𝟱𝟳, veronica.

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O que Nathan, provavelmente, mais temia, aconteceu.

Kami estava sentada no meu lado direito e Kaylan no esquerdo, e nós três ríamos juntas a cada foto do álbum de infância que Kami tinha, carinhosamente, trazido de Omaha.

─ Essa foi a primeira foto do anuário que ele tirou. ─ Kami comenta, apontando para uma foto de Nathan entrando na pré adolescência, com um sorriso discreto e o cabelo arrumado.

Naquela mesma página estavam todas as fotos do anuário que ele já havia tirado, provavelmente desde o terceiro do fundamental até o terceiro do ensino médio.

Nate teve muitas fases e estilos; já usou aparelho, óculos, apareceu com um olho roxo ou com batom no pescoço. Reviro os olhos. Ele teve uma mudança significativa a partir do nono ano, onde deixou de lado os óculos e finalmente retirou o aparelho; o cabelo dele cresceu um pouquinho e as expressões começaram a ficar neutras.

Eu teria me apaixonado por ele facilmente naquela época.

─ Ah, olha só. ─ Kaylan aponta para outras duas fotos, sorrindo.

Na primeira, eram três crianças. Pude reconhecer Nate entre um garoto e uma garota. Eles estavam vestidos com roupas cheia de lama e faziam caretas. Na foto do lado, as roupas continuavam sujas e as caretas eram as mesmas; eram os três, mas já adolescentes.

─ Derek e Diana. ─ Kami apontou. ─ Eu estava quase os adotando como meus filhos! Os dois, provavelmente, passavam mais tempo na minha casa no que na deles.

─ Até hoje não sabemos o que aconteceu. ─ Kaylan diz. ─ Derek... Simplesmente parou de ir, e logo Diana também. Nenhum dos dois falava mais com a gente uma semana depois. Foi bizarro.

Eu sabia bem o motivo, mas se Nate não as contou, não seria eu que contaria.

─ Essa é a Ana. ─ uma nova página, uma nova foto.

A partir das fotos do anuário, as que vinham pareciam ser um pouco mais recentes, como se Kami fizesse questão de guardar tudo.

─ Ela foi a primeira namorada do Nate. Namoro oficial, com pedido ao pai e tudo. ─ Kaylan diz e eu movo o olhar até a morena de pele escura.

Na foto, ela usava um vestido branco e dourado, um salto alto nos pés e o cabelo liso estava solto, escorrido pelo ombro esquerdo. Na sua mão tinha as famosas flores, que combinavam com as que Nate carregava no bolso externo do smoking. Se não era o baile da escola, eu poderia afirmar com convicção que eles estavam, no mínimo, recém casados.

Tinha outra foto ao lado, e os dois já estavam vestidos com suas roupas normais. Arregalei levemente os olhos quando avaliei Ana na foto; ela era maravilhosa, muito linda.

Ah, merda.

─ E aqui foi quando ele conheceu esses arruaceiros que ele mora. ─ Kami diz, mostrando a última foto do álbum, onde tinha Nate, os Jacks e Sammy, provavelmente ainda em Omaha.

Dei risada da cara que Sammy tinha na foto, provavelmente descontente por ter de tirá-la.

─ Sammy é uma figura! ─ Kaylan murmura ao meu lado e eu sorrio, balançando a cabeça em concordância. ─ Falando nisso, onde é que eles estão?

─ Combinamos que eles poderiam voltar ás três. ─ Nate diz, olhando o relógio de pulso. ─ Ainda são duas e vinte.

─ Ótimo, ainda temos quarenta minutos de paz. ─ Kaylan resmunga e eu dou risada.

Kami e Kaylan entraram em uma conversa sobre os momentos que passaram com os meninos quando eles ainda moravam em Nebraska, e eu aproveitei a deixa para ir usar o banheiro.

Na volta, percebi a porta de Nathan aberta e o mesmo sentado na cama, encarando o chão.

─ Não precisa ficar aí parada na porta, pode entrar! ─ ele fala, me olhando rapidamente.

Faço o que ele diz e me sento na cadeira de sua escrivaninha cheia de coisas, virada para ele.

─ Por que não contou à elas sobre Diana? ─ questiono, sem qualquer outra coisa em mente.

─ Porque eu sabia a confusão que geraria. ─ ele me olha nos olhos. ─ Minha mãe considerava Diana como filha, e Kay a tratava como irmã, assim como eu também deveria... Derek e eu crescemos como irmãos, então eu deveria enxergar Diana da mesma maneira.

Torço os lábios, sem falar uma só palavra.

─ Nós brigamos, Derek e eu, quando ele descobriu que eu e Diana estávamos tendo.. um lance. ─ ele desvia o olhar. ─ Eu não sabia muito bem como me defender naquela época, então eu levei uma bela surra. Minha mãe nunca soube quem foi o causador dos hematomas, e nem o porquê de eles estarem ali. Eu não seria capaz de contar à ela.

─ Eu entendo completamente! ─ ele revira os olhos. ─ Talvez não completamente, mas, ei! Você era o namorado da minha mãe, lembra? Acho que isso nos faz dois imbecis atraídos pelas pessoas erradas. ─ finalmente, rimos juntos.

─ Existem pouquíssimas coisas das quais eu me arrependo, Veronica. ─ ele se levanta e, instintivamente, faço o mesmo. ─ E enxergar Diana com outros olhos é uma delas. Mas não você...

Eu queria muito interromper o que estava por vir. Queria dizer que as coisas entre nós ainda não estavam cem por cento bem... Mas não pude.

─ Você, Veronica Vienna, me ensinou, indiretamente, como agir com responsabilidade. Do jeito mais difícil, mas certamente ensinou. ─ reviro os olhos, acompanhando com o olhar a sua mão vir até minha barriga. ─ E eu sempre serei grato à você por isso, não importa se me ame ou me odeie.

Sua mão livre afastou uma pequena mecha de cabelo do meu rosto e então parou no meu ombro, onde ele apertou ligeiramente antes de deixar um singelo beijo na minha testa e acariciar minha barriga uma última vez antes de sair do próprio quarto.

É isso que chamam de amadurecimento?

Eu já não sentia mais raiva pelo ocorrido naquela festa, realmente não sentia; nem dele e nem de Valentina. Eu já não me importava tanto comigo como antes. Agora, tudo girava em torno do meu bebê – o chá revelação, o enxoval, o quarto, os móveis... Eu já estava até pensando no trabalho que arrumaria e no quanto colocaria por mês na poupança da faculdade.

Mais do que tudo, eu aprendi a aceitar o meu futuro. Não, no início, eu não queria essa criança. Sim, eu mudaria toda a história se fosse possível, mas não é, e o melhor que posso fazer é simplesmente aceitar que em pouquíssimo tempo eu sofrerei no parto dessa criança e a criarei com todo o amor e carinho do mundo.

Com ou sem Nathan.

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