Next Dimension

By CupcakeChoco

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O que você faria se ficasse presa no seu jogo favorito? Diva é uma jovem comum que acaba indo parar no que mu... More

Epígrafe
Prologue
Fall out!
Is this a dream?
What is behind!
What really is?
Not everything that looks really is, right?
The Real Enemy
When The Darkness Comes
The sad melody of death: Hail the ending song!
She Lost in Darkness
Hear the Request from the Other Side
In Your Only Memory of Me? Please, Never forget me!
A Little Piece Of Heaven
The Story Behind the Story
Each one Fights with what They Have
Never Underestimate the Truth
Twisted Fate
Destined for One
What Destiny Holds
Closer to the Holy Grail
Eternal Night Festival
The Reason for All Things
Dante's Inferno: After Darkness
Dante's Inferno: On the Edge of Life and Death
Dante's Inferno: The World of Darkness
Dante's Inferno: End of the Line
Dante's Inferno: Overdose of Illusions
Dante's Inferno: A Fabricated World
Dante's Inferno: What It Shouldn't Be
Dante's Inferno: Heroes Don't Cry
Dante's Inferno: Devil's Destiny
Dante's Inferno: Advice from Heaven
Dante's Inferno: A Heart That Refuses to Give Up
Dante's Inferno: Bonds That Release, Return
Tu Fui, Ego Eris
The Pulsar of Red and Silver
Watchful Eyes
Secrets Between Girls
The One Who Lurks in the Shadows
Uncertain, Unreal and Hidden
Frozen Rain
Dark Reunion
Broken
Collision of Two Forces
Endless Night
Aviso
A Dangerous Mind
The Goddess and the Devil
Future in My Hands
A Secret Hidden in Time
Temperance and Unity
Aviso de Aniversário
Especial de Aniversário
Dear Whispers
Behind Blue Eyes

Girls Just Want to Have Fun

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By CupcakeChoco

EM MEIO AO MEU SURTO paranoico, uma hipótese me ocorreu para proporcionar uma lógica consistente para receber uma bebida de uma estranha: segundo meu conhecimento baseado em filmes e séries, pagar a bebida de alguém que demonstra interesse é um vaidoso subterfúgio para cortejar. Minha dúvida primordial cessou unicamente com o esclarecimento do bartender sobre a mulher ter escolhido a bebida e ter desembolsado o valor equivalente para entregá-lo a mim, sem ter contato direto, o que seria menos suspeito. Ponderei muito ao dissecar o copo com os olhos afiados em um dilema sobre tomar ou não o conteúdo de cor rosada e com aroma de morango, esperando que o teor de álcool não ultrapassasse minha dose de tolerância.

Um lapso de sensatez me acometeu e empurrei o copo para longe, rejeitando a oferta sem grandes expectativas.

Puxei todo ar que meus pulmões me permitiam e soltei de uma vez. Repeti esse processo por mais algumas vezes até ter certeza que estava calma, que não iria ter um colapso nervoso por uma situação assim. Estampei a melhor cara de serenidade que minha veia teatral conseguia instituir e reprimi a ansiedade que se espremia entre as fissuras da minha fachada. Deixei que as emoções mais voláteis se esvaíssem do meu sistema com a batida frenética da música. Não fazia sentido algum me estressar com interações estando em um ambiente público e que a neura seria mais um reflexo involuntário da desagradável experiência com Ace.

Claro que não era normal que uma pessoa diga que vai ficar de olho em você — a não ser que seja uma pessoal próxima, que chega a ser compreensível. E quando se trata de um desconhecido?

Rezei para que Dante voltasse logo e fôssemos embora de uma vez. Meus olhos varreram o lugar, tentando penetrar através do nevoeiro, das luzes multicoloridas de show que piscavam projetado do teto alto do clube e de corpos se mexendo em um balançar preguiçoso e úmido de suor.

Nada de encontrar Dante.

Havia vários pares de olhos me sondado, um particularmente me incomodou mais. Não sabia de onde vinha, porém sentia me perfurando sem hesitar — tinha certeza que era ela. Convencia-me inutilmente de que tudo era coisa da minha cabeça. Contudo não podia ignorar minha intuição, principalmente levando em consideração que à maioria esmagadora das vezes que ela acertava.

Nessas condições — onde o receio parecia me consumir —, minha mente começou a processar pensamentos desconexos sobre estar sendo perseguida por outro maníaco — maníaca no caso — e que a qualquer momento de descuido meu, me pegasse. Estava quase surtando com a avalanche de medos que me pareciam me corroer, embora lutasse para controlar.

O garçom pigarreou, quebrando completamente a bolha de estresse na qual me aprisionei.

