ɢᴀʀᴏᴛᴀ, ᴍᴇ ᴅɪɢᴀ ᴏ ϙᴜᴇ ᴠᴏᴄᴇ̂ ᴇsᴛᴀ́ ғᴀᴢᴇɴᴅᴏ ɴᴏ ᴏᴜᴛʀᴏ ʟᴀᴅᴏ?
ᴇ ᴅɪɢᴀ, ᴀᴘᴇɴᴀs ᴍᴇ ᴅɪɢᴀ: ᴏ ϙᴜᴇ ᴠᴏᴄᴇ̂ ᴇsᴛᴀ́ ғᴀᴢᴇɴᴅᴏ ᴄᴏᴍ ᴀϙᴜᴇʟᴇ ᴏᴜᴛʀᴏ ᴄᴀʀᴀ?
ᴘᴏʀϙᴜᴇ ᴇᴜ ɴᴀ̃ᴏ ᴛᴇɴʜᴏ ᴘᴀᴄɪᴇ̂ɴᴄɪᴀ ᴘᴀʀᴀ ᴅᴇsᴀᴄᴇʟᴇʀᴀʀ ᴀ ʙᴀᴛɪᴅᴀ
ᴛᴏᴅᴀs sᴜᴀs ᴀᴍɪɢᴀs ᴇsᴛᴀ̃ᴏ ᴄʜᴀᴘᴀᴅᴀs
ᴇʟᴀs ᴘʀᴇᴄɪsᴀᴍ, ᴇʟᴀs ᴠᴀ̃ᴏ ᴀᴛʀᴀ́s ᴅɪssᴏ
ᴇɴᴄᴀʀᴇ, ᴠᴏᴄᴇ̂ ϙᴜᴇʀ, ᴠᴏᴄᴇ̂ ᴅᴇsᴇᴊᴀ
ᴀᴄʀᴇᴅɪᴛᴇ ϙᴜᴀɴᴅᴏ ᴇᴜ ᴅɪɢᴏ ϙᴜᴇ ᴠᴏᴄᴇ̂ sᴏ́ sᴀʙᴇʀᴀ́, ϙᴜᴀɴᴅᴏ ᴘʀᴏᴠᴀʀ
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Haviam passado 4 semanas desde que Kenny matou seu primeiro zumbi. Quase todos os dias, Shane a levava para treinar, matando mais errantes a cada dia. Contudo, ele ainda se recusava a ensina-la como usar uma arma.
Eliot e Riggs estavam estranhos, com o decorrer dos últimos dias. Kenny desconfiava que eles sabiam sobre os encontros de madrugada que a garota tinha com Carl. Mas se soubessem, que mal teria?
Talvez o motivo para que Eliot ou Riggs desconfiem de algo, são 23 árvores assinadas, ou melhor, vandalizadas, pela Anderson e o Grimes. Mas de qualquer forma, são só assinaturas, né? Apenas letras. Apenas. Ainda sim, Kenny percebia que eles. estavam distantes. Passavam o tempo todo agarrados um ao outro cochichando coisas. E quando ela perguntava, eles desviavam do assunto.
Ao pleno Sol de meio dia, a Anderson se encontrava chutando latas como sempre, mas dessa vez, Sophia estava ao zeu lado, carregando sua boneca. Ela contava sobre como era sua escola, e como eram os meninos lá.
— Ah, tinha o Luck, e o Janson! — ela fala admirada — Eles eram muito bonitos, mas o Luck, era inteligente também! E muito gentil.
— Quero só ver sua mãe quando souber que você fica olhando os garotos — a morena implica, chutando a lata.
— Ei! — a loira dá um soquinho no ombro da menor — Isso não é justo, aposto que você também ficava vigiando garotos no lugar onde você vivia. Imagina, milhões de vizinhos — olha para as folhas das árvores, imaginativa.
