Carpe Diem

De GabbySaky

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Felicity e Oliver estavam finalmente vivendo aquele amor tranquilo no qual sempre sonharam. Finalmente estava... Mai multe

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta

Capítulo Seis

81 7 11
De GabbySaky


Notas Iniciais

Capítulo novo como prometido.

Quase me esqueci, mas é a vida, né?

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Eu ando com a cabeça nas nuvens, gente, me dêem um descontinho.

Bom, vamos ao que realmente importa: o capítulo











20 de Março


— Amy, me ajuda!

A garotinha entrou no quarto, com apenas um pé calçado enquanto que a mão direita segurava o outro pé do tênis que a pequena calçava. Ela estava com um bico extremamente fofo nos lábios, mostrando o quão emburrada estava e havia entrado batendo o pé no chão, com força. Amily, que estava em cima de sua cama, com um livro em mãos, suspirou, fechando os olhos, o que fez com que ela não visse o quão fofa a irmãzinha estava naquele momento, completamente irritada. Não era culpa de Brooke, ela estava apenas muito irritada, para ter paciência em ajudar a irmãzinha.

— Cadê a mamãe quando precisamos dela? – A pré-adolescente, diz em sussurro.

— Não consigo amarrar... – Fez cara de choro.

Amy se arrependeu rapidamente ao ver a carinha da irmã, e se recriminou por ter sido tão idiota com a garotinha. Não gostava de ser injusta e naquele momento estava sendo, afinal, a pequena não era culpada por estar com tanta raiva.

Não é culpa da minha irmã, não é culpa da minha irmã, repetiu para si mesma, enquanto a via ficar cabisbaixa.

Com certeza não conseguiria se esquecer daquele dia nunca mais. Como pode ser tão insensível? Era só uma criança, e mais que isso, era sua irmãzinha. Quando menor, pediu tanto por uma, agora tinha três e estava quase maltratando um deles. Nunca havia feito algo semelhante antes, sempre havia sido extremamente carinhosa e paciente com os trigêmeos, principalmente por serem tão pequenos e precisarem de atenção constante, mas aquele não estava sendo o melhor dos dias, e como não havia se passado muito tempo desde que foi liberada da escola, ainda sentia o sangue ferver por conta da novata metida, encrenqueira e completamente falsa.

Suspirou longamente, se concentrando apenas na criança a sua frente.

— Também não precisa chorar, Brooke. – Se levantou da cama.

— Desculpa.

— Tudo bem, não é trabalho nenhum para mim. – Lhe sorriu. – Olha, a partir de hoje, você vai aprender a amarrar o tênis. Preste bastante atenção, irmãzinha. – Se abaixou, pegando nos cadarços brancos. – Primeiro, o coelho cruza o riacho, depois passa debaixo do tronco, dá uma volta na árvore, passa pelo buraco e... – Apertou ambas as orelhinhas. – Voilà!

— Orelhinhas do coelho! — Diz sorrindo de forma animada.

— Consegue fazer no outro?

— Sem problemas.

Amy riu da forma que a irmã de três anos e meio lhe respondeu enquanto a via se sentar no chão para poder calçar o outro pé do tênis. Ela ainda se impressionava com o quanto seus irmãozinhos de apenas três aninhos eram inteligentes, e muito, muito espertos; bastavam observar uma única vez, para que fizessem ou falassem da forma como viram ou ouviram; era por essas e outras que tanto ela e a irmã, quanto seus pais, tios e primos tomavam cuidado quando os trigêmeos estavam por perto, ou mesmo os outros pequeninos que eram tão inteligentes quanto seus irmãozinhos.

Seu pai concordava quando ela e a irmã gêmea diziam que os pequenos haviam pego toda a inteligência da mãe, e era impossível retrucar ou discordar, afinal, a mãe dos baixinhos era ninguém menos que Felicity Megan Smoak-Queen.

