhos, começando a se vingar pelo único tapa que recebeu quando caiu.

— Alguém parem essas garotas! – A professora pediu, desesperada. – Chega, meninas!

April estava em um bate-boca com uma das garotas de sua sala, por isso não conseguiu se aproximar de Sophie.

— Alguém tem que parar isso. – Killian diz.

— Quem é que vai ser louco o suficiente para entrar no meio? – Lyon retrucou. – Nem mesmo a professora conseguiu separá-las.

— Sophie vai acabar nos jogando na piscina também. – Andrew diz.

— E nós achando que Sophie era calminha. Hum. Ela é assustadora, isso sim. – Killian diz. – Misericórdia, ela arrancou um tufo de cabelo.

— Ela vai matar a Mabel. – Lyon fez uma careta quando Amily e Laura caíram na água por estarem estapeando uma a outra. – Aquela não parece minha namorada.

— E meu irmão querendo namorar a Sophie.

Adam revirou os olhos.

— Vocês são idiotas? O que estão esperando para separá-las?

— Eu sou idiota, irmão? Eu não vou entrar no meio daquilo, não!

— Banana. – Murmurou. – Já chega! – Se aproximou da muvuca, empurrando quem quer que fosse, encontrando Sophie em cima de Mabel, segurando os cabelos dela.

— O Adam enlouqueceu? – Killian questionou, mesmo que o seguisse junto aos primos.

— Chega, Sophie. – A puxa de cima da outra garota. – Você vai acabar levando uma suspensão.

— Eu não estou nem aí! – Gritou, tentando se soltar.

— Olha o que você me fez. – A outra gritou ao se ver toda descabelada.

— Deveria ter tirado mais tufos. – Retrucou, mostrando a mão, que continha um pouco de cabelo.

— Sua maluca! Eu quero que ela seja expulsa, professora! – Gritou, revoltada.

— Não vem se fazer de santa, Mabel, você provocou. – Lyon diz, já próximo a Sophie e Adam. – Se ela for expulsa, você também vai.

— Chega. – A professora diz, passando as mãos no cabelo, desesperada. – Vocês todas tem muita sorte de não as mandar para a diretoria. – Se virou para as que estavam na piscina. – Parem! – Gritou. – Saiam dessa piscina agora!

Amily empurrou Laura, saindo de perto da garota.

— Saem todas da piscina, agora mesmo.

— Eu te ajudo. – Lyon estendeu a mão para a namorada, ajudando-a a sair da piscina.

— Você tem um arranhão no rosto. – Killian diz a namorada, tocando-a no local avermelhado.

— Bom, ao menos eu me vinguei.

— Enquanto isso, Sophie se soltava de Adam, se afastando da professora e das garotas que estavam ao lado de Mabel.

— O que você tem na cabeça? – Andrew questionou a namorada. Kate.

— Ela me deu um tapa na cara. Achou que eu ia deixar barato? – Bufou.

— Essa maluca quase que me deixa careca.

— Ela quase me afogou, Mabel, é assassinato.

— Ah, por favor, você sabe nadar muito bem. Deixou suas amigas se ferrarem e se escondeu como a sonsa que é. – Sophie retrucou Camille.

— Filha da puta.

— Talvez seja isso mesmo que a mãe dela seja. – Laura diz.

— Isso se ela realmente tivesse uma mãe. – Mabel retrucou.

— Olha o respeito. – A professora se pronuncia.

— Como se elas soubessem o significado dessa palavra. – April diz.

— E a sua amiga por acaso sabe? – Camille diz.

— Eu pelo menos tenho cérebro, ao contrário de você. – Sophie retrucou.

— E eu tenho mãe, ao contrário de você.

Todos fizeram um sonoro "ohhhh" enquanto a professora ficava indignada.

— Isso é coisa que se diga, Camille?

— Mas não é verdade? Ela não tem mãe ou pai. É só uma órfã, que veio trazer a imundice dela para a nossa escola.

