A Ordem / Fragmentos da Etern...

By Icarosmk

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Algum tempo após o enfrentamento com membros da Ordem, os jovens agora tinham a ideia de procurar outros dete... More

01 - NOAH 風
02 - THIAGO 力
03 - ÍRIS 火
04 - ETHAN 雷
05 - KATE 土
06 - LAURA 木
07 - NOAH 風
08 - MATTEO 夢
09 - KATE 土
10 - ETHAN 雷
11 - LAURA 木
12 - MATTEO 夢
13 - ÍRIS 火
14 - ÍRIS 火
15 - ETHAN 雷
16 - KATE 土
17 - LAURA 木
18 - NOAH 風
19 - KATE 土
20 - MATTEO 夢
21 - ETHAN 雷
22 - THIAGO 力
23 - LAURA 木
24 - ÍRIS 火
26 - NOAH 風
27 - KATE 土
28 - ÍRIS 火
29 - THIAGO 力
30 - Noah 風
31 - LAURA 木
32 - MATTEO 夢
33 - ETHAN 雷
34 - LAURA 木
35 - MARCUS 水

25 - THIAGO 力

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By Icarosmk

Seguíamos diretamente para o covil da serpente e em momento nenhum alguém comentava a respeito disso.

Por um lado, era aterrador a sensação de perigo que parecia emanar dali, por outro, o quão belo era toda a construção interna do lugar chegava a espantar, não parecia que íamos pra algum lugar inóspito ou perigoso, tava mais pra uma recepção agradável, claro que essa sensação visual não conseguia apagar a tensão que sentia ao meu redor, e provavelmente os outros também sentiam, só preferiam não comentar.

Não ter vivido uma parte de tudo que eles já haviam visto e sentido me fazia pensar que eu sequer deveria estar ali, de que valeria minha ajuda se eu não conseguia entender a situação real? Será que eu seria útil na hora do perigo real?

O hotel na frente era composto por grandes entradas que ainda estavam cheias de gente, mas nós fomos direcionados a uma passagem pelos lados, pela área do estacionamento, quem quer que fosse a nossa acompanhante, garantia que só por estarmos perto dela os guardas sequer se importavam com nossa clara invasão.

Descemos algumas escadas e passamos por um pátio com alguns dos carros mais caros que já tinha visto, e fiquei com inveja, não vou mentir.

Eu não podia deixar de notar o quão surreal era tudo aquilo aos meus olhos, não exatamente o fato de estarmos em um lugar tão luxuoso que provavelmente o meu trabalho e a renda familiar da Laura juntos não deveriam bater nem na metade do luxo dali, não era isso. Era pensar em nós mesmos, era imaginar que tudo aquilo estava interligado com nossos poderes, agora com nossas vidas. Era pensar em como Ethan poderia estar diante de toda essa situação, o quão, ínfima, poderia ser a vida dele diante das mãos de quem tinha poder pra comandar todo aquele lugar.

Era um temor pela vida que eu nunca tinha sentido antes.

– Por aqui, por favor.

A moça, que sequer havia se apresentado devidamente, apontou na direção de um corredor iluminado, pude ver de relance algumas pessoas passando ao longe, acho que não haveria mais problemas de entrarmos, já que, teoricamente, já estávamos dentro mesmo.

– E para onde devemos ir exatamente? – Laura não escondia o desconforto, a moça lhe lançou um sorriso.

– Haverá alguns elevadores um pouco mais à frente, assim que chegarem lá serão direcionados por um dos nossos serviçais, não se preocupem, vocês terão o que procuram assim que chegarem onde deve.

A moça fez uma reverência e saiu, voltando na direção que viemos, pensei em não reclamar da falta de hospitalidade, não faria muito sentido naquele momento. Seguimos pelo lugar ordenado e nos encontramos dentro do hotel, eu não sabia dizer se era pelas luzes em toda parte ou se era pela própria construção, mas era um lugar que eu poderia chamar de brilhante demais, até que era bonito, mas para as minhas vistas que acabaram de sair do escuro, era um exagero.