— Primeiro, cruza o riacho... – Começa, com sua voz infantil extremamente fofa. – Depois passa debaixo do tronco..., dá uma volta na árvore... – Ela fazia mais devagar que a irmã, mas não menos igual; apesar das orelhinhas estarem uma maior que a outra. – Passa pelo buraco e...

Amy riu ao perceber que ela deu a mesma pausa que ela deu quando o fez no outro pé.

— Voilá! – A palavra saiu toda embaralhada, o que fez com que a mais velha risse novamente. – Perfeito!

— Sim, ficou perfeito. – Apesar das orelhinhas estarem diferentes uma da outra, pensou enquanto observava a pequena se levantar, sorridente e orgulhosa de si mesma.

— Vou mostrar para os meus irmãos.

— Aproveita e ensina para eles.

Ela não sabia se a irmãzinha havia lhe escutado, até porque ela já havia corrido para fora do quarto gritando por Bryan e Bryden, mas saberia a resposta nos próximos minutos. Se eles aparecessem quer dizer que a resposta era não.

Amy não se importava em ajudar os irmãos ou fazer tudo que eles pediam, mas naquele dia ela estava irritada com algo que havia acontecido na escola e não estava bem para ser uma boa companhia. Mas quem poderia imaginar que sua irmãzinha a faria se esquecer momentaneamente do problema ao invés de lhe deixar mais irritada? Se bem que não deveria estar tão surpresa, afinal, ela e os outros dois eram tão fofos, que era impossível se zangar com eles. Ela e April odiavam vê-los chorar, se machucar — o que não era nada raro de se ver, já que eles viviam correndo para cima e para baixo, no jardim daquela casa —, vê-los tristes...

O que fazia com que eles fossem extremamente mimados.

Mas não menos educados.

Eles podiam retrucar quando algo não estava de seu agrado, mas sabiam quando um "não" era irreversível, mesmo com suas fofuras, e por isso se amuavam, mas não desobedeciam. Para as gêmeas, isso era extremamente fofo, porque elas já haviam conhecido crianças que eram o terror de qualquer pai, e apesar de seus irmãos serem muito elétricos, eles nunca haviam submetido a elas ou aos pais, ou aos avós e tios, uma vergonha em público.

Sua irmã entrou em seu quarto, dispersando seus pensamentos.

— Você ainda está irritada? – Perguntou de vagar, temendo irritar ainda mais a irmã; sabia que o quanto ela tinha pavio curto, assim como ela mesma.

— Adivinha?

— Se você dissesse a ele o que sente, não estaria tão irritada agora.

— Eu não vou dizer nada. – Pulou de volta na cama, se deitando antes de pegar o livro que estava lendo antes.

— Está sendo covarde. – Os olhos ameaçadores de sua irmã caíram sobre si. – Como é que ele vai saber o que você sente, se não diz? Como a mamãe diz, os garotos são todos uns tapados quando o assunto é sentimentos de garotas. – Diz gesticulando, como a mãe faz; essa era uma mania que ambas haviam pego de Felicity. – Tem que dizer ao Lyon! – Se jogou na cama.

— Ele já tem uma garota por quem é apaixonado.

— Ele com certeza não é apaixonado por aquela garota. – Balançou a cabeça enquanto se jogava na cama da irmã. – Nem em mil anos isso poderia acontecer.

— Como você sabe?

— O melhor amigo dele é o Killian, e ele me contou. – Deu de ombros.

— Vocês dois estão em um grude ultimamente.

E novamente a irmã deu de ombros.

— Desde quando esconde coisas de mim?

— Eu não escondo, eu só... – Se colocou de barriga para baixo, sem deixar de olhar para a irmã. – Ainda não sei o que está acontecendo.

Amy se sentou rapidamente.

— Conta isso direito.

— Ele me beijou, mas não falamos sobre isso.

— Quando foi isso? – Praticamente gritou.

