ᴄᴀʀᴀ, ᴇʟᴀ sɪᴍᴘʟᴇsᴍᴇɴᴛᴇ ɴᴀ̃ᴏ ᴇsᴛᴀ́ ᴀғɪᴍ ᴅᴇ ᴠᴏᴄᴇ̂.
ᴛᴇɴᴛᴇ sᴇɢᴜɪʀ ᴇᴍ ғʀᴇɴᴛᴇ, sᴏ́ sᴇɢᴜɪʀ ᴇɴ ғʀᴇɴᴛᴇ.
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Aparentemente, o velho do caminhão era o pai de Carl. Não é dificil descrever o quão feliz o nanico estava. Era nítido em seu rosto, ele estava estonteante, irradiava felicidade e animação dele. Era divertido vê-lo assim. Kenny o encarava, admirando seu entusiamo.
O velho do caminhão, ou policial, ou Rick, parecia ser legal aos olhos da Anderson. Mas por uma fração de segundos, ela pode perceber que o "clima" entre ele, Aliss e Shane. Assemelhava-se a uma bomba prestes a explodir, fazendo a menor supor que os três trabalharam juntos no passado.
A noite, as famílias se reuniam na fogueira, entres jovens os vigiavam.
- Shiu, chega pro lado, Eliot! - Riggs cochicha, empurrando o menino - Eu quero ver!
- Se você é raquítico, o problema é seu, eu também quero ver! - o loiro rebate.
- Se vocês dois não calarem a boca não vai dar pra ver nem ouvir o que eles conversam! - Kenny reclama, chacoalhando os dois.
- Eles conversam muito baixo! - exclama o moreno.
Se escondiam atrás de um arbusto, tentando ouvir o que os demais falavam em volta da fogueira.
- Sabia que fofocar é feio? - a voz de Glenn se faz presente atrás dos três, que se assustam.
- Glenn! Que susto!
- Do que eles tão falando? - ele pergunta, se juntando as três crianças atrás do arbusto.
- O velho ta falando de como fugiu do hospital e chegou até a cidade - diz Riggs.
- Foi difícil sair da cidade? - Eliot pergunta.
- Demais. Lembra daquele tanto de andantes que me perseguiam quando vocês me salvaram? - ele diz e eles concordam com a cabeça - Agora multiplica por dois.
- Meu deus! O que é aquilo? - ela vê Rick e Lori se beijarem - Porra!
- O que houve? - Glenn pergunta.
- Vem aqui - a morena puxa Glenn pra longe dos meninos - O Rick e a Lori são casados!
- Disso eu sei - levanta a sobrancelha.
- Mas eu me lembro de ter visto a Lori e o Shane se beijando semana passada!
- Puta merda - exclamou, embasbacado.
- Puta merda!
- Você pode falar puta merda?
- Não sei, eu posso?
- Não sei, você pode?
- Quem se importa - dou de ombros - Mas o que a gente faz com essa informação?
- Vamo falar pro Rick - ele estava pronto para se levantar, mas a garota o segura.
- Não, não, não - ela faz um sinal negativo com a cabeça - Carl está feliz que seu pai voltou, e mais feliz ainda que ele está junto de sua mãe e seu pai juntos - explica - A gente não pode estragar isso.
- Mas ainda sim Rick merece saber a verdade, não é?
- Vamos fazer assim - ela põe a mão no queixo, pensativa - Se por acaso vermos a Lori e o Shane juntos daquela forma, denovo, a gente conta.
- Boa ideia - ele coça a cabeça e depois tira o próprio boné - Você é inteligente, mini salvadora - diz pondo seu boné em minha cabeça.
- Mini salvadora? O que é isso? - pergunta rindo.
- Você salvou minha vida, e é pequena.
- Tsc - cruza os braços - Você é muito engraçadinho né - revira os olhos.
- Vocês tão de segredinho por que? - pergunta Elliot, aparecendo com os braços cruzados.
- Não é nada, fofoqueiro.
- Fofoqueiro? Eu? - responde indignado, arrancando risadas de Kenny e Glenn.
- Sim, você é um baita fofoqueiro, e está na hora da gente estar na cama - a morena o puxa até a barraca, encerrando o dia.