Depois de mais alguns passos, outro rapaz surgiu diante do meu campo de visão, tão inesperadamente quanto fosse possível, quase me fazendo pular com o susto, ele apenas apontou na direção de um elevador central, um pouco maior que os outros dois nos lados esquerdo e direito, antes de falar algumas poucas palavras.

– Nossa chefe os aguarda no subsolo.

– Subsolo? – Kate pareceu ainda mais desconfortável.

– Sim, venham comigo.

Fomos guiados até o elevador e rapidamente começamos a descer, eu não sabia se estava mais incomodado com a formalidade de todos ali presentes ou do silêncio dos outros Guardiões, foquei minha atenção em cada um deles, todos pareciam tensos com a situação, assim que meus olhos chegaram em Noah acabei recebendo o inesperado som das gargalhadas, primeiro eu me assustei, e acabei rindo também de ter me assustado, Cass e as garotas nos encararam com uma expressão que dizia que porra aconteceu aqui? Virei meu rosto pra fugir de seus olhares.

– Ai, desculpa, parecia tão errado toda essa tensão, desculpa mesmo. – Noah colocou a mão atrás da cabeça. – Não sei como me sentir com tudo isso.

– Eu bem que estava estranhando vocês tão quietos! – Rebati.

– Até eu estava incomodada, confesso. – Íris esboçou um meio sorriso, o clima ao menos se tornou menos incomodo naquele momento.

– Tô vendo que estar com vocês é só diversão, não é?

– Talvez, Cass, talvez. – Laura respondeu, colocou as mãos em seus ombros e sorrindo também.

De dentro do elevador dava pra ver a extensão do lugar que descíamos, era impressionante pensar que tudo aquilo ficava logo embaixo de um prédio, ou melhor, aquele lugar era espaçoso demais pra estar abaixo apenas do grande hotel, arrisco dizer que se estendia um pouco mais longe.

– Eu sei que não é o momento pra uma pergunta dessas, mas...

– Como que um prédio colossal daqueles nunca afundou aqui?

Kate e Noah se entreolharam percebendo que se completaram, foi engraçado ver suas reações a respeito daquilo, apesar disso, era meio óbvia a explicação para aquele lugar, tudo não passava de um bom trabalho de sustentação, mesmo que um dia aquilo poderia cair sim.

– Sugiro que devolvamos Kate lá pra cima, do contrário não importa como eles conseguiram manter tudo de pé, assim que ela pisar lá embaixo tudo vai cair, e tenho dito. – Noah pôs uma mão na boca pra não rir do comentário de Íris.

– Não dê ideias, frente a situação, acho que isso é bem possível de acontecer. – Juro que fiquei na dúvida se Laura estava falando sério ou só estava indo na brincadeira também.

Há, há. Continuem brincando comigo e enterro vocês!

Finalmente o elevador fez sua parada, as portas se abriram para um corredor com vários equipamentos e uma passagem cavernosa um pouco à frente, senti meu corpo vibrar instintivamente naquela direção e quase poderia ativar meus poderes apenas por aquela sensação, e não fui o único a ter esse tipo de reação, até mesmo Cass, que menos demonstrava os poderes, pareceu se arrepiar com o lugar.

– Vocês encontrarão o que procuram logo à frente, agora, se me permitem...

O rapaz também se curvou e retornou o elevador para a superfície, ótimo, já estava cheio de toda essa cordialidade.

Engolimos em seco quase que no mesmo tempo e seguimos em linha reta, o lugar não era úmido ou abafado, mas ainda transmitia uma estranha e desagradável falta de oxigênio, não impossibilitava na respiração, mas também não deixava de incomodar. Ao redor da direção que seguíamos haviam diversos equipamentos e bifurcações que pareciam se estender bastante, talvez se tratasse de alguma construção subterrânea que servia como deposito ou algo similar, a quantidade de equipamentos poderia sugerir que tudo ali poderia crescer ainda mais, deixei meus pensamentos irem embora.