— Não grita, o papai está em casa. – Sussurrou. – E foi a dois dias.

— E você diz que não me esconde nada.

— Eu ia contar, eu juro! – A outra cruzou as pernas e os braços.

— Vocês deviam conversar.

— Nós temos treze anos e meio, ainda somos muito criança para pensar em namoro. – Se sentou como a irmã, ficando de frente para ela. – E nós ainda somos amigos, então...

— Não tem medo de estragar tudo?

— Então é esse o seu medo? – Amy desviou os olhos e então completou. – Nós crescemos todos juntos, somos praticamente uma só família, não devia ter medo de afastar Lyon. Ele nunca seria capaz disso.

— Você acha?

A irmã sorriu.

— É claro. Deveria dizer a ele o que sente e afastar aquela maldita garota de perto dele.

— Também não gosta dela, não é?

— Urg. – Levou o dedo indicador até a boca, e ambas riram. – Ela é um nojo.

— Concordo. – Suspirou. – Acha mesmo que devo falar o que sinto para o Lyon?

— Acha que devo conversar sobre o beijo com Killian?

Ao mesmo tempo, elas torcem a boca.

— É nessas horas que precisávamos da mamãe.

— Ela ia surtar ao saber sobre o beijo.

E April estremeceu.

— Ia ser pior com o papai.

E a irmã concordou.

— Okay, então eu falo com Killian se você falar com Lyon.

— Chantagista.

April riu, mas insistiu.

— Combinado? – Estendeu a mão.

— Combinado. – Responde depois de um longo suspiro, apertando a mão da irmã.

**--** **--**

Oliver tomou os lábios levemente avermelhados, enroscando uma das mãos nos cabelos longos e loiros, aprofundando o beijo, e Felicity correspondeu, levando os braços até o pescoço dele, passando antes pelos braços fortes, tocando com a pontas dos dedos, enroscando uma das mãos nos cabeços loiros. O loiro aperta o corpo pequeno mais de encontro a seu peito, colocando mais urgência ao beijo, sentando-a na bancada atrás dela, se colocando entre as coxas grossas, apertando a cintura com uma das mãos, mordendo o lábio e puxando-o entre seus dentes, antes de beijá-la novamente, ainda mais urgente que antes, sentindo a língua dela contra a sua, a mão direita puxando os fios de seus cabelos, ouvindo os gemidos baixinhos que ela dava vez ou outra. Ele então deixou os lábios carnudos para explorar o pescoço exposto, descendo até o colo, fazendo-a gemer baixinho — mais uma vez — quando mordiscou o bico do seio ainda por cima do tecido do vestido de tecido leve que ela vestia naquela tarde ao mesmo tempo em que as unhas dela eram cravadas em suas costas largas. E então sentiu seu membro pulsou dentro da boxer branca que vestia ao ouvir seu gemido pouco mais alto, quando sua língua começou a explorar com mais urgência o seio que não havia sido tocado. E ainda que estivesse delicioso, Felicity puxou os cabelos do marido de forma que o fizesse soltar seu seio e então o beijou, calma, sentindo a língua dele batalhar contra a sua de forma deliciosa.

Mas então ambos se afastam completamente ao ouvirem umas risadinhas. Não precisavam se virar para descobrir quem estava atrás deles, mas ainda assim o fizeram, encontrando imediatamente os trigêmeos, lado a lado — sendo que Brooke estava no meio dos irmãos — com um sorriso lindo — no qual Oliver achava muito parecido com o de sua garota — nos lábios e uma carinha de que estavam aprontando a pouco.

— Faz de novo.

E o casal não pode deixar de rir ao ouvir o pedido da garotinha deles.

— O que é que vocês estavam aprontando, hein? – Felicity perguntou, com um sorriso nos lábios, apesar de ter sido flagrada pelos pequenos.

— Nada. – Respondem juntos.

E nenhum dos pais acreditaram.

