ᵉˢᵗᵒᵘ ᶜᵃⁿˢᵃᵈᵒ ᵈᵉ ˢᵉʳ ᵒ ᵠᵘᵉ ᵛᵒᶜᵉ̂ ᵠᵘᵉʳ ᵠᵘᵉ ᵉᵘ ˢᵉʲᵃ
ˢᵉⁿᵗⁱⁿᵈᵒ-ˢᵉ ᵗᵃ̃ᵒ ˢᵉᵐ ᶠᵉ́, ᵖᵉʳᵈⁱᵈᵒ ˢᵒᵇ ᵃ ˢᵘᵖᵉʳᶠⁱ́ᶜⁱᵉ
ⁿᵃ̃ᵒ ˢᵉⁱ ᵒ ᵠᵘᵉ ᵛᵒᶜᵉ̂ ᵉˢᵖᵉʳᵃ ᵈᵉ ᵐⁱᵐ
ˢᵒᵇ ᵃ ᵖʳᵉˢˢᵃ̃ᵒ ᵈᵉ ᵃⁿᵈᵃʳ ᵉᵐ ˢᵉᵘˢ ˢᵃᵖᵃᵗᵒˢ
(ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ, ᵃᵖᵉⁿᵃˢ ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ)
ᶜᵃᵈᵃ ᵖᵃˢˢᵒ ᵠᵘᵉ ᵉᵘ ᵈᵒᵘ ᵉ́ ᵐᵃⁱˢ ᵘᵐ ᵉʳʳᵒ ᵖᵃʳᵃ ᵛᵒᶜᵉ̂
(ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ, ᵃᵖᵉⁿᵃˢ ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ)
ᵉᵘ ᶠⁱᵠᵘᵉⁱ ᵗᵃ̃ᵒ ᵉⁿᵗᵒʳᵖᵉᶜⁱᵈᵒ
ⁿᵃ̃ᵒ ᶜᵒⁿˢⁱᵍᵒ ˢᵉⁿᵗⁱʳ ᵛᵒᶜᵉ̂ ᵃⁱ́
ᶠⁱᶜᵃʳ ᵗᵃ̃ᵒ ᶜᵃⁿˢᵃᵈᵒ
ᵐᵘⁱᵗᵒ ᵐᵃⁱˢ ᶜᵒⁿˢᶜⁱᵉⁿᵗᵉ
ᵉˢᵗᵒᵘ ᵐᵉ ᵗᵒʳⁿᵃⁿᵈᵒ ⁱˢˢᵒ
ᵗᵘᵈᵒ ᵠᵘᵉ ᵉᵘ ᵠᵘᵉʳᵒ ᶠᵃᶻᵉʳ
ᵉ́ ˢᵉʳ ᵐᵃⁱˢ ᶜᵒᵐᵒ ᵉᵘ
ᵉ ˢᵉʳ ᵐᵉⁿᵒˢ ᵖᵃʳᵉᶜⁱᵈᵒ ᶜᵒᵐ ᵛᵒᶜᵉ̂
ᵛᵒᶜᵉ̂ ⁿᵃ̃ᵒ ᵛᵉ̂ ᵠᵘᵉ ᵉˢᵗᵃ́ ᵐᵉ ˢᵘᶠᵒᶜᵃⁿᵈᵒ?
ˢᵉᵍᵘʳᵃⁿᵈᵒ ᶜᵒᵐ ᵐᵘⁱᵗᵃ ᶠᵒʳᶜ̧ᵃ, ᶜᵒᵐ ᵐᵉᵈᵒ ᵈᵉ ᵖᵉʳᵈᵉʳ ᵒ ᶜᵒⁿᵗʳᵒˡᵉ
ᵖᵒʳᵠᵘᵉ ᵗᵘᵈᵒ ᵠᵘᵉ ᵛᵒᶜᵉ̂ ᵖᵉⁿˢᵒᵘ ᵠᵘᵉ ᵉᵘ ˢᵉʳⁱᵃ
ᵈᵉˢᵐᵒʳᵒⁿᵒᵘ ᵇᵉᵐ ⁿᵃ ˢᵘᵃ ᶠʳᵉⁿᵗᵉ
(ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ, ᵃᵖᵉⁿᵃˢ ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ)
ᶜᵃᵈᵃ ᵖᵃˢˢᵒ ᵠᵘᵉ ᵉᵘ ᵈᵒᵘ ᵉ́ ᵐᵃⁱˢ ᵘᵐ ᵉʳʳᵒ ᵖᵃʳᵃ ᵛᵒᶜᵉ̂
(ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ, ᵃᵖᵉⁿᵃˢ ᵖᵉᵍᵒ ⁿᵃ ʳᵉˢˢᵃᶜᵃ)
ᵉ ᶜᵃᵈᵃ ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵒ ᵠᵘᵉ ᵉᵘ ᵈᵉˢᵖᵉʳᵈⁱᶜ̧ᵒ ᵉ́ ᵐᵃⁱˢ ᵈᵒ ᵠᵘᵉ ᵖᵒˢˢᵒ ᵃᵍᵘᵉⁿᵗᵃʳ
ᴄᴏɴᴛᴇɴᴅᴏ ᴍᴀɪs ᴅᴇ 5000 ᴘᴀʟᴀᴠʀᴀs, ᴀᴘʀᴇsᴇɴᴛᴏ ᴀ ᴠᴏᴄᴇ̂s, ᴏ ᴜ́ʟᴛɪᴍᴏ ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴅᴀ 2° ᴛᴇᴍᴘᴏʀᴀᴅᴀ!