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Acordou com o sol batendo em seu rosto pela pequena fresta aberta na barraca. Olhou para o lado direto, e viu que os meninos não estavam. Provavelmente acordaram e já se retiraram. O que explica a "porta" da barraca estar aberta.
Se sentou no colchonete e molhou seu rosto com a pequena vasilha de água que lá havia.
Pegou sua mochila onde guardavam suas roupas. Não eram as favoritas, até porque foi Aliss que as escolheu. Na verdade, estas roupas estavam apertadas, e costumavam grudar na pele da garota quando fazia muito calor.
Trocou de roupa, colocando uma calça jeans e uma regata vinho. Pôs o boné de Glenn, calçou seus sapatos, e se apronto para sair. Mas antes, a barraca é aberta por uma pessoa.
- Kennedy - Aliss estava na entrada.
Rapidamente, ela entra e fecha a barraca de forma que ninguém da parte de fora conseguisse ver o que estava acontecendo dentro.
- Bom dia mãe - responde com um sorriso convidativo.
- Bom... como eu digo isso - ela parece pensar em uma forma de articular o que iria dizer - Preciso que você fique longe de Rick e Shane.
- O que? - a garota arregala os olhos - Porque?
- Não interessa o por que, eu estou mandando.
- An? - a mais nova franze o cenho. Ordens descabidas não eram novidade quando o assunto era Aliss, mas ela nunca havia pedido para que a menina ficasse longe de alguém antes - Não, não vou parar de falar com eles só porque você quer.
- Você vai sim, senão...
- Senão o que mãe? Você sempre me dá ordens e nunca diz os motivos, sempre diz que eu vou me arrepender se te desobedecer. Mas sabe? Todas as vezes em que te desobedeci, só me aconteceram coisas boas, então acho que não teria tanto problema dessa vez, né?
A feição da mulher parece mudar de raiva para desacreditação. Talvez surpresa com as verdades qual sua filha havia acabado de falar, ou simplesmente surpresa de ser contrariada de tal maneira.
- Eu sou a melhor pessoa que você conhece, Kennedy - rebate, ríspida - Eu te conheço melhor que ninguém aqui, então pense bem antes de dizer algo do tipo antes. Estou fazendo um favor a você.
- Você? Me conhece melhor que ninguém? - a menor revira os olhos - Você me chama de Kennedy! Sendo que você sabe que eu odeio!
- Kennedy é seu nome. Foi esse nome que ela te deu, então não me culpe.
- Ela? Ela quem? - a mais velha parece se arrepender profundamente do que havia acabado de falar.
- Ninguém.
- Quem é ela mãe? - exclamou.
- Não é ninguém, Kennedy - ela sai da barraca, sem dar mais explicações.
- Que porra?
Kenny passou a se perguntar, o por que ela insistia em ser assim? Ela tentava com tanto afinco ser a melhor filha possível, mas parece que sempre que ela a vê, sente nojo da própria filha. Como se a todo momento eu fosse um erro, uma falha. Por que ela teve uma filha se não quer cuidar de uma? Isso é egoísmo, irresponsabilidade.
Saio da tenda batendo o pé forte no chão. Passou pelo acampamento ignorando os cumprimentos de bom dia e desceu direto para a pedreira. Chegando lá, se sentou em uma pedra próxima ao córrego, e ficou o encarando.
Segurou forte os próprios punhos, tentando o máximo não cravar suas unhas no mesmo. Tirou os sapatos e os jogou longe, e subiu a bainha da calça. Em seguida, ela dá alguns passos pra frente, molhando os pés no lago.
Não muito depois o som de passos e a fizeram virar-se para ver, enxergando Shane Carl, se aproximando com um balde e uma rede, parecida com as de caçar borboletas.
- Olha, a Kenny! - aponta para morena - Vamos caçar rãs! - o moreno diz animado, andando até ela.
- Rãs?
- A janta de hoje vai ser diferente - Shane diz sorridente.
Ela se segura antes de responder ao mais velho. Lembrou-se dos avisos de sua mãe, e agora, não sabia se isso era referente a sua segurança, ou apenas uma conclusão errada de Aliss. Por via das dúvidas, ela decidiu forma sua própria opinião.