— Então eu posso averigar? – Oliver perguntou. – Posso passar no quarto, na sala, no jardim e no quarto de brinquedos?

— Papai, podemos fazer um acordo antes?

E o casal não pode deixar de rir ao ouvir Bryan.

— O que foi que fizeram?

As três crianças olharam uma para a outra, fizeram um som com a garganta e então fitaram os pais novamente, encolhendo o corpinho.

— Sabe o giz que o papai deu? – Bryden começou.

E o casal trocou um olhar.

— A gente pensou que saía com água, papai, juro. – Brooke começa a explicar antes de contar o que havia feito.

— Onde vocês rabiscaram?

E então eles voltam a se encolher, e Oliver começa a caminhar em direção a sala, encontrando tudo limpo, mas ao chegar no quarto de brinquedos, encontrou cada uma das paredes rabiscadas com todo tipo de cor. Havia um sol enorme em uma delas, nuvens — que davam para ver não só por eles desenharem bem para uma criança de três anos, mas também porque a cor das paredes era em um tom bege clarinho — um arco-íris enorme, algo parecido com um jardim, já que havia uma grama verde, uma árvore e um balanço — pelo menos era o que parecia, apesar de estar bem difícil de identificar — além de sete bonequinhos, que ele tinha certeza de que era a família deles. E por mais que estivesse fofo, quase surtou por ver as paredes rabiscadas com giz de cera e Felicity sentia-se da mesma forma.

— Estamos de castigo? – Bryan perguntou.

E o pai suspirou longamente antes de se virar para os três.

— O que dissemos sobre rabiscar as paredes?

Os três abaixaram os olhares.

— Agora teremos que pintar de novo.

— E vai demorar alguns dias para vocês poderem brincar aqui dentro de novo. – Completou após o marido.

— Desculpa. – Pedem juntos.

— Só não façam novamente, está bem? – Oliver pediu.

E então os pequenos balançaram a cabeça.

— Bom, eu vou ligar para alguém vir dar um jeito nisso aqui... – Diz após um suspiro. – Enquanto isso, porque não vão com a mamãe para a cozinha? Ela fez biscoitos de chocolate.

— Eba!

E então correram para fora do cômodo, mas antes que o casal pudesse seguir os pequenos ou ao menos aproximar um do outro, eles voltam, parando no batente da porta, sendo que Brooke estava mais à frente dos irmãos.

— A gente tá desculpado, né? – Perguntam ao mesmo tempo, fazendo os pais sorrirem, em especial por conta da fofura que foi, ver aquela cena acontecer.

— Estão. – Respondem juntos, vendo os filhos sorrirem e então correrem em direção a cozinha, gritando que queriam leite com achocolatado quase ao mesmo tempo em que eles fitavam um ao outro.

— Eu disse que isso poderia acontecer.

— Vai jogar na minha cara?

E a mulher riu.

— Bom, pelo menos eles não pintaram o piso.

E novamente ela riu.

— Na próxima vou comprar o de a prova d'água.

— Se tivesse feito isso quando deu esses aí... – Apontou para os gizes que estavam no chão. – Isso, não teria acontecido.

— Você às vezes é cruel com seu marido.

— Bom, eu estou sendo sincera, meu amor... – O abraçou pelos ombros. – Você, teve gêmeas antes de me conhecer, e ainda assim, cometeu esse erro básico.

— Ah, então quer dizer que se fosse você, tudo bem.

— Sim. – Sorriu inclinando a cabeça. – E ninguém poderia dizer nada sobre meu momento de bobeira, porque eu sou mãe de primeira viagem. Apesar de ter duas filhas de quase quatorze anos.

— Pelo jeito eu vou ser crucificado por isso.

E Felicity riu.

— Não seja sensível. – O viu revirar os olhos e então o beijou rapidamente nos lábios. – Eu prometo que não vou contar a ninguém sobre o que fez.

— Eu agradeço.

