Carpe Diem

Від GabbySaky

3.2K 307 697

Felicity e Oliver estavam finalmente vivendo aquele amor tranquilo no qual sempre sonharam. Finalmente estava... Більше

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta

Capítulo Treze

84 7 14
Від GabbySaky


Notas Iniciais

Que saudades. Como eu estava com saudades. 

Eu nem sei como consegui ficar tanto tempo sem postar, sem escrever, ou mesmo sem pegar no notebook e me sentar de frente para ele. Eu não consegui por todos esses meses. A primeira vez foi semana passada, na terça-feira eu acho. Mas não tenho conseguido inspiração. Infelizmente. Mas sei que isso vai passar.

É um processo, afinal de contas.

Os remédios que estou tomando são... fortes. Estou melhorando, graças a Deus, mas ainda tenho tido as crises. No sábado tive uma tão tensa que eu fiquei domingo e segundo numa ressaca insuportável. Não consegui sair da cama. Ou comer direito.

Mas estou bem. Minha família tem me dado todo o apoio que preciso.

Bem, vamos ao capítulo, né? 

Capítulo duplo, para compensar o tanto de tempo que eu fiquei longe, então, vamos ao primeiro do dia!












10 de Maio


Os trigêmeos estavam entre os braços da mãe, que os beijava sem parar, mesmo que escutasse que ela estava os esmagando. Sentia tantas saudades que não queria deixar que saíssem de seus braços novamente, mas mesmo assim os soltou, e só porque sabia que era necessário; se não fosse assim, ela continuaria ali por mais meia hora. Não havia se passado tantos dias, e ainda assim, para ela havia sido uma eternidade. Mas não estava arrependida de ter acompanhado as primogênitas aquele acampamento, principalmente quando sabia que era extremamente importante para ambas. Quantas vezes as viu chorar por conta de comentários maldosos de crianças que diziam que elas não podiam participar por não ter uma mãe? Quantas vezes as viu se esconder no quarto ao chegar da escola, por conta de comentários cruéis dos próprios professores — no caso, havia sido apenas um deles. Quantas vezes elas imploraram para que não fossem a escola na semana do dia das mães por conta das brincadeiras e outras atividades que os professores planejavam? Haviam sido tantas, mesmo depois de ela começar a namorar Oliver, e só haviam parado quando ela deu um basta. Mesmo não sendo a mãe biológica delas, se intitulou assim, e as defendeu em frente a toda a sala delas — incluindo de um de seus professores —, e desde então tudo mudou.

E era por isso que jamais se negaria participar de qualquer atividade com as meninas, mesmo que tenha que passar alguns dias longe dos trigêmeos; o que era extremamente difícil para ela. Eles eram pequenos e não estavam acostumados ficar tanto tempo longe dela — a mãe —, ainda assim, como das outras vezes, havia dado tudo certo, ainda que os pequenos tivessem tido febre. Seu marido havia lidado da melhor forma mesmo sozinho; não que acreditasse que ele não dava conta, mas ela se preocupava; sempre se preocuparia, mesmo sabendo que Oliver não era pai de primeira viagem e saberia lidar com seja o que fosse caso estivesse sozinho.

— Eu estava com muitas saudades, mamãe. – Brooke diz.

— Nós todos estávamos, mas não precisa amassar a gente. – Bryden completou.

E o pai riu enquanto a mãe fazia um biquinho.

— Nós fizemos cookie para você, mamãe. – Bryan contou com um sorriso. – O papai deixou a gente ajudar.

— Fez uma maior bagunça.

— Mas o que importa é que os cookies ficaram uma delícia. – Brooke completou após Bryden, fazendo os pais e as irmãs rirem.

— Tenho certeza de que sim, meu amor. – Diz com um sorriso.

— A mamãe disse que eles ficaram doentes.

— Foi só uma gripe, querida. – Oliver respondeu à April.

— Mamãe disse que era pior que isso.

— Sua mãe é exagerada, Amy.

As meninas seguraram uma risada ao ver o olhar da mãe.

— Você já percebeu que acabei de chegar e você nem me deu um beijo? Mas me chamou de exagerada.

— Me desculpa, meu amor. – Beijou seus lábios.

— Eca. – As gêmeas dizem, franzindo o cenho enquanto os irmãozinhos davam risadinhas.

— Filhas no recinto, né.

— Por favor. – April completou após a irmã.

— Espero que pensem assim pelo resto da vida. – Murmurou, mas as meninas ouviram. – Por falar nisso, nesse acampamento, era meninas de um lado e meninos em outro, né?

— Oliver.

— Eu tenho o direito de me preocupar com minhas filhas dormindo ao lado de garotos.

— Eles estavam em uma cabana ao lado da nossa. – April contou.

— Já não gostei.

— Agora você é quem está sendo exagerado.

— Minhas filhas estão apaixonadas e eu sou exagerado?

As meninas coraram dos pés à cabeça.

— Eu deveria ter uma conversa bem séria com...

— Não! – As gêmeas praticamente gritam juntas, deixando seus irmãozinhos mais curiosos ainda, e seus pais as fitaram ao mesmo tempo. – Mamãe. – Apelaram.

— Eu não deixarei isso acontecer. – Fitou ao marido. – Você não vai envergonhar nossas filhas. Elas não estão namorando, elas são quase adolescentes e é completamente normal começarem a ter sentimentos por garotos. Deixe-as ter uma paixão saudável, pelo amor de Deus! – Gesticulou. – Você já foi pré-adolescente antes. Não seja hipócrita.

— Mamãe, está brigando com o papai?

— Claro que não, meu amorzinho. – Diz sorrindo para sua garotinha menor. – A mamãe está tendo uma conversa séria e muito importante, porque o papai precisa entender... – O fitou. – Que ele não pode fazer as coisas como bem entende porque pode acabar magoando quem não merece.