— Tudo bem? Quer um copo de água?

— Não! — repensei a decisão por alguns segundos — Me dê algo forte e de preferência que não tenha gosto de álcool.

Poderia não ser a ideia mais sensata, muito menos a mais inteligente a se fazer. Com os nervos a flor da pele, a única coisa que me restava para me acalmar era ficar e tomar algo que fizesse meu pânico sumir — simplesmente parar de pensar. E se me entupir de álcool é a melhor opção, que assim seja. Claro que tinha um porém, eu não sou acostumada a beber — e mesmo sabendo que essa situação pedia muito isso —, não era muito resistente no quesito teor alcoólico.

A chance de ficar bêbada é certa. Justamente quando tinha prometido a Dante que me comportaria. É como ele costuma dizer: não se vence todas, não é?

Para ser justa com a loucura da situação... Quando estou com medo acabo sendo mais impulsiva que o normal e até meio inconsequente. O bartender deu-me um copo com conteúdo vermelho. Tomei em uma virada só, sentindo descer queimando pela minha garganta. O gosto era bom apesar da ardência que causava em minha boca, misturado com o doce sabor que lembrava vagamente cereja. No terceiro copo já não conseguia mais raciocinar direito. Meu corpo estava meio entorpecido pelo efeito do álcool que estava começando a achar que entrei em um nível novo de delírio. Tudo a minha volta rodava, deixando-me nauseada. A música batia quase que no mesmo ritmo dos meus batimentos cardíacos — em vários badooms poderosos no peito. De súbito, senti que todas as minhas preocupações se dissiparam em cada gole daquela mágica bebida. Nem lembrava mais o motivo dos temores anteriores. As luzes que refletiam na pista formavam brilhos multicoloridos e pareciam tão engraçadas que não entendia a razão de estar apenas olhando em vez de dançar com as pessoas normais.

Fiquei completamente inebriada pela empolgação e inquietação.

Já estava até tendo pensamentos de bêbada.

Levantei a mão que segurava o copo, como se saudasse algo.

— Viva a todos os malditos que me caçam! Viva minha sorte de merda! — dei outro gole e suspirei de prazer.

Procurei por Dante novamente, vendo os corpos esfregando uns nos outros e o nevoeiro parecia ficar ainda mais espesso.

Olhei sonhadoramente para as tudo a minha volta, não podia acreditar que nunca aproveitei verdadeiramente uma boate. Mas já não conseguia pensar em nada, além das luzes cintilantes e da música. Pergunto-me se ele acharia ruim o que faria agora. Dante ira ficar bravo naturalmente, quando perceber a maluquice que fiz.

Caminhei tonta apoiando nas coisas que encontrava, incluindo pessoas, mesas e às vezes contava apenas com a força das minhas pernas.

Uma mulher passou perto de mim, e pediu em meio à música:

— Não faça isso — olhei para o nada quando busquei por quem quer que fosse, até pensei que seria uma alucinação por conta do meu alto grau de embriaguez.

Ignorei o pedido.

Se bem que quais eram as chances de dar alguma merda nisso tudo? A mesma de vacas voarem? De encontrar seu ídolo? Ou de entrar no mundo de um jogo?

Nem faz mais sentido as coisas que estou falando.

Dane-se!

×××

A FORTE LUMINOSIDADE envolta pela fumaça e a música alta nunca incomodaram Dante.

Ele ajeitou suas armas gêmeas de modo que ficassem despercebidas por baixo do casaco vermelho sangue, então andou despreocupadamente por entre os vários corpos agitando-se na pista em uma dança quente e energizante. A missão já estava concluída e agora podia aproveitar o resto da noite. Quem diria que havia um demônio seduzindo homens para depois devorá-los justamente tão perto dele, no seu antigo clube favorito. Em outra época, nos seus anos de juventude, frequentava Love Planet por puro entretenimento, aproveitando os prazeres sem amarras da vida.

E é claro, algo ainda precisava ser feito...

Adentrar por meio daquelas pessoas parecia um verdadeiro desafio, e Dante com toda certeza adorava desafios independentes do grau — desde os mais simples aos elaborados. Antes de chegar ao balcão, atravessando a pista de dança uma jovem barrou seu caminho na massa de dançarinos e andou sedutoramente em sua direção.

Dante a encarou.

Era bonita, com os longos cabelos loiros e olhos tão azuis quanto o céu, não podia deixar de notar o rosto cheio de maquiagem não muito pesada. Usava um vestido negro colado, permitindo ver todas as curvas de seu corpo. Não era de se jogar fora, pensou Dante. Ela sorriu sugestivamente, mordendo de leve o lábio inferior.

