𝟮𝟲, veronica.

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Uma música leve tocava no rádio, enquanto a minha casa estava bastante movimentada e o cheiro da carne estava em todos os lugares. O churrasco estava mesmo acontecendo, e eu estava feliz por não ter virado uma daquelas festas em que você não conhece metade das pessoas que estão ocupando a sua sala e vomitando no seu banheiro.

─ Ronnie! ─ viro a cabeça para enxergar a pessoa que faltava. Nathan, com toda a sua pontualidade, tirava a jaqueta de couro enquanto andava na minha direção e, quando estava na minha frente, me puxou para um abraço apertado. ─ Feliz dezoito anos!

Sorri fraco, retribuindo o abraço.

─ Essa felicidade toda é só porque acabou o seu medo de ser processado por pedofilia? ─ ele hesita, provavelmente digerindo as minhas palavras. Gargalho da sua expressão. ─ É brincadeira, idiota.

Pisquei forte quando senti o impacto dos seus dedos na minha bunda – ele não precisava fazer muito esforço, afinal –, e eu imediatamente me certifiquei de que não havia ninguém na sala conosco.

─ Eu não faria isso se tivesse alguém olhando. ─ ele disse, como se tivesse lido meus pensamentos. Ele se inclina para baixo, ficando com a boca exatamente no pé do meu ouvido, e diz: ─ Faz isso de novo, e o que você vai ganhar não vai ser nada comparado a um tapinha.

Arrepiei inteirinha.

Me recompus antes que ele percebesse o efeito de suas palavras – mesmo que, internamente, eu pensava em fazer alguma outra brincadeira do tipo, só pra ver uma coisinha. O guiei até o jardim de trás, onde todos os amigos dele – e agora também meus – estavam espalhados; alguns na piscina, outros na borda, e Sammy na churrasqueira.

Abandonei Nathan na porta e corri em direção a Sammy, com o estômago roncando.

─ Você é uma interesseira, isso sim! ─ ele resmunga assim que eu roubo dois pedaços de carne que ele havia acabado de cortar. ─ Se eu não te conhecesse, diria que... Puta merda!

Segui o seu olhar, e lá estava ela. Dona Vanessa em carne, osso e um biquíni lindíssimo de uma das lojas mais caras do shopping; cortesia da nossa última visita.

─ Agora eu consigo entender esse seu corpão. ─ ele murmura, sem discrição alguma. ─ Com todo respeito, Ronnie, mas a sua mãe é um filé e tanto.

─ Filé sou eu, meu amor, ─ ri fraco ─ dona Vanessa é uma picanha inteirinha.

─ Não tenho como discordar. ─ Cameron se junta a nós. ─ Com todo respeito, é claro.

Tive de ouvir mais dois ou três comentários sobre o corpo escultural da minha mãe, até decidir que estava calor demais para estar quase em cima da churrasqueira.

─ Não me diga que você também... ─ Cameron perdeu as palavras quando eu tirei a camiseta enorme, que mais se parecia com um vestido, e exibi o meu biquíni; era um tipo de tye dye estranho, com redinhas coloridas na parte de cima e pequenos babadinhos na parte de baixo. É o único em que eu realmente me sinto confortável. ─ Acho que eu vou ter uma parada cardíaca agora mesmo.

Fingindo preocupação, me aproximei de Cameron e coloquei a mão na sua testa. O olhei, com falsa surpresa.

─ Por deus, Cameron, você tá fritando por dentro! ─ ele retribui o meu olhar surpreso. ─ Fico surpresa de não sentir como você está suando frio.

─ Sério?

─ Seríssimo, Dallas. Para a sua sorte, eu sei de um remédio que funciona na hora! ─ o puxei um pouco para longe dos meninos, contendo o sorriso.

─ E qual é? ─ ele não teve tempo de raciocinar; num momento, estava aqui, no outro, dentro da piscina. ─ Você me paga, Veronica!

A maioria ria da ingenuidade dele, enquanto eu apenas dava a volta na piscina para me aproximar da escadinha, para, enfim, entrar na piscina do jeito certo. Eu devia saber que isso não ia acontecer.

