𝟲𝟰, veronica.

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Só fui ter uma boa noite de sono do terceiro para o quarto dia, quando todos estavam bêbados demais para conseguirem se manter em pé.

O Natal estava chegando, e como haviam catorze pessoas em uma mesma casa, decidimos fazer um amigo secreto, assim todos ganhávamos presentes sem ter que gastar uma fortuna.

Saímos hoje, no sétimo dia, faltando quatro dias para o Natal.

O centro comercial de Malibu parecia com um formigueiro. Pessoas iam e vinham a cada segundos, e se eu pensasse em focar o meu olhar em qualquer lugar, minha labirintite ia aparecer para dar um oizinho.

Duas noites atrás, fizemos o sorteio. O nome de Sammy estava escrito no meu papelzinho. Fiquei feliz instantaneamente, afinal, conheço Samuel mais do que conheço eu mesma; comprar algo para ele seria mais do que fácil.

─ Pra facilitar, vamos em duplas. ─ Maggie diz. ─ Escolham qualquer pessoa, menos aquela que vocês tiraram no sorteio. Vamos.

Não reparei em todas as duplas, porque Shawn encaixou o braço no meu e me puxou para longe da bagunça.

─ Eu preciso muito de uma opinião feminina. ─ ela murmura para mim. Não estamos autorizados a revelar quem tiramos, mas, obviamente, Shawn havia tirado alguma das três meninas, já que estava comigo.

─ E eu de uma masculina. Vamos lá. ─ pulamos de loja em loja por quase meia hora, sabendo que o tempo limite era de uma hora até que todos nos encontrássemos onde nos separamos.

Entramos em um tipo de Target e então nos separamos entre as seções, procurando algo que parecia pertencer a quem tiramos no sorteio.

Parei em frente a vitrine de perfumes e acessórios. Havia um perfume com a embalagem azul – e eu sequer conseguia pronunciar a marca em voz alta. O perfume vinha em uma caixinha de veludo do mesmo tom de azul da embalagem; um relógio de prata enfeitava a outra ponta, cintilando a cada olhada. Por fim, uma pulseira de cor prateada, aparentemente do mesmo material que o relógio, ocupava o espaço que faltava.

Imediatamente, chamei o atendente daquela área e saquei o meu cartão de crédito da carteira.

Depois de parcelar o presente em três vezes, encontrei com Shawn em um dos corredores. Ele carregava uma sacola com o logotipo da loja e, novamente, enganchou seu braço no meu enquanto saíamos.

─ Pensei que quisesse uma opinião feminina. ─ dei um soquinho em seu braço.

─ E eu pensei que você quisesse uma opinião masculina. ─ ele rebate.

─ Touché.

Fomos conversando durante o caminho

─ Santo deus! ─ Shawn exclama quando esbarra em alguém.

Eu conhecia esse alguém. Por fotos, mas conhecia.

─ Derek Luh, não? ─ o garoto deixa o queixo cair, e então tenho a minha confirmação. ─ Sou Veronica.

─ Veronica do Nate? Puta merda! ─ ele exclama e passa a mão pelo rosto. ─ É, eu sou o Derek... ─ apertamos nossas mãos e então me lembro que Shawn ainda estava atrás de mim.

─ Pode ir na frente, Shawn. Eu te alcanço. ─ mesmo contrariado, Shawn faz o que eu digo e sai andando em passos largos, porém lentos, na direção do nosso ponto de partida.

Depois de alguns segundos em um silêncio estranho e ligeiramente constrangedor, ele diz:

─ Estou surpreso por você me reconhecer. ─ ele sorri fraco. ─ Ou por saber quem sou, no mínimo.

Dei alguns passos para trás, parando no canto escuro de uma vitrine de uma loja fechada, para que não atrapalhassemos a passagem das pessoas na calçada.

─ Nate me falou sobre você. ─ o sorriso dele aumenta levemente. ─ E sobre sua irmã. ─ sua expressão hesita um pouco. ─ Sobre como vocês cresceram juntos, sobre como ele te considerava um irmão... E também sobre ele e Diana. ─ molho os lábios.

─ Eu nunca mais falei com ele depois que descobri. Não civilizadamente. ─ ele torce o nariz. ─ Fui para Los Angeles na esperança de me encontrar com ele em algum lugar, mas...

Um suspiro longo se encontra com o meu.

─ Diana está noiva. ─ ele sorri largo dessa vez. ─ O casamento dela é em um mês.

Sorri junto com ele.

─ Eu queria dizer ao Nate que deixei o passado no passado há muito tempo, mas não sabia como. Passei meses e meses encarando o número dele no meu celular, as fotos dele no Instagram, mas não... Não tive coragem. ─ ele desabafa. ─ Porque eu sei que jamais voltaremos a ter a amizade que tínhamos desde criança, e eu ainda não sei lidar com isso.

Qualquer que tenha sido a sintonia deles no passado, havia sido muito, muito forte. E eu sabia disso. Não só porque Derek me falava isso agora, mas também porque Nate sempre ficava a ponto de chorar quando relembrava de alguma memória que os dois compartilharam. E Diana... Diana está noiva!

─ Pode dizer isso a ele se quiser. ─ gentilmente, pego as duas mãos dele e aperto nas minhas. ─ Sei onde encontrá-lo agora mesmo. Mas se ainda não estiver preparado, posso dizer onde nos encontrar a qualquer momento nas próximas duas semanas.

─ Sério? ─ sorrindo, assenti. ─ Eu... Eu gostaria de vê-lo. Não hoje, porque preciso encontrar uma dúzia de presentes em uma hora, mas se ele concordar em me encontrar qualquer dia desses...

Sorri pra ele.

─ Vou trabalhar nisso. ─ com um último aperto em nossas mãos e um sussurro de agradecimento, Derek volta a andar para o centro comercial.

Não sem me parabenizar pela gravidez, claro.

Encontrei o caminho até meus amigos, mas não pude chegar perto deles antes que Nate viesse como uma bala até mim.

─ Você tá bem? O que aconteceu? O que vocês conversaram? ─ não era curiosidade em seus olhos, e sim preocupação.

─ Relaxa, Nate! ─ coloco a mão em seu cotovelo e o puxo para um pouquinho mais longe. ─ Para resumir as coisas, Derek disse que queria te encontrar para resolver as coisas entre vocês dois. ─ as sobrancelhas dele se erguem. ─ Acho que, assim como você, ele sente falta do que vocês tinham quando menores. Ele disse que deixou o passado no passado e que queria ter a chance de dizer isso a você pessoalmente, se você quiser se encontrar com ele antes de sairmos de Malibu.

Nate me encarou, com os olhos marejados.

─ E o que você disse? ─ ele funga, se preocupando em não desmoronar ali mesmo.

─ Disse que conversaria com você, e ficaria feliz em dizer à ele onde encontrar você se essa fosse a sua vontade. ─ sorri fraco para ele.

Entendi o que ele queria me dizer antes que tivesse a chance, e então o abracei. Deixei que ele libertasse as lágrimas pelo tempo que precisasse. Deixei que ele externasse o seu alívio por poder reencontrar a pessoa que significa tanto para ele, e vice versa.

Porque é isso que você faz por aqueles que você ama.

e quem achou que o meu bebezinho ia aparecer pra plantar a sementinha da discórdia se fodeu e se fodeu bonito

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e quem achou que o meu bebezinho ia aparecer pra plantar a sementinha da discórdia se fodeu e se fodeu bonito.

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