A Ordem / Fragmentos da Etern...

By Icarosmk

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Algum tempo após o enfrentamento com membros da Ordem, os jovens agora tinham a ideia de procurar outros dete... More

01 - NOAH 風
02 - THIAGO 力
03 - ÍRIS 火
04 - ETHAN 雷
05 - KATE 土
06 - LAURA 木
07 - NOAH 風
08 - MATTEO 夢
09 - KATE 土
10 - ETHAN 雷
11 - LAURA 木
12 - MATTEO 夢
14 - ÍRIS 火
15 - ETHAN 雷
16 - KATE 土
17 - LAURA 木
18 - NOAH 風
19 - KATE 土
20 - MATTEO 夢
21 - ETHAN 雷
22 - THIAGO 力
23 - LAURA 木
24 - ÍRIS 火
25 - THIAGO 力
26 - NOAH 風
27 - KATE 土
28 - ÍRIS 火
29 - THIAGO 力
30 - Noah 風
31 - LAURA 木
32 - MATTEO 夢
33 - ETHAN 雷
34 - LAURA 木
35 - MARCUS 水

13 - ÍRIS 火

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By Icarosmk

Particularmente, eu não tinha muitas reclamações para a minha convivência com a Jessy.

Ela era o tipo de pessoa que, era mais provável de brigar com você por não ter bagunçado nada pra ela arrumar tudo de uma vez do que reclamar por você não ter arrumado droga nenhuma. E considerando que eu também tinha meu ar de organizada não havia muitas rixas entre nós, mas naquele dia havia uma, e era em se tratando de roupas.

– Precisamos ir com urgência fazer compras, é inaceitável que eu não tenha algumas das roupinhas mais estilosas da moda atual, isso é um ultraje!

– Jessy, você fez compras na semana passada, toma vergonha!

Jessy continuava jogando roupas pelo quarto enquanto eu só queria dar com uma calça na fuça dela.

– Pega pra mim aquela blusa roxa! – Ela apontou pra cama, dei uma rápida averiguada na peça antes de voltar pra Jessy.

– Nunca tinha visto essa blusa por aqui!

– Dane-se, eu me apropriei dela e agora você vai usar.

– É uma peça masculina! – Fez questão de frisar o fato, longe de mim usar uma camisa de um homem que provavelmente só pisou naquela casa pra ter algo com Jessy.

– Não se apegue tanto aos detalhes, Íris, e anda logo.

– Nem morta!

– Eu lavei, e muito bem lavado por sinal.

– Esse não é o problema Jessy!

– Ah, nossa senhora do chuveiro quente, dai-me resistência, Íris, veste logo a camisa!

– Nem por todo dinheiro do mundo!

– Ai, chega, desisto. Pega ao menos esse shortinho aqui, é meu, e vamos logo com isso.

Enquanto eu vestia, a muito contragosto, outra camisa de mangas na cor roxa meio listrada em linhas brancas que encontrei por ali, e aceitei mentalmente o fato de ser dela pra não ter que me estressar mais, junto com o short que ela jogou no meu rosto, em um jeans claro com a parte das pernas meio desbotada e uma corrente em um dos bolsos, que eu gostei, ela reorganizava as roupas encima da cama e rapidamente as colocava de volta em seus devidos lugares, sempre me impressionava como ela conseguia aparentar ser uma pessoa bagunceira e não ser.

Por fim Jessy estava pronta, ela trajava uma jardineira e uma camiseta sem mangas azul escuro, seu penteado era um rabo de cavalo, era impressionante como ela conseguia ficar atraente em qualquer peça de roupa, ela veio em minha direção e foi nesse momento que eu percebi que a estava encarando demais.

– Quando formos andar na rua, você vai na frente, pro caso de me olhar demais e bater a cara contra um poste de luz.

– Engraçadinha, o que tá fazendo? – Jessy deu um nó na camisa que vestia deixando parte da minha barriga de fora, o que não ficou ruim, admito.