— Você deveria tomar cuidado com o que fala. – Uma das garotas, da sala de Sophie, se pronunciou. – O que faz volta, sabia?

— Você por acaso não tem medo do que pode acontecer com você?

— Estão defendendo a órfã, agora?

— E daí que ela é órfã?

Outra da sala de Sophie se pronunciou em defesa.

— Isso não faz dela inferior a nós. Ou que tenha alguma contaminação. Além disso, o que aconteceu com a família dela, e como ela perdeu os pais, não é da nossa conta.

— Vocês todas devem ter sido infectadas pelo vírus dessa garota. – Mabel diz, revoltada.

— Se não quiser que eu te faça perder alguns tufos de cabelo a mais, é melhor calar a boca.

A outra riu.

— Estou esperando você tentar.

Adam teve de segurar Sophie quando percebeu que ela realmente iria; apertou sua cintura com ambos os braços, impedindo que ela desse mais algum passo.

— Chega! – Lilian voltou a gritar. – A aula está suspensa. Vão trocar de roupa e voltem para suas salas.

— Maldita.

— Desgraçada. – Sophie xingou de volta quando passou por ela, sendo puxada por April depois que Adam a soltou nas escadas.

**--** **--**

Felicity já estava só a ansiedade, e depois que o som da porta sendo aberta chegou a seus ouvidos, a ansiedade a dominou. Ela mal se conteve onde estava. O combinado era contar após o jantar, e ela esperaria até lá, mas ainda assim, não conseguia parar de pensar que estava para chegar o momento para esperado por ela. Se sentia tão ansiosa que se colocou de pé no instante em que eles passaram pelo corredor e chegaram finalmente até onde estava: a sala de estar.

— Ei, como foi a aula de hoje?

— Foi tudo bem. – Responderam juntas. Uma mentira deslavada.

— Vocês querem que eu prepare um lanche?

— Nós comemos no colégio. – Dizem juntas.

— Aquele salgado estava tão gostoso.

As gêmeas concordaram com a "irmã".

— Comendo besteira de novo.

Elas trocaram um olhar ao escutar o "pai".

— Muito bonito. Eu dou dinheiro para uma refeição do dia.

— O que a gente pode fazer se o nosso grupo de amigos se reúnem de novo para comer?

— Desculpa esfarrapada.

As meninas fizeram um bico, até mesmo Sophie.

— Oliver, também não é pra tanto.

— O que?

Até as meninas arregalaram os olhos.

— Mas quem é você, mulher?

As meninas seguraram uma risada pela forma como o pai se dirigiu a mãe.

— Onde é que minha esposa foi parar? Eu a deixei aqui agora a pouco.

— Não seja exagerado.

— Eu estou com medo de você.

As meninas não conseguiram mais, acabaram caindo na risada.

— Por que não vão tomar um banho, meninas?

— Eu preciso terminar o resumo do livro, então eu vou depois.

— Claro que não, você precisa descansar. Está dormindo tarde por causa dos estudos, isso vai te fazer mal.

— Mas, Felicity...

— Você precisa entregar na próxima semana, ainda há tempo. – Oliver decidiu se pronunciar. – Descanse por hoje. Amanhã você volta a rotina. Se continuar assim, sua mente vai cansar e você não vai conseguir rendimento.

— Adam disse algo parecido para mim.

— Adam.

— Parem. – Corou.

As gêmeas riram.

— Ninguém merece.

Felicity riu baixinho quando escutou o marido, que a olhou com uma das sobrancelhas levantadas, questionando-a sobre, apesar de saber a resposta.

— O que foi? – A morena perguntou, não entendendo o porque de Felicity rir.

— Nada demais, querida. – Olhou para o marido. – Uma coisa que presenciei.

— Bom, eu vou tomar meu banho.

— Você bem que podia me emprestar aquela sua saia marrom para amanhã.

— Nem pensar, eu vou usar.