O outro suspirou, não podendo retrucar.

— E eu não falo apenas das nossas filhas.

— Tudo bem, tudo bem, eu não farei nada.

— Obrigada, pai. – Agradecem juntas.

— Então, vamos para a cozinha enquanto me contam tudo que fizeram no acampamento. – Oliver pede, puxando as filhas em direção ao cômodo ao lado enquanto os trigêmeos iam mais a frente cantarolando.

**--** **--**

Enquanto Oliver brincava com os filhos na sala, ao mesmo tempo em que assistiam Frozen — pela enésima vez, vale acrescentar —, Felicity arrumava a cozinha, que estava uma zona, por conta de o marido pedir ajuda aos trigêmeos para fazer panquecas para o jantar. Ela não se importava, principalmente quando ouvia aquelas gargalhadas gostosas durante a brincadeira de cozinhar; da mesma forma que ela fazia com as gêmeas quando elas eram menores, Oliver fazia com os trigêmeos; e até mesmo ela entrava na zona, algumas vezes. Era divertido, ela tinha que admitir. Oliver se prontificou em ajudá-la com a louça, mas ela insistiu que ele ficasse com os filhos, que o chamava incessantemente, pedindo para desenhar com eles, e ele não pôde deixar de concordar e seguir para a sala, encontrando os três sentados de frente para a mesinha de centro, com várias folhas brancas e lápis de várias cores ao redor deles.

A música Let It Go ecoava pelo cômodo. As gêmeas, já haviam ido dormir, já que no dia seguinte acordariam cedo para irem à escola, diferente dos trigêmeos, que não teriam aula. Quando souberam desse fato, eles pediram, imploraram, pularam, em volta dos pais, para que pudessem ficar com eles, e passarem na padaria da tia Lena. E mesmo que tivessem que estar no trabalho, eles decidiram que não seria um problema passar o dia com os filhos. Já havia avisado às amigas, que combinaram de se verem na padaria da Lena depois do almoço. Durante a manhã, ela e Oliver levaria os filhos ao cinema, afinal, já tem alguns dias em que eles pediam para assistirem "Homem Aranha". Era para doze anos, mas não achavam que seria um problema.

A cozinha estava finalmente completamente organizada; como antes; os pratos, os talheres e os copos em seus devidos lugares, os ingredientes nos armários, o chão ela passou apenas um pano, já que no dia seguinte Alissa estaria ali para dar uma geral na casa. Ouviu Oliver pedindo para os filhos guardarem os papeis e os lápis de cor, mas eles insistiam que queriam desenhar mais. Não foi nenhuma surpresa, chegar à sala e encontrá-los ainda desenhando, enquanto cantavam mais uma vez, as músicas que Ana cantavam. Eram as preferidas deles. Riu ao ouvi-los fazer como ela, imitando o relógio, e o marido fez o mesmo. Eles haviam decorado todas as músicas, e para a surpresa do casal, as frases também. E eles só tinham três anos e meio.

— Está na hora de ir para a cama. – Se pronunciou, fazendo com que os filhos e o marido a olhassem.

— Ah, não, mamãe. – Reclamam juntos.

— Já está tarde, e vocês já estão com muito sono.

— Não nada. – Respondem juntos, pouco antes de abrirem a boca em um bocejo, fazendo o pai deles três dar uma gargalhada.

— Arrumem essas coisas e cama. – Ordenou, séria, não dando chance para outra insistência.

Oliver segurou uma risada ao vê-los fazerem um biquinho.

— Amanhã o nosso dia vai ser cheio, então não é melhor estarem descansados?

Eles olham para o pai.

— Não vamos poder mais ir ao cinema, ou mesmo ver Ethan, Evy, Let, Connor, Kitty, Natty e Valie.

Foi instantâneo.

No segundo seguinte, eles estavam amontoando os papeis um em cima do outro, colocando em um cantinho da mesa, colocando os lápis de cor dentro da caixinha retangular e personalizada, se levantando ao mesmo tempo prontos para fazer como a mãe pediu. Os pais sorriram.

— Muito bom. Agora..., está faltando alguma coisa?

Eles se olharam, por um momento, e então se voltaram para os pais.

— O que, papai? – Brooke quem pergunta.

— Escovar os dentes.

— E depois cama. – Completou depois do marido.

Eles subiram com os três, puxaram a escadinha branca que havia cinco degraus, e um por um, com a ajuda de Felicity, teve seus dentes escovados. Oliver quem colocou o pijama nos filhos, constituído por uma blusa de mangas e uma calça, em malha e de bichinhos. Como ainda dormiam no berço, por conta da grade que os protegia, Oliver colocou cada um no seu, mas não precisou pedir que se deitassem. Pediram para que o pai lesse uma história, e quase ao mesmo tempo, Brooke pedia pelo bico, objeto esse, que os trigêmeos só usavam na hora de dormir. Eles haviam tentado tirar a chupeta deles, mas nada que fizeram deu certo. Acabaram por colocar a regra, e com dificuldade, conseguiram fazê-los se acostumar com ela, mas Felicity estava tentada a jogar aquilo fora sem que eles soubessem; eles já tinham quase quatro anos, afinal de contas.

— Papai, vai ficar aqui até a gente dormir, né? – Bryden quem perguntou.

— Eu só saio daqui depois que vocês estiverem dormindo com os anjinhos. – Sorriu.

— A mamãe também? – Bryan perguntou.

— A mamãe também. – Prometeram os dois, agora.

— Boa noite, mamãe. Boa noite, papai. Amo vocês. – Eles dizem juntos, e Felicity e Oliver sorriram.

— Boa noite, meus amores. Nós também amamos vocês.