ᴀᴘʀᴏᴠᴇɪᴛᴇᴍ ᴀ ᴇxᴘᴇʀɪᴇ̂ɴᴄɪᴀ!
- Pai? - Kenny ri, irônica - Que pai?
- Seu pai.
- Você nunca me falou do meu pai, e decide que esse é o momento perfeito pra isso? - a Anderson põe as mãos na cintura - Não é o momento.
- Seu pai é o Shane.
- An?
Kenny encara Aliss nos olhos. No fundo de sua alma, mais especificamente. Pai? Isso só poderia ser uma piada. Obviamente ela não acreditara nisso; no entanto, a curiosidade ainda sim instiga a garota para saber mais.
- Você tá falando isso só pra eu começar a obedecer ele? - esbraveja - Ele não manda em mim! Não é nada meu! E eu não vou...
- Ele é seu pai. De verdade. Biologicamente falando, é seu pai.
- Isso não faz o menor sentido! Por que você me diria isso agora? É mentira, eu sei que é! - vira de costas para Aliss, evitando olha-la nos olhos - Não adianta ficar inventando essas desculpas, Aliss! Eu não caio mais nisso! - se vira denovo, apontando o dedo para mulher.
- Você pode achar que é mentira, eu não me importo - dá de ombros - Mas ele é seu pai, você veio dele, e não pode fugir disso.
- Eu posso sim! Eu não tenho pai! - põe a mão no peito, sentindo sua respiração desacelerar - Eu nunca tive, e não vai ser agora que eu..
- Você teve um pai - surpreende - Não o Shane, mas outro pai.
- De que droga você tá falando?! - exclama, irritada - Você enlouqueceu de vez?! Virou comediante? - ri, sem controle das próprias emoções - Por favor diz que você tá brincando.
- Quando você nasceu eu te dei pra minha irmã mais velha, e ela tinha um marido - a mais velha diz como se fosse a coisa mais comum do mundo.
- Pera, você tem irmã?
- Isso não vem ao caso - Aliss põe a mão na testa e suspira - Você cresceu com ela e o marido dela até seus quatro, cinco anos, como uma linda família.
- ...
- Ela que te deu seu nome e... ela que foi sua mãe. Fez seus aniversários, esteve em seus natais, tudo. Ela que... - olha para o chão, tentando não transparecer fraqueza - Ela é sua... - desvia o olhar - Verdadeira mãe.
- E o que aconteceu?!
- Ela estava começando a ficar doente. Não tinha condições de cuidar de você... um dia, o marido dela surtou e arranjou uma briga... você estava com ele. A policia me chamou dizendo que tinha alguém com meu sobrenome na delegacia e então, eu reencontrei você.
- Eu... eu não...
- Eu tive receio de você se lembrar de mim e... consegui sua guarda... e desde então, você nunca mais viu eles.
- Você... - a menina retorna a mão no próprio peito, conseguia sentir seu coração palpitar aceleradamente, e sua respiração dessincronizar ainda mais - Você tirou meus pais de mim?! Que tipo de psicopata faz isso?! O que você tinha na cabeça?! - a garota anda até a loira, proferindo um empurrão nela - Você é um monstro! - berra denovo, caminhando com seus punhos em alto, pronta para socar a mulher, que a impede rapidamente.
- E de que adianta você ficar com essa raiva irracional?! - exclama, segurando as mãos da garota - Isso não muda o passado, Kennedy! - se abaixa em frente a garota - Não muda o fato de que você nunca mais vai ver eles, não muda o fato de você não se lembrar deles, e não muda o fato de eles não serem mais seus pais!
A morena para de exprimir sua raiva por um momento, uma pitada do choque havia a atingido. Ela desfaz os punhos cirrados, e olha para Aliss.
- Então é por isso que eu sonhava com você tirando alguém de mim?! - a garota berra, se afastando dela - Então é por isso que tudo dá errado?! Você simplesmente entrou na minha vida e destruiu tudo! - a garota recua, pondo a mão na testa e rindo histericamente - E você ainda queria que eu te chamasse de mãe?! Você é igual a uma doença! Você me infecta cada dia mais!
- Você querendo ou não eu sou sua mãe. E Shane, é seu pai - a loira profere na melhor tranquilidade - Você saiu de nós, e nada muda isso.
- Você me arrancou de quem realmente se importava comigo! Talvez das únicas pessoas que se importassem! - Kenny grita apontando o dedo para o rosto de Aliss - E Shane?! Ele nunca nem apareceu na minha vida! Eu conheci ele há menos de 5 meses, e agora, acha que eu devo abraça-lo como se ele fosse meu papaizinho?
- Eu não me importo da forma que você reagir a isso. Mas se serve de consolo, ele nunca soube.
- O que?!
