𝟬𝟭, veronica.

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Coloco a toalha em volta do pescoço depois de passá-la pelo meu rosto. Me inclinei para pegar a bolsa com os meus pertences, ouvindo os assovios dos meninos idiotas de todas as classes que perdem aulas pra ver treinos das líderes de torcida. Patético.

─ Surpresa que você ainda tá hidratada depois que o Grier te secou daquele jeito. ─ Liv diz ao se aproximar, fazendo eu rolar os olhos. ─ Qual é, ele é bonitinho.

─ E babaca. ─ rebato e ela mexe os ombros. ─ E você sabe que eu não curto caras mais novos... ─ é a vez dela revirar os olhos.

─ Ele é um ano mais novo! ─ ela faz uma careta.

─ Continua sendo mais novo. ─ digo, colocando a alça da bolsa no ombro e seguindo até o vestiário.

Porém, os gritos exagerados foram se aproximando, e com eles vinha toda a testosterona de adolescentes na puberdade. Eca.

─ Ronnie! ─ ouço a voz de Hayes e, automaticamente, reviro os olhos.

Nunca tive nada contra ele, mas realmente caras como ele não me atraem nem um pouco.

─ O meu aniversário é amanhã, vai rolar uma festa lá em casa. ─ mexo a cabeça em concordância. ─ Aparece por lá.

Dito isso, ele sai. Homem é mesmo um bicho estranho.

Tornei a andar, agora sentindo o olhar de Olivia sobre mim. Eu já sabia que, não importa qual argumento eu use, ela iria me convencer a ir na bendita festa.

─ Nós vamos, né? ─ o cabelo castanho de Olivia balança quando ela bate palmas exageradamente assim que eu assinto. ─ Eu ouvi dizer que o irmão do Hayes só tem amigo gato...

─ Não quero saber de homem, Liv. ─ ela revira os olhos. ─ Só vou porque preciso descarregar a tensão em alguma coisa, e vai ser no álcool.

─ Sexo também é uma ótima alternativa. ─ diz e balança os ombros, fazendo pouco caso. ─ Aliás, você deveria aproveitar a oportunidade, sabe, tirar a teia de aranha que cresceu aí embaixo.

A olho de boca aberta, ofendida.

─ Não me olha com essa cara! ─ ela segura a risada. ─ Você não transa faz quanto tempo? Seis meses? Sete?

─ Nove, mas isso não é problema seu! ─ respondi, tirando o uniforme e indo direto para debaixo do chuveiro.

─ É claro que é! Sou eu quem tenho que aturar o seu mau humor quando a única solução pra isso é o órgão genital masculino. ─ perco a postura de durona e começo a rir, e ela me acompanha.

─ Vai depender do meu estado de espírito, beleza? ─ ela revira os olhos.

Depois de um banho curto, colocamos nossas roupas normais e pegamos as bolsas, indo de encontro com Maggie, que nos esperava no estacionamento.

─ Como foi a aula? ─ pergunto, jogando a bolsa do meu lado no banco de trás.

─ Uma merda, como todas as outras. Aquele professor não passa nada além de covers de divas pop. ─ Maggie resmunga, dando a partida no carro.

─ Meu gaydar apita demais perto dele. ─ Liv diz, cutucando a cutícula.

─ Ele é casado. Com uma mulher. ─ digo, me acomodando no banco.

─ E daí? ─ ela retruca. ─ Meu pai era casado com a minha mãe, me fez e se assumiu pra geral. Hoje ele tá casado com um homem.

─ Sua vida é uma novela, Olivia, não vale! ─ Maggie rebate e eu dou risada. ─ Mas já que entramos no assunto...

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