Carpe Diem

By GabbySaky

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Felicity e Oliver estavam finalmente vivendo aquele amor tranquilo no qual sempre sonharam. Finalmente estava... More

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo quarenta e quatro

Capítulo Quatorze

69 7 11
By GabbySaky



Notas Iniciais

E o que era para ser postado mais cedo acabou sendo postado mais tarde.

Foi o que deu.

Mas o que importa é postar, não?

Então vamos à leitura! 













22 de Maio


Quando Oliver recebeu aquela ligação àquela hora da noite, ele e a esposa meio que se desesperaram, pensando em com quem deixariam os trigêmeos; apesar de essa não ser a única preocupação de ambos, em especial da loirinha. Passava das sete horas da noite, e como era final de semana, sua intenção era dormir cedo para poder ir ao parque com as crianças no dia seguinte, como havia prometido, mas pelo jeito teria que mudar os planos. Frustrado, era assim que estava, mas como era algo importante, vindo do hospital no qual o Sheldon estava hospitalizado, ele não poderia deixar de comparecer, principalmente, porque estava bastante curioso para saber sobre o que o médico do homem queria lhe falar; o tal que estava cuidando do caso, avisou que era essencial que eles comparecessem o mais depressa possível, e que levassem um advogado. E Oliver se preocupou, ao ouvir tal pedido.

Por que precisariam de um advogado?

E por que o homem parecia estar tão nervoso do outro lado do celular?

O Queen olhou para a esposa, que se arrumava, completamente pensativa. Ele sabia que ela não estava só pensando em com quem deixaria os filhos, mas também pensava no porquê de terem lhes chamado. Ela estava tremendo. Estava com medo, ele sabia disso; mesmo que ela não lhe dissesse. Fazia pouco mais de quatro anos que não via o homem que lhe causou tanto mal. Por várias semanas, ela teve pesadelos horríveis, mesmo durante a gravidez, o que o deixou mais preocupado do que já estava. E vê-la tão sensível, tão abalada, mais uma vez, por culpa daquele homem, o fazia amaldiçoar Cooper Sheldon. Pensando naquela situação, ele prometeu a si mesmo de que sua esposa não o veria, nem por um minuto. Ela estaria ao seu lado, o tempo todo, sendo protegida. Sua vontade era de torturar o desgraçado até a morte, mas sabia que isso não seria possível, principalmente porque a polícia estava envolvida.

A tensão era sentida por todo o quarto, e vinha apenas de uma pessoa. Felicity. Ela tinha medo do que estava por vir. Alguma coisa lhe dizia que não era nada bom; ela sentia isso em cada parte de seu corpo. O desejo de Felicity era nunca mais pisar no mesmo hospital que aquele homem estava hospitalizado, nunca mais vê-lo, ou ouvir seu nome. Tinha ido apenas uma vez, quando finalmente teve alta do hospital. Sua intenção, ao fazer isso, era de se certificar de que ele estava mesmo em coma, de que finalmente poderia viver feliz, sem medo de ser sequestrada, sem medo do que poderia acontecer a sua família, sem angústias, sem ter que ficar preocupada a cada segundo de sua vida. Ter a certeza de que estava livre, finalmente. E agora, novamente ali estava ela, sentindo todas aquelas coisas ruins, mais uma vez, em seus poros. O tremor e suor de suas mãos, o bater acelerado de seu coração, o respirar alterado, só de imaginar que teria que estar face a face com Cooper.

Felicity foi abraçada por trás, e isso a fez voltar a si. Mas isso não queria dizer que seu corpo deixou de sentir todas aquelas coisas ruins, ou que sua respiração se normalizou. Ainda estava nervosa, ainda estava com medo, ainda sentia que tudo em sua volta poderia ruir a qualquer momento. E Oliver pôde sentir tudo isso, quando seus braços rodearam a cintura fina.

— Falei com Nina e ela aceitou ficar aqui com os trigêmeos. – Se pronunciou, beijando sua têmpora.

— Que bom.

Se sentiu mais aliviada. Ela confiava na garota, e sabia que ela cuidaria bem dos três até que voltassem para casa. As gêmeas estavam com os avós paternos, e só voltaria no dia seguinte, então eram duas coisas a menos para se preocupar naquele momento angustiante

— Apesar de que...

Ela o olhou pelo espelho.