- Eu nunca contei pra ele, só isso - diz como se fosse algo normal de se fazer - Não é como se eu quisesse ter uma responsabilidade sobre você, eu nunca te quis mesmo.
- Você diz isso como se fosse normal?! Como se qualquer criança deixasse a filha na sarjeta?! Você é simplesmente a pior mãe de todas! Você tirou... tudo! Tudo que eu tinha! E depois disso, fez questão de ser a pior mãe de todas!
- Não tente jogar a culpa em mim, Kennedy! - aumenta o tom de voz - Se você é uma criança completamente descontrolada, que não escuta ninguém e faz o que bem entende, a culpa não é minha! É dele!
- An?! Dele? Dele quem?! De quem é a culpa?!
- Seu verdadeiro pai era exatamente assim! Pensava feito uma pedra, era estressado e inconsequente! Agressivo, intolerante e irônico! Bem que dizem que metade da personalidade se dá ao ambiente em que se vive, e você pegou a pior parte dele! E sabe o que mais me enoja? Você fica mais igual a ele a cada dia!
- Você não tem direito nenhum de falar que a culpa de eu ser do jeito que sou é de alguém que estendeu a mão pra um bebê que nem era dele! - Kenny grita - Se eu sou do jeito que sou, a culpa é sua, só sua!
- Não tenta por a culpa em mim! - Aliss esbraveja, enquanto aponta para o rosto de Kenny - Eu não pedi pra você nascer!
- E você acha que eu pedi pra nascer?! Eu sinceramente espero que você morra, Aliss! Você e Shane! Os piores pais do mundo! Do mundo todo! Eu te odeio! Eu te odeio!
- Pode me odiar o quanto quiser! É melhor pra mim que você suma! - Kenny começa a se afastar da mais velha - Lembra de quando você correu com Sophia?! Eu torci pra você não voltar! Imagina meu desgosto quando você apareceu viva! Viva mesmo depois de ficar uma noite sozinha! Você é como uma praga na minha vida! Eu agradeceria imensamente se Lori catasse você e te chamasse de filha, então seria um problema a menos para mim! - ao terminar a frase, a mulher para de falar por um momento, com os olhos arregalados, com o que havia acabado de dizer.
- Como você pode falar algo assim e dormir à noite? - Kenny observa a mulher com um olhar espantado - Você é a pior de todas. Pior que os errantes. Você não é mais humana. Você está apenas sobrevivendo... como uma completa e desgraçada irracional!
៚
A garota saia andando. E deixava para trás, o que um dia foi sua mãe. Em menos de 10 minutos, ela descobriu que teve um pai de verdade. Uma mãe de verdade. Pessoas que ao menos se importavam com ela. E por outro lado, descobriu que tinha outro pai. Um homem que até então, nunca soube da existência dela.
Como lidaria com isso? Como lidaria com o fato de que tudo qual ela acreditava até 10 minutos atrás havia sido desmentido em poucas, meras e frias palavras de Aliss?
E porque? Por que Aliss esperou tanto tempo para contar isso a ela? Caminhando pela floresta, as palavras da loira ecoam por sua mente.
"Eu torci pra você não voltar! Imagina meu desgosto quando você apareceu viva!"
Estar viva é motivo de desgosto para alguém?
Kenny vai até uma árvore, e se senta no chão, apoiando suas costas no tronco. Será que a vida de Aliss foi tão ruim a ponto dela se tornar uma pessoa assim? Será que ela realmente pensava daquele jeito, ou era a raiva e o calor do momento? Mesmo se esforçando em entender o lado de Aliss, aquela questão voltava a martelar sua cabeça.
Estar viva era um desgosto?
Se fosse, por que ela ainda estava viva?
Porque ela não morreu na cova?
No acidente de carro?
Com Sophia?
No tiroteio?
Junto de Dale?
Por que o universo insistia em fazê-la viver?
Ou melhor.
Ela estava vivendo?
De fato, ela estava? Ou, apenas se levantava todos os dias de manhã apenas para se obrigar a passar mais um dia nesse mundo?
- Era por isso que Beth queria se matar? - questiona, enquanto pegava sua faca.
Ela não queria sofrer.
Queria ser apenas uma criança comum e feliz. Capaz de mudar o mundo, sorrir para tudo e todos. Conseguir encontrar a luz nos momentos mais difíceis. Ter paixão pela vida e por tudo que ela proporciona. Mas de repente, ela começou a odiar tudo.
Este mundo estava mudando Kenny.
Ela possuía sangue em suas mãos. Sangue de seus amigos. Sangue de seus inimigos.
E então, aponta sua faca para o próprio pulso.
Ela aceitaria?
Aceitaria sofrer para sempre? Perder mais pessoas? Apenas existir ao invés de viver?
Desistiria? De tudo, dos sofrimentos, das mortes, da dor, das decepções.
Ou encararia a realidade. Aceitando de vez quem realmente é. Se conformado com o fato de nascer estragada. De estar jogada aos mortos.
O mundo estava sendo muito cruel para alguém tão gentil quanto Kenny.
Se é que a garota poderia ser chamada de gentil hoje em dia...
O mundo havia designado um papel a ela.
A vilã.