E ela riu antes de beijá-lo novamente, sentindo a língua do marido pedir passagem para seus lábios, tocando sua língua com suavidade, diferente de a pouco.

— Mamãe!

A loira se afastou.

— Acho que é a minha deixa.

— Queremos biscoito, queremos biscoito, queremos biscoito.

E o casal riu ouvindo os pequenos cantarolando enquanto batiam as mãos na mesa, e então Oliver pegou na mão da esposa e seguiu com ela em direção a cozinha, ainda que pegasse o celular no meio do caminho para poder ligar para o decorador que havia feito o trabalho naquela casa antes de se mudarem.

**--**

April e Amily estavam sozinhas em casa naquele dia. Seus pais haviam levado os irmãos para a consulta com a pediatra, como faziam a cada dois meses, e elas haviam ficado em casa estudando para a prova que teriam no dia seguinte. Tanto Felicity quanto Oliver não gostavam que elas não tivessem a companhia de um adulto em casa, mas naquele dia ninguém poderia ficar com elas e por isso eles não tiveram escolha a não ser deixá-las sozinhas; não sem antes de ditar as regras: não abrir a porta para ninguém, deixar as janelas, as portas das sacadas e do jardim trancadas, e claro, ligar caso algo aconteça; elas já sabiam de cada uma dessas regras de cor, mas Oliver não deixava de dizê-las todas as vezes em que tinha que deixá-las sozinhas — o que era raro de acontecer.

Felicity, sabendo que poderia demorar mais do que era previsto, havia deixado a refeição de ambas já pronta, era só esquentar. Mesmo que já tivessem idade de preparar a comida do dia, a loira não gostava que elas mexessem com o fogão e muito menos com o gás, quando não estivesse por perto, mas naquele dia seria uma exceção; e a Smoak-Queen tinha que admitir que se preocupava, e que por esse motivo havia dito tantas vezes antes de sair, para que tomassem cuidado; era perigoso para um adulto, imagina para uma criança, ou como elas gostavam de ser chamadas: pré-adolescentes.

Depois de almoçarem enquanto assistiam TV, elas continuaram sentadas na sala, terminando de assistir os episódios da primeira temporada de "O Club das Winx" que havia entrado na Netflix a pouco, quando de repente escutaram a campainha tocar.

As garotas não puderam deixar de trocar um olhar, afinal, não podiam abrir a porta e sabiam que não podiam ser nenhum de seus tios; Helena estava em sua cafeteria, Caitlin estava trabalhando no hospital, Laurel estava em uma reunião com um cliente, enquanto que seus maridos estavam cuidando dos filhos menores em casa.

— Eu vou olhar no olho mágico. – April diz, se levantando e caminhando em direção a porta e sua irmã a seguiu, mais atrás.

— E então?

— Não tem ninguém. – Olhou para a irmã que estava tão confusa quanto ela. – Isso é estranho.

— Talvez tenham tocado a campainha errada. – Deu de ombros.

— Pode ser. – Concordou, fitando-a. – Mas agora eu fiquei curiosa.

Amily a conhecia melhor que qualquer um e por isso desconfiou logo de cara.

— Você não vai abrir, vai, irmã?

— Pode ser que seja a entrega que a mamãe estava esperando. – Se justificou.

— O papai vai ficar muito irritado.

Por um momento elas ficaram ali, em frente a porta, pensativas, se perguntando se abriam ou não a porta. Elas eram curiosas, precisavam admitir, e o fato de não terem visto ninguém pelo olho mágico as atiçou ainda mais.

— Vai ser rápido, irmã.

— Apple, eu não sei, não. – Diz de forma nervosa.

De repente elas ouviram o som de um carro, e em seguida a voz de seus irmãozinhos; mesmo a quilômetros de distância, se podiam ouvir a voz dos três; como seus pais viviam dizendo, eles faziam muito barulho. E foi apenas por saberem que eram seus pais, que Amily se sentiu segura em deixar a irmã abrir a porta, encontrando no mesmo instante, uma caixa sobre o chão, interrompendo sua passagem.

