𝟭𝟯, veronica.

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Quarta feira. O terceiro dia em casa e o segundo sozinha com Nathan e, levando em conta as dezenas de pensamento impuros que passam pela minha cabeça dia e noite, eu estou me comportando muito bem.

Agora, nós dois estávamos na sala, sentados no chão, enquanto ele explicava sobre o tal Prometa Anatelo e outras propriedades biológicas e eu tentava me concentrar.

─ Mas por que Prometa Anatelo? Não faz nenhum sentido! ─ junto as sobrancelhas, encarando o livro de biologia que Olivia havia trago ontem, junto com o restante.

─ Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase. Prometa Anatelo. ─ ele explica em cinco segundos. O olho, perplexa.

─ Como você consegue dizer tudo isso como se fosse a coisa mais simples do mundo? ─ ele ri da minha indignação, virando a página. ─ Ah, não! Estamos nessa há duas horas, eu imploro por uma pausa, por favor.

─ Você é muito preguiçosa. ─ ele murmura, fechando o livro e batendo o mesmo contra a minha cabeça de leve. ─ Se continuarmos assim, você vai saber a matéria de trás para frente. Todas elas.

Suspiro, encarando a tala no meu pé.

─ Espero que sim, porque se eu tiver que depender da bolsa... ─ deixo a frase em aberto, demonstrando a minha insatisfação.

Digamos que eu esteja tentando enxergar Nathan como um amigo, e está funcionando.

─ Você vai melhorar. ─ ele diz, se levantando e estendendo a mão para que eu fizesse o mesmo. ─ Vai sair tão bem nas provas quanto nas apresentações.

─ É fácil falar quando não é você. ─ respondo, me apoiando em seu braço rapidamente até que eu tivesse o apoio certo no pé esquerdo.

─ Você quer fazer faculdade de quê, afinal? ─ ele pergunta quando me pega no colo, percebendo que eu queria ir para o meu quarto.

Penso um pouco sobre a resposta.

─ Moda. ─ ele franze o cenho. ─ É, eu sei, o que tem a ver ganhar uma bolsa por atletismo se vou passar a vida desenhando vestidos de noiva?! É idiotice.

─ Eu não disse isso! ─ ele me coloca no colchão e senta na ponta da cama. ─ Olha pra mim, ganhei bolsa por atletismo e vou passar a vida desenhando casas, prédios e etc.

─ É diferente. ─ apoio a cabeça na cabeceira de madeira da cama.

Ficamos alguns segundos em silêncio. Eu achei que ele se levantaria e sairia, mas isso não aconteceu.

─ Vestidos de noiva, é? ─ torço o nariz, agindo pelo momento, sabendo que eu provavelmente me arrependeria depois.

─ Em cima do meu guarda-roupa tem uma pasta. ─ falo, esperando que ele a pegue, e é isso que ele faz.

Vou para o canto da parede, esperando que ele se sente mais perto. Deve ser o efeito dos remédios.

─ Esse eu desenhei quando tinha dez anos, foi o primeiro. ─ passo os dedos sobre o plástico que protegia a folha. ─ Esse eu fiz com doze, é um dos meus favoritos.

Nathan e eu passamos mais de vinte minutos apenas vendo os meus desenhos e falando sobre eles. Acho que nunca me importei em mostrá-los pra ninguém além da minha mãe.

─ Esse é o meu favorito. ─ digo quando paro no último desenho. ─ Fiz quando tinha treze, quase catorze anos. Se eu me casar algum dia, vai ser com esse vestido.

Eu já me imaginei muitas vezes com esse vestido; camadas de seda, corset tomara que caia, pedrinhas brilhantes pelo meu busto... Simplesmente perfeito!

mom's boyfriend  ꪵWhere stories live. Discover now