— Que? Sem essa — revira os olhos — Garotos são idiotas, estúpidos — chuto a lata — Burros, porcos, lesados — chuto mais forte — Imbecis, raivosos, são um cachorros.
— Você tá com raiva isso sim — a loira pronúncia, fazendo a mais velha virar-se com as sobrancelhas franzidas.
— Não tem nada do que eu sentir raiva.
— Tem sim, o Riggs e o Eliot tão com raiva de você e você ta com raiva deles — ela solta uma risada — Brigas de irmãos.
— Mentira.
— Verdade, e ouvi eles falarem.
— Você ouviu? Ouviu o que? — a menor vai até ela.
— Agora ta interessada? — ela ri e Kenny revira os olhos.
— Para de me embromar, vai logo.
— Eu não ouvi nada na verdade — dá de ombros — Eu só queria saber se você ia ficar curiosa ou não, hehe.
— Pff — bufa, voltando a chutar a lata.
— Mas voltando ao assunto... — põe a mão atrás das costas — Vai me falar que nunca gostou de ninguém, é?
— Não, nunca.
— Impossível.
— Super possível.
— Super impossível.
— Por que super impossível?
— Eu já disse, garotos são idiotas.
— Mas garotas não são idiotas.
— Eu não gosto de garotas — chuto, e a loira desvia o olhar, levemente constrangida — Não gosto de ninguém.
— Todo mundo gosta de alguém alguma vez.
— Minha mãe nunca gostou de alguém, então eu não preciso.
— Então como sua mãe te teve?
— Eu fui um acidente — responde, e Sophia parece se arrepender de ter perguntado.
— Oh...hmm…
— Relaxa.
— Ah, olha só — desvia do assunto — É o Carl ali?
A morena olha para onde a mais nova apontava, enxergando o nanico se aproximando com uma expressão nada agradável em seu rosto.
— Você tem que parar de roubar minhas Hq's, Kenny.
— Eu não roubei nada de você, seu anão.
— Anão? Você é 2 centímetros maior que eu! 2! — ele faz um dois com os dedos.
— Mesmo assim, não tira o fato de você ser um pivete.
— Aiai, Kenny — Sophia bate na própria testa risonha — Você diz tudo aquilo dos garotos, mas é tão cabeça dura quanto eles.
— Que? Mentira! — Carl solta uma risada alta e sincera — Para de rir!
— Você, Kenny Anderson, cabeça dura — gargalha — Descobri mais um xingamento pras madrugadas — ele diz e eu a morena o repreende com o olhar.
— Madrugadas? — a loira pergunta confusa.
— Madrugadas? Ele disse madrugadas? Ele quis dizer noitadas, sabe? As noites de janta, sacou?
— É! Noitadas! Ninguém falou de madrugadas aqui não — ele finge surpresa.
— Hm — ela cruza os braços — Tudo bem! Vou ver se minha mãe precisa de mim — diz se afastando.
— Você quase ferrou com tudo, nanico! — a mais velha reclama, puxando a orelha dele.
— Ai! Que saco — ele põe a mão no rosto dela e a empurra pra longe.
— Para de tocar em mim! — puxa mais a orelha dele.
— Então para de puxar minha orelha!
— Não!
— Ai, sua… — ele ia falar algo mas uma interferência vinda do rádio próximo a eles se faz presente, o que era algo novo. Eles trocam olhares surpresos, e correm até lá.
O rádio proferia pequenos chiados, Andrea, Lori e Dale estavam por perto, e o velhinho tentava decifrar o que era falado. Aliss sai da mata junto de Shane, e ambos caminham juntos até o rádio.
— Shane, que bom que chegou — diz Dale — Você pode ver o que é? Você sabe mexer melhor do que eu — ao dizer, o rapaz se abaixa para tentar algum resquício de comunicação da outra linha.
— Devem ser chamadas antigas, iguais as que recebemos mês passado — a mãe da Anderson fala — Fora que é inútil ficar correndo atrás de fantasmas.