— Ela cobrou mais caro dessa vez, por ser de noite. Essa garota está me extorquindo. – E assim como desejava, ouviu a esposa rir. – Não que dinheiro seja um problema para nós...

— E realmente não é. – Concordou.

— Nós tínhamos que lidar com uma adolescente?

Felicity riu novamente, se virando para o marido em seguida, colocando as mãos nos braços fortes.

— Não fale da menina ou pode acabar pagando língua. Nossas filhas estão entrando na adolescência.

— Ah, meu amor, não me lembre. – Diz, preocupado, fazendo com que a loira a sua frente deixe um sorriso divertido escapar. – Não gosto nem de imaginar minhas garotinhas namorando.

— Talvez elas já estejam. – Brincou em provocação; principalmente porque ele prometeu — depois da última que aprontou — que nunca mais faria qualquer coisa que pudessem magoá-las e isso envolvia o namoro que viria a acontecer mais cedo ou mais tarde; mas que ainda assim, não estava preparado para ver acontecer; desde então, ele se via preocupado e enciumado, mas jamais impedindo as primogênitas de falar com Lyon e Killian sempre que desejavam.

— Isso não é brincadeira que se faça. – Ela riu, e ele não conseguiu conter o sorriso. – Eu amo ouvir as suas risadas. Me lembra as dos trigêmeos.

— Alguma coisa eles tinham que pegar de mim, além dos olhos.

— Quem sabe não tentamos uma moreninha?

Isso a pegou de surpresa.

— Oliver... – Deu uma pausa não muito longa, abrindo a boca algumas vezes, não conseguindo saber o que dizer, por um tempo; não esperava ouvir o que ouviu, e por isso ficou sem palavras. – Você está falando sério?

— Claro que estou. Por que não? – Acariciou o rosto coberto com maquiagem.

— Me pegou de surpresa. – Admitiu. – Nunca conversamos sobre ter mais filhos.

— Você não quer?

— Eu... Eu não sei. Nunca pensei nisso, não estava em meus planos... Apesar de que... – Sorriu. – Eu iria gostar de ter uma garotinha parecida comigo, só para variar.

Ele não pôde deixar de rir.

— Mas podemos falar sobre isso depois?

Ela pensaria no assunto. Pensaria com calma, e claro, com carinho. Não que seria uma má ideia, mas antes ela precisava se focar no que estava incomodando-a no momento. Aquela ida até o hospital. Depois, ela daria a resposta para o marido. Poderia dizer que já tinha a resposta para aquela pergunta, só por ter visto a animação do amado ao falar sobre tal coisa e imaginar uma menininha de cabelos negros e olhos verdes como ela.

O sorriso acabou escapando de seus lábios, ao imaginar tal coisa.

— Claro, meu amor. – Beijou os lábios dela rapidamente. – Podemos conversar melhor sobre isso quando essa tensão passar.

— Obrigada por entender.

Ele balançou a cabeça e a beijou novamente.

— Sempre. Melhor irmos, não?

Ela assentiu, mesmo que sua vontade era de dizer para ficarem em casa. Não estava com um sentimento bom sobre aquele encontro, e ela até mesmo tinha medo de descobrir o que aquele sentimento significava.

— É a babá.

Felicity piscou algumas vezes, voltando a si, ao ouvir o marido comunicar; nem mesmo havia ouvido a campainha.

— Eu vou procurar por aqueles três. Se ainda não nos procuraram é porque estão aprontando.

E Oliver não pôde discordar nenhum pouco; conhecia os filhos muito bem para saber que a esposa estava completamente certa.

**--** **--**

Oliver e Felicity não estavam acreditando no que haviam acabado escutar. Quando chegaram e foram levados até a sala do médico, junto ao advogado da família, que havia chego primeiro que eles, não imaginaram que o problema fosse aquele. E aquele era realmente algo muito sério. E ao mesmo tempo em que sentiam o choque da notícia, um deles não conseguia compreender o motivo de terem pedido para que estivesse com eles, um advogado. Por que? Oliver se perguntava. E enquanto ele se via completamente pensativo, Felicity sentia um alívio ao escutar que Cooper havia morrido. Os aparelhos haviam sido desligados, essas haviam sido as palavras do médico, e o mais estranho, nenhum dos que estavam de plantão havia ordenado tal ação.