— Ah, poxa, maninha...

— Você tem uma quase igual.

— Mas não é marrom.

— Elas estão discutindo por roupa de novo.

Felicity riu de Sophie, que revirava os olhos enquanto seguia as "irmãs". E no instante em que elas sumiram de seu campo de visão, ela se virou para Oliver, levando as mãos a cintura com um sorriso nos lábios.

— Você não consegue mais esconder, não é?

— Esconder o que? – Perguntou sem olhar para ela, totalmente focado na TV.

— Que está com ciúmes.

Ele a fitou.

— De novo com isso? – Revirou os olhos. – Eu, com ciúmes? – Bufou – De onde está tirando isso, Felicity?

— Do jeito que ficou quando Sophie falou em Adam. – Diz sorrindo. – Você ficou com ciúmes, não adianta negar. Eu te conheço muito bem.

— Não sei do que está falando.

Ela voltou a rir.

— Bom, eu acho que você vai ter que se acostumar, querido. Ela está gostando do Adam de verdade.

Oliver voltou a olhar para a esposa.

— Ela disse isso para você?

— Não com essas palavras, mas sim. – Diz, percebendo o desgosto nos olhos do marido. – Sophie e Adam formam um casal fofo.

— Eu não concordo.

Beijou a bochecha dele.

— Pense pelo lado bom, é nosso sobrinho.

— Está de sacanagem.

Ela apenas sorriu em resposta.

— Você não vai poder proibi-la de namorá-lo, se assim ela desejar.

— Por que mesmo estamos falando nisso?

— Porque você está com ciúmes.

— Eles estão namorando? Não. Graças a Deus.

Felicity riu.

— Mais uma namorando nessa casa, e eu vou ter um troço.

— Então se prepare, porque eu acho que isso vai acontecer mais cedo do que você espera, meu amor. – Beijou sua bochecha. – Ah, e você se deu conta de que com toda essa nossa conversa, você acabou de me confessar que está com ciúmes da Sophie, certo? – E ela riu quando ele revirou os olhos em resposta.

**--** **--**

O casal escutou os trigêmeos aprontando mesmo estando na escada, onde não podiam ver com seus olhos o que se passava. Eles estavam terríveis. Talvez tivessem aprendido na escola, mas o fato é que agora estavam sempre dando susto nas irmãs, incluindo em Sophie. A última, eles haviam jogado uma bombinha no quarto de April e saído correndo. Se não fosse pelo escondeirijo que ninguém tinha descoberto ainda onde era, ela tinha se vingado.

— Suas pestes!

— Voltem aqui!

Mais gargalhadas.

— Ai, minha bunda.

— Eu te ajudo a levantar Amy.

— Obrigada, Soph.

Oliver teria pegado os três pelo colarinho, tentando descobrir o que tinham feito para que uma de suas filhas tivesse caído de bunda no chão, mas foi impedido pela esposa, que estava mais interessada na notícia que dariam em instantes.

— Nós precisamos conversar.

As meninas fitaram Felicity e então Oliver.

— É mentira.

Oliver franziu o cenho ao escutar as três.

— O que é mentira?

— Seja o que tiver descoberto.

April e Sophie apoiaram Amily.

— O que vocês aprontaram?

— Oliver? Isso é importante mesmo? – Se virou de volta para as meninas. – Bem, queremos falar sobre uma decisão que nós tomamos.

— Ruim? – Questionam ao mesmo tempo.

— Deve ser ruim.

As irmãs concordaram com Sophie.

— A mamãe está nervosa.

— Ela vai começar a balbuciar.

Sophie olhou para as gêmeas.

— Ela faz isso, né?

— Igual a você. Deve ser por terem o mesmo sangue. – April diz.

— Meninas...

De repente, eles escutam os trigêmeos cantarem.

— "A história começou com um relógio esquisito..."