Assim que chegamos mais longe algumas luzes no teto se acenderam, dando visibilidade a outra grande construção mais ao fundo, se o hotel era magnifico, o que eu vi ali era sem qualquer comparação, poderia jurar que estava diante de uma pirâmide antiga verdadeira, como se tivesse saído de um filme mesmo.

– Alguém anotou a placa? – Disse Cass de boca aberta, Noah quem respondeu.

– Placa do quê?

– Do livro de fantasia que acertou minha cabeça, acho que tô vendo coisas.

– Essa foi boa. – Rebati rindo.

Queria poder discordar de Cass, mas era essa mesma a sensação, se eu já não estivesse começando a me acostumar com as loucuras de ser Guardião teria desistido de tudo aquilo e voltado pra casa dali mesmo. A entrada no meio da construção se abriu assim que chegamos mais próximos, um grande salão se fez visível a nossa frente, começava a me sentir bastante incomodado com toda aquela visão, era belo demais, arrumado demais, perfeito demais, caro demais.

– O que acontece com esse lugar?

– Como? – Laura foi quem prestou atenção em meu comentário baixo.

– Esse lugar, tudo, desde que entramos aqui tudo parece perfeito demais, não é possível que isso só tá me incomodando, será que ninguém percebeu?

– Não percebemos o quê? Por que deu pra falar por enigmas agora? – Laura pareceu irritada.

Respirei fundo, queria ser compreendido direito.

– Kate, Noah, Cass, me desculpe pela pergunta idiota, mas vocês são a parte mais jovem da gente, me respondam, o que cês sentem quando olham pra esse lugar? O que sentem mesmo?

Ninguém disse nada por um instante e isso me fez pensar que era mesmo uma pergunta idiota, alguns segundos se passaram enquanto Cass, Kate e Noah olhavam ao redor, havíamos parado diante dos portões sem sequer darmos um passo adiante e eu começava a falar coisas que não faziam sentido, acho que aquela era a coisa mais ridícula de tudo aquilo.

Foi então que Cass quem respondeu as minhas indagações, e foi no ponto.

– É como se fossemos brinquedos de uma criança. – Voltei meu olhar pra Cass e sorri, apesar do desconforto que sentia. – Tudo isso parece como uma grande casa de bonecas, e nós somos as bonecas.

– Ou personagens de um conto de fadas. – Kate completou a frase, me senti aliviado por terem entendido o que eu queria dizer, era tudo perfeito demais para não se prestar atenção.

E é por isso que me sentia tão desconfortável desde que chegamos no hotel, eu já lidei com pessoas ricas, eu trabalhava em uma empresa famosa, pelo amor de Deus, lidar com gente que se sentia dono do mundo ou de tudo que tocava era o que mais tinha que lidar.

Só que tudo aquilo era diferente, era aterrador, pela primeira vez eu me sentia pequeno diante do peso que aquele lugar emanava, eu estava com medo.

– Uma exagerada e incomoda perfeição, é isso que querem dizer?

Estremeci dos pés à cabeça e sem sequer dar conta ergui uma cúpula de energia ao nosso redor, foi quase como se, o som daquelas palavras carregasse nas costas o peso tenebroso do lugar, não sei se todos tiveram a mesma sensação que eu, mas que ficaram em guarda no mesmo segundo, também ficaram.

Enquanto aquela mulher surgia a nossa frente, trajando violeta dos pés à cabeça, me sentia cada vez mais assustado, não conseguia explicar que tipo de sensação era aquela que emanava dela, era agourenta, enjoativa, nojenta, ou algo similar, meu estômago parecia ter se remexido pelas poucas palavras que havia dito, não queria que ela desse mais nenhum passo até nós, nem mesmo queria mais entrar ali.

– Não importa o que pensem a respeito do meu lindo palácio, sintam-se livres em suas opiniões, mas suponho que vieram para tratar de assuntos mais importantes, não é mesmo?

O som do leque que tinha em mãos se abrindo deu uma nova luz a entrada, agora dava pra ver o grande salão se formando logo a frente.

– Então, poderiam entrar? Tenho certeza que precisamos conversar sobre algumas questões, Guardiões...

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