— Oi, docinho — a garota jogou os cabelos para trás e um sorriso brincou em seus lábios cheios de gloss rosa. Dante a olhou de cima a baixo, ela pareceu adorar e mostrou-se bastante feliz e segura de si com isso.

— Olá, baby — ele entrou no jogo. Fazendo um sinal para segui-la, a garota caminhou para um lugar menos agitado e privado. Dante não perdeu tempo, e foi atrás dela sentindo a familiar excitação de estar de frente à caça. A garota foi desaparecendo na fumaça colorida, e quando a encontrou, viu que estava inclinada em uma porta fechada. Um breve movimento a abriu. Dante se juntou a ela, deslizando para dentro do depósito. Na agitação e na euforia da embriaguez era normal que algumas pessoas fugissem para um local discreto — sendo esse o mais conveniente — para ter um tempo divertido. Mas esse não era o objetivo de Dante naquele momento.

— Então, docinho? Quer um pouco de diversão?

— É exatamente isso que eu quero, querida. Faça valer a pena. — rapidamente desembainhou Rebellion.

A mulher riu, a voz suave aos poucos se tornou aguda por fim quase grotesca. Não havia mais a bela figura feminina, agora via em sua frente um rosto distorcido e sedento por sangue. Os olhos negros com pupilas tão rubras quanto seu casaco, os cabelos pareciam tentáculos acinzentados e os afiados dentes como facas se riscavam.

— Alguém precisa de um bom tratamento de beleza — Dante debochou, o demônio tentou cortá-lo com suas garras. No entanto, atingiu apenas o piso que ficou com um grande buraco e pedaços de concreto voavam que varias direções. Dante sentou de pernas cruzadas em um caixote velho de madeira não tão afastado do alvo, ao mesmo tempo em que Rebellion estava pousada tranquilamente em seu ombro.

— Pelo visto gosta do jeito difícil — constatou com um meio sorriso, olhando pretensiosamente para o estrago: — Sabe, também gosto do jeito difícil... Torna a brincadeira mais interessante.

O demônio avançou contra Dante, que em um movimento rápido o cortou ao meio. A criatura soltou um grito estridente de agonia, mas ela recusava-se a morrer de imediato.

— Apesar de ser uma boa distração chutar seu traseiro, não quero perder minha noite com você quando tem uma garota me esperando — e sem mais delongas Dante cortou-a novamente, dessa vez acabando com o demônio.

— Meu trabalho está feito. — fingiu um bocejo.

Finalmente encontrara e eliminara o segundo alvo, e agora que estava livre iria procurar por Diva. A garota deve estar aborrecida de tanto esperar. Ajeitou Rebellion na capa de violão e saiu do depósito como se nada tivesse acontecido. Afinal andar com ele a vista poderia chamar muita atenção desagradável.

E não queremos isso, certo?

Dante saiu da pequena sala e escaneou a pista de dança, onde quadris desnudos brilhando por suor e alguns cobertos por couro apareciam e desapareciam no meio da névoa das onde as pessoas dançavam. Pode sentir uma leve e estranha perturbação no humor de Diva. Estava tão envolvido com a estabilidade emocional da garota que aquilo o entorpeceu momentaneamente. Por isso achava um saco compartilhar esse tipo de coisa. E nunca se acostumaria com esse tipo de elo — embora a capacidade de sondar Diva lhe servisse bem para a ocasião.

Houve uma energia incomum passando por ele enquanto andava tudo ao seu redor pareceu estar em câmera lenta. Uma batida quase imperceptível, e um vislumbre de uma mulher ruiva no meio das pessoas que agora balançavam vagarosamente. Tudo voltou ao normal e a garota não estava mais lá.

Indolente, o mestiço prosseguiu em sua busca.

Dante olhou para uma roda de pessoas, parecia que estava acontecendo um tumulto. Então ele caminhou para perto. Não tinha como não sorrir de profunda satisfação diante da cena; Diva estava dando uma chave de braço do um rapaz de cabelos escuros, e havia dois ao lado que pareciam inconscientes. Talvez ela não estivesse tão entediada quanto ele acreditava.

— Isso é para você aprender a não mexer com garotas indefesas, seu merdinha! — Diva vociferou, fazendo força no aperto. Ninguém tinha coragem para deter a jovem esquentada.

— Indefesa? — Dante ergueu a sobrancelha. Assim que a garota notou sou presença, imediatamente soltou o rapaz deixando-o cair pesadamente de cara no chão. Ela deu sorriu infantil e correu para os braços do mestiço, pisando propositalmente no corpo do rapaz.