Felicity os cobriu, cada um com sua manta e enquanto beijavam suas bochechas, Oliver puxava a poltrona para mais perto dos berços, sentando-se já com um livro em mãos. Os filhos não demorariam a adormecer, os dois tinham certeza, e por esse motivo, a loira decidiu esperar pelo marido. Brooke, Bryan e Bryden estavam deitados de lado, com ambas as mãozinhas debaixo da orelha, enquanto chupavam a chupeta com gosto. Seus olhos pesavam, pouco depois do pai começar a ler "O rei leão". Era fácil ser pai dos três. Nunca davam trabalho, apesar de algumas das insistências. Nunca fizeram birra, sendo em casa ou fora dela, nunca mexeram em nada que não era deles, nunca se metiam em conversa de adultos. Na verdade, eles ficavam o dia todo no jardim, se deixasse, mesmo quando estavam na casa dos tios, e se não fossem ver o que aprontavam ou se não ouvisse os gritinhos e as gargalhadas, eles não saberiam se estavam vivos. Felicity riu baixinho, se lembrando de que já havia dito aquela mesma frase às amigas, que tiveram que concordar com ela; os filhos delas era da mesma forma.

Como haviam previsto, os trigêmeos dormiram na quarta folha do livro ilustrativo. Oliver se levantou, guardou o livro, e depois de Felicity ligar o abajur, eles saíram do quarto, encostando a porta. Os filhos odiavam dormir com a luz batendo no rosto deles, e por esse motivo, sempre que um dos dois, ou mesmo os dois, iam lhes colocar na cama, deixavam apenas o abajur ligado, ou eles demoravam uma eternidade para adormecerem, além de ficarem um pouco agoniados. Era uma vantagem que os pais dos três tinham. Mesmo que eles dissessem que não estavam com sono, era só apagar a luz, mexer o corpinho deles por alguns minutos, e pronto. Estavam dormindo profundamente e não acordariam tão cedo. Como naquele momento. E agora eles poderiam dormir relaxados para poderem estar no pique dos três no dia seguinte.

Bom, pelo menos era o que deveriam fazer.

Os planos de Felicity foram por água abaixo — não que ela tivesse reclamado, claro — quando sentiu o corpo do marido empurrá-la contra a parede assim que adentraram o quarto. Ele trancou a porta — passando a chave duas vezes, apenas por precaução — e a beijou, demonstrando naquele beijo urgente, toda a saudade que sentiu dela; não só do gosto de seus lábios, ou do calor de seu corpo, mas dela; de sua mulher. A tocou completamente ainda que por cima daquele tecido irritante do vestido que ela vestia, explorou sua boca com sua língua, assim como o pescoço, os lóbulos de suas orelhas, o colo e os seios — ainda que tivesse os tocado por cima do tecido.

— Senti tantas saudades. – Diz antes de tomar os lábios dela novamente, não dando possibilidade de ela responder em palavras o quanto também sentiu sua falta. – Odeio dormir sem você. Sem seu corpo em cima do meu.

— Também... – Foi interrompida pelos lábios dele, mas conseguiu finalizar quando sentiu os lábios dele tocar seu pescoço. – Senti sua falta.

Oliver não respondeu, apenas a guiou em direção a cama após tomar-lhe os lábios mais uma vez naquela noite, empurrando-a para cima do colchão, praticamente jogando-a sobre ele, vendo-a se deitar com a cabeça sobre os travesseiros enquanto se aconchegava mais a ela, colocando o próprio corpo sobre o dela — mas sem que a machucasse —, tocando as coxas por debaixo do vestido, com um leve roçar, levantando a saia e levando-a consigo. E Felicity, compreendendo a intenção do marido, o ajudou a retirar aquela peça irritante, vendo-o fazer o mesmo com a própria camisa e bermuda que vestia naquele momento.

A loirinha o abraçou quando o corpo dele se aconchegou ao dela novamente; sua respiração um tanto descompassada; mas ainda assim, se deixou ser beijada, correspondendo de forma calma, ainda que sentisse as mãos grandes por parte de seu corpo, apertando certas áreas — como suas coxas — ora ou outra.

De repente Felicity começou a sentir a língua do marido por sua pele. E Oliver apertou a cintura da esposa com ambas as mãos quase ao mesmo tempo em chupou com mais intensidade um dos seios, fazendo-a arfar. Uma de suas mãos abriam e fechavam sobre o que estava livre, fazendo movimentos circulares, e ele se deleitava com o prazer que dava a sua garota; ele podia ver como ela mal conseguia se controlar em meio a suspiros e gemidos baixinhos. Novamente ele tomou os lábios carnudos, dessa vez em um beijo ardente, chupando sua língua com força ao mesmo tempo em que sentia as mãos dela em seu pescoço, agarrando seus cabelos com os dedos. E então gemeu, ao sentir o quadril dela se mexer contra seu membro já duro. Logo foi a vez dela de gemer — ainda que um tanto mais alto, mas não muito — quando sentiu as mãos do amado apertarem suas coxas antes de subir os dedos com leveza até seu sexo já molhado.

Oliver retirou a última peça que existia no corpo de ambos, podendo ver durante aquele processo o rosto corado e a respiração ofegante da amada. Mas não por muito tempo pois logo que ele finalizou seu trabalho ela o puxou para um outro beijo, mordendo o lábio de forma provocante antes de adentrar a língua em sua boca quente e deliciosa quase ao mesmo tempo em que o sentiu se mexer; e ela abriu um pouco mais as pernas, separando-as de forma que pudesse deixá-lo ficar entre elas.

Ele apertou a cintura com da amado com certa força antes de adentrá-la com delicadeza, sentindo seu membro ser esmagado pelas paredes internas do sexo dela, gemendo junto a ela durante aquele ato delicioso; sendo que o dela havia sido um tanto mais alto que o dele; e as unhas dela fincavam em seus braços. E mordendo o lábio dela antes de tomar-lhe os lábios, ele começou com os movimentos, sentindo as coxas grossas abraçar sua cintura afim de ajudá-lo com as estocadas; o que o possibilitou a ir — deliciosamente — mais fundo, acarretando em ambos, àquele prazer inebriante.