– Caprichada, muito bem, agora você está no ponto de paquera.

– Você sabe que esses seus pontos não me servem muito, não é? – Dei uma levantada de sobrancelhas, ela de ombros, as vezes Jessy parecia querer testar minha sexualidade, se bem que eu também testava a dela as vezes, mas nunca dava em nada pra nenhum dos lados.

– Então, vamos embora antes que eu me olhe de novo no espelho e pense que preciso de algo mais.

– Isso não, chega pra mim, vamos!

A puxei rapidamente, mesmo sabendo que aquilo não era de todo verdade, se haviam duas pessoas que mais se preparavam rápido para sair éramos nós, o que fosse decidido estava decidido. Jessy pegou a bolsa que estava jogada no sofá e eu tratei de trancar a porta e pôr as minhas chaves no bolso, medida protetiva caso alguém esquecesse que eu existo e saísse pra curtir um pouco mais enquanto eu fico trancada do lado de fora, não seria a primeira vez.

Não durou muito pra chegarmos no local marcado, Amanda já estava sentada na entrada do Tênis – um dos lugares que normalmente os jovens reservavam pra fazer qualquer tipo de festa – me perguntei se ela havia chegado mais cedo do que nós duas, mas a resposta veio antes de qualquer questionamento.

– Vamos entrar, acabei de chegar e já tô empolgada.

Olhei às horas, 19:27, já haviam outras pessoas pelo lugar e a música tocava um funk que meu corpo reconhecia muito bem, mas ainda não estava no pique de ir direto para o meio do povo dançar, Amanda vasculhava os arredores para já começar a se soltar enquanto Jessy já me trazia um copo de cerveja, me fazendo questionar como aquela alcoólatra conseguia as coisas tão rápido assim, dei um gole e devolvi o copo, acho que poderia tentar ir me libertando aos poucos.

O que no fim das contas, não demorou muito.

Depois do terceiro copo eu já me sentia completamente livre pra descer até o chão e mostrar ao mundo uma personalidade minha que só era vista ali na pista de dança. Dançar era um dos meus mais diversos prazeres da vida, sentir meu corpo se mexer no ritmo da música era revigorante, até mesmo sentir os olhares dos outros para mim era satisfatório, eu sabia que fazia bem, e sabia que seus olhares eram de admiração, não precisava que ninguém me dissesse o contrário, não era suficiente pra tirar minha autoestima que se mostrava maior a cada passo, a cada ida do céu ao chão, a cada troca de sons e ritmos, era tudo que eu precisava pra me sentir melhor, mesmo custando tanto a gostar de estar naquele lugar com aquelas pessoas, eu só queria a sensação de estar livre, e a dança me dava essa liberdade tão incandescente quanto meus poderes me davam a sensação de adrenalina.

– Ei, cadê sua amiga Jessy? – Amanda surgiu atrás de mim, já pegando em minha mão e entrando no clima de ritmo mexicano junto comigo. – Tem um cara querendo ficar com ela.

Dei um pequeno riso e virei meu rosto na direção de um canto mais ao fundo de onde estávamos, lá se encontrava uma Jessy já possuindo os lábios de alguém, do meu ponto de vista, ela quem comandava tudo, aquele ar de dominadora era parte do charme dela.

– Ela é mais rápida pra se atracar com alguém do que nós duas para entrarmos na pista.

Por um momento achei que estava tudo ótimo, aquela tristeza profunda ainda estava ali no fundo do meu peito, as sensações todas estavam lá, mas chegava à conclusão de que elas não eram grande coisa, poderia ser deixada de lado, eu poderia seguir em frente, mesmo que em outro momento ela teimasse em machucar um pouco, acho que, ao menos por um instante, eu poderia me reabastecer de bons sentimentos antes que os ruins tentassem me consumir.