— Eu disse que era uma encomenda. – Olhou para a irmã sorrindo.

— Podia não ser. – Murmurou.

— Por que não podemos visitar os gêmeos do tio Tommy?

— Eu já expliquei, Bryden, eles estão com febre, não vão poder brincar.

— Que injusto. – Brooke reclama.

— Vai ser só um pouquinho, papai.

— Bryan, o papai disse não. – Felicity diz, com seriedade. – E quando ele diz não, é não.

As três crianças fizeram um bico e cruzaram os braços, nada felizes com aquela resposta, mas tentando se conformar já que seus pais não mudariam de ideia.

— Vocês os verão depois de amanhã, no Lifetime. – Oliver diz, caminhando em direção da porta, vendo suas filhas puxarem uma caixa. – O que é isso?

— A encomenda da mamãe.

— Já? Eu achei que demoraria mais uns dois ou três dias. – Franziu o cenho antes de sorrir. – Bom, não importa realmente, o bom é que chegou.

— E o que é essa encomenda?

— É um kit de creme e óleo corporal. – Deu de ombros após responder ao marido.

— Pensei que comprasse esse tipo de coisa no shopping.

— Eu gostei desse kit que encontrei na revista. – Retrucou, fazendo-o jogar as mãos para o alto, em rendição.

— Podemos abrir, mãe?

— Claro, Amy. – Sorriu, vendo ambas pegarem a caixa média para a sala.

— Podemos tomar sorvete?

— O que combinamos hoje? – A mãe retrucou, cruzando os braços ao escutar Bryan.

— Nada de doce. – Murmuraram juntos.

— Depois de manhã vocês vão se esbaldar na cafeteria da tia Lena, então sem doce por hoje.

— Por que não vão brincar no jardim? Tenho certeza de que a Shasta está com saudades de vocês.

O pai dos trigêmeos dá a ideia sabendo que eles esqueceriam, pelo menos por um momento, sobre o sorvete, e não demora nem mesmo dois segundos para tanto ele quanto a esposa ver Bryan, Bryden e Brooke correrem para o jardim. Oliver os seguiu, sabendo que precisaria abrir a porta, e assim que o fez, Shasta, que estava perto dela, pulou em sua garotinha, que caiu sentada no chão.

— Shasta! – O Queen repreendeu a cadela, preocupado com a filha.

— Ela estava com saudades. – Diz sorrindo, abraçando a cadela enquanto a mesma a lambia.

— Vem, Shasta. – Bryan chamou, já do outro lado da porta, junto do irmão, e cadela deixou Brooke para correr atrás dos outros dois, sendo seguidos pela pequena.

— Ei, tomem cuidado. – Não pode deixar de gritar, antes de seguir para a sala, encontrando sua mulher e suas filhas mais velhas sentadas no chão, assistindo a algo que ele ainda não conseguiu definir, enquanto que as pequenas tinham nas mãos, as coisas que a mãe havia comprado. – O que é isso? – Sentou-se no sofá, de uma forma que pudesse colocar a esposa entre suas pernas, abraçando-a pelos ombros.

— O filme, você quer dizer, querido?

— Mamãe, é um desenho. – April a corrigiu.

— Se chama O Club das Winx. E é muito legal. – A irmã completou.

— Isso ainda existe?

As meninas riram.

— Me lembro de vocês me fazerem assistir isso todos os dias de manhã quando eram menores. – Comentou, olhando para a TV.

— Que cheiroso esse.

— Eu gostei mais desse aqui. – April diz, depois da irmã, passando pelas partes do corpo que não estavam tampadas pela blusa de alça e o short jeans curto um creme com cheiro de lavanda, enquanto que Amily fazia o mesmo, mas com o de cerejeira.