— Os trigêmeos deram trabalho? – Questionou quando já estavam a um tempo tentando recuperar o ar, deitada sobre o corpo do marido; como desejou durante todos aqueles dias que se passaram.

— Tranquilo.

— Mesmo? – O fitou após apoiar o queixo sobre seu peito.

— Você me ligou todos esses dias, por acaso sentiu que eu não estava lidando bem com tudo? – A viu sorrir. – Foi complicado quando adoeceram, principalmente porque pediam por você mais e mais, e choravam, e eu tinha dificuldade para fazê-los comer, mas eu consegui.

— Eu sabia que conseguiria.

— Mas mesmo assim não conseguia deixar de se preocupar.

— Exatamente.

— Senti saudades. – Repetiu o mesmo de antes, vendo-a sorrir novamente. – É horrível passar tantos dias sem você ao meu lado.

— Eu sei. Me senti da mesma forma. – Tocou seu rosto. – Mas era importante para as gêmeas. E no final, sempre é divertido passar todos esses dias ao lado de todos aqueles pré-adolescentes, incluindo as nossas.

E foi a vez de Oliver sorrir.

— Mesmo que fiquemos sem nos ver.

— Mesmo que fiquemos sem nos ver. – Confirmou.

— Você deve estar exausta.

— Eu estou, mas a culpa é sua.

Ele riu.

— Mas não me arrependo nenhum pouco.

Oliver a beijou.

— Durma. Amanhã estaremos todos reunidos na cafeteria da Lena e você precisa estar descansada para aguentar o pique dos trigêmeos.

— Ainda bem que terei sua ajuda.

Ele riu, vendo-a deitar a cabeça em seu peito.

— Boa noite, amor.

— Boa noite, meu amor. – Diz após beijar sua cabeça, fechando os olhos afim de esperar chegar o sono tranquilo que sabia que não demoraria a chegar.

**--**

Naquele dia Felicity estava tendo a ajuda de suas primogênitas na preparação do almoço enquanto que o marido dela cuidava dos pequeninos; eles estavam brincando na casa na árvore na qual seu pai havia prometido que eles teriam, mas que só havia ficado pronta a alguns poucos dias. Ela se lembrava muito bem do entusiasmo dos três ao verem a casa na árvore e mais ainda quando tiveram a autorização de brincarem dentro dela, com a promessa de que sempre tomariam cuidado. Ainda assim, um dos pais ou suas irmãs estavam sempre de olho, afinal, mesmo com a promessa de que não fariam nada que acabasse machucando-os, era necessário ser precavido, ainda mais eles tendo apenas três anos e meio. Ela confiava neles, mas era sempre bom ser cautelosa.

Aquele seria como um dia qualquer se não fosse pela visita de seu pai. Sua irmãzinha queria muito vê-la e por isso Felicity os convidou para o almoço. Havia ficado todos aqueles dias sem ver Rosalie que era completamente compreensível que a menina ficasse com saudades e desejasse visitá-la, principalmente quando ela a visitava pelo menos uma vez na semana. A pequena ficava muito sozinha na mansão e esse era o motivo de sempre levá-la ao parque junto a seus filhos; e ela adorava, principalmente porque tinha com quem brincar; no caso, os próprios sobrinhos.

Toda vez que pensava em sua vida antes de conhecer Oliver, ela se sentia grata; grata por ter o conhecido, grata pelos filhos que ele havia dado a ela — e isso incluía as gêmeas —, grata por ter tido a chance de conhecer seu pai, grata por ter tido irmãos — e ela sempre teve um sonho de ter irmãos —, grata por tudo que conquistou mesmo em meio a dor; ela ainda ganhou uma madrasta incrível e sogros maravilhosos. Ela jamais se esquecia de agradecer por tudo que ganhou. De vez enquando pensava que seria ainda mais perfeito se tivesse sua mãe ao seu lado; falaria com ela como se sentia com tudo que estava vivendo, falaria com ela sobre os filhos, porque mesmo sendo mãe de gêmeas, ainda assim era mãe de primeira viagem, pediria conselhos e deitaria em seu colo apenas para sentir as mãos dela em seus cabelos enquanto ela a tranquilizava com aquele sorriso na qual ela via em Brooke de vez enquando.

Sentia falta de Donna. E provavelmente sentiria sua falta pelo resto da vida. Mas não havia mais dor. Apenas isso: saudade. Desejo de poder estar com ela, desejo de poder vê-la novamente, de tocá-la, abraçá-la, sentir os braços dela ao seu redor, sua risada e a forma como ela sempre gesticulava; ou como ela estava sendo sempre atrapalhada; sentia saudades até mesmo disso: das atrapalhadas de sua amada mãe. E era por sentir tanta falta dela que havia uma fotografia dela — sozinha — e uma dela com as crianças — incluindo os filhos de seus amigos — em sua sala.

Não sabia quantas vezes havia contado sobre ela aos trigêmeos, e aos seus sobrinhos e a sua irmãzinha. Eles eram curiosos, e adoravam uma história, e se fosse da avó que eles não conheceram, melhor ainda. E isso trazia felicidade ao coração de Felicity. Ela merecia ser lembrada, merecia que fosse citada aos netos, que eles soubessem o quanto ela amaria cada um deles — até mesmo os que não tinham seu sangue. Sua mãe mimaria cada um deles, e ela a deixaria louca com certeza, e ainda assim, se sentiria feliz por aquela loucura.

— Mamãe?

A loirinha voltou a si ao escutar a voz de ambas as filhas.

— Está tudo bem?