A vilã de passado trágico. Com todos os motivos e mais um pouco para se rebelar contra tudo e todos. Para revelar a própria natureza e destruir tudo a sua volta. De ser a vergonha que todos sempre pensaram que seria.
Não era justo. Não com ela.
Então se decidiu.
Decidiu dar as costas ao mundo, e fazer algo nobre ao menos uma vez.
Pondo um fim em sua vilania.
Morrendo.
Talvez uma decisão precipitada, mas a que parecia ser a resposta para anos de sofrimento.
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O atrito entre a faca e a pele fazia o sangue começar a escorrer.
A noite a iluminava.
E de novo, em suas mãos, haviam sangue.
Dois cortes.
Em algumas horas, perderia sangue o suficiente para desmaiar. Ser esquecida, e morrer.
Parece que ela finalmente veria Joe, né?
Joe, Sophia, Amy, Jim, Dale...
Todos estariam com ela.
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Kenny estava pronta para deixar o mundo. Mas o mundo não estava pronto para deixar Kenny.
- KENNY?! - ela sente algo segurar os pulsos dela com força - KENNY! O QUE É ISSO?! QUEM FEZ ISSO COM VOCÊ?!
- Carl? - sua voz sai abafada, por conta da perda de sangue.
- A GENTE PRECISA IR VER O HERSHEL! - o garoto rodeia os braços pelo tronco da garota, e se apoia na árvore tentando ajuda-la a se levantar, não deixando de pressionar a mão no pulso esquerdo dela - PRECISAMOS DELE...
- Não! - a garota se recompõe rápido para tentar impedir o garoto, mas acaba tropeçando, e ze apoiando o corpo no do garoto - Se alguém souber... eu...
- Kenny! Eles precisam te ajudar!
- Não precisam! Ninguém...! - o ar falta em seus pulmões - Ninguém vai saber disso! Nem Elliot... Nem Riggs, nem o Glenn!
- Por que você estava fazendo isso... Kenny?
- Eu... eu não... - a garota tenta andar mas quase cai, sendo segurada por Carl.
- O que aconteceu?!
- É a Aliss, Carl - ela olha pra baixo, não querendo que ele visse suas lágrimas escorrerem - Ela... tirou tudo de mim.
O garoto suspira, a apoiando na árvore, e a ajudando a se manter em pé.
- Kenny... - ele levanta o rosto dela de leve, limpando as lágrimas da garota com as costas da mão, sujando o rosto dela de sangue no processo - Eu não sei o que aconteceu... mas isso... - olha pra baixo - Não é a solução.
- Eu não quero mais isso, Carl! Nada dá certo, tudo... Tudo só dá errado! Eu não aguento mais chorar... Não aguento mais isso...
- Você diz isso tudo porquê tá aguentando sozinha! Eu posso te ajudar, todos nós podemos!
- Eu não sei o que fazer... Me diz o que fazer!
- Lute. Viva. Ache um motivo... - segura a mão dela - Só... não me deixa.
- Tá... - ela tenta se distanciar do assunto - Eu tenho que sair daqui - tenta andar, mas cai nos braços dele.
- Você não pode se esforçar assim!
- Randall ainda está a solta e...
- Dane-se o Randall! - ele segura o rosto da garota, forçando-a a olhar para ele - Você precisa fechar isso, nem que seja com papel higiênico, a gente arruma um jeito, eu juro que não vou contar pra ninguém! Mas por favor, você precisa ir comigo!
Ela arranca um pedaço de sua blusa, e entrega pra ele, que enrola no pulso dela.
- Esse pode ser nosso segredo? - ela pergunta, segurando o rosto dele.
- Sim. Vai ser o nosso segredo - assente com um sorriso, depositando a mão por cima da dela.
៚
Enquanto uma amizade era fortalecida, uma amizade era rompida. Shane e Rick. Melhores amigos?
Acho que isso não se aplica a um homem que está tentando a todo custo matar seu "melhor amigo"
Ambos andavam pelo gramado. Mais especificamente na parte mais afastada da casa dos Greene. Procuravam por Randall, mas Rick percebe algo de errado.
- Então esse é o lugar onde planejou fazer isso? - questiona em meio ao sereno.
- É um lugar como outro qualquer.
- Tenha coragem ao menos uma vez e chame isso pelo nome certo - o Grimes se vira até ele - Assassinato.
Shane o encara.
- Você realmente acredita que se voltar para aquela fazenda... Sem mim, sem o Randall...
- Cala essa boca, Rick!
- Você acha mesmo que eles vão acreditar em qualquer história mentirosa que você contar?
- Não vai ser uma história - Shane o encara, enquanto ambos se rodeavam passivamente - Eu vi aquele menino atirar em você. Corri atrás dele, e quebrei o pescoço dele.
Rick o olha perplexo.
- Não vai ser fácil, mas Lori e Carl vão se acostumar a ficar sem você de novo. Vão te esquecer - ele aponta sua arma para Rick - Já fizeram isso uma vez. E vão ter que fazer denovo.
- Porque?! Por que agora, Shane?! - Rick anda para trás - Eu pensei que tínhamos resolvido isso.