— E se for alguém precisando de ajuda? — Lori pontua.
— Quem liga? — ironiza — Vamos arriscar nossas vidas por desconhecidos agora? Que bobagem.
— Desconhecidos, né? Se não fosse por esses desconhecidos você não estaria aqui agora, Aliss — Andrea exclama.
— E se não fosse por mim o japinha teria virado comida de zumbi — a loira diz, batendo o pé no chão — Então abaixa a bola, estamos no mesmo barco, sua azeda.
— Se eu estiver no mesmo barco que você, prefiro me afogar! — a outra loira proclama.
— Ei ei! — diz Shane tentando apartar a briga qe se formava entre elas.
— Um barco nem sairia da margem se você tivesse dentro, sua balofa! — grita Aliss quase batendo na mulher. Mas é surpreendida com um soco no rosto.
— Sua puta — Andrea se prepara para dar mais um soco, mas é impedida por Dale.
— Meninas! Vocês são adultas, e estão brigando feito duas crianças! Tudo por causa de um rádio? Querem que eu deixe vocês de castigo ou o que? — ele tira o chapéu e alisa seus cabelos com a palma da mão — E ainda mais você Aliss. Que tipo de exemplo você quer dar para suas crianças?
Aliss parece ser derrotada pelas palavras de Dale. Mas seu orgulho incompreensível apenas a faz bater com seu machado no toco de madeira e se afastar do acampamento. Provavelmente ela só voltaria à noite. Ou mais cedo, já que Shane correu atrás dela. Kenny não consegue deixar de reparar a expressão descontente de Lori ao ver a aproximação entre Aliss e Shane, mas ignora.
— Mas que merda foi essa? — Kenny murmura.
— Palavrão! — ele recebe um soco no ombro — Ai! Digo, também não sei... merda.
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Andrea, Glenn, T-dog, Moralez, Jaqui e Merle haviam saído para patrulhar a cidade e correr atrás de suprimentos. O fato dele ir sozinho não agradava muito a Anderson, mas ele estar acompanhado, a preocupava mais ainda.
Antes do entardecer, Kenny estava apoiada no trailer, conversando com Jim.
— E aí, bum! Explosão, explosão! Bombas! Bombardeio! Sangue! — ela explica seu sonho sobre a segunda guerra mundial.
— Tem certeza que esses sonhos são saudáveis? — ele pergunta enquanto averigua a mangueira do trailer.
— Eu não sei, mas eu era uma soldado super forte, então eu gostei — ela coça o nariz — Jim, você vive observando as coisas né?
— Hm, talvez. Por que?
— Por acaso assim em uma hipótese improvável — brinca de cruzar as pernas — Você viu Eliot ou Riggs falando algo de mim?
— O loiro grandão e o branquelo? — ela afirma com a cabeça — Eles andam de cochicho por aí, mas não ouvi nada demais.
— Af — a morena se joga na grama — Será que se eu tentar matar eles, eles falam?
— Talvez — ele esconde um sorriso — Talvez eles te falem que cochicham sobre você e o Carl.
— QUE? — ela levanto bruscamente — Como assim?!
— “Você acha que ele gosta dele?” — imita a voz de Riggs — “Olha só pra ele, é claro que ela não gosta dele” — imita Eliot.
— Desgraçados! — soca o chão — Ai.. — amacio a própria mão.
— Foi um passarinho que te contou, tá? — Jim diz risonho.
— Tá Bom! — ela sorri com a informação, e sai trupicando dali.
Andando agora pelo acampamento em busca dos dois trapalhões, a de olhos azuis ignora os cumprimentos os quais havia recebido ao longo do trajeto, até que finalmente avista Riggs.
— Escuta aqui, seu merda — ela vira ele em sua direção.
— Ai!Kenny? — se assusta — O-oque ta fazendo aqui?