— Lembro que disse para me esperar e não se meter em problemas.

— Mas você estava por perto. — ela abriu um sorriso inocente. Dante percebeu que Diva recendia a álcool.

— Quantos você já tomou?

— Uns... três... — ela levantou dois dedos, Dante riu e ergueu outro para ficar o "terceiro" dedo certo — ou sete — Diva deu uma gargalhada quase fazendo-a perder o equilíbrio. Ela usou Dante como apoio para não cair — Ou muuuiiiito mais!

— Acho que vamos ter que ir para casa.

— Por quê? — perguntou, fazendo um biquinho. — Está tão divertido!

— Você esta chapada, mal consegue ficar de pé.

— Estou perfeitamente bem! — Diva se soltou, tentando manter-se adequadamente de pé. Dante a pegou antes dela perder o estabilidade novamente e tombar, aquilo tirou um risada da garota. — Viu? Estou ótima!

Diva relaxou nos braços de seu protetor. E, de repente, fixou os olhos nele em uma expressão indecifrável.

— Algo errado?

— Que sorte eu tenho... Dante... Você é tão bonito — Diva acariciou delicadamente o rosto de Dante, sentindo a textura de sua pele contra a dela, e acrescentou: — parece... — colocou um dedo nos lábios comprimidos, como se estivesse pensando em uma analogia profunda. — um deus sexy! Não! Um mestiço sexy!

— Eu sei. Agora, princesa, vamos volta para casa que você não está em boas condições — Diva suspirou, sem escolha e mordeu os lábios impaciente.

— Certo, papai! — respondeu como uma criança birrenta. Ela se virou para o grupo que se formará ali, e com toda animação gritou: — Tchau, súditos!

Diva acenou animadamente.

Dante não sabia o que era mais engraçado, Diva se despedir chamando todos de súditos ou por eles acenarem de volta.

Ainda havia uma grande movimentação nas ruas, principalmente de jovens que se distraiam pela música alta e à agitação noturna. Dante apertou delicadamente a cintura de Diva que estava inquieta.

— Eu posso andar so-zi-nha! — resmungou. Dante não rebateu, até por que não tinha necessidade de discutir com a garota nesse estado. O máximo que acontecerá são reclamações e tagarelice de bêbada, isso se ela não tiver um treco ou acabar vomitando. Aparentemente, e mesmo estando muito embriagada, não aconteceu nem uma coisa e nem outra. A única distinção perceptível entre seu estado normal era a animação demasiada e a falta de pudor e bom senso — quase se jogando de cabeça na situação.

Tropeçando descuidadamente, Diva cantarolou uma música torta que retumbava nas ruas mais quietas — a letra da canção recitava a história de um casal amaldiçoado destinados a se destruírem em um ciclo. Para alguém completamente torpe, sob efeito do álcool no sistema, ela conduzia bem a narrativa vocalizada na letra, saltitando desajeitadamente por entre as falhas da calçada. As risadas que ela cuspia a cada pequeno desequilíbrio, brincando com a deficiente capacidade de andar em linha reta, lhe concedia uma aura de leveza espirituosa. Poderia assisti-la dançar sem jeito, balançar os braços para alinhar o peso no meio fio ou mesmo pular de um ponto a outro que ainda o faria rir, não desdenhosamente. Dante não era completamente alheio a noites de bebedeiras, sobretudo quando mercenário onde, por vezes, apostava até mesmo o quanto conseguia beber sem acabar desmaiando, os desafios entretinham os participantes e os espectadores em polvorosos e o resultado ia a seu favor.

Diva se virou, quase desmoronando em seus braços que estavam prontos para ampará-la, sorrindo tão exultante com um rubor ressaltado em suas bochechas. Ela segurou sua mão com a coordenação desconexa de uma bêbada, porém firme e impetuosa.

— Somos namorados, não somos?

Dante franziu o cenho para a pergunta.

Ele nunca foi alguém que anunciava decisões para quem quisesse ouvir tampouco um homem de compromissos a largo prazo. Tinha motivos de sobra para não conservar relações, negava a mera sugestão simplesmente pela convicção de que não seria o mais indicado para tal. No entanto, Diva estava ali, querendo uma explicação, estabelecer um registro mental do que deveriam ser — qual o elo que possuíam. De início, sua escolha tinha sido permanecer como protetor, guardá-la para levá-la para casa como prometeu há meses, havia uma chama bruxuleante de atração que se acendeu durante o convívio, uma que cresceu muito antes que os dois pudessem detê-la até se converter em um poderoso e incêndio que ambos alimentavam. Gostava da sensação de familiaridade, do sossego e da normalidade que ela trazia a sua vida caótica, sobretudo, desejava mais o contato. Sem dizer nada, Dante a encostou em seu peito, uma ação que não foi declinada.