Eles praticamente gritavam e a música estava com toda a certeza no último volume. Para piorar tudo, eles começaram a usar um microfone, fazendo a voz deles ecoar ainda mais pela casa.

— Eu sabia que esse presente daria ruim.

Oliver teve de concordar com a esposa.

— Misericórdia. Eu não vou ser mãe.

Sophie e Amily riram.

— Você vai assinar um documento depois, para eu ter a prova do que disse.

— Oliver!

O outro deu de ombros para a esposa, que revirou os olhos.

— Vamos nos focar aqui.

— É meio difícil com esse barulho estridente. – April retrucou.

— Os vizinhos vão reclamar. – Amily diz.

— Depois eu resolvo isso.

As meninas então voltaram a se sentar.

— Sophie, lembra que quando nós nos conhecemos, eu disse que você ficaria conosco por um tempo e que depois encontraríamos uma família para você?

A menina ficou meio incomodada de repente.

— Bem, antes de eu descobrir que éramos primas... procurei um advogado para... entrar com os trâmites para que eu pudesse cuidar de você definitivamente.

Sophie piscou algumas vezes.

— Como assim?

Oliver estendeu o documento em suas mãos para a mais jovem.

— O que é isso?

— Seus documentos. Quer dizer... seus novos documentos.

April e Amily compreenderam rapidamente, diferente de Sophie.

— Não entendo.

— Eles estão te adotando, Soph. – April diz.

— Oficialmente. – Oliver confirmou, balançando a cabeça. – Nós já tínhamos conseguido os papéis antes de descobrimos sobre o seu parentesco com a minha esposa. Estávamos dispostos a ser... seus pais.

Sophie se emocionou tanto que não conseguiu dizer uma palavra.

— Você... agora é uma Smoak-Queen. – Felicity completou com um sorriso.

Sophie estava tão feliz. Nunca imaginou que um dia ela teria uma família novamente. Mesmo depois da amizade que fez com todos aqueles a sua frente, a felicidade que sentia ao ter eles em sua vida, pelas gêmeas verem ela como irmãs, mesmo depois disso tudo, ela não pensou que ficaria com eles para sempre. Seu coração batia desenfreado e suas mãos suavam. Ela não sabia o que dizer, como reagir, além de estar completamente surpresa e claro, emocionada. E por ficar tão silenciosa que Felicity se preocupou, trocando um olhar com o marido, recebendo um aperto em resposta a seu olhar preocupado como um pedido mudo para que ela se acalmasse.

— Soph, não vai dizer nada? – A Smoak-Queen perguntou, ansiosa.

— E-Eu... – Gaguejou. – Isso... é de verdade?

O casal sorriu.

— O Juiz concordou que ficasse aqui. Conosco. – Felicity diz. – Ele concordou que você ficaria muito melhor sobre a nossa responsabilidade. Nesse caso você seria... minha filha. – Dizer aquelas palavras a enchia de orgulho, porque era algo que ela queria muito quase que desde o momento em que a encontrou pela primeira vez. – Nossa... filha. – Se corrigiu rapidamente, olhando para o marido por alguns minutos antes de se voltar para a mais jovem. – Mas só se quiser. O que você acha? – Perguntou, temerosa.

— Eu... vou gostar muito de ser uma Smoak-Queen.

Felicity abriu um grande e lindo sorriso, abraçando Sophie e beijando seus cabelos negros com o coração cheio de alegria. Enquanto isso, os outros três apenas observavam as duas com um sorriso, também felizes pela família ter mais um membro nela. 




















Notas Finais

Soph é oficialmente uma Smoak-Queen.

Ninguém aqui tá surpreso, né?

Ela é parte da família.

Arretada como a prima, como puderam ver. E as gêmeas estão no mesmo caminho. Mas também, elas foram criadas pela Felicity.

A família está completa.

Eu acho.

kkkkkkkkkkkkkkkk

Bom, torçam por mim, para que eu volte ainda esse mês. Estou sentindo que vai dar certo.

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