A angústia me dominava, andava sem olhar para trás. Tinha que vê-lo, passava pelo corredor andando cada vez mais rápido enquanto minha amiga pedia para mim ir devagar.
Paro repentinamente quando meus olhos pousam em quatro policiais parados na porta e o Jimin logo ao lado deles. Rapidamente reconheço um dos policiais, Jimin me vê e eu caminho até ele com minha amiga me seguindo.
— Lisa... — diz com a voz fraca.
— Cadê ele? — pergunto olhando ao redor.
— ele está neste quarto, ele passou por uma cirurgia. — tento entrar no quarto mas Jimin segura meu braço.
— Só pode ir dois por vez, já tem dois policiais lá dentro.
— Como aconteceu? — cuspo as palavras, olhando fixamente para porta que eu iria arrombar caso aqueles policiais não saíssem em menos de três minutos.
— Estávamos atrás de um bandido, ele estava armado atirou no ombro de Jungkook. — um dos policiais diz. — Jungkook era o que estava mais próximo do cara, nos prendemos o bandido graças ao Jungkook.
— E tem chances do meu filho não conhecer o pai por causa desse cretino? — pergunto ríspida, alguns dos policiais parecem surpreso exceto, é claro, o policial Joohun.
— O Jungkook é forte, ele vai ficar bem. — assegura o policial Joohun.
— O Jungkook vai ser pai? — um dos policiais pergunta confuso. — ele não falou nada.
— A vida pessoal dele não interfere no trabalho, acho que você já deveria saber disto Chen. — Joohun responde ríspido, ele fecha os olhos e fala calmante: — sim o Jungkook vai ser pai, está moça é a mãe. — sinto o olhar pesado dos três policiais, eles me analisam até que os olhos pousam na minha barriga.
— Eu falei para ele não ir na frente, agora se algo acontecer com ele essa criança vai crescer odiando nosso trabalho.
— Pode ter certeza que não vai ser só ele. — digo encarando o policial que falou, seus olhos não conseguem encarar os meus. — ele vai ficar bem. — digo com a voz fraca e rezando para isso.
— Lisa, acho melhor se sentar. — minha amiga aponta para o banco, faço o que ela falou, não tenho mais estabilidade para ficar em pé. Tudo que quero é abraçar Jungkook e ver que tudo isso é só uma brincadeira de mau gosto. — Jimin, podemos conversar? — ele afirma e ela se vira para mim. — eu já volto Liz.
Eles saem me deixando com os outros policiais, meus olhos caem pela porta e a estuda.
— Acho melhor não. — um dos policiais diz me olhando, como se ele pudesse ler meus pensamentos. Reviro os olhos e pego meu celular.
— Já avisaram para os pais dele?
— Ainda não senhorita. — procuro o contato da Sr. Jeon e fico encarando quando acho.
Deveria fazer isso mesmo? Não! Definitivamente não, desligo o celular e fico olhando a porta.
Cinco minutos depois um médico entra e os dois policiais que estava lá dentro saem. Me levanto, o olhar dos dois policiais pairam em mim.
— Quem é esta senhorita? — O mais velho entre eles fala. — pedi para que avisassem os parentes dele.
— Essa moça é a namorada dele e mãe do filho dele. — os olhos do mais velho logo arregalam surpreso.
— O Jungkook é pai? Cadê a criança? — ele pergunta olhando aos redores, minhas mãos logo caem pela minha barriga. Ele me olha e sua expressão fica triste. — o Jungkook é um ótimo policial, um dos melhores que tenho. Espero não perdê-lo assim. — cerro meus punhos.
— Você não tem que esperar nada. — disparo. — não é seu filho que tem chances de perder o pai sem nem ter ao menos o conhecido, não vai você que vai perder planos de anos, não vai ser você que vai ver os sonhos e desejos de uma pessoa indo embora sem ter visto o bendito rosto do seu filho. Isso tudo porque você tem um monte de policial covarde que no máximo fala para ele ir na frente, coisa que se ele não tivesse feito vocês teriam perdido a bosta do bandido. Vocês são policiais ou ratos?
Todos me olham incrédulos, vejo-o cerrar a mandíbula. Logo o policial da uma risada sem humor antes de me falar:
— Policiais ou ratos? Se o seu namorado não fosse teimoso ele não estaria aqui.
— E nem vocês teriam prendido o bandido, coisa que é dever e obrigação de vocês! — protesto.
— Ele foi um idiota a disparar na frente dos policiais mesmo sabendo os riscos e que seria pai, o único que jogou fora sua própria vida foi ele querida.
— Não me chame de querida — resmungo. — mas me diz senhor, esse não é o dever de um policial? Trocar sua vida ao dever de proteger a sociedade? Então por que o Jungkook está sendo julgado por fazer algo que é o dever dele, quando quem deveria receber esse julgamento está parado aqui me olhando com cara de tacho? O Jungkook fez isso para garantir um lugar seguro para seu filho, um lugar onde seu filho possa crescer em paz.
O policial está definitivamente puto de raiva, azaro dele porque eu estou três vezes mais puta que ele. O policial Joohun dispara ao meu lado.
— acho bom parar com essa discussão, a senhorita Lalisa está grávida e não pode passar por estresse.
— Mais? — pergunto irônica — quer que eu veja calada esse cara falando merda do meu filho? Eu sei até onde posso ir, mas acho bom você não estressar um grávida senhor. Não me importaria de jogar você pela aquela janela. — aponto para a janela de um dos quartos.
— duvido que você teria tamanha força senhorita. — fala em tom de zoação.
— quer apostar? — desafio, vejo sua boca formar uma linha.
— Você está certa, nós deveríamos ter ido com Jungkook. — diz o policial que estava atrás do idiota na minha frente.
— Jura? — dou uma risada sem humor — foi para isso que você foram treinados, não foi? — vejo a cabeça dos quatro policiais mais novos abaixarem a cabeça sentindo culpa. — façam o dever direito de vocês na próxima vez, nem sempre vocês vão ter um cara igual Jungkook no time. E se ele morrer hoje tenham em mente que mei filho ficou sem pai por causa da covardia de vocês!
— Desculpe — o policial Chen diz finalmente.
— Não é a mim que você deve pedir desculpa. — caminho até a porta dou um pulo para trás quando ela se abre repetidamente.
— Quem é o responsável pelo Jeon Jungkook? — o médico chama.
— Sou eu — eu e o policial babaca dizemos em uníssono, o médico nos encara confuso. Percebo que ele ia chamar o Jungkook então disparo.
— Sou a namorada dele e mãe do filho dele, acredite você não quer chamar aquele irresponsável e me deixar mais irritada. — ele hesita. — se você não me falar o atual estado dele e me deixar vê-lo eu te jogo janela a fora. — grito, o médico engole em seco.
— me acompanhe senhorita. — afirmo e entro no quarto junto ao médico.
Meus olhos logo pairam em Jungkook deitado sobre a maca totalmente desacordado, vou até ele e acaricio seu rosto pálido.
Não ouses me deixar criar essa criança sozinha Sr. Jeon!