— Tem shampoo também, e condicionador.

— Você não disse que era apenas para o corpo?

— Bom, eu me esqueci desse outro detalhe. – Deu de ombros, completamente concentrada no que passava na TV.

O marido riu, balançando a cabeça; já deveria saber que ela não compraria apenas os cremes para o corpo, afinal, ela havia reclamado a alguns dias do fato do shampoo e o condicionador dela estar acabando.

— Vocês terminaram de estudar?

— É claro, papai.

— Nós vamos arrasar na prova de amanhã. – Amily completou, sorrindo abertamente.

— Se estivesse na pele de vocês, eu estaria surtando.

Felicity gargalhou e então ele a olhou, com o cenho franzido.

— Eu posso imaginar o porquê, né?

— Você não estava assistindo a essa série?

— E também estou ouvindo vocês. – Finalmente o olhou nos olhos. – Multitarefas, se lembra?

— Mulheres. – Murmurou, se encostando no encosto do sofá.

— Eu ouvi.

E ele segurou uma risada — não se importando realmente com o fato de ela ter lhe escutado — enquanto as garotinhas estavam mais interessadas no kit da mãe.

**--** **--**

Foi muito de repente quando Oliver percebeu que uma das pré-adolescentes estava ofegante, e se viu completamente surpreso quando sua esposa apareceu com a outra, tão ofegante e cheia de manchas pelo corpo quanto. A primeira coisa que fez foi correr em direção ao jardim enquanto Felicity levava as gêmeas para o carro, pegando os trigêmeos de forma apressada e dirigindo como um louco em direção a casa que ficava mais perto da dele — a de Barry e Laurel. Resumiu para ambos após chegar e então praticamente voou em direção ao hospital, percebendo que as meninas estavam piorando. Elas já quase não conseguiam respirar, coçavam o corpo inteiro, reclamavam chorosas, assustadas, e não era para menos, estava assustador. Ele mesmo havia se assustado — não mais que a esposa — ao perceber o que estava acontecendo. Ele tentou entender o porquê de estar acontecendo aquela reação nas filhas, tentava dar um motivo, mas não conseguia, apesar de ter pego todos os cremes que estavam ainda dentro da caixa na sala.

Era a mesma marca de sempre, foi o que ele disse a esposa, mas ainda assim levou tudo que havia dentro da caixa, afinal as meninas haviam passado no corpo quase tudo que havia ali dentro. Ainda assim, não conseguia entender o porquê de dar aquela reação, principalmente quando nunca havia acontecido antes. E isso era o que preocupava tanto a Oliver quanto a Felicity, que estava no banco de trás com as filhas, tentando acalmá-las, por mais que estivesse muito nervosa.

Havia passado por algo semelhante apenas uma vez. Algo tão assustador, que a fez temer pela vida de uma de suas garotinhas — que não eram assim mais tão pequenas. Quando Amily havia tido uma dor insuportável no meio da noite e que o resultado do exame havia constatado ser uma úlcera. Ela se lembrava como se tivesse acontecido a poucos dias. E novamente, ali estava ela, apavorada, por perceber que ambas as filhas — que ela amava tanto — mal conseguiam respirar. Era apavorante, e mais ainda por não poder mostrar a preocupação que estava sentindo, o pavor, para que as meninas não ficassem ainda pior.

Oliver girou o volante de uma vez, fazendo o carro derrapar e parar na porta do hospital. Desceu rapidamente, pedindo por ajuda quando percebeu que havia um médico a poucos passos dele, vendo-o correr de volta para dentro enquanto abria a porta e ajudava a esposa com as filhas. Ambas estavam quase desmaiando nos braços de seus pais, respirando cada vez pior.

Não houve perguntas, não houve questionamentos, os médicos apenas ajudaram as pré-adolescentes deitarem cada uma em uma maca e então as levaram com os pais em seu encalço, explicando o que havia acontecido.

