𝟮𝟳, veronica.

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Na segunda-feira minha mãe avisou que chegaria tarde do trabalho, mas isso não me afetou em nada; eu passei, literalmente, o dia inteiro brincando com Thunder, até fui no pet shop comprar roupinhas e brinquedos pra ele.

Na terça-feira foi a mesma coisa. Dona Vanessa entrou em casa na pontinha dos pés depois das onze da noite, mas não a questionei; eu sabia que ela tinha algum motivo, e também sabia que ela não seria capaz de trair ninguém, o seu bom caráter não permitiria.

Na quarta-feira foi ao contrário, ela chegou duas horas mais cedo, mas ficou no quarto até o dia seguinte. Ela não falava muito comigo, e a minha mente paranóica começou a imaginar se ela não sabia de alguma coisa.

Hoje ela disse que iria para um barzinho com uns colegas da empresa. Ela não costumava sair para barzinhos – e eu não sabia da existência desses amigos até ela citá-los de manhã – mas, novamente, não questionei.

A campainha soou as onze da manhã, e eu me perguntava se ela havia esquecido algo. Porém, é claro que não era ela. Nate, Sammy, Gilinsky e Shawn estavam parados na varanda, e eu podia observá-los o dia inteiro.

─ Vai nos deixar passar ou não, loira falsa? ─ Sammy é o primeiro a se manifestar. Reviro os olhos, mas faço o que ele diz.

─ Por favor, me fala que você vai fazer o almoço hoje. ─ Gilinsky diz, se sentando no sofá. ─ Não como nada desde ontem a tarde.

─ Não comeu porque não quis, tem pizza na geladeira e marmita do almoço de ontem. ─ Sammy retruca, sem tirar os olhos do celular.

Dou risada pela forma que eles se tratam, como crianças.

─ Eu ia comer Cup Noodles... ─ resmungo, me encostando na parede.

─ A voz do povo é a voz de deus, loirinha. ─ Nate diz, pela primeira vez desde que chegou. ─ Você podia fazer aquela coisa mexicana, né? Aquela da primeira vez que eu jantei aqui.

─ Essa coisa mexicana se chama Paella. ─ ele mexe os ombros. ─ E tá faltando algumas coisas aqui. A menos que vocês busquem no mercado, vão ficar sem comer.

Os três patetas se prontificaram para ir no mercado. Fiz uma listinha com as coisa necessárias e entreguei a Nathan.

─ Você tem um sotaque espanhol muito bom. ─ Shawn comenta; ele é o único que ficou. ─ Você é fluente?

─ Eu diria que passei do nível básico, mas ainda não cheguei no intermediário. ─ explico, me sentando ao lado dele.

Não demoro para sentir os pelos fofinhos de Thunder nos meus pés.

─ Fluente mesmo só em inglês e italiano. ─ finalizo, mexendo os ombros.

Shawn parece um pouco surpreso.

─ Você fala italiano?

─ Eu nasci na Itália, meu amor. ─ agora ele parecia mais surpreso ainda. ─ Longa história. Resumindo: minha mãe, a irmã dela e minha avó vieram pra Los Angeles quando minha mãe tinha dez anos, minha avó voltou pra Itália com a minha tia, mas minha mãe não queria ir, então minha avó concordou em emancipar a minha minha mãe. Ela engravidou de mim com dezessete, meu pai sumiu e minha mãe voltou pra Itália antes de eu nascer, e quando eu tinha dois anos ela voltou para LA e me trouxe. Fim.

─ Uau. ─ ele murmura, me fazendo rir. ─ Vem cá, será que é difícil dominar a sua língua?

Normalmente, eu não sentiria o duplo sentido nas palavras, porém, a forma como ele disse enquanto olhava para qualquer coisa a não ser eu, e só depois me olhou, denunciou isso.

Com uma expressão de sonsa, mexo os ombros. Shawn é realmente muito atraente, é uma pessoa incrível, me divirto muito quando estou com ele, mas acho que ele não faz muito o meu tipo.

─ Eles chegaram! ─ pulo do sofá, escapando de ter que continuar naquele silêncio constrangedor. Os três atravessaram a porta com algumas sacolas nas mãos, que foram deixadas em cima da ilha.

Aparentemente, a memória sexual não atingiu apenas a mim. Quando olhei para Nate, ele alternava o seu olhar entre o mármore escuro e eu.

─ Vou ao banheiro. ─ ele diz, tão rápido como quanto sumiu da minha vista. Quis rir, mas me contive.

Sammy se prontificou em me ajudar, dizendo que quatro mãos trabalham mais rápido que duas, e ele está certo. Em quinze minutos eu já estava colocando a travessa de vidro no forno, enquanto ele lavava o arroz.

─ Você tem jeito pra coisa. ─ comento, me sentando na banqueta por alguns minutos. ─ Quando eu tentei ensinar o Johnson e o Nate, eles quase queimaram o feijão, e isso é quase impossível.

─ Esses dois são um desastre em qualquer coisa manual. Por que você acha que o Nathan escolheu engenharia civil? ─ gargalho. Eu não queria partir para o lado do preferencialismo, mas ele é, sem dúvidas, o meu favorito.

─ Você lava essa sua boca suja pra falar de mim, seu cretino. ─ Nathan aparece na cozinha; na verdade, ele esteve o tempo todo escorado no passa pratos, mas só agora entrou na cozinha. ─ Pelo menos eu escolhi fazer alguma coisa, já é melhor que ser um vagabundo alcoólatra.

─ Calma lá! ─ Sammy se vira, e eu posso ver o brilho nos olhos dos dois. Ninguém ama uma briga como eles. ─ Vagabundo alcoólatra era você antes de eu te abrigar na minha casa, se lembra?

Eu não sei até que ponto isso é verdade, mas vejo pelo olhar de Nate que alguma coisa é verídica nessa história.

─ Além disso, gente rica não precisa trabalhar. ─ ele completa.

─ Nisso eu discordo. ─ me levanto, ficando próxima dos dois. ─ Eu tenho plena certeza de que a minha família tem algumas centenas na conta, e ainda assim a minha mãe trabalha como uma escrava naquela empresa pra ganhar dez mil por mês.

─ Sua mãe é empresária, né? ─ assinto. ─ Porra, eu nunca vi nenhum empresário ganhar menos de trinta mil por mês.

─ Exatamente, meu querido Samuel. E o único motivo por trás disso é o simples fato de ela ter um órgão reprodutor e uma vagina no meio das pernas. ─ cruzo os braços. É sempre um transtorno falar sobre isso.

A conversa acabou por ali, assim como a briguinha dos dois.

─ O almoço sai daqui cinquenta minutos.

─ O almoço sai daqui cinquenta minutos

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milituda

cap insignificante pra poder render mais
bjs           se chegar a 5k hj eu posto outro

mom's boyfriend  ꪵWhere stories live. Discover now