- A gente tentou matar um ao outro cara! - Shane ri sarcástico - O que você pensou? Que a gente iria esquecer tudo isso e voltar para casa feito dois amiguinhos de mãos dadas do jardim de infância?
- Vai realmente me matar a sangue frio? Transar com minha esposa? Roubar meus filhos, e fazer com que eles te chamem de papai? Ser um péssimo pai como você é pra sua filha? É isso que você quer?!
Shane não larga a mão da arma.
- Essa vida imaginária não vai valer de nada! Quando você menos imaginar tudo vai por água abaixo! E sabe por que, Shane?
- Porque?
- Porque eu te conheço. E sei, sei mais do que ninguém que você não vai conseguir viver com isso.
- Quem é você pra dizer o que eu consigo ou não?! - o careca pergunta indignado - Você não faz ideia do que eu posso suportar, você não faz ideia do que eu suporto! Você quer mesmo saber do que eu posso fazer? Que tal a gente falar do que você pode fazer?
O careca põe a arma no bolso e ergue os braços.
- Eu to aqui cara, pega sua arma. Vai. Me mata. Põe um fim nisso.
- Não... não, eu não vou!
- O que que foi, Rick?! Você não tinha dito que não ia mais bancar o herói? Não foi isso o que você disse? Mesmo aqui, agora, você não vai lutar pela sua família?!
- ...
- Sabe o que é? Eu! Eu sou um pai melhor do que você! Melhor do que você pra Lori, pro Carl, pra todo mundo! E sabe por que?! Porque eu to aqui! Lutando, e vou lutar por eles! - o Walsh põe a mão no rosto, tentando desviar sua raiva - Mas você tinha... você tinha que voltar e estragar tudo!
- ...
- Você tem uma mulher sem esperança. Um filho fraco. E você nem sabe por onde começar a concertar isso.
Shane aponta sua arma novamente para Rick.
- Pega sua arma agora!
- Vai ter que matar um homem desarmado, Shane - Rick levanta os braços - Olha minha mão... - o Grims começa a abaixar a mão para o coldre - Beem devagar... - pega a arma - Com calma... - e estende a arma, virada para baixo - Agora me escuta, Shane...
- ...
- Ainda tem como consertar isso! Não aconteceu nada aqui, eu não vou contar nada! Nós vamos abaixar nossas armas, e voltar para lá como se nada tivesse acontecido. Você poderá contar para Kenny tudo, e ser um pai pra ela, o pai que você deveria realmente ser. Caminharemos de volta para a fazenda juntos. De volta pro Carl, Kenny, e Lori.
- Não... - Shane suspira.
- Vamos... - Rick se aproximava de Shane, ainda com a arma abaixada - Vamos deixar nossas diferenças de lado... - entrega a arma.
Shane a pega.
No entanto, é surpreendido por algo atravessando seu peito.
Rick havia o apunhalado.
Ele dispara a arma para os ares, e berra de dor.
Rick o deita no chão e continua pressionando a faca sobre ele.
- POR QUE, SHANE?! POR QUE ME OBRIGOU A FAZER ISSO?! VOCÊ TEM UMA FILHA, PODERIA TER UMA FAMÍLIA! - o Grimes dizia em meio as lágrimas - ISSO É CULPA SUA! VOCÊ FEZ ISSO COM A GENTE! - tira a arma do peito do careca - É CULPA SUA... NÃO MINHA! - o mais novo põe as mãos no rosto de Shane, enquanto limpa suas lágrimas - É culpa sua... não minha...
- Eu... - o careca tenta forçar a voz, mas tudo que saia de sua boca era sangue - Não deixe... ela... - tosse - Ser como eu...
É a última coisa que ele fala antes de deixar este mundo.
Rick chorava, chorava com todas as suas forças. Possuía o sangue de seu melhor amigo em suas mãos, o olhava caído no chão, enquanto gritava desculpas e súplicas, mas nada disso seria o bastante, Shane estava morto, e só voltaria de outra forma..
៚
O corpo de Shane começava a esfriar. E junto ao céu, seus olhos começavam a ficar mais claros.
Rick escuta um fungar, e ao se virar, ele enxerga Carl. E ao lado dele, Kenny, com o braço rodeando os ombros do garoto e o corpo quase capengando no chão.
E algo mais incomum ainda. O garoto segurava o pulso da menina.
- Crianças... - Rick se levanta, andando até eles.
Os dois olhavam para Rick espantados. E com medo. Para Carl, Rick acabava de matar o homem que salvou sua vida seu amigo. Mas para Kenny, Rick acabava de matar o homem que ela acabava de descobrir ser seu pai.
- Vocês deviam estar em casa com as mães de vocês...
Carl solta o pulso de Kenny, e usa a mão ainda encharcada de sangue para puxar sua arma, e apontar para Rick.
O garoto estava concentrado demais em seu pai, no entanto, a morena enxergava algo mais perigoso ainda atrás dele.
- P-ponha a sua arma para baixo e...
Carl observa o errante, ou melhor dizendo, Shane. E agora, seu corpo estremecia de medo.
- Não é o que parece... eu...
O errante se aproximava cada vez mais de Rick. Mas o Grimes só estava procurando em se justificar para as crianças.