Ela sorriu.

— Sim, só estava pensando... na avó de vocês.

E as meninas compreenderam o motivo de a mãe estar tão aérea a pouco.

— Sente muitas saudades, não é? – April quem pergunta, apesar de saber a resposta.

— Todos os dias. Eu queria que ela... estivesse aqui. Acompanhando o crescimento dos trigêmeos, acompanhando o crescimento de vocês duas, me deixando louca com aquelas indecisões e atrapalhadas delas.

Ambas acompanharam a mãe na risada.

— Ajudando vocês a esconder um namoro ou outro.

— Nós não esconderíamos de você. – Amily diz.

— Ah, eu sei, meu amor. – Tocou seus cabelos. – A sua avó... era um tanto infantil. Como uma verdadeira criança mesmo. Mas acho que era mais para me fazer rir. – Diz em meio a lembranças. – Ela demorou a aceitar algumas escolhas minhas. Era sempre muito preocupada e uma cabeça de vento.

As gêmeas riram.

— Uma vez ela veio me visitar e disse que enviou uma mensagem. Mas ela havia apenas escrito ela. – Escutou as meninas rirem novamente. – E me enviou já na porta do meu apartamento. – Completou rindo. – Naquela época eu estava chateada com ela.

— Porque ela não contou sobre o vovô.

— Exatamente, Apple. – Suspirou. – Perdi tempo com brigas inúteis, e discussões, e mágoas... Por isso eu digo que se for escolher entre ficar magoado com alguém e o perdoar, escolha sempre a segunda opção para não se arrepender depois. – Sentiu uma vontade de chorar quando disse aquelas palavras, mas se negou a fazê-lo.

— Seria legal ter ela por perto.

— Eu deveria ter... insistido mais para que ela se mudasse. Para que ela ficasse perto de mim, mas... estava querendo protegê-la. Achei que ela longe estaria mais... – Se interrompeu propositalmente.

— A senhora nunca fala sobre o que houve. – Amily diz. – Nunca fala sobre quem a matou. Sobre aquele homem que te fez mal.

— É passado, querida.

— Mas ainda é uma lembrança dolorosa para você. – Retrucou, tendo o apoio da irmã.

— Não somos mais crianças, mamãe.

— Eu só... não gosto mesmo de falar sobre aquele homem.

As meninas trocaram um olhar e então a fitaram novamente, balançando a cabeça, decididas a deixar aquela história de lado por ora, principalmente porque via o quanto machucava a mãe delas; e isso era o que menos queriam.

— Por que não me falam sobre Killian e Lyon?

— O que tem para falar? – April pergunta de volta.

— Ora, eu sei que está acontecendo alguma coisa.

— Não está acontecendo nada. – Dizem juntas, corando dos pés à cabeça.

— Eu sou observadora, deveriam saber que percebi coisas antes mesmo de vocês duas começarem a perceber qualquer coisa. Em especial os sentimentos que sentem por eles. – Riu ao vê-las corar ainda mais. – Não quero envergonhá-las, apenas queria que se abrissem comigo sobre isso.

As meninas voltam a trocar um olhar.

— Nós nem sabemos o que é isso, exatamente.

— Temos quase quatorze anos, mamãe. – April completou após a irmã. – E é tão... estranho.

A mulher riu.

— É natural, é a primeira paixão de vocês. – Diz com um sorriso. – Vocês vão sentir borboletas no estômago, vão sentir ciúmes, vão querer estar perto deles o tempo todo... Vão se envergonhar quando ouvirem um elogio.

— Isso tudo já acontece.

E a mulher volta a rir ao escutar Amily.

— E já disseram a eles? – Olhou em seus olhos claros. – Garotos são muito... tapados... principalmente nessa idade. Eles não percebem nada a um palmo de distância.

— Lyon não sabia. Ele disse que não sabia.

— Claro, e por isso aconteceu toda aquela história com... a novata. Por falar nela, ela parou de implicar com você, certo?

— Até mudou de sala.

— O que foi muito bom, o ar ficou muito melhor. – April diz rindo, sendo acompanhada pela irmã e pela mãe. – Respirável. – Completou ainda rindo.

— E você... já disse ao Killian como se sente?

Uma nova troca de olhar entre as meninas, mas bem diferente do outro; parecia que elas escondiam algo dela.

— O que aconteceu? Conheço esse olhar.

Uma nova troca de olhar.

— Vamos, podem confiar em mim.

— Promete não contar ao papai? – April pediu.

— Prometo.

— Ele... me... – Encolheu o corpo, envergonhada. – Beijou.

— Uau! – Diz, surpresa.

— Bom, foi só um selinho, mas ainda assim...

— Por essa não esperava.

— Desculpa esconder, mamãe.

— Meu amor, eu entendo, está bem? Também escondia algumas coisas da minha mãe. E você só tem que me contar algo se sentir-se pronta e bem consigo mesma para isso. – Lhe sorriu. – Você gostou do beijo?

— Foi estranho... e foi bom..., mas me senti um pouco temerosa com o que poderia acontecer depois, se não seríamos mais os amigos de sempre.

— O que foi uma bobagem.

— Ele foi o mesmo comigo depois disso, então sim. – Concordou com a mãe.

— E você brigando comigo porque eu não conseguia dizer o que sentia por Lyon.

A mãe das meninas riu.

— É natural você ficar com medo de dizer o que sente e mais ainda você ter medo de mudar sua relação com o garoto que gosta. Se fosse com garotos que eu não conheço desde sempre, eu diria para serem cautelosas sempre, mas como é Lyon e Killian... Eles jamais magoariam vocês de propósito. Jamais se afastariam de vocês ou mudariam a forma de tratá-las por sentimentos que têm por eles. Principalmente quando eles também sentem o mesmo, o que é extremamente fofo.