Mesmo que tivesse sido algo criminoso, a loira não conseguiu conter o suspiro de alívio que escapou de seus lábios. Todos puderam perceber. Incluindo o médico, que a fitou, compreendendo um pouco, já que ele — o responsável pelo homem que a machucou — era o único da equipe que estava sabendo sobre o que havia acontecido a sra. Queen. Algumas pessoas especulavam, principalmente depois que alguns jornalistas começaram a falar sobre o que havia acontecido a ela após encontrarem-na.

O nervosismo dela se dissipou no mesmo instante. O corpo, que não parava de tremer, as mãos que não paravam de suar, e o coração, que batia de forma desenfreada, havia se normalizado. E Oliver apertou a mão dela, em apoio, sem tirar os olhos do médico que continuava a explicar o que havia acontecido, de forma detalhada. E quando ele contou sobre a forma real da morte, o casal franziu o cenho, confuso, mas que se transformou em horror ao ouvir toda a frase.

— Como é? – Oliver quem se pronunciou. – Você está dizendo que...

— Não foi o desligamento dos aparelhos que o matou. Descobrimos que ele morreu asfixiado. Provavelmente por um travesseiro.

O casal se olhou.

— Que horror. – Felicity diz.

Ela o queria morto, é verdade, mas pensar que alguém teria a coragem de fazer o que fez, lhe dava calafrios. Sim, atirou nele, em meio a um filme que passou em sua cabeça, por tudo que ele a fez passar, mas nunca faria tal coisa, não daquela forma pelo menos. Já havia dito a todos, inclusive aos policiais naquela época, que sua intenção era realmente matá-lo. Ele a havia feito passar por mais um verdadeiro inferno e só queria que tudo acabasse, estava temerosa por não sentir os filhos se mexerem, estava com raiva e a voz dele não saia de sua cabeça, muito menos as coisas que ele fez, e por isso atirou. Mas o que fizeram a ele, havia sido monstruoso. Pensar que ele havia acordado, já era horripilante, mas pensar que alguém o havia feito morrer de forma tão horrível, a fazia estremecer por inteira. Perdia o ar, só de imaginar, e por isso respirou fundo, soltando o ar devagar, tentando recuperar o que não havia percebido segurar.

— Sra. Queen, eu a chamei aqui, porque...

Foi interrompido ao ouvir um som vindo da porta.

— Entre.

— Com licença.

Uma mulher morena de cabelos cacheados apareceu no campo de visão deles.

— A polícia está aqui. E deseja falar com o senhor.

— Deixe que eles entrem.

Ela assentiu, e se afastou para fazer como o médico pediu.

— Eles estão aqui para descobrir quem fez tal coisa? – Felicity pergunta, curiosa.

— Por que fomos chamados aqui, realmente? Não somos parentes dele.

— Sr. Queen, eu sinto muito, mas... sua esposa é uma suspeita.

A loira arregalou os olhos, ao contrário do marido dela, que franziu o cenho.

— O que?

— Ela tinha motivos. O que ele a fez passar, o tiro que ela deu e quase o matou...

— Foi em legítima defesa. Mas ela não veio até aqui e o sufocou até a morte.

— Quem pode garantir isso? Eu sinto muito, mas a polícia pediu para que ela estivesse aqui, e por isso pedi para que viessem com um advogado.

A porta se abriu de repente, e três policiais, incluindo Quentin Lance entrou no cômodo.

— Boa noite. – O delegado cumprimentou.

— Boa noite. – O casal, o advogado e o médico dizem juntos.

— Que bom que estão aqui. Eu preciso fazer algumas perguntas a você, sra. Queen. – Suspirou. – É o meu trabalho, e é rotina, sinto muito.

— Está desconfiando que minha mulher matou esse maldito?

— Ela tinha motivos, Queen, e eu não estou aqui para acusá-la de nada. – Se sentou em frente ao casal que conhecia a tanto tempo. – Eu vou fazer algumas perguntas e dependendo das respostas, será liberada. Não estou aqui para te fazer mal algum. – Diz verdadeiramente.

— Tudo bem. – Diz depois de engolir em seco.

— Você sabia desde o começo que Cooper estava hospitalizado aqui, certo?

— Sim.

— E quantas vezes veio até aqui?

— Uma vez. Pouco depois de eu ser liberada do hospital. Eu quis ver com meus próprios olhos que... ele estava em coma.

Quentin assentiu, olhando para o amigo que escrevia no celular de última geração.