E era por esse motivo que ambos estavam sentados na poltrona, cada um de cada lado de uma cama hospitalar, onde as garotinhas estavam completamente adormecidas. Eles não sabiam quanto tempo havia se passado, mas cada minuto parecia horas, e piorava por ainda não terem — em mãos — o resultado dos exames, apesar de saberem que ambas estavam fora de perigo.

— Havia algo naqueles cremes. – Murmurou de repente. – Eu sempre compro a mesma marca, as meninas sempre usaram... O que mudou foi um ou outro cheiro.

Seus olhos se encontraram.

— Eu não devia ter pedido pela internet.

— Meu amor, não é sua culpa.

Ela sentiu a garganta fechar e a vontade de chorar voltar com ainda mais peso.

— Não consigo deixar de me culpar um pouquinho.

— Bobagem! Como poderia saber que isso aconteceria? – Se levantou e caminhou até onde a esposa estava, lhe beijando o rosto após abraçá-la por trás, ainda que ela estivesse sentada. – Não fique pensando em bobagens.

— Eu já passei por isso uma vez. Duas é demais!

E ele compreendia esse sentimento e concordava totalmente, mas antes que pudesse dizer algo que a tranquilizasse, duas médicas que ele conhecia muito bem — pois ambas haviam feito o parto complicado de sua amada — abrem a porta e adentram o quarto, com uma expressão preocupada no rosto.

— Como vocês estão?

— Preocupados. – Respondem ao mesmo tempo.

— Mas, me parece que vocês estão ainda mais.

— As meninas estão bem, senhor Queen. – Meredith diz, trocando um olhar com Lilian antes de voltar a se pronunciar. – Mas, houve uma alteração nos exames delas. O mesmo resultado, a mesma substância. Demoramos mais porque queríamos descobrir o que era.

— Eu sabia! – Se levantou, sentindo seu peito apertar. – Era o creme.

— Sim, era sim. – Lilian quem respondeu. – Colocaram um óleo de uma planta que tem o nome do tamanho da semana.

— Digitalis Pururea.

— Já ouvi falar. É uma das plantas mais perigosas. – Felicity diz, olhando para as filhas. – Mas elas não tiveram diarreia.

— Mas tiveram náuseas, falta de ar, dor de cabeça, coceira, fraqueza, desmaios...

— Por isso elas ficarão aqui por mais algumas horas em observação. – Completou após Lilian.

— Mas irão ser liberadas ainda hoje? – Oliver perguntou.

— Sim. Caso elas tenham algum sintoma nos próximos dias, corram com ambas de volta para cá. Mesmo que apareça em apenas uma delas, tragam as duas.

— Então não é melhor as deixarem por pelo menos dois dias aqui?

— Não é necessário, senhora Queen, já que refizemos os exames delas duas vezes desde que elas chegaram, mas se preferirem...

O casal trocou um olhar.

— Confiamos em vocês. – Oliver diz, firme, ainda que percebesse o desconforto de sua esposa pela decisão de levar as meninas para casa.

— Então, faremos o exame novamente em meia hora.

E ambos balançaram a cabeça, vendo as mulheres se despedirem e então seguirem para fora do cômodo.

— Eu vou ligar para nossos amigos. – Beijou os lábios da esposa e então saiu do quarto, prometendo que voltava logo, ainda muito preocupado, ainda que as médicas — nas quais ele confiava muito — tivessem dito que as gêmeas estavam bem. 













Notas Finais

Um pouquinho de fofura.

Um pouquinho — mas bem pouquinho — de drama adolescente — ou quase isso.

Um pouquinho de diversão.

Um pouquinho de tudo com essa família linda.

E um pouquinho de suspense.

Tá aí o começo do que vem por aí para essa família.

Estão sabendo que tem alguém querendo infernizar essa família, não é?

Pois é!

E se faz isso, começando com um toque de maldade e crueldade, tocando onde mais dói. 

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