— Mamãe. – Dizem juntas, corando, fazendo com que Felicity desse uma risada divertida.

— Desculpa. – Pediu ainda rindo.

— Se fosse o papai seria pior.

— Muito pior. – Amily concordou com a irmã. – Não gosto nem de imaginar.

— Ele não vai falar com Killian e Lyon, não é?

— Não, querida, ele me fez uma promessa, e ai dele se descumprir.

E as meninas suspiraram aliviadas.

**--** **--**

Felicity estava com Rosalie em seus braços a quase meia hora; a menina correu para si quando a viu e não quis largá-la mais. O único momento em que ela soltou a irmã mais velha foi quando Oliver apareceu na sala; ela o abraçou, ganhou um beijo no rosto e então voltou para o colo de sua irmãzona preferida. Ainda que os que estavam ao seu redor fossem apenas adultos — de verdade, porque nem mesmo as gêmeas ainda haviam descido, pois precisaram de subir para tomar um banho e ficar um pouco mais apresentável, já que deixaram a mãe ir primeiro enquanto ficavam de olho nas panelas —, a garotinha não se importava nenhum pouco. A TV estava ligada — ainda que o som estivesse um tanto baixinho demais —, então para ela não havia problema estar ali e não no jardim junto aos trigêmeos.

Os pequenos haviam cumprimentado os avós e a "tia" — não que eles a chamasse assim, claro — e correram de volta para o lugar preferido deles naquela casa. Eles não tinham intenção alguma de ficar como Rosalie, então quando ela se negou a ir com eles — por enquanto, pois ela havia feito uma promessa a sua irmã —, eles a deixaram ali com os adultos e seguiram para o jardim afim de brincarem; e com toda a certeza se sujarem; palavras da mãe dos três quando eles correram para longe dela. Mas a ausência deles não durou tanto quanto os pais deles imaginaram que durariam. Quando perceberam eles estavam de volta.

— Rose, vamos brincar. – Os trigêmeos pedem juntos.

— Eu estou bem aqui.

— Aqui é chato.

— Brooke. – A mãe a repreendeu enquanto os outros seguravam uma risada, incluindo o pai dela; a resposta da menina foi apenas um dar de ombros.

— Vamos logo. – Bryan tentou puxá-la.

— Filho, não pode obrigá-la a ir. – Oliver diz ao garotinho, que fez um bico.

— Podemos, sim, ela prometeu. – Bryden retrucou, passando a ser ele a tentar puxar a Merlyn do colo de sua mãe. – Você prometeu, vamos logo. – Continuou a tentar tirá-la de onde ela estava sentada.

— Eu não quero ir.

— Querida, você deveria ir. – A mãe diz, toda carinhosa.

— Nós temos uma casa na árvore. – Brooke diz, conseguindo a atenção da outra. – O papai fez pra gente.

— Na verdade, mandei fazer.

Malcom riu.

— Tem livros e bonecas...

— E carrinhos para jogar elas para o alto.

Oliver segurou uma risada.

— Não! – Brooke acabou gritando contra o irmão — Bryan. – Jogar não. Elas precisam de carinho.

— Eu não vou fazer carinho nas suas bonecas.

E a outra mostrou a língua para Bryden, que havia retrucado no lugar do irmão.

— Rose, eu preciso de apoio aqui.

E então ninguém conseguiu conter a risada.

— Por favor. – Apelou, levando ambas as mãos — juntinhas — rumo ao peito.

— Está bem. – Pulou do colo da irmã, vendo os trigêmeos vibrarem. – Eu quero conhecer a casa na árvore. Ela é grande?

— Ela é enorme. – Brooke diz, abrindo os bracinhos.

— Nem tanto, querida.

— Para ela, é enorme. Olha o tamanho dela. – Oliver retrucou às palavras da esposa, dando uma risada, ouvindo os sogros rirem junto a ele.

— Olá, irmãozinhos!

Todos fitaram a jovem entusiasmada na qual tinha um sorriso enorme no rosto; e as crianças deixaram um sorriso igual aparecer nos deles antes de correr para ela e o marido dela que estava ao lado dela.

— Você está atrasada, querida. – Rebecca diz.

— Como sempre.

Felicity revirou os olhos após escutar as palavras do marido.

— Pensei que você apareceria mais cedo que nós.

— Houve um... contratempo, papai.

— Sei. – Oliver quem murmurou. – Contratempo.

— Então, alguém me contou que vocês têm uma casa na árvore muito maneira. – Roy se pronunciou.

— É demais!

— O papai quem fez. – Brooke diz após os irmãos.

— Na verdade, fiquei sabendo que foram arquitetos.

Oliver fuzilou o cunhado com os olhos.

— Não que isso importe, claro.

— Claro. – O outro ironizou.

— Vamos lá ver, tio?

— Eu vou em um segundo. – Prometeu. – Até lá, porque não vão na frente? Tenho certeza de que aquele lugar deve estar uma bagunça.

— Culpa deles. – Apontou para os irmãos, fazendo os adultos ao redor rirem. – Eles derrubam minhas bonecas com aqueles carrinhos, e dizem "strike". – Contou, fazendo um biquinho após falar a palavra "strike" toda embaralhada.

— Qual é o problema de vocês com bonecas, hein? – Thea questiona, lhes fazendo cócegas; e escutando aquelas risadas gostosas.

— Ei, eu quero conhecer a casa da árvore.

— Ora, mas até pouco tempo nem queria sair do colo da irmã. – Oliver comentou com os sogros, que deram um sorriso.

— Ai, meu Deus, a cada dia você está mais fofa. – Apertou sua irmãzinha em seus braços, beijando suas bochechas.

— Está me amassando.

— Ah, mas quando a Felicity te amassa, você não reclama.

— Pode me amassar, não fica triste.