- E quem vai caçar as rãs? Vocês dois? Com essas mãozinhas é? - ela zomba deles, e o menor parece ficar indignado.
- Quer apostar então? Quem consegue mais rãs? Eu aposto que eu ganho - faz uma risadinha convencida enquanto cruza os braços.
- Eu não preciso apostar porque sei que vou ganhar - respondeu, convencida - Mas posso competir se isso for fazer você feliz.
- Vou ficar muito feliz quando eu ganhar!
- Vai sonhando!
Shane ri dos dois e entra na água. Entrega a Carl a vara com a rede, enquanto a Carl, entregava o balde. O nanico reclamou da possível injustiça de materiais, e os dois trocam. Depois, Shane começa a bater na água levando uma espécie de correnteza até os, para que as rãs se direcionassem.
Na primeira tentativa, os dois falharam miseravelmente, pegando apenas algumas algas. Na terceira tentativa, eles tiveram sucesso, Kenny conseguiu 15 rãs, enquanto Carl, apenas 14.
Por insistência do mais novo, eles fizeram um Round 3, onde a morena conseguiu 7 e ele 8. Gerando um empate final. Uma discussão sobre um desempate se iniciava entre os dois competitivos, mas é interrompida pela chegada de Lori, que aparentava estar furiosa.
- O que é isso Shane? - ela exclama, pondo as mãos na cintura, enquanto as duas crianças encharcadas se aproximavam.
- Lori eu... - ele tenta se explicar, mas é interrompido.
- Carl e Kenny, podem subir por favor?
- Sim, mãe - diz o moreno, indo em direção a subida da pedreira.
- Ta bom - a Anderson, mesmo interessada na história, não reluta em sair. Mas ao invés de voltar ao acampamento, ela até onde Amy, Andrea, Carol e Jacqui lavavam roupa.
- Oi, Kenny! - diz Amy sorridente ao ver a morena.
- Oi - ela olha a quantidade de roupas - Vocês precisam de ajuda aqui? - pergunta enquanto se senta ao lado delas, acompanhada de seu balde de rãs.
- Já estamos acabando querida - diz Carol, acariciando seus cabelos - Mas obrigada - ela volta a esfregar as roupas - Sabe meninas, sinto falta da minha máquina de lavar.
- Sinto falta do meu carro, do meu gps - diz Andrea ainda esfregando as roupas.
- Sinto falta da minha cafeteira - lamenta Jacqui - Com filtro duplo e moedor embutido - choraminga.
- Eu sinto falta de ver tv, principalmente de tom e Jerry! - Kenny diz, tentando me enturmar no assunto.
- Meu sobrinho amava esse desenho - Jacqui diz, com um sorriso melancólico.
- Hmm, eu sinto falta do meu computador. Meu celular, talvez - diz Amy, olhando o lago.
- Sinto falta do me vibrador - Andrea pronúncia, e Carol a olha rapidamente com um olhar de repreensão, enquanto as outras encaram Kenny com uma cara de "Será que ela entendeu?".
- O que é? - pergunta.
- Não é nada, querida - disfarça Carol e as outras riem.
- Qual é a piada? - pergunta Ed, enquanto se aproxima com um cigarro em mãos.
- Só estamos fofocando, Ed! - Andrea diz, ainda risonha.
Ed continua se aproximando ,parecendo analisar cada centímetro de todas as ações das moças, avaliando se estavam fazendo o "trabalho" direito.
- Algum problema, Ed? - Andrea pergunta.
- Nada que seja da sua conta - responde grosso, e a loira faz caras e bocas em indignação - É melhor fazerem o trabalho direito - anuncia - Isso não é clube de comédia.
Kenny franze as sobrancelhas com a cara de pau do homem, e Andrea mostra seu descontentamento também.
- É o seguine Ed, se não gosta do modo o qual sua roupa é lavada sugiro que lave você mesmo - reclama, arremessando uma blusa pra ele - Toma.
O homem arremessa a blusa de volta, mas dessa vez forte, bem no pescoço da mulher.
- Isso não é trabalho meu, moça.