— E alguma vez, depois disso tudo, perguntou por ele à algum médico ou...

— Eu nunca mais o procurei. – O interrompeu. – Nunca mais quis saber dele, para mim, ele já estava morto.

Ela deveria dizer aquelas palavras? Ela não sabia, mas estava sendo honesta.

— Onde estava hoje, entre as 15h e às 18h da tarde?

— Estava no meu pai. Chegamos em casa quase 19h, e então nos ligaram.

Quentin se voltou para um dos policiais.

— Liguem para o Merlyn e peçam pelas câmeras.

Oliver passou as mãos nos cabelos, odiando ver a esposa passar por tal coisa.

— Você sabe quem poderia estar tentando te incriminar?

— Acham que estão tentando colocar a culpa em mim? – Olhou para o marido, um tanto assustada.

— Você acha que é isso que estão fazendo? Jogando a culpa da morte daquele homem para cima da minha mulher, Quentin?

— Eu acho sim. – Admiti. – Eu não acredito que tenha feito essas coisas, Felicity. Você passou por maus bocados, sofreu bastante, tentou matar que te feria, mas em alto defesa. Não acho que sairia de sua casa e terminaria o serviço. – Aproveitou que está só ele e o escrivão, para poder afirmar.

— Obrigada.

— Eu fico preocupado com essa situação. Estão querendo obviamente culpá-la pela morte daquele homem. As câmeras foram desligadas, não havia um enfermeiro naquela área, o corredor estava vazio e como era uma pessoa perigosa, escolheram não colocar nenhum paciente naquele andar. E isso dificultou muita as coisas. Seja quem for, foi espero o suficiente para agir sem chamar atenção. Sabia os horários dos enfermeiros, os dos seguranças, passou por dois policiais...

— E agora sou suspeita. – Sua voz chega tremeu ao dizer aquelas palavras.

— Mas isso vai acabar no instante em que seu pai enviar as filmagens da mansão.

Ela balançou a cabeça.

— O que realmente importa aqui é quem é que fez isso. E por que?

— Felicity não tem inimigos. Além do desgraçado, que parece que mesmo morto está infernizando nossa vida.

Quentin compreendia a revolta do outro; era a mulher dele passando por mais uma situação complicada, e isso era realmente muito irritante.

— Alguém que trabalhou para ele?

— Talvez. A agencia que cuidava da proteção da Felicity, da minha família, prendeu todos eles. Menos Noah. – Deu de ombros, se lembrando de como Gregory o matou.

— Eu me lembro disso. – Murmurou.

— Quem iria querer que eu pagasse por um crime que não cometi?

— Há louco para tudo.

E ela não pode nem mesmo retrucar, afinal, sabia que era a mais pura verdade.

— Nós descobriremos de uma forma ou de outra. – Quentin prometeu.

— Senhor?

Eles olharam para a porta, onde se encontrava o policial que havia ido fazer o que o delegado havia ordenado.

— Então?

— Ela disse a verdade. Está tudo registrado nas câmeras. A chegada e a saída dela e do marido. Não foram eles.

Felicity apertou a mão do marido.

— Isso eu já sabia. – Bufou; estava nervoso com aquela situação; aquela mulher passando por mais um problema o deixava irritado.

— E agora?

— Vocês estão liberados, Queen. Mas tomem cuidado, porque se eu estiver certo, essa pessoa não vai descansar até atingir Felicity de alguma outra forma.

E isso só fez com que a mulher estremecesse por completo.

**--**

Felicity observava os filhos brincarem no parque, sentada em um banco de madeira. Ela e as amigas tinham combinado de se encontrarem ali, mas elas ainda não haviam chegado. Os trigêmeos brincavam de correr um atrás do outro, enquanto Shasta corria atrás deles, latindo vez ou outra. As gêmeas estavam em aula, o marido trabalhava, e como havia prometido — na verdade, o marido —, aproveitou aquele lindo dia para levar os trigêmeos até aquele lindo parque. Eles estavam eufóricos, e ela não pôde deixar de agradecer ao pai deles por ter prometido algo em seu nome. Estava passando tão pouco tempo com eles por causa do trabalho na QC, e também por conta da escolinha deles. Eles vinham adorando aquela rotina de ir à escola, mas estavam também sentindo muita falta dos momentos em família.