E todos sorriram diante daquela fofura; principalmente quando a menina abriu os braços para a irmã, que a abraçou — dessa vez de forma normal — e beijou seu rosto várias vezes, ouvindo-a rir.

— Vamos logo. – Brooke a puxou.

— Ei! – Thea gesticulou, vendo as crianças correrem para longe de si. – É tão injusto.

— Você a vê mais que eu, nem deveria reclamar.

— E nem por isso sou a irmã preferida.

— Thea, da última vez que você fez uma brincadeira com a Rose, ela chorou.

— Ela não está aqui, papai, relaxa.

— O que foi que você fez? – Felicity perguntou, curiosa.

— Sua irmã disse a Rose que estava triste com ela porque ela gostava só de você, cunhadinha. E a menina chorou horrores.

— Sério, vou ficar eternamente arrependida.

— Irmãzinha, deveria saber que crianças são sensíveis.

— Eu não achei que a faria chorar, poxa. – Retrucou ao irmão, se jogando ao lado dele em um sofá, vendo o marido sentar-se ao seu lado, ainda mais relaxado.

— Isso por acaso é o que eu acho que é?

Oliver revirou os olhos ao ver o cunhado pegar um dos cookies que se encontravam empilhados de forma perfeccionista — como sua esposa era, e suas garotinha mais velhas estavam indo para o mesmo caminho — dentro de um prato raso.

— É para as crianças.

— Elas nem se lembram de que trouxe para elas, e já devem ter comido um bocado.

— Pode ficar à vontade, Roy.

O outro sorriu ao ouvir a cunhada.

— Não diz isso, meu amor, ele vai ficar mais folgado do que já é.

Os outros riram enquanto o Harper apenas comia.

— E as gêmeas?

— Devem estar tão entretidas naquele maldito celular, que se esqueceram de descer.

Felicity revirou os olhos.

— Acostume-se, irmãozinho, elas são quase adolescentes.

— Está pedindo demais.

— Vou chamar por elas. – Ignorou a esposa completamente, sabendo que ela estava o provocando de propósito.

— Acho que já não é preciso. – Rebecca diz, apontando para as meninas que desciam o último degrau da escada.

Amily vestia-se com uma jardineira — estilo saia — jeans com uma camiseta cor-de-rosa de mangas curtas por cima; e nos pés uma rasteirinha; e April vestia-se com uma saia — cor-de-rosa — curta de cintura alta godê, uma blusinha branca com letras prateadas com glitter — escrito "simples é bom" — de mangas curtas; e nos pés, uma rasteirinha.

— Pensei que ficariam o resto do dia naquele quarto.

— Estávamos nos arrumando, papai.

— Sei. Estavam é conversando com aqueles dois. Coisa que vem acontecendo mais vezes durante a semana. O que é irritante.

— Oliver, fica quietinho, por favor. – A esposa pediu, vendo as gêmeas cumprimentarem os avós e os tios.

— Então, estão de namorico, já é?

— Harper, por acaso quer continuar na minha casa?

O outro apenas riu enquanto que as gêmeas sentavam-se na poltrona de dois lugares completamente envergonhadas.

— Meninas, eu vou dar um conselho...

— Nada de conselho! – Puxou a irmã de volta, fazendo-a voltar a sentar-se ao seu lado.

— Ah, deixa de ser chato. – Bufou. – É normal elas namorarem. É fofo. E elas precisam passar por essa fase.

— Minhas filhas não vão passar por fase alguma.

— Em algum momento haverá beijos. Isso se já não rolou.

— Calado, Harper.

Novamente o outro riu, mas dessa vez, com a esposa e os sogros em sua companhia; enquanto isso, as gêmeas ficavam cada vez mais envergonhadas.

— Eu deveria ter ficado lá em cima.

— Eu também. – April concordou com a irmã.

— Você tinha praticamente essa idade quando começou a namorar adoidado.

— Precisa dizer isso na frente das gêmeas, Thea?

— Como se elas não soubessem. – Felicity diz para si mesma, revirando os olhos; mas seu pai e sua madrasta acabaram rindo, por ter escutado.

— Eu também não gostei disso no início, Oliver, mas é a vida. Suas filhas em algum momento não serão mais apenas suas filhas. Elas serão namoradas de alguém, esposas, mães... – Malcom diz. – Eu passei por isso, Robert passou por isso e você também vai passar, assim como seus amigos.

— Elas têm treze anos e oito meses. – Retrucou. – Podem esperar até os trinta para pensar em...

Felicity começou a rir junto a irmã e o cunhado; mas a risada dela era mais alta.

— Ai, Deus, é muito inocente mesmo. – Thea foi a primeira a se pronunciar.

— Meu amor, desiste dessa ideia, que ela não vai colar. – Gesticulou. – Nossas filhas estão apaixonadas, isso é fato, e elas vão namorar em algum momento.

— Provavelmente em seis meses... ou menos. – Roy completou, recebendo um olhar nada amigável do cunhado.

— Elas vão passar por toda fase que um adolescente passa, e você não vai fazer ou falar nada, ou impedir que elas sejam adolescentes normais. Porque você foi. E como nossa irmã disse: namorou adoidado.

— E quer que nossas filhas namorem adoidado por aí?

— Nunca disse isso. – Retrucou, revirando os olhos mais uma vez naquele dia.

— Será que podem mudar de assunto? – Amily praticamente gritou, tão envergonhada que parecia um pimentão vermelho; e sua irmã estava igualmente a ela.

— Me desculpem, meus amores. – A mãe se desculpou.

— Namorar é uma delícia. Namorem à vontade.

— Thea! – Oliver e Felicity repreenderam a irmã; o primeiro por conta de seu comentário e a segunda por conta da vergonha que ela estava passando nas gêmeas.

— Eu vou voltar para o meu quarto.