– Por falar em pessoas rápidas, tem alguém te encarando a um bom tempo, e nem se dispôs a disfarçar!

– É o quê? – Falei um pouco mais alto do que esperava, mas nem tanto pra chamar atenção, Amanda nem se importou com o fato e apenas me puxou no meio da dança na direção de onde a garota que me encarava, segundo ela, estava.

– Aproveite a festa. – Ela falou no meu ouvindo antes de se distanciar um pouco.

– E como eu vou saber que não era pra você? – Sussurrei de volta antes que ela se afastasse completamente, pude ver de suas costas ela dando de ombros, ela me paga!

Independentemente do que pudesse estar passado pela minha cabeça eu prossegui em curtir a música, a outra garota pouco a pouco veio se aproximando até que estivéssemos dançando juntas, era engraçado e incomodo de uma certa maneira, mas não ruim, era como se, estar na pista me fizesse a pessoa mais disposta a cantadas, mas na realidade eu não via isso com bons olhos, e ainda assim, continuávamos ali, trocando apenas olhares e passos, em um momento que o ritmo mudou, eu decidi apenas descansar, ela me seguiu, sentando-se do meu lado em um banco qualquer que havia por ali.

– Você dança muito bem. – Sua voz era grave de um jeito suave, a voz de uma cantora, se é que poderia dizer assim.

– Você também, seus passos estavam ótimos lá.

– Só porque tinha uma ótima parceira, ninguém mais ali parecia animada como você, a propósito, sou Daniara, e você?

– Íris, e acho que nem todo mundo gosta de sentir a música, pelo menos é o que penso.

– Concordo, e você faz isso muito bem, se te desse um palco você daria um verdadeiro show.

Senti meus nervos ferverem, não sabia se devido a confusão do pouco álcool no sangue querendo mais ou por ter gostado da conversa, presumi que fosse o álcool e por um momento desejei que Jessy aparecesse com outro copo. Ficamos ali mais alguns minutos conversando besteiras, eu nunca fui o tipo de pessoa que teria uma interação tão boa com alguém que aparecesse do nada na minha frente e dançasse comigo, se bem que essa havia sido a primeira vez que alguém realmente tenha dançado comigo e que eu não conhecia antes, pra tudo tem uma primeira vez, e aquela estava sendo uma boa impressão.

Ainda assim, meu corpo parecia incomodado com mais alguma coisa, eu não sabia dizer realmente se estávamos chegando a algum lugar com só troca de palavras quaisquer, mas parecia que não, e não por ela, mas por mim, minha cabeça parecia querer dar algumas voltas para um lado que eu não queria relembrar, e isso me irritava, ao mesmo tempo que eu conseguia pensar que seguia, parecia que nada seguia junto.

– Eu volto já, acho que preciso de um pouco de água. – Sentia que eu precisava lavar a alma, ou só meu rosto, pra me ajudar a processar as informações que aconteciam.

– Tudo bem. – Ela não parecia preocupada com o fato de eu sair como se estivesse fugindo dela, o que, teoricamente, eu não estava mesmo fazendo, mas é sempre bom levar em consideração.

Cheguei no banheiro e fui direto pra pia, abri uma das torneiras e coloque minha cabeça pra sentir a água fria percorrer minha cabeça e descer até o pescoço, uma das vantagens de se ter o cabelo curto estava sendo posta à prova, eu não precisaria me preocupar em acabar com qualquer penteado, pois não tinha um penteado especifico pra molhar, eu só queria me sentir um pouco sóbria, dançar sem qualquer arrependimento era uma coisa, mas lidar com flertes era outra totalmente diferente, mas por um momento eu queria sentir que estava pronta pra isso, eu queria essa sensação.

Saí do banheiro ajeitando meu cabelo para trás na tentativa de deixar o excesso de água ir embora, foi então que uma voz conhecida e muito, muito inesperada me fez parar no susto logo a sua frente.

– Oi, Íris...

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