— É isso que você quer, doçura?

— Eu quero estar com você. — murmurou com a sinceridade de uma bêbada. — Para sempre. Minha promessa... No inferno, era tudo que sentia. — seu tom soou sério, mais coerente.

Não poderia tê-la distante, então abraçaria não somente a responsabilidade quanto o sentimento que a união significava. Se importava demais para deixá-la no fim.

— Não precisamos de uma confirmação formal, não é? — ela riu do comentário.

Diva correu para a entrada da agência, escapulindo para dentro enquanto Dante fechava as portas. Ela se apoiou na escrivaninha um pouco tonta da curta viagem a pé, tentando se firmar sem perder a noção de distância entre ela e o chão. O cérebro confuso ainda formulava pensamentos incoerentes e só um lampejo racional cruzou sua mente antes do mal estar detoná-la.

— Eu pediria uma explicação, mas talvez não tenha uma.

— Dante — Diva chamou, empalidecendo. Imediatamente o meio-demônio a acompanhou ao banheiro onde, pacientemente, a ajudou a pôr um pouco do álcool consumido pra fora com palavras de incentivo.

— Não deveria ter exagerado. — esfregou gentilmente as costas dela.

— Não me dê sermão. — Diva protestou. — Pode me ajudar a tomar um banho? Estou fedendo a álcool. — ela se atrapalhou ao desabotoar a blusa, reclamando da coordenação motora afetada.

Dante substituiu as mãos vacilantes dela pelas dele e, com cuidado, removeu peça por peça, liberando-a do amontoado de tecidos que a cobriam e a auxiliou a ficar de pé para receber o primeiro jato de água do chuveiro.

— Ah, está frio! — estremeceu e lavou o rosto aparentemente mais lúcida que antes. Ela se abraçou firmemente em Dante usando o calor dele para se esquentar enquanto a água corria sobre ela e consequentemente sobre o meio-demônio também. — Eu já disse que eu te amo? — balbuciou meio grogue.

— Não. — Dante riu da falta de filtro dela ao falar abertamente disso. — Não hoje.

— Eu te amo, Dante. — sorriu meio aérea, com os olhos castanhos brilhando em devoção convicta. — Podíamos ir pra Las Vegas e nos casarmos, o que acha?

— Pensaremos nisso quando estiver sóbria. — ele entrou na brincadeira, guiando-a para fora do box e a secando.

— Sabe, Dante... Queria algo de você.

— E o que deseja, doçura?

Ela flexionou os lábios aguardando ansiosamente um beijo que nunca veio. Dante colocou uma toalha em volta do corpo trêmulo da garota que fez uma careta indignada, quase ultrajada.

— Não me rejeite.

— Vou te levar pro quarto.

— Ei, Dante. — murmurou ao ser carregada para o cômodo que dividiam. — Eu não sou atraente como a Lady e a Trish?

Dante ergueu a sobrancelha com a estranha questão.

— Responde. — ao colocá-la na cama, viu o que pareciam lágrimas deslizando pelas bochechas dela. — Eu dependo muito de você, apesar de tudo que houve e o cordão prateado, sinto que não sou tão digna de você. Aí penso que você pode muito bem ficar com alguém mais bonita e forte.

O meio-demônio ouviu o desabafo de Diva sem entender. Até o momento, ela nunca mencionou nenhuma insegurança com relação aos relacionamentos platônicos dele, agora a ideia a corroía mesmo que fosse uma merda ilusão provocada pela bebida.

— Eu sei que não sou tão bonita quanto a Lady ou a Trish... Talvez você prefira uma mulher de verdade.

Dante começou a rir da situação. Diva o fulminou com os olhos.

— Qual é a graça? — aquilo só fez com ela chorasse ainda mais e dessa vez de raiva.

— Olha, não sei onde você arrumou essa ideia estranha de que eu goste da Lady ou da Trish... — Diva respirou fundo e voltou a encará-lo — Não fique com ciúmes, você sabe que eu só tenho olhos para você.

— Então por que me rejeitou? Somos namorados, não?

— Durma, doçura. Amanhã falaremos. — a fez deitar sem muita resistência. — Quando estiver sóbria, farei o que quiser.

— Eu tenho medo... — confidenciou com um sussurro. — É Ace, a mulher estranha... Tenho medo. Muito medo... — o sono a alcançou rapidamente e Dante permaneceu ali, zelando pelo seu sono e se indagando quem seria essa nova carta na jogada.

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