Kenny, que acreditava que aquele era Shane em seu estado de espírito normal, o encara com o pouco de raiva que ainda tinha, e com o braço sangrando, saca a arma de Carl, e atira.
- O que...?! - Rick olha para trás e vê o corpo de Shane despencar no chão, sua forma era de errante, mas Kenny não sabia disso.
A respiração do pequeno Grimes estava dessincronizada, e o garoto não conseguia saber se corria até seu pai, ou se continuava segurando Kenny. Rick corre até os dois e os abraça, logo em seguida, se vira para conferir o corpo de Shane.
- Ele está morto... morto de vez - Rick se vira para Kenny - Kenny eu... eu sinto muito... ele virou um errante! E eu...
- Ele era um errante?
Rick arregala os olhos, desacreditado que a garota havia matado Shane, sem saber que ele era um zumbi. Ele começa a fazer perguntas, mas a menina parecia não poder ouvi-lo.
Talvez porque acabava de despencar no chão.
- Kenny!
៚
Carl e Rick caminhavam lado a lado em direção a casa. Rick levava Kenny em seus braços, e Carl o fez acreditar que ela havia desmaiado por conta do choque, e não por ter perdido sangue.
E felizmente, a desculpa se sustentava ainda mais pela penumbra da noite, que tornava o sangue quase invisível aos olhos de Rick, que estava obviamente, sem uma iluminação adequada além da luz da lua.
O silêncio entre o pai e o filho era constrangedor.
- Você foi mordido?
- Não...
- O Shane foi.
- Aquilo não era o Shane. Sabe disso.
- Mas costumava ser...
Os dois ficam em silêncio.
- Ahn... o que... realmente aconteceu? Vocês foram atacados? - o mais novo olha para Rick - Eu... eu ouvi um tiro mas... não vi nenhum errante por perto - Carl para de andar - Como o Shane morreu?
- Ele... - algo distrai o mais velho.
Quando ele e o pequeno Grimes se viram para ver, dão de cara com uma horda de errantes. Maior que todas as outras que haviam visto antes. Capaz de destruir qualquer coisa à sua frente.
E o que fizeram, foi correr.
Parando para respirar atrás de uma árvore, Kenny começa a dar os primeiros sinais de estar acordando.
- Precisamos voltar pra casa! - Carl sussurra.
- Não vamos conseguir passar por eles... Não podemos contornar e mesmo se Kenny acordar, duvido que nós três conseguiremos ser rápidos o bastante.
- Mas...
- Vamos para o celeiro! - Rick diz se pondo a correr com Kenny em seus braços, e o mini Grimes começa a o seguir, sem sair de perto.
Os outros membros do grupo não perdiam tempo. Já conseguiam ouvir o som dos grunhidos dos errantes, e se prontificavam para pegar suas armas.
Quanto aos três em perigo, acabavam por entrar no celeiro, onde Rick põe Kenny no chão e manda Carl tentar acordá-la, enquanto tenta fechar a passagem do celeiro. Do outro lado, Lori acabava de perceber que Kenny e Carl não estavam na casa.
Os irracionais batiam na madeira do celeiro, e seus dedos nojentos e asquerosos em decomposição apareciam entre as frestas da madeira. Carl sacudia Kenny para tentar acordá-la, mas já estava ficando tarde demais.
- Kenny! Kenny! - o garoto começa a ter uma expressão nervosa no rosto - Você precisa acordar! Você precisa! Por favor, não termine o que você começou de manhã!
A garota continua desacordada.
- KENNY! - o garoto grita o nome da garota, o que para surpresa dele, funcionou.
- O que...?
- Ah! - o garoto sorri e rodeia a garota em um abraço - Pai! Ela acordou!
- Ótimo! - o Grimes pega um barril de gasolina e começa a depositar pela grama aparada do chão - Se levantem! Rápido!
- O que tá acontecendo?! - Kenny questiona enquanto tenta se levantar.
- Tá acontecendo a maior adrenalina da sua vida! - o garoto a levanta.
- Carl! - Rick vai até a garoto, que apoiava a garota em seu ombro - Vocês dois iram na frente! Subam o mezanino e leve isso - entrega um isqueiro para Carl - Você irá jogá-lo quando eu mandar.
- O que?! Mas...
- Essa é a nossa chance de matar a maioria deles, acredite em mim!
- Eu... eu...
- Kenny! Não o deixe amarelar!
- Pode deixar - a garota faz um "joinha" com a mão, ainda respirando de forma abafada.
- Esperem pelo meu sinal! - Rick começa a se distanciar dos dois - Carl, Kenny - chama a atenção - Eu amo vocês.
Kenny puxa Carl e rápido, os dois começam a subir as escadas para alcançar o mezanino. O garoto respirava da pior forma possível, tudo que faltava era desmaiar ali mesmo. Por outro lado, a adrenalina havia subido no corpo de Kenny, e definitivamente, tudo que ela queria nesse momento, era viver.
Rick batia na porta do celeiro, berrando para chamar a atenção dos irracionais, e que de fato, estava funcionando.
- Sou eu quem vocês querem?! - ele abre as portas do celeiro - Venham e me peguem!