Sorriu ao vê-los gargalharem juntos, enquanto corriam pela grama verde. Os trigêmeos amavam aquele parque, principalmente quando iam todos.

Por algum motivo, ela se lembrou da noite anterior. Seu corpo estremeceu só de lembrar o motivo do médico ter chamado a ela e ao seu marido naquele lugar. Jamais imaginou que Cooper poderia estar morto, e pior, que pudessem querer acusá-la de tal coisa. Ela tinha motivos, é claro que tinha, mas não sujaria as mãos com um lixo como ele. Sua sorte, era ter álibi. Estava no pai na hora do ocorrido, e a mansão tinha câmeras de segurança nas quais puderam ver que ela falava a verdade. Se não estivesse lá, se estivesse em casa com Oliver, estaria encrencada, porque poderiam acusar o marido de ser seu cúmplice. Ela não conseguia entender tudo aquilo. Não conseguia entender por que alguém iria querer lhe fazer tão mal, acusando-a de algo que não fez. Alguém a queria presa? Ou queria fazê-la passar pelo vexame de ser acusada de assassinato?

Quando chegaram em casa, exaustos, nenhum dos dois conseguiu dormir. Mesmo muito cansados, eles não conseguiram pregar o olho. Os filhos já estavam no décimo quinto sono; então eles pagaram Nina, agradeceram e Oliver a levou até na porta de casa, pois já estava tarde demais para ela andar sozinha àquela hora. Felicity já estava pronta para dormir quando o marido entrou no quarto, já retirando a camisa, sentindo seus músculos doerem. Enquanto ouvia o que Quentin dizia, ele sentia cada um de seus músculos se enrijecer, e por isso, só depois de chegar em casa e sentir o peso daquelas palavras, que ele começou a sentir o desconforto. As partes do corpo começaram a latejar, e ele teve que tomar um banho quente, para ver se conseguia relaxar. Deitados, abraçando um ao outro, eles tentaram esquecer sobre o que ouviram naquela noite. Eles não souberam quando, mas em algum momento, acabaram adormecendo e acordando atrasados naquela manhã, com os filhos gritando por eles da porta do quarto — e eles se perguntavam, como o três haviam descido do berço enquanto se levantavam.

De repente, quando seus olhos desviaram por um momento, Felicity percebeu que um homem olhava seus filhos, a alguns passos de onde estavam, e estranhou. Deixou o que estava pensando de lado, para se concentrar no que seus olhos estavam vendo naquele momento. Arqueou as sobrancelhas quando ele se aproximou mais um pouco da arvore em que estava á poucos passos dos filhos, naquele momento. Felicity se levantou do banco, se aproximando, preocupada, e começando a se assustar. Estava sozinha, e apesar de ter outros pais por perto, ainda não conseguia confiar em pessoas que lhe eram desconhecidas.

— Bryan, Bryden, Brooke. – Ela chama, e as crianças correm até ela, com Shasta os seguindo. – Vamos indo?

— Mas mamãe, as tias nem chegaram.

— E a gente brincou muito pouco – Brooke completou após Bryden.

— Nós voltamos mais tarde com o papai. – Seus pelos se arrepiaram só de pensar no pior enquanto sentia os olhos daquele homem sobre si e seus pequenos. – E eu ligo para as suas tias explicando tudo.

— Mas, mamãe... – Eles estavam descontentes.

— Seus filhos são lindos.

Felicity desviou os olhos para o homem, que para a surpresa dela, já se encontrava perto deles — perto até demais; e ela nem mesmo tinha percebido ele se aproximar.

— Obrigada. – Agradeceu, desconfiada.

— Trigêmeos?

Ela assentiu.

— Me desculpa por te abordar assim, dessa maneira, mas é que eu trabalho em uma agência de publicidade, e eu não pude deixar de reparar como os trigêmeos são fofos.

— Obrigada. – Sorriu, mesmo que ainda estivesse um pouco insegura.

Os trigêmeos correram para longe ao perceberem que a mãe conversava com o homem, aproveitando para brincar enquanto ainda podiam.

— Bom, eu tenho um cartão, se você estiver achando que é trote. Nós estamos procurando uma menina e um menino justamente nessa faixa de idade para protagonizar uma campanha de sorvete.

— E como seria essa campanha? – Felicity perguntou, um pouco mais leve, interessada; acharia fofo ver os filhos em uma campanha infantil; sua irmã havia dito certa vez que as gêmeas já tinham feito várias quando criança, principalmente por serem filhos de Oliver Queen; e ela se lembrava de algumas.