— Eu moro aqui. Idiota.
— Ah.. verdade.. — desvia o olhar rindo — Hehe… quer… ajuda?
— Eu quero saber por que você e o Elliot tão conspirando contra mim — cruza os braços.
— QUE? — se espanta — N-não estamos não!
— Você gaguejou!
— An?
— Você gagueja quando mente!
— Menti-ra!
— Responde logo minha pergunta — ela o lança um olhar fulminante — Eu sei que vocês andam difamando minha imagem dizendo que eu gosto do nanico — reviro os olhos — Sendo que isso é impossível, já que eu não gosto de ninguém daqui — ponho a mão na cintura.
— Você não gosta dele então? — seus olhos brilham em felicidade e ele suspira, mas logo disfarça — Oh, eu e ele nem falamos disso… — põe a mão na nuca — Mas quem te contou?
— Um passarinho, idiota.
— Sério?
— Claro que não.
— Ah..
— Tanto faz, cadê o Elliot?
— An?! Você não vai matar ele não né?
— Matar quem? — Elliot diz atrás de Kenny, fazendo uma careta ao perceber a presença dela.
— Por que você anda conspirando contra mim? Achei que fossemos amigos, tipo best friends — ela finge estar triste — A Sophia disse que nós éramos melhores amigos, mas agora… — finge chorar — Acho que somos arqui-inimigos!
— Mas… — ele arregala os olhos e corre para abraçar a amiga, preocupado — Não fica brava, falamos sem querer, tá tudo bem, não vai se repetir. Somos melhores amigos ainda.
Enquanto ele proferia suas desculpas, ainda abraçando a amiga, Riggs fazia um bilhão de sinais de não com a mão, implorando mentalmente para que Eliot não dissesse exatamente o que ela queria.
— Tá tudo bem… — ela se afasta do abraçoz fingindo estar desolada — Mas… — olha para Riggs — VOCÊ ACABOU DE CONFESSAR! — aponta para a cara dele.
— Nãão! — Riggs cai no chão derrotado — Não era pra você ter falado Eliot!
— Que merda! — ele chuta uma pedra — Você me enganou,Kenny!
— Otário 1 e otário 2 — olho para ambos — Vocês devem compartilhar do mesmo cérebro.
— Ai você me ofende né — Eliot cruza os braços — Tá comparando meu lindo cérebro com o cérbero de barata dele?
— Pelo menos eu sei falar cérebro — o moreno cruza os braços, arrancando um bufar de frustração do loiro.
— Tirando essa baboseira, porque vocês tavam me evitando?
— A gente não tava te evitando.
— Tavam sim — cruza os braços.
— A gente achou que você tava evitando a gente — Diz Eliot.
— Que? Não, eu que achei que vocês tavam me evitando — responde.
— Uou — exclama Riggs — Então voltamos a ser amigos?
— Nós deixamos e ser amigos? — pergunta.
— Acho que não — diz Eliot.
— Então, amigos? — Riggs estende o braço para um abraço.
— Amigos! — Kenny e Eliot completamos o abraço.
Uma sirene de carro começa a ecoar pelas redondezas. Os três amigos correm até lá, e logo avistam Glenn sair de um carro vermelho.
— Cadê a Andrea? — Amy pergunta.
— Estão chegando! Eles e um cara novo!
— Um cara novo? — Shane pergunta.
— Um policial! Foi graças a ele que conseguimos sair de lá.
— Mais um? — a Anderson pergunta, e vê Aliss se aproximar.
— Sim, olha lá eles! — diz apontando para um caminhão que havia acabado de estacionar.
Pouco a pouco, cada um sai do caminhão, e correm para abraçar seus entes queridos. Mas no fim, uma nova pessoa desce, talvez o policial que Glenn havia mencionado. No entanto, o mais estranho ocorre, e alguém o chama de “Pai”.
Esse alguém era o nanico.