A mulher arregala os olhos, olhando o homem de cima abaixo.
- Andrea, não - Amy diz, se levantando tentando evitar o que estava por vir.
- Vem cá qual é seu problema Ed? Acha que vai ficar sentado só fumando e coçando o saco?
- Com certeza é melhor do que ficar ouvindo uma vadia presunçosa e linguaruda - exclama ainda mantendo sua pose de falso durão. Dessa vez, Kenny que se descontenta, se levantando e cruzando os braços, esperando as próximas merdas que o homem diria - Vambora, vamo - diz para Carol.
- Ela não precisa ir com você Ed.
- Isso não é problema seu - ele diz, apontando o dedo indicador para o rosto da loira - Vambora, você ouviu - chama Carol novamente.
- Carol - Andrea tenta segurá-la.
- Andrea, por favor deixa pra lá - a grisalha diz, cabisbaixa.
- Ei! Não pensa que eu não te dou corretivo - ele encara Andrea - Só por que você é uma idiota que fez faculdade.
- An? - a Anderson resmunga, indignada.
- É melhor você ir agora, senão vai se arrepender depois - Ed alerta para Carol.
- É, senão vai aparecer toda machucada depois né? - Kenny diz, não conseguindo mais se controlar - É isso que você faz com as mulheres que te desobedecem, Ed?
- É melhor você ficar fora disso - ele diz, com um tom de falsa superioridade - Vambora! - ele olha para Carol - Quer saber? Isso não é assunto de vocês. Ainda mais de uma puta da faculdade e uma mini vadia bancando de advogada. E também, vocês não vão querer me provocar, tá bom? Chega dessa conversinha, falou? Vamos embora - ele agarra o braço de Carol, se afastando.
- Ed... não - diz Carol - Eu não quero.. Ed!
- Você quer falar o que?! - ele grita - Eu que vou te falar algo! - exclama, dando um tapa no rosto de Carol.
- Carol! - a Anderson se atentava a correr, mas alguém a segura - Me solta, Amy!
- Desculpa Kenny...
- Não faz isso, para com isso! - Andrea grita para ele, o empurrando.
- Andrea! - Kenny a chama, tirando sua faquinha do bolso e arremessando para mulher, que a pega no ar.
- Seu canalha! Vai continuar com isso? - diz apontando a faca para ele.
- Calaboca sua maluca, ela é minha mulher! - ele esbraveja.
- Vem cá - diz Shane, aparecendo abruptamente, e o puxando.
- Ei! Sai e cima de mim! Me larga - Ed grita, enquanto é praticamente arrastado pra longe.
Shane o arremessa no chão e começa a desferir soco atrás de soco em sua cara. De certa forma, a Anderson gostou de ver isso. Ele estava tento o que merecia.
- Shane! Shane! Já deu! Para com isso - grita Andrea, vendo que o homem já estava quase inconsciente.
- No olho! - Kenny grita para Shane - Acerta no olho! - ela vê Amy rir de lev, mas logo é repreendida pela loira, que falava; "Que feio, Kenny Anderson" Mas ainda sim havia um tom de humor em sua voz.
- Shane! Você vai matá-lo! Shane!
- Se encostar sua mão na sua mulher ou na dua filha ou em qualquer um nesse acampamento eu te arrebento - ele soca o rosto do homem mais uma vez - E se falar com aquela menina - aponta para Kenny - Daquele jeito de novo, eu mato você de vez. Entendeu? - soca ele - Ou melhor! Se falar com ela - soca de novo - Eu acabo com você Ed, eu acabo com você! - sai de cima dele, o chutando antes de sair.
Carol corre até ele chorando. Amy puxa Kenny pra perto, pronta para subir a ladeira com ela, mas Andrea a impede.
- Espera, Amy - Andrea se abaixa em frente a Anderson, entregano-a sua faca - Você foi corajosa tentando defender a Carol. Estou orgulhosa de você - sorri.
- Valeu - a morena sorri de leve, pegando sua faca de volta.
- Bem, acho que você tem um balde de rãs para levar até lá em cima, né? - Amy informa.
- Porra, é mesmo! - ela pega o balde, e tropeça enquanto sobe a ladeira - Até a janta!