— Bom, nós entraríamos com alguns outdoors aqui em Star City, National City e Gotham. Fotos, revistas e jornais nessas cidades. E a maior coincidência...

Ele estava bastante animado, Felicity percebeu ao ver o sorrido do rapaz.

— É que nesta tarde nós estaremos fazendo teste de câmera para escolher as crianças.

— Entendo. Realmente muita coincidência.

— Eu estava indo para lá agora para começar a organizar as coisas, quando pensei em dar uma passada aqui no parque, para ver se tinha alguma criança que me chamasse atenção. – Olhou para os trigêmeos que tinham voltado a brincar. – Eles são perfeitos para essa propaganda.

— Mas você disse que seria um casal.

— Não vai mudar muita coisa se eu colocar mais um. Os três parecem fazer tudo juntos. Percebi que tem bastante cumplicidade entre eles.

— Sim. Incrivelmente, quase nunca brigam. – Diz olhando para os filhos.

— Então, você não quer aparecer com os três lá hoje?

— Eu vou falar com meu marido.

— Sim, leve-o com vocês, se for deixá-la mais tranquila. Eu sei como deve ser difícil confiar em um estranho.

A loira concordou.

— Como é mesmo seu nome?

— Felicity Smoak-Queen.

— Queen? – Ele ficou surpreso. – Esposa de Oliver Queen? – Sorriu. – Como não a reconheci antes? Já saiu em tantas revistas...

Ela não respondeu, mas não se surpreendeu por ele não ter reconhecido os trigêmeos; Oliver evitava que fotos deles saísse em jornais e revistas.

— Então eles são os filhos dele. – Desviou os olhos das crianças. – Mais um motivo de eles aparecerem. Quem sabe não é o destino?

— Destino? – Diz com um sorriso, achando graça.

— Sim. Eu nunca pensei que me encontraria com a esposa e os filhos de Oliver Queen nesse parque, mas talvez, sejam eles os escolhidos para essa campanha tão importante. – Olhou no relógio. – Eu tenho que ir, mas não deixa de passar lá. De verdade, não irá se arrepender, sra. Queen.

— Eu vou pensar.

Ele sorriu.

— Obrigada.

— Obrigado você. O cartão tem o endereço do local.

Ela assentiu e então viu distanciar.

— Campanha de publicidade. – Sorriu. – Pode ser fofo.

— Falando sozinha?

A loirinha colocou a mão direita no peito.

— Que susto, Caitlin. – Se virou para a amiga, encontrando Laurel e Thea ao lado dela.

— Desculpe. – Diz com um sorrido antes de abraçar a melhor amiga, assim como sua cunhada e a esposa de seu melhor amigo.

— O que estava falando aí? – Laurel pergunta, curiosa.

— Ah, é que um senhor se aproximou perguntando se eu não estaria interessada...

— Ele não viu o tamanho da aliança no seu dedo? – A irmã revirou os olhos.

— Thea, me deixa terminar?

Ela jogou as mãos para o alto.

— Ele perguntou se eu não estaria interessada em levar meus filhos para um teste de câmera.

— Como assim? – Perguntam juntas.

— Eles estão procurando por um casal de crianças nessa faixa etária para fazer uma campanha de sorvete.

— Que fofo.

Felicity sorriu, concordando com a irmã.

— Lembra que eu disse que as gêmeas fizeram algumas?

— Eu lembro de várias fotos delas em revistas. – Caitlin diz. – Lembro que pesquisei um pouco sobre elas quando Felicity começou a falar nas gêmeas Queen na época em que não namorava Oliver.

— Mas você disse: casal, e eles são três.

— Ele disse que não seria um problema. – Deu de ombros, olhando para Laurel.

— Ah, Lis, leve eles. – Caitlin diz, sorrindo. – Vai ser fofo.

— Vai aparecer na TV?

— Não, Laurel, pelo menos ele não disse nada sobre isso. Mas vai sair em revistas, jornais e outdoors de Star, Central, National e Gotham.

— Vai ser fofo se eles passarem. – Cait diz sorrindo.

— Eu concordo. – Sorriu. – Eu vou falar com Oliver e ver o que ele acha.

— Não acho que ele vá se importar, as primogênitas dele faziam isso direto quando mais novas. – Laurel diz, sorrindo.