E agora, o mesmo celerio que havia sido esvaziado dias atrás, estava cheio novamente.
Rick subia as escadas, sem tirar a atenção dos errantes que esticavam o braço para alcança-lo.
- Carl, agora!
O menino reluta por um momento.
- Não vai amarelar, Carl! Você vai matar esses merdas, nem que seja a última coisa que você faça! - Kenny berra ao lado do garoto, ainda fora de si.
E assim, em meio a essa adrenalina, o isqueiro cai. E o celeiro. Aquele celeiro fofo e amigável. Estava em chamas.
៚
Carros, trailers e- a moto de Daryl, rodeavam o lugar, e alguns, já se prontificaram em usar suas armas de fogo contra os errantes.
Os três dentro do celeiro assistiam o circo pegar fogo abaixo de seus narizes -literalmente-, e para Kenny, era o destino final. No lado de dentro da casa, alguns amigos se desesperavam.
- Colocaram fogo no celeiro! - Beth anuncia.
- Talvez o Rick tenha posto fogo lá para atrair os errantes - Patricia deduz.
- Eu não consigo! - Riggs berra, nervoso - Não consigo ver a Kenny ou o Carl pelo binóculos, eles não tão em lugar nenhum!
- Chega - Eliot se levanta da cadeira a qual estava sentado, e vai até a porta, sacando uma escopeta.
- Eliot?! - Beth corre até ele - O que você tá fazendo?!
- Eu tô indo salvar a minha irmã - ele olha para a loira com um olhar triste - Eu prometi que ela não iria mais correr perigo. Não comigo aqui.
- Eliot... - Beth segura seu rosto.
- Eu seguro as pontas - ele segura a cabeça dela, e aproxima de si, colando a testa dos dois - Não morra hoje - sorri antes de deixar a casa.
- Elliot?! - Riggs solta o binóculo e vai atrás dele - Merda, Eliot!
Beth observa o moreno deixar a casa, e em seus devaneios, tinha certeza que morreria ali, naquele dia, ao lado do garoto que ela começava a gostar.
No entanto, ela se lembra de Kenny. E algo que Beth tinha certeza, é que Kenny a mandaria lutar.
Ignorando os chamados de Patrícia, Beth deixa a casa, pega a espingarda de seu pai, e começa a atirar ao lado de Riggs e Eliot.
Apenas rezando para que Kenny e sua família estivessem bem.
៚
Os errantes começavam a quebrar as cercas que rodeavam o celeiro. E Daryl, começava a encarar a situação como crítica.
- Dan! - ele dirige sua moto até a cabine principal do trailer, que era dirigida por um dos moradores da fazenda - Devem ter sido Shane ou Rick que colocaram fogo no celeiro, vá até lá para ver se eles estão bem!
- Tem certeza?
- Vai logo!
O garoto começa a dirigir como nunca, desviando de alguns errantes, e atropelando outros, ela freia ao lado da escada externa do celeiro.
- Aqui! Isso! - Rick grita contente - Venham! - ele pega Kenny e põe em suas costas, e junto de Carl, pulam no telhado do trailer.
Kenny escuta os gritos agonizantes de Dan, e já sabia, era o fim para o garoto. Descendo das escadas do trailer, os três começam a correr em direção a casa.
Glenn, T-dog, Maggie, e Andrea, haviam bolado um esquema de contornar o perímetro com o carro a atirar nos errantes, o que estava sendo eficaz, e dando mais tempo para os três. No entanto, não tempo o suficiente.
- Vamos ter que correr pela floresta, agora! - Rick diz puxando Kenny para si - Você precisa correr mais rapido!
- ...tá! Tá! - a garota berra enquanto força seus pulmões a receberem mais ar, e correr feito louca.
Por outro lado, Lori e Carol procuravam desesperadamente por Carl e Kenny.
- Eles poderiam me obedecer ao menos uma vez?! - a morena esbraveja desesperada - Não estão no sótão, no galpão, no porão, em lugar nenhum!
- Temos que ir com os outros, se ele estiver bem iremos achá-lo! - Carol tenta acalmá-la.
- Ele é meu filho! - Lori berra - E a Kenny precisa de mim!
- Eles estão com Rick! - Aliss berra próximo a elas, enquanto atira nos errantes - Eu os vi saindo do celeiro, eles estão bem!
- Viu?! Precisamos ir agora, Lori, já!
- Hershel! Vamos, Hershel! - Lori grita para o idoso a sua frente.
- Beth, Eliot, Riggs, Patricia! Vamos! - Carol os chama.
- Eu não vou sem a Kenny! - Eliot berra em meio as lágrimas.
- Não podemos deixar eles! - Riggs grita.
- Vocês precisam vir! Hershel! Convença eles!
- Beth! Vá logo! Saia! - o grisalho ordena.
- Não podemos! A Kenny!
- Eliot! - o Greene berra - Se você não levá-la, a morte dela será sua culpa!
- O que?! - o loiro larga a arma assustado - Isso é o golpe mais baixo de todos, coroa! - o garoto corre para Beth, e a pega em seus braços.
- Eliot?! - Riggs o olha espantado - Você vai realmente fazer isso?!