— De jeito nenhum! Eu sei bem o que querem com isso. – O pai as impediu rapidamente, vendo-as se jogar de volta na poltrona de dois lugares, cruzando os braços. – Pelas próximas horas não terá celular, não terá webcam... e o telefone daqui de casa está temporariamente proibido para vocês.

Elas reviraram os olhos, apesar de desejarem reclamar ao verem ele tomar delas o celular que estavam em suas mãos.

— Que chatice.

— Thea. – O pai a repreendeu.

— Está exagerando.

— Elas podem ficar sem falar com Killian e Lyon pelas próximas horas. – Diz à esposa.

— É só o que vai conseguir mesmo.

O outro olhou de forma indignada para suas primogênitas, que haviam murmurado, mas ele e todos os outros haviam escutado.

— Podemos ir comer logo? – April pediu.

— Sim, querida, nós podemos. – E então fitou seu marido, vendo as meninas seguirem em direção a cozinha juntas. – Você poderia ser menos...

— Idiota?

— Thea. – Malcom volta a repreendê-la.

— Não, ela está certa, pai. Você não pode impedir nossas filhas de viverem a juventude delas só porque você tem medo de elas namorarem, porque tem medo de elas fazerem coisas que você fazia quando era mais novo. Não é justo.

— Eu vou chamar os pestinhas.

— Poderia não chamar meus filhos de pestinhas?

— Eu sou o tio preferido deles, e eles amam quando os chamo de pestinhas. – Retrucou à cunhada, ouvindo a esposa e os sogros rirem. – Ei, pestinhas, ora do rango!

— Eu vou ver se April e Amily estão bem.

— Obrigada, Rebecca. – Agradeceu à mulher que via como uma segunda mãe.

A mulher lhe sorriu antes de seguir em direção a cozinha.

— Você passou de todos os limites. – Diz, se levantando. – Você não tinha o direito de fazer o que fez.

— Mas o que...

— Você foi ignorante e insensível. – Deu as costas ao amado, mas não sem antes avisar: – Eu vou arrumar a mesa.

— Te ajudo, querida.

— Ela ficou realmente chateada. – Diz ao irmão após a saída da irmã e do pai. – E está com toda a razão.

O outro suspirou longamente.

— Olha, antes eu estava brincando, mas agora é sério, irmão. Você tem que parar de ficar controlando suas filhas, isso é ruim. Elas vão começar a fazer coisas e esconder de você, e a culpa vai ser só sua. Elas estão apaixonadas. E isso é lindo, Oliver. Deveria estar acompanhando isso mais de perto, mas não está, e a culpa é novamente sua. Elas nunca vão te contar se ganharem um beijo..., nunca vão contar quando começarem a namorar, quando decidirem que estão prontas para um próximo passo...

— Estou tentando protegê-las.

— Não, isso não é proteger, Oliver. Elas não são mais seus bebezinhos. Os trigêmeos são. Eles precisam de muitas coisas que as gêmeas já não precisam. – Gesticulou. – Não digo que não deve ter regras. Deve sim. Mas moderadas. Impedir ambas de falar com quem elas gostam, de ver eles, de sair com eles... é cruel.

Novamente um novo suspiro.

— Quem é que eu vou comer primeiro? – Roy aparece na sala, chamando a atenção da esposa e do cunhado enquanto escutavam os gritos dos pequenos.

— Você é uma verdadeira criança.

— Todos temos uma criança em nosso interior, cunhado. Mas há os que não usam. – Deu de ombros. – E na verdade, isso é triste.

E após aquelas palavras, ele seguiu em direção a cozinha.

— Não queria dizer, mas...

Oliver sabia o que viria a seguir.

— Eu acho que isso foi uma indireta do meu marido.

O outro se jogou contra o sofá.

— E você mereceu. – Completou, se levantando. – Agora, vamos, estou faminta.

— Quando é que não está?

— Quando estou comendo.

E ele riu, balançado a cabeça, adentrando a cozinha sentindo o "ar mais leve", diferente do que havia ficado na sala e por culpa dele próprio; e apenas por saber que a culpa era dele por ter deixado as gêmeas tristes e sua esposa chateada que suspirou antes de começar a andar até as pré-adolescentes, colocando os celulares em frente a elas, que o olharam um tanto surpresas; não imaginaram que ele voltaria atrás.

— Só esperem o almoço passar.

E Thea sorriu, piscando para as meninas ao passar por elas. 










Notas Finais

Oliver ciumento grau Um Milhão em ação.

Felicity ficou chateada, as filhas mais ainda, e tivemos um momento irmãos muito lindo aí. Thea dando lição de moral —ou seria apenas um conselho? —para Oliver. Ele precisava escutar isso, afinal, estava sendo bem "irracional".

Oliver vai ter que entender e aceitar que suas garotinhas estão crescendo e que elas estão apaixonadas. Querendo ou não, está acontecendo e ele tem de saber lidar bem com isso para não afastar April e Amily. Concordam?

Tudo bem que elas responderam a ele, e estavam erradas, mas em um momento de... nem sei como explicar, mas adolescentes tendem a fazer isso. Melhor explicação impossível.

Em alguns minutos estarei postando o próximo capítulo.

Nos vemos em breve.










Продовжити читання

Вам також сподобається

1.1M 53.5K 73
"Anjos como você não podem ir para o inferno comigo." Toda confusão começa quando Alice Ferreira, filha do primeiro casamento de Abel Ferreira, vem m...
1.2M 69K 85
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
12.1K 1K 11
Depois de conquistar Sants pelo Instagram e ganhar uma música sobre si, Monique segue com o rapper para Puerto Rico em uma viagem de 10 dias. Tudo se...
5.1K 273 6
Será uma sequência de contos eróticos com o gênero Dark Romance. Cada conto terá um tema diferente podendo ou não ter continuação. Personagens e gat...