— Ah, eu vou falar pra minha mãe. – Thea diz, animada, fazendo as outras rirem de seu entusiasmo.

— Por que está pulando tanto?

Elas se viram, encontrando Helena; ambos os filhos dela correm para onde os amigos estavam sem ao menos cumprimentar as tias, mas nenhuma delas se importaram; sabiam que eles estavam ansiosos para se encontrarem com os primos.

— Helena. Que bom que veio.

— Bom, meus filhos amam esse parque e eu estava com saudades de estarmos só nós. – Sorriu para sua amiga loira. – E então, o que conversavam?

— Felicity vai levar os trigêmeos para fazerem um teste de câmera para uma campanha de sorvete. – Thea quem responde, fazendo Helena a olhar de forma surpresa.

— Sério?

— Eu vou falar com Oliver antes.

— Como pensou nisso?

— Eu? Eu não pensei em nada. Um rapaz se aproximou dizendo que os trigêmeos são perfeitos para essa campanha e me pediu para aparecer mais tarde.

— Que fofo, Lis.

— Não é?

— Tenho que concordar, que eu também gostei disso. – Laurel diz, observando Shasta, Amora, Klaus e Draco correrem atrás das crianças; os outros três cachorros eram dos filhos de Laurel, Caitlin e Helena respectivamente; os dois primeiros eram da raça Rusky Siberiano e os outros dois eram labradores; o primeiro, cor chocolate e o segundo, dourado.

**--** **--**

Oliver tinha de concordar que havia aceitado acompanhar a esposa ao local onde seria o teste por dois motivos apenas: primeiro porque sua amada parecia estar extremamente animada com a possibilidade de os filhos aparecerem em outdoors e segundo porque as crianças se divertiriam. Felicity estava uma mamãe babona durante todo o teste — extremamente fofo, ele confessou. E durante todo o tempo eles escutavam de todos o quanto os trigêmeos eram lindos e pareciam ter nascido para fotografarem. Mesmo tão pequenos eles faziam como era pedido, e ainda que tivesse tantas pessoas ao redor, nada os intimidava; em especial Brooke, que balançava seu vestido um tanto bufante ora ou outra; ela também mexia nos cabelos, colocava a mãozinha na cintura, e sempre com um sorriso contagiante nos lábios; quanto a seus irmãos, eles estavam mais entusiasmados em se deliciarem com o tal sorvete do que com o pessoal que os fotografava a todo momento, o que fazia o pai dos meninos rir.

Como havia imaginado depois de tantos elogios, seus filhos foram escolhidos para protagonizar naquela campanha; e Oliver já vinha se preparando para os próximos; porque ele sabia que viria, como aconteceu com as gêmeas quando eram mais novas. Ele não os obrigaria de forma alguma, e sabia que sua esposa também não o faria; se eles quisessem, ótimo, se não, ótimo também. Jamais os obrigaria a algo que eles não gostassem ou desejassem, principalmente porque já viu o que uma pressão — sobre qualquer coisa que seja — em uma criança pode ser prejudicial. Não aconteceu com sua irmãzinha, mas alguns colegas dela da época da escola adoeceram por conta da pressão dos pais.

No final de tarde, quando foram visitar os avós paternos, os trigêmeos já chegaram contando sobre a tarde divertida, e dos fotógrafos, e do sorvete, e de tudo que o pessoal faziam por eles o tempo todo; era como se eles fossem reis; palavras de Bryan, o que acarretou a várias risadas. O garotinho havia se jogado sobre o sofá enquanto contava — junto aos irmãos, claro — sobre aquela "programação". Eles haviam adorado, e Felicity ainda mais. Ela era uma mamãe babona — não igual ao papai babão — e dizia a todo momento aos sogros e a irmã e ao cunhado o quanto os pequenos haviam estado lindos, e fofos, e extremamente felizes.

— Ai, estou exausta. – Se jogou no sofá, retirando os saltos.

— Podemos dormir até meio dia amanhã?

Os pais riram, vendo as gêmeas se jogarem no sofá como a mãe, ao lado dela.

— Bom é acordar cedo e aproveitar o dia!

As mais velhas fitaram uma à outra ao escutarem a irmãzinha.

— Falou igualzinha a mamãe.

— Igualzinha. – April concordou. – Que medo.

Oliver riu.

— Eu escutei, hein!