─ Você tá sempre se metendo, né? ─ passo os braços pelo pescoço de Sammy, sabendo que o meu fim seria o mesmo que o de Cameron.

─ Ah, Ronnie, se você soubesse onde eu realmente queria me meter. ─ ele diz, com a voz carregada de malícia.

Eu gargalhei alto, e o desgraçado aproveitou esse momento para pular na piscina junto comigo. Resultado: eu engoli mais água do que gostaria, e se a piscina não fosse rasa como é, eu provavelmente teria me afogado pelo desespero.

─ Eu te odeio, Samuel Wilkinson! ─ praguejo, me escorando na borda para pegar fôlego.

Depois de alguns resmungos da minha parte, tudo voltou ao normal.

Eu estava muito feliz. Há anos eu não tinha uma festa de aniversário como essa, ou melhor dizendo, há anos eu não tinha uma festa de aniversário.

─ Veronica! ─ olho para os lados, tentando identificar a voz de quem me chamou. ─ Ei, tapada, aqui!

Olho para a porta e lá estava o dono da voz. Nathan tinha uma toalha pendurada no pescoço e sua bermuda grudava levemente em suas coxas, por estar completamente molhada. Forçando as batidas do meu coração a voltarem a sua velocidade habitual, saí da piscina pela escadinha e peguei a minha toalha, a enrolando no corpo.

─ Você sabe que o loiro vai desbotar todinho por causa do cloro, né? ─ é a primeira coisa que ele diz. Reviro os olhos.

─ Você me chamou só pra isso? ─ ele ri, balançando a cabeça.

─ Quero te dar o seu presente antes de ir embora. Vem, tá no seu quarto. ─ relutante, e desconfiada das suas intenções, sigo Nathan em uma distância considerável até o meu quarto, onde havia uma caixa amarela em cima da cama. ─ Tenta não surtar.

Esfreguei as mãos, ansiosa. Me aproximo da caixa devagar, imaginando mil e uma possibilidades de o quê ele poderia me dar e ter de embrulhar em uma caixa. Bem, tenho certeza que, em momento algum, um filhote de Golden albino passou pela minha mente. Superou as minhas expectativas.

─ Você tá tremendo, Veronica. ─ ele se aproxima, com certa preocupação. ─ Você não gostou? Eu posso...

O interrompi, puxando ele para um abraço caloroso. Depois de um suspiro de alívio, ele me abraça de volta. Relaxo o corpo e apoio a cabeça em seu peitoral por alguns segundos, antes que tenha que voltar para a minha realidade ligeiramente desastrosa.

─ Você me assustou. ─ ele diz, depois que nos separamos. A minha expressão confusa o fez explicar. ─ Eu pensei que o filhotinho tinha, sei lá, te dado gatilho ou coisa assim.

Suspiro profundamente.

─ Eu provavelmente teria, mas não importa. ─ o sorriso volta ao meu rosto quando olho novamente para o cachorrinho na caixa. O peguei no colo, com um brilho nos olhos. ─ Eu sempre quis um quando era pequena.

─ E agora?

─ Não estava nos meus planos, principalmente com o lance da faculdade, ─ faço carinho no filhote. ─ mas eu adorei, juro. Não poderia ter ganhado presente melhor.

─ Sério? ─ ele se aproxima, também acariciando o filhote.

─ Sério. ─ sorrio fraco. ─ Que nome vamos dar pra ele?

Nate pareceu surpreso por estar incluso nessa decisão – até eu estava –, mas não se abalou. Depois de alguns segundos pensando, ele deu uma sugestão.

─ O que você acha de Thunder? ─ olhamos para o pequeno filhote em minhas mãos e, automaticamente, sorrimos.

─ Acho ótimo. ─ dou um beijinho nas orelhas dele, que se remexe nas minhas mãos. ─ Seja bem vindo a família, Thunder.

 ─ Seja bem vindo a família, Thunder

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achei fofo

mom's boyfriend  ꪵWhere stories live. Discover now