- A Kenny tá com o Carl! Ela tá segura! - Ele berra levando Beth para o carro em seus braços.
- Para com isso, Eliot! - Beth grita enquanto tenta se soltar.
- Vem logo, Riggs! - Eliot berra para o amigo.
- An.... - o garoto olha para própria arma ofegante - Hershel! - o moreno corre até o idoso, que mantinha sua concentração em atirar - Vamos logo Hershel! Vamos logo! - puxa o braço dele.
- Vá com seus amigos, muleque! Eu irei morrer nessa fazenda!
- Temos que ir, temos que ir! - Carol grita enquanto ela, Lori, Eliot e Patrícia começam a correr.
- Eu... eu não vou deixar você, velhinho! - Riggs pega sua arma de volta e começa a atirar ao lado dele.
- Você é o garoto mais inconsequente que eu já vi!
- Esse título sempre foi da Kenny ou do Eliot mas... Obrigada!
Enquanto o Greene contemplava a estupidez do garoto, Beth chorava aos prantos ao ver Patricia ser engolida por um bando de errantes.
- Patricia! - ela berra - Eliot! Me solta! Deveria ser eu! Deveria ser eu!
- Para de falar essa bobagem! - o garoto diz continuando a correr com ela em seus braços.
Eles corriam, mas em um beco sem saída.
Já se encontrando perdidos em direção ao estábulo, uma picape azul aparece para salvar o dia.
- Entrem logo! - Andrea berra, saindo do carro para despistar os errantes.
Os três loiros, Beth, Eliot, e Aliss se sentam no capô da picape. Eliot e Aliss se levantam para começar a atirar nos errantes próximos, enquanto Lori e Carol se aproximam do automóvel.
- Anda logo, Lori! - Aliss berra.
- Eu tô tentando! - Lori corre até Carol - Vamos! - agarrando seu braço, elas passam a correr de vez até o carro, conseguindo alcançar, e entrar no capô.
Andrea acaba por ser derrubada por um errante, e na cabeça de Aliss, era o fim da linha para a loira peituda.
- Temos que ir, T-dog! Anda, anda! - A loira berra batendo no carro, e o homem passa a dirigir na direção oposta do estábulo.
Hershel continuava atirando nos errantes.
- Podem vir! - berra enquanto atira andando para trás - Podem vir covardes!
- Ô velhinho! Sua munição!
O grisalho se atenta em repor a munição, mas estava nervoso demais para isso. E quando um errante estava prestes a comer-lo por trás...
- Desgraçado! - Riggs diz ao atirar na cabeça do irracional.
No entanto, o que ele via atrás daquela cara horrenda que agora despencava chão, era algo que arrancasse um sorriso dele de imediato.
- KENNY! - o garoto corre até a garota e a abraça de imediato, tendo um abraço duplo de não só Kenny, mas de Carl também, de volta.
- Onde tá a Lori?! - Rick esbraveja se aproximando de Hershel - Onde tá a Lori?!
- Eu não sei Rick! Os errantes não param de se aproximar, eu não prestei atenção nos arredores!
- Ela saiu com o Eliot! - Riggs berra - Eu vi!
- Nós temos que ir! Temos que achar a Lori e os outros!
- É a minha fazenda! - Hershel reluta.
- Não é mais, velhinho, vamos logo! - Riggs o puxa, e consegue fazer o velho correr.
- Vamos! Vamos!
Rick entra no carro vermelho, o mesmo carro no qual Kenny e Elliot haviam estado no dia que salvaram Randall.
- Toma isso, Kenny! - Rick entrega sua arma para garota.
Carl entra no banco de trás, e Kenny, no banco do carona, abrindo o vidro para atirar nos errantes próximos. Dando partida ao carro, Rick berra para que Riggs e Hershel se apressarem em chegar perto do carro.
O moreno cobria a retaguarda de Hershel, enquanto o velho corria, mas o tempo estava se esgotando.
- Venham logo! - Rick grita.
- Para de ser lerdo, Riggs! - Kenny berra.
O idoso consegue adentrar no carro, mas o garoto ainda estava em meio de zumbis.
- Merda! - Kenny abre a porta do carro, ignorando os gritos de Rick e Carl.
- O que é isso, Kenny?! Entra, agora! - Rick berra para garota.
- Entra logo, Riggs! - Kenny atira nos errantes a lado dele - Vai!
- Tá...! - o garoto se vira para trás, e entra no carro, faltando agora, apenas Kenny.
- Vem logo, Kenny! - Carl berra.
- Eu to indo! - a garota corre até o carro, adentrando denovo no banco do carona.
- Vamos! - Rick grita antes de dar partida ao carro, e deixar a fazenda.
Algo que nem poderia se considerar mais uma fazenda.
Em chamas, rodeada de errantes. Foi assim que a fazenda dos Greene foi tomada. E a história se repete. O grupo foi expulso novamente pelos errantes. Até quando isso aconteceria? Até quando perderiam seus amigos, sua família, sua casa? Até quando teriam que deixar tudo que mais amavam para trás? Até quando o mundo continuaria assim?
Isso é impossível de saber.
No entanto, talvez isso os fortaleça.
E talvez, no dia seguinte, acordem mais fortes.