E foi a vez das meninas em rirem enquanto que os irmãos se fitavam.

— Adultos são estranhos.

— Eu, hein! – Os garotinhos completam, sozinhos, concordando com a irmã.

— Bom, hora de um banho gostoso, não é mesmo?

E no instante seguinte estavam os três pequeninos correndo e afim de se esconder do pai, que estava preparado para pegá-los e levá-los para o andar de cima.

— Ah, não, por favor, hoje não é dia de se esconderem e fugirem do banho.

— Sempre quando é a vez do papai, ele sofre.

— Eu ouvi, Amily.

A menina riu baixinho junto à irmã.

— Os trigêmeos são mais inteligentes que o senhor nessas horas.

— Muito engraçado, April.

A menina riu.

— Só por esse seu comentário, eu vou ordenar que vocês duas vão atrás deles.

— Ah, papai. – Reclamaram juntas.

— Ou, vocês podem ficar sem seus celulares por uma semana.

E rapidamente elas se colocaram de pé, mas não sem sussurrar o quanto era injusto; e quanto a mãe delas, apenas ria.

— Você adora ver o quanto elas implicam comigo.

— É divertido, não posso negar.

— Antes, eram uns amorzinhos, agora, só implicância.

— Ah, meu amor, não seja exagerado. – Balançou a cabeça, se aproximando mais após vê-lo se jogar ao seu lado. – Elas continuam sendo uns amorzinhos com você... – Riu. – Só gostam mais de implicar.

— Banho não! Banho não!

O casal escutou os trigêmeos exclamarem aos gritos e então deu uma risada.

— Não seja má, Apple. – Dizem juntos mais uma vez.

— Me salva, mamãe!

— A mamãe e o papai quer levar a gente para o banho também, dã.

E Oliver e Felicity voltam a rir ao escutarem Brooke chamar atenção de Bryden.

— Eu prometo não entrar mais no seu quarto, prometo de dedinho. – Bryan diz.

— Ah, então é você que fica mexendo nos nossos perfumes, seu pestinha? – April questiona, com as mãos na cintura.

— Todos nós.

— Fofoqueiro! – Os outros dois pequenos dizem juntos.

— É melhor irmos até lá.

— Ou as nossas filhas vão enforcar eles três por terem descoberto sobre os perfumes quebrados. – Felicity concordou, já se levantando.

— Mamãe!

Felicity foi abraçada pelos três, que rapidamente se esconderam atrás dela.

— Nossas irmãzonas vão nos enforcar. – Bryan contou.

— Elas disseram, mamãe.

— Nos salva! – Brooke completou após Bryden.

— Vocês vão levar umas palmadas. – Dizem juntas, fazendo seus pais rirem pela forma como disseram e gesticularam, vendo os pequeninos gritarem e se esconderem mais ainda atrás da mãe e dessa vez, do pai também.

— Okay, okay, já chega. – Diz dado uma risada anasalada. – Meninas, eles estão arrependidos e prometem não entrar no quarto de vocês de novo.

— Prometemos de dedinho.

Oliver riu, mas não só por escutar os três prometerem juntos, mas por conta do dedinho mindinho que mostraram para as irmãs, mesmo ainda escondidos atrás dele e de sua esposa; havia sido uma cena divertida.

— Agora banho. – Ordenou, séria, vendo os três suspirarem e encolherem os ombros antes de começarem a andar em direção a escada, no momento seguinte, fitou ao seu marido. – É assim que se faz.

— O papai precisa ver mais vezes para aprender. – Amily diz, rindo junto a irmã.

— Vocês duas querem ficar sem internet?

— Já estamos indo para o banho. – Dizem juntas, ouvindo a mãe rir.

— Eu ajudo os trigêmeos no banho e você toma o seu.

A loirinha lhe sorriu.

— Obrigada, meu amor. – O beijou nos lábios rapidamente antes de pegar em sua mão e seguirem juntos para o andar de cima. 











Notas Finais

Quem aí gostou?

Imaginei que devia isso a vocês, já que parte dos capítulos já estão prontos.

E esse aqui... foi tão... tensa.

A tensão chegou, e com a morte do demônio particular da Felicity.

É, e a coisa só piora.

Mas eu não jogarei a tensão toda de uma só vez. Ela virá aos pouquinhos, teremos ainda momentos muito bonitos